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quinta-feira, 30 de junho de 2011
Segue uma citação introdutória, bem como a recomendação da leitura do artigo completo:
A questão do homossexualismo está gerando debates intensos em quase todas as áreas da nossa sociedade. É um debate que está sendo travado no âmbito governamental, à medida que legisladores tentam definir o que é o casamento, e que direitos e proteções devem ser concedidos aos cidadãos homossexuais. É um debate que está sendo travado no nosso sistema de educação pública, à medida que professores e administradores tomam decisões sobre políticas de contratação e sobre o que deve ser ensinado às crianças, quanto à homossexualidade. É um debate que está sendo travado nas reuniões de diretoria de empresas por todo o país, à medida que executivos decidem o que devem fazer quanto à extensão de benefícios de saúde a parceiros do mesmo sexo. É um debate que está sendo travado, cada vez mais, nos nossos lares, à medida que números crescentes de amigos, familiares, e vizinhos admitem o seu envolvimento em relacionamentos com o mesmo sexo, e tentamos discernir qual deve ser a nossa resposta. E é um debate que está sendo travado em muitas denominações e igrejas-algumas delas quase se dividindo-quanto às questões da afirmação da prática do homossexualismo dentro da igreja e da ordenação de ministros que sejam homossexuais praticantes. A nossa cultura está profundamente dividida em muitos níveis quanto à questão do homossexualismo, com um extremo populado por ativistas homossexuais que fazem paradas e demandam uma aceitação, sem qualificações, de todas as atividades homossexuais. No outro extremo estão as pessoas que aparecem nessas paradas com faixas que proclamam enfaticamente que “Deus odeia os gays”. Em ambos os lados, as emoções são intensas, a paixão pela causa corre forte, e muitas vezes a feiúra e o ódio vem à tona.

Qual é a posição da Igreja Wesleyana quanto a essa questão contemporânea complexa que enfrentamos? Será que a prática do homossexualismo é um estilo de vida alternativo que podemos simplesmente abraçar? Ou é um pecado que distorce os propósitos de Deus e é proibido na Sua Palavra? Qual deve ser a nossa resposta a esta questão, no nosso contexto contemporâneo?
Leia a posição clara e firme da Igreja Wesleyana nos Estados Unidos sobre este assunto, lendo o artigo Homossexualismo, traduzido e publicado pelo blog Mastigue.Com. Adianto que é uma posição bíblica, e por isso mesmo equilibrada sobre este tema controverso e atual. Leitura mais que recomendável.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Você se utiliza de um bom número de ilustrações que descrevem a cooperação do homem com as operações divinas. Por exemplo: "o agricultor faz a colheita, mas é Deus que a dá". É óbvio que tenho plena consciência da cooperação do homem com Deus, mas isso nada prova a respeito do "livre-arbítrio". Deus é onipotente. Ele exerce total controle sobre tudo quanto Ele mesmo criou. E isso inclui os ímpios, os quais, à semelhança daqueles a quem Deus justificou e transportou para o seu reino, cooperam com Deus neste mundo. Todos os homens precisam seguir e obedecer aquilo que Deus intenciona que eles façam.

O homem em nada contribuiu para a sua própria criação. E, uma vez criado, o homem não faz qualquer contribuição para permanecer dentro da criação de Deus. Tanto a sua criação como a sua contínua existência são inteira responsabilidade do soberano poder e bondade de Deus, que nos criou e preserva sem qualquer ajuda nossa.

Antes de ser renovado, para fazer parte da nova criação do reino do Espírito, o homem em nada contribui para preparar-se para essa nova criação e reino. Por semelhante modo, quando ele é recriado, em coisa alguma contribui para ser conservado nesse reino. Somente o Espírito de Deus tanto nos regenera quanto nos preserva, sem qualquer ajuda de nossa parte. É como Tiago diz: "Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas" (Tg 1.18). Tiago está falando a respeito da nova criação. Não obstante, Deus não nos regenera sem que tenhamos consciência do que está sucedendo, porque Ele nos recria e preserva precisamente com esse propósito: que venhamos a cooperar com Ele.

E o que é atribuído ao "livre-arbítrio" em tudo isso? Que resta para o "livre-arbítrio"? Nada! Absolutamente nada!

Martinho Lutero
Em: Nascido Escravo, cap. 4, argumento 8, Editora Fiel
Extraído do blog: Eleitos de Deus
terça-feira, 28 de junho de 2011
Depois disse Deus: “Haja [...]”. E disse Deus: [...]. E Deus viu que ficou bom. Gn 1:6, 9-10

Muitos alegam que há paralelos surpreendentes entre os mitos da criação do antigo Oriente Próximo (especialmente o épico babilônico conhecido como “Enuma Elish”) e o relato bíblico da criação citado em Gênesis 1. Porém, o que é mais notável em relação aos babilônios e às histórias bíblicas não são suas semelhanças, mas suas diferenças. Longe de copiar a narrativa babilônica, Gênesis 1 critica e faz objeção a sua teologia básica. Na mitologia babilônica, os deuses, amorais e caprichosos, disputam e brigam uns com os outros. Marduk, o mais soberbo dos deuses, ataca e mata Tiamat, a deusa-mãe. Em seguida, ele divide o corpo dela em duas metades, sendo que uma delas se transforma no céu e a outra, na terra. A julgar por este cruel politeísmo, é um alívio retornar à ética monoteísta de Gênesis 1, segundo a qual toda a criação é atribuída ao comando do único e verdadeiro Deus.

De acordo com o livro do Apocalipse, a adoração eterna no céu concentra-se no Criador:

Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória,
a honra e o poder, porque criaste todas as coisas,
e por tua vontade elas existem e foram criadas. Ap 4:11

Os cientistas continuarão a investigar a origem, a natureza e o desenvolvimento do universo. Porém, teologicamente falando, para nós basta saber que Deus criou todas as coisas por sua própria vontade, como expressão de sua simples e majestosa Palavra. Por isso é que se repete o refrão de Gênesis 1: “E Deus disse...”. Além disso, quando Deus contemplou sua criação, ele “viu que ficou bom”. Devemos, portanto, nos alegrar por tudo que Deus criou — tanto pela comida e bebida como pelo casamento e pela família, ou pela arte e pela música, pelos pássaros, pelos animais, pelas borboletas e por muitas outras coisas.

Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças. 1Tm 4:4

Para saber mais: Jeremias 10.12-16

John Stott
segunda-feira, 27 de junho de 2011
“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (1Jo 5:1)

Duas coisas são absolutamente necessárias à salvação: a regeneração e o ato de crer em Jesus Cristo. Quanto à primeira, Jesus disse “em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3). E sobre a segunda, Paulo assegura “se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9). Portanto, não há que discutir sobre a importância fundamental, tanto da fé quanto da regeneração. Importa-nos, então, analisar como se dá o ato de crer e o novo nascimento, bem como a relação que existe entre eles.

O que são fé e regeneração?

De acordo com a obra Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal, “fé é a atitude de nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade”. Assim, crer em Jesus é confiar plenamente em Sua pessoa e depender unicamente de Sua obra para a salvação. Nos aspectos da salvação, a fé é parte da conversão, pois “arrependimento e fé são os dois elementos essenciais da conversão” (Idem).

A mesma obra diz que “regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior”. O professor Antonio Gilberto explica que “regeneração é o ato interior da conversão, efetuada na alma pelo Espírito Santo. Conversão é mais o lado exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo Espírito Santo é também convertida” (Teologia Sistemática Pentecostal). Concluímos que nascer de novo é ser vivificado, passar da morte espiritual para a vida no Espírito.

O que vem primeiro: fé ou regeneração?

Que a regeneração precede a fé fica claro pela simples leitura atenta do verso bíblico que encabeça este artigo. O texto não diz algo semelhante a “todo aquele que crê... nasce de Deus”, mas afirma que “aquele que crê... é nascido de Deus”. O verbo nascer está no tempo perfeito, que no “grego corresponde ao perfeito na língua portuguesa, e descreve uma ação que é vista como tendo sido completada no passado, uma vez por todas, não necessitando ser repetida” (Strong). O verbo crer, por sua vez, está no presente, sendo que “o tempo presente representa uma simples declaração de um fato ou realidade, observada como algo que ocorre neste momento” (Idem).

No verso 4, novo nascimento e fé são novamente colocados nesta ordem. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5:4). Outras ocorrências de “nascido de Deus” podem ser examinadas, para mostrar que o novo nascimento precede a todas as outras virtudes e ações mencionadas (1Jo 3:9; 4:7:5:18).

E se lermos atentamente as definições dadas pelos teólogos pentecostais para regeneração e fé, a conclusão natural é que esta sucede aquela. Segundo as obras citadas, a conversão é o aspecto exterior e visível da regeneração operada pelo Espírito, e portanto a conversão segue logicamente a regeneração. E a fé, segundo os mesmos autores, é um aspecto da conversão, sendo assim, a fé tem suas raízes na regeneração, pois somente “um coração novo” (Ez 36:26 cf. Dt 30:6) pode amar e crer no Senhor.

Quem opera o novo nascimento e dá a fé?

Quando o evangelho chega aos homens, encontra-os “mortos em suas transgressões e pecados” (Ef 2:1 NVI). A já mencionada Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal declara que “os não salvos vivem na morte espiritual”. Um morto não pode crer, para isso precisaria antes voltar a viver. Mas um morto tampouco pode reviver a si mesmo. Resumindo, um morto não pode fazer nada, senão permanecer morto. Depende inteiramente de outro alguém para trazê-lo de volta à vida e dar-lhe capacidade de crer. E esse alguém é Deus.

Paulo escreve “estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo” (Ef 2:5). O agente do novo nascimento é “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança” (1Pe 1:3). Por ser uma obra soberana, não exercício da vontade humana nesse processo, pois os nascidos de novo “não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1:13). De fato, “segundo o Seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (Tg 1:18).

O homem tampouco é capaz de crer por si mesmo. Jesus disse “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer” (Jo 6:44). Com isto concorda a Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal ao dizer que “não podemos exercer a fé salvífica à parte da capacitação divina”. Isto por devido a questão bem simples: a fé não é inerente ao homem, é dom de Deus. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8). A fé é gerada pelo Espírito quando somos “regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus” (1Pe 1:23), “de sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm 10:17).

Conclusão

Do exposto podemos concluir que o homem, estando morto e incapacitado pelo pecado, não é capaz de fazer nada por si mesmo, mas o Espírito Santo abre os seus ouvidos para ouvir e renova o seu coração para crer, mediante a pregação do evangelho. Desse modo, a salvação é, toda ela, atribuída ao Senhor, único a receber glória pela redenção de todos quantos crêem.

Soli Deo Gloria
domingo, 26 de junho de 2011
E em Jesus Cristo, Seu único Filho, nosso Senhor

O que temos ensinado mais acima, a saber, que Cristo é o objeto mesmo de nossa fé, aparece claramente nestas palavras que descrevem nEle todos os aspectos de nossa salvação. O chamamos Jesus, título com o qual o honrou uma revelação celestial, pois tem sido enviado para salvar os seus de seus pecados. Por esta razão a Escritura afirma que "debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12, ACF).

O título de Cristo significa que tenho recebido com plenitude a unção de todas as graças do Espírito Santo (simbolizadas na Escritura pelo óleo), sem as quais caímos como galhos secos e estéreis. Esta unção o consagrou: Primeiro como Rei, em nome do Pai, para ter todo poder no céu e na terra, a fim de sermos nós reis por Ele, com domínio sobre o Diabo, o pecado, a morte e o inferno. Em segundo lugar, como Sacerdote, por dar-nos a paz e a reconciliação com o Pai por meio de seu sacrifício, a fim de sermos sacerdotes por Ele, oferecendo ao Pai nossas orações, nossas ações de graças, nós mesmos e tudo o que nos pertence, já que é nosso intercessor e nosso mediador.

Além é chamado Filho de Deus, não como os fiéis que o são somente por adoção e por graça, senão como verdadeiro e legítimo Filho que é, e portanto o único, em contraposição conosco. Ele é nosso Senhor, não só segundo sua divindade, que é desde toda a eternidade uma só com o Pai, senão também segundo esta carne criada na que se nos revelou. Como diz são Paulo: "Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele" (1 Coríntios 8:6, ACF).

João Calvino
In: Breve instrução cristã
sábado, 25 de junho de 2011
Não posso conceber porque o dr. E. contende comigo por causa do livre-arbítrio natural, senão que o faz pelo prazer da contenda. Pois é certo que neste ponto, se em nenhum outro, estamos inteiramente de acordo. Creio que Adão, antes da sua queda, era totalmente livre para escolher o bem ou o mal, mas que, desde a sua queda, nenhum filho dos homens tem poder natural para escolher qualquer coisa que seja realmente boa. Contudo sei (e quem não sabe?) que o homem ainda tem de escolher nas coisas de natureza indifiente. Não concorda comigo o dr. E. nisto? Oh! porque procuramos ocasião para contenda!
John Wesley
In: Coletânea de teologia de John Wesley
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Ele castiga a minha rudeza, digo a mim mesmo, não a mim. Ele odeia o pecado, mas ama o pecador. Eis uma frase que deve ser verdadeira na sua substância, se é que deve haver alguma esperança para os pecadores. Todavia, ela engana e é perigosa, se me sugere que o meu pecado não sou eu mesmo, mas sim algo separável. Pois isso é o que Satanás mais deseja que eu acredite, e geralmente me faz acreditar. Segundo Satanás, e aos meus olhos, meus pecados ocorrem durante férias morais, quando meu eu sóbrio e batalhador está de folga. Se o demônio me achar muito crédulo, chega até a me dizer que não estou absolutamente envolvido, que meu pecado não é o ato nem de um eu de férias; é uma brincadeira de ratos morais tolerados sem prejuízo, enquanto eu, o majestoso gato, finjo estar dormindo.

Austin Farrer
In: Lord, I believe.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
A primeira característica que quero considerar sobre o discípulo radical é o “inconformismo”. Deixe-me explicar.

A igreja tem uma dupla responsabilidade em relação ao mundo ao seu redor. Por um lado, devemos viver, servir e testemunhar no mundo. Por outro, devemos evitar nos contaminar por ele. Assim, não devemos preservar nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando a ele.

Tanto o escapismo quanto o conformismo são proibidos para nós. Esse é um dos temas principais da Bíblia, ou seja, Deus está convocando um povo para si e o desafiando a ser diferente de todos. “Sejam santos”, diz ele repetidamente ao seu povo, “porque eu sou santo” (Lv 11.45; 1Pe 1.15-16).

Esse tema fundamental se repete nas quatro principais seções da Bíblia: a lei, os profetas, o ensino de Jesus e o ensino dos apóstolos. Darei um exemplo de cada. Primeiro, a lei. Deus diz ao seu povo por meio de Moisés:

Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis segundo os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o Senhor, vosso Deus. Levíticos 18.3-4

Semelhantemente, a crítica de Deus ao seu povo por meio do profeta Ezequiel é que “não andastes nos meus estatutos, nem executastes os meus juízos; antes, fizestes segundo os juízos das nações que estão em redor de vós” (Ez 11.12).

O mesmo acontece no Novo Testamento. No Sermão do Monte, Jesus fala dos hipócritas e pagãos e acrescenta: “Não vos assemelheis, pois, a eles” (Mt 6.8). Finalmente, o apóstolo Paulo escreve aos romanos: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12.2).

Aqui está o chamado de Deus para um discipulado radical, para um inconformismo radical à cultura circundante. O convite para desenvolver uma contracultura cristã, para um engajar-se sem comprometer-se.

John Stott
segunda-feira, 20 de junho de 2011

E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra. At 8:3-4

Perseguição é uma palavra quase sem sentido para uma igreja ufanista, mais habituada a termos como vitória, prosperidade, sonhos e sobre ser cabeça e não cauda. Quando eventualmente se fala de perseguição, logo se diz "despreze e zombe do inimigo enquanto ele foge" e assegura-se que "quem jogou pedras nem se lembra de você, quem te viu e quem te vê, está na plateia de camarote, aplaudindo você vencer".

Perseguição é a realidade de 100 milhões de cristãos, segundo a missão Portas Abertas. Em muitos países muçulmanos, budistas e ateístas, crer em Jesus é a maneira mais segura de ser expulso e denunciado pela família, ser espancado e morto ou ser jogado numa prisão. Tais pessoas desconhecem um tal evangelho da saúde e prosperidade, vivem um evangelho de provação e testemunho, não raro ao custo da própria vida.

Perseguição é um catalizador da evangelização e da vida cristã genuína. A comodidade leva à acomodação. A perseguição força a ação. Foi assim quando Paulo ainda era Saulo. Foi assim ao longo da história da igreja. É assim hoje. Sempre que a igreja é dispersada, os dispersos falam da Palavra de Deus por onde passam.

Perseguição é uma coisa que faz falta à igreja brasileiraUma igreja perseguida não perde tempo com coisas deste mundo, mas se apega à esperança da volta de Jesus. Em uma igreja sob perseguição, a teologia da prosperidade não vinga. E se algum Gondim convidasse pastores para ouvir sobre a volta de Jesus como "um horizonte utópico", não encontraria audiência alguma.
domingo, 19 de junho de 2011
Creio em Deus Pai Todo-Poderosos, Criador do Céu e da Terra

Estas palavras não só nos ensinam a crer que Deus existe, senão também, e sobre tudo, a reconhecer que é nosso Deus e a termos por verdadeiro que formamos parte daqueles aos que Ele promete que será seu Deus e que recebeu como povo seu. A Ele se atribui todo poder: dirige todo com sua providência, o governa com sua vontade e o conduz com sua força e com o poder de sua mão. Dizer "criador do céu e da terra" significa que cuida, sustenta e vivifica perpetuamente tudo o que criou uma vez.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sábado, 18 de junho de 2011

O DIP, Domingo da Igreja Perseguida, foi criado há 21 anos pelo Irmão André, fundador da Portas Abertas, e tem o intuito de levar as igrejas ao redor do mundo a se envolverem e passarem momentos dedicados à lembrança da Igreja Perseguida, unidas, como parte do Corpo de Cristo.

O Domingo da Igreja Perseguida, conhecido como DIP, é um dia em que as igrejas separam seus cultos, ou parte deles, para falar da causa dos cristãos perseguidos. É uma mobilização em massa das igrejas brasileiras e também de outros países, que promovem o evento para que os membros de sua comunidade saibam mais sobre a realidade da perseguição, orem e se engajem, não só neste dia, mas na causa da Igreja Perseguida.

O DIP é patrocinado pela Portas Abertas e os organizadores são voluntários. O evento dá a oportunidade para que os cristãos brasileiros conheçam e vivenciem a realidade de milhares de irmãos. Este dia, entretanto, não é apenas mais um evento para sua igreja. É uma oportunidade para divulgar e relatar os testemunhos e experiências de pessoas que nos ensinam a cada dia como ser um cristão perseverante e cheio de fé.

A data varia de ano para ano, pois é marcada para o domingo seguinte ao de Pentecostes. Esse critério foi adotado porque no relato bíblico de Atos 4, o início da perseguição aos cristãos acontece logo após a descida do Espírito Santo, com a prisão de Pedro e João. Simbolicamente, pode-se dizer que essa foi a “fundação” da Igreja Perseguida.

Em 2011, o Domingo da Igreja Perseguida será dia 19 de junho.

Divulgue, ore, participe!

Para saber mais, visite o site Domingo da Igreja Perseguida
sexta-feira, 17 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Dizer que podemos julgar pessoas tanto quanto ensinos e práticas não significa que somos livres para, como satanás, sair pelas ruas caçando ferozmente os erros alheios e, com a boca espumando, bradar palavras de maldição contra outros. Um dos problemas da visão daqueles que proíbem julgamentos é que essa é a imagem que eles possuem sobre o julgamento. Acredito que essa é a visão que devemos ter do julgamento segundo o mundo, mas não do julgamento genuinamente cristão. Para evitar confusões, gostaria de listar alguns pontos que creio serem úteis para sabermos como julgar de um modo bíblico:

1. Tenha Cautela

"Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor" (1 Co 4:5). Devemos tomar sempre cuidado com julgamentos precipitados. Cristo, quando vier, trará luz sobre tudo o que antes estava oculto. Proteja-se de julgar erradamente, confie em Cristo e no julgamento correto que Ele trará.

2. Não seja um hipócrita

“Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão" (Mt 7: 5). Não devemos nunca julgar hipocritamente. Um assassino não pode reprovar outro, como diz o já citado verso de Romanos: “Portanto, você, que julga os outros é indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas” (Rm 2:1).

3. Não seja um carrasco...

”Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mt 7:2). Você deve lembrar que também será julgado por Deus, pois "...todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo..." (2Co 5:10) e tal julgamento começará pela Igreja (1Pe 4:17). Assim, sabendo que, com a medida com a qual julgamos outros, Deus nos julgará, devemos seguir com mais afinco a exortação Paulina: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6:1).

Além disso, cuidado com julgamentos severos demais por pontos secundários. "O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come... Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão..." (Rm 14:1; cf 1Co 10:23-33; Cl 2:16-17). Lembre-se que "... O Senhor conhece os que são seus ..." (2 Tm 2:19), logo, devemos evitar ao máximo agir erradamente com os filhos de Deus, ainda que eles sejam fracos na fé. Deus zela pela Sua Igreja; não queira ser um inimigo dela.

4. ...mas saiba quando ser severo

Depois de meditarmos sobre não sermos duros sem necessidade, precisamos considerar sobre sermos duros quando há necessidade. Paulo julgou com severidade um homem que abusava da mulher de seu pai (1 Co 5:1) e Jesus foi extremamente ofensivo com os judeus, chamando-os de hipócritas, raça de víboras, sepulcros, filhos do inferno, dentre outras coisas (Mt 23). Precisamos, muitas vezes, ser duros com os falsos mestres e com os falsos cristãos. Seja sábio para discernir com quem você está lidando, se com um cristão fraco ou com um falso crente. Às vezes, precisaremos expor os pecados de outros e julgá-los como condenados para impedir que eles continuem a enganar o povo de Deus. Esteja preparado para quando precisar agir assim.

5. Seja perdoador

Em João 8:1-11, temos o caso de quando os fariseus trouxeram uma mulher adúltera aos pés de Jesus, acusando-a de adultério. Quando lemos a história, em momento algum Jesus nega que ela seja pecadora. Jesus está, certamente, julgando aquela mulher como pecadora e adúltera, assim como aqueles judeus. A diferença entre o julgamento dos dois é notória: os religiosos queriam apedrejar a mulher, enquanto Jesus queria perdoá-la. No lugar de apedrejá-la, Cristo disse: "[Eu não] te condeno; vai-te, e não peques mais" (Jo 8:11). Existem outros exemplos de pecadores arrependidos que não foram julgados por Jesus, como Zaqueu (Lc 19:1-9) e a mulher que ungiu os pés de Cristo (Lc 7:36-50). Tome Cristo como exemplo e, antes de tudo, seja perdoador.

6. Tenha lágrimas nos olhos

Acredito que nenhum livro inspirado julga tanto os outros quanto Lamentações de Jeremias, pois todos os seus cinco capítulos são completamente recheados de juízos sobre o povo da época. Algo deve ser notado: Jeremias não escreveu um livro imparcial, mas sim um livro de lamentações. O profeta estava chorando pelos pecadores. Ele estava comovido por tudo que estava ocorrendo. Essa deve ser nossa atitude quando precisamos julgar alguém: precisamos ter os olhos marejados ou pelo pecado de nosso irmão ou pela incredulidade do ímpio.

Conta-se a história de um homem que foi ao pastor de sua congregação dizendo: “Deus falou comigo que algo muito ruim aconteceria com nossa cidade”. O sábio pastor, então, respondeu: “Eu sei que essa revelação não veio de Deus, pois, se ela fosse mesmo d’Ele, você diria isso com lágrimas nos olhos”. Que não caiamos neste mesmo erro.

7. Julgue justamente

Este último ponto resume todos os outros já citados. Cristo nos dá uma ordem: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça" (Jo 7:24). Esse texto deixa claro: devemos, sim, julgar. Porém, somos proibidos de julgar superficialmente, de acordo com as aparências ou com os nossos preconceitos. Só há uma maneira bíblica de julgar: julgando de acordo com a justiça de Deus. Não seja abominável a Deus: “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um como o outro são abomináveis ao SENHOR” (Pv 17:15).

Yago Martins
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Como podemos amar um Deus santo? A resposta mais simples que posso dar a essa questão vital é que não podemos. Isso está além de nossa capacidade moral. Por causa de nossa natureza pecaminosa, só conseguimos amar um Deus não-santo, um ídolo que nós mesmos fabricamos. A menos que sejamos nascidos do Espírito, a menos que Deus derrame seu amor santo em nosso coração, a menos que ele desça em sua graça para mudar-nos, não o amaremos. Ele é quem toma a iniciativa de restaurar nossa alma. Sem ele, não somos capazes de fazer nenhuma justiça. Sem o auxílio dele, estaríamos condenados à alienação eterna da sua santidade. Só podemos amá-lo porque ele nos amou primeiro. Amar a um Deus santo requer graça. Uma graça tão forte que penetre nosso coração endurecido e desperte nossa alma moribunda.

Se estamos em Cristo, já fomos despertados. Fomos ressuscitados da morte para a vida espiritual. No entanto, ainda estamos meio sonolentos e, às vezes, andamos como sonâmbulos. Conservamos um certo temor de nos aproximar de Deus. Ainda trememos aos pés da montanha santa.

Contudo, à medida que aprofundamos nosso conhecimento dele, passamos a apreciar mais sua pureza e a sentir uma dependência mais profunda da sua graça. Aprendemos que ele é totalmente digno da nossa adoração. O fruto do amor crescente por ele é o aumento da reverência pelo seu nome. Nós o amamos agora porque reconhecemos seu amor. E porque vemos sua majestade que o adoramos. E só o obedecemos agora porque seu Santo Espírito habita em nós.

R. C. Sproul
domingo, 12 de junho de 2011
Acabamos de expor o que obtemos em Cristo pela fé. Ouçamos agora o que a nossa fé deve olhar e considerar em Cristo para consolidar-se. Isto está desenvolvido no Símbolo (como é chamado), no qual vemos como Cristo foi feito para nós, pelo Pai, sabedoria, redenção, vida, justiça e santificação.

Pouco importa o autor ou autores que compuseram este resumo da fé, já que não contém nenhum ensino humano, senão que provém dos firmíssimos testemunhos da Escritura. Mas com o fim de que nossa confissão de fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo não perturbe a ninguém, falemos primeiro um pouco dela.

Quando mencionamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo, não imaginamos três deuses; senão que a Escritura e a experiência da piedade nos mostram no Ser único de Deus, o Pai, seu Filho e seu Espírito. De modo que nossa inteligência não pode compreender o Pai sem compreender igualmente o Filho, no qual brilha sua viva imagem, e o Espírito no qual aparece seu poder e força.

Vamos deter-nos, pois, e fixemos todos o pensamento de nosso coração num só Deus. e contudo, contemplemos sempre o Pai com o Filho e seu Espírito.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sábado, 11 de junho de 2011
“Eis o meu servo, a quem sustenho; o meu eleito, em que a minha alma se deleita; pus o meu espírito sobre ele; produzirá juízo entre os gentios. Não clamará, não se exaltará, nem fará com que a sua voz seja ouvida na rua. O caniço ferido não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; produzirá julgamento em verdade” (Is 42.1-3, KJV)

Deus o chama aqui de seu servo. Cristo era o servo de Deus no melhor serviço que já teve, um servo escolhido e seleto que fez e sofreu tudo por comissão do Pai. Nisso podemos ver o doce amor de Deus para conosco, em que ele reputa a obra de nossa salvação por Cristo seu maior serviço, e naquela ele porá seu amado Filho único para tal serviço. Ele bem pode ser chamado de “Amado” para elevar nossos pensamentos ao mais alto grau de atenção e admiração.

Na hora da tentação, as consciências apreensivas olham tanto para o problema presente em que estão, que precisam ser incitadas para contemplar a ele, em quem podem encontrar repouso para suas almas aflitas. Nas tentações, é mais seguro olhar para coisa nenhuma, a não ser Cristo, a verdadeira serpente de bronze, o verdadeiro “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29). Esse objeto salvífico tem uma especial influência consoladora para a alma, especialmente se olharmos atentamente não apenas para Cristo, mas para a autoridade do Pai e seu amor nele. Pois em tudo que Cristo fez e sofreu como Mediador, devemos ver nele Deus reconciliando o mundo consigo (2 Co 5.19).

Que apoio esse para a nossa fé, que Deus Pai, a parte ofendida por nossos pecados, seja assim agradado com a obra de redenção! E que conforto esse, que, vendo o amor de Deus repousar sobre Cristo, que tanto se apraz nele, podemos inferir que ele também se agrada conosco, se estivermos em Cristo! Pois seu amor repousa num Cristo inteiro, no Cristo místico, tanto quanto no Cristo natural, porque ele o ama e a nós com um amor. Que abracemos, portanto, Cristo, e nele o amor divino, e edifiquemos nossa fé com segurança em um tal Salvador que foi provido com uma tão alta comissão.

Richard Sibbes (1577-1635)
In: O caniço ferido, Editora Monergismo
sexta-feira, 10 de junho de 2011
O objetivo deste post é divulgar o mais recente livro do Pr. Franklin Ferreira, autor também de uma excelente Teologia Sistemática.
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De forma bem simples, pode-se dizer que “cosmovisão” é a nossa visão de mundo. “Uma cosmovisão é um comprometimento, uma orientação fundamental do coração, que pode ser expressa como uma história ou um conjunto de pressuposições (hipóteses que podem ser total ou parcialmente verdadeiras ou totalmente falsas), que detemos (consciente ou subconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a constituição básica da realidade e que fornece o alicerce sobre o qual vivemos, movemos e possuímos nosso ser”. Em outras palavras, cosmovisão é um conjunto de crenças básicas que se tornam nosso quadro de referência por meio do qual interpretamos, organizamos e vivemos nossas vidas.

É necessário deixar claro que todas as pessoas têm uma cosmovisão. Se ela é bem articulada ou contraditória, se é consistente ou ilógica, isso é outra questão. Fato é que todos têm uma cosmovisão. E a maior evidência disso é que constantemente interpretamos os eventos ou as realidades que acontecem ao nosso redor a partir dos pressupostos que constituem nossa cosmovisão.

Aqui é necessária uma palavra de cautela: não existem fatos ou dados neutros. Muitas vezes pressupomos que os acontecimentos ao nosso redor, e mesmo os textos que lemos, são autointerpretáveis, isto é, supomos que nossa interpretação deles tem um signifi cado unívoco e inquestionável. Raramente lembramos que muitas vezes confundimos nossa interpretação — tomada como unívoca — com o fato ou com o texto em si. Só que a construção de nosso conhecimento e de nossa interpretação da vida não é tão simples assim. Interpretamos o mundo não a partir dos fatos, mas a partir dos pressupostos. Já chegamos aos textos que lemos e aos fatos ao nosso redor com uma série de pré-compreensões ou hipóteses — verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou falsas, conscientes ou inconscientes, coerentes ou incoerentes — que são comumente chamadas de pressupostos.

Todas as pessoas têm seus pressupostos, e elas vão viver de modo mais coerente possível com estes pressupostos, mais até do que elas mesmas possam se dar conta. Por pressupostos entendemos a estrutura básica de como a pessoa encara a vida, a sua cosmovisão básica, o fi ltro através do qual ela enxerga o mundo. Os pressupostos apoiam-se naquilo que a pessoa considera verdade acerca do que existe. Os pressupostos das pessoas funcionam como um fi ltro, pelo qual passa tudo o que elas lançam ao mundo exterior. Os seus pressupostos fornecem ainda a base para seus valores e, em consequência disto, a base para suas decisões. (Francis Schaeffer, Como viveremos?, p. 11)

São nossos pressupostos que nos guiarão não apenas na interpretação de praticamente tudo que está diante de nós, mas também na forma como interpretamos esses fatos: Há alguma coerência ou mensagem de apelo universal naquilo que lemos? Há alguma lógica que explique o que ocorre ao nosso redor? Ou os fatos da vida são desconexos, sem ligação entre si, e a vida não passa de uma paródia grotesca ou um grande absurdo? É verdade que o significado de um texto só encontra lugar em seu signifi cado para mim, sem importar o signifi cado autoral e a própria história do texto? Ou será que existe a possibilidade de descobrirmos o real e único signifi cado de um determinado texto?

O uso das palavras lógica e coerência é intencional, pois é a partir da busca por uma lógica ou coerência de nossos pressupostos que estabelecemos algum tipo de padrão de interpretação do que ocorre ao nosso redor. A partir dos pressupostos cristãos, afi rmamos que há uma ordem na criação, por isso aplicaremos regras elementares da lógica subordinada à revelação e santifi cada em nossa interpretação do mundo. Justamente o contrário dos não cristãos que acabam dependendo mais de sua intuição, de suas experiências místicas ou daquilo que Martinho Lutero chamou de “porca razão”, a razão autônoma, que supõe poder interpretar o mundo a partir de si mesma, sem referência a nada além dela, muito menos ao Deus transcendente que se revela na Escritura.

Franklin Ferreira
In: Teologia Cristã, Edições Vida Nova
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Portanto, no fim, o racionalismo e o irracionalismo, tão contrários um ao outro no modo de sentir e no estilo, acabam sendo idênticos. O racionalismo dá-nos um conhecimento perfeito – de nada. O irracionalismo deixa-nos ignorantes – de tudo. Ambos são autorrefutatórios, pois nenhum deles pode dar uma explicação inteligível de si mesmo. O irracionalista não pode atestar coerentemente o seu irracionalismo. Similarmente, o racionalista não pode atestar o seu racionalismo; só pode atestar um “puro pensamento”, sem especificar nenhum conteúdo dele.

E, assim, não é surpreendente que o racionalismo e o irracionalismo copiem ideias um do outro para evitar as consequências destrutivas das suas posições. O racionalista, quando procura obter algum conteúdo para o seu “puro ser”, recorre ao irracionalismo. O irracionalista só pode asseverar o seu irracionalismo sobre uma base racionalista – a base da sua própria autonomia.

Dessa maneira, essas posições se destroem a si mesmas e uma à outra, e, todavia, elas também precisam uma da outra. Elas fornecem muitas ferramentas para o apologista cristão, e é muito apropriado ao apologista cristão confrontar o racionalista com a sua dependência do irracionalismo, e viceversa, e demonstrar que cada um deles é autodestrutivo. Mas, naturalmente, se esta destrutividade não for substituída pela verdade, o nosso testemunho não prestará ajuda nenhuma.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal. (Gn 6:5)

O texto bíblico apresenta o triste diagnóstico da humanidade nos dias de Noé. O pecado havia tomado proporções tais que “o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra; e isso cortou-lhe o coração” (Gn 6:6). A iniquidade se multiplicara grandemente. Porém, a maldade manifesta nada mais era que a consequência de algo que estava no íntimo de cada indivíduo, a depravação total, a qual afeta a todos os descendente de Adão. Do verso em destaque podemos aprender que: 

A depravação humana é antiga, tanto historicamente quanto na experiência individual. Gênesis é o primeiro livro da Bíblia e apresenta os primórdios da humanidade. E nessa época já descrevia a situação do homem como sendo afetada drasticamente pelo pecado. Outro livro, talvez mais antigo que Gênesis avalia o homem dizendo “que é impuro e corrupto, e que bebe iniqüidade como água” (Jó 15:16). Desde que nossos primeiros pais pecaram, nossa natureza foi corrompida e sempre nos inclinamos para o que é contrário à vontade de Deus. Na história individual, não é diferente. A depravação se manifesta precocemente: “o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a infância” (Gn 8:21). O que Davi diz do ímpio pode ser dito dos homens em geral: “erram o caminho desde o ventre; desviam-se os mentirosos desde que nascem” (Sl 58:3). 

A depravação humana é total. A totalidade da depravação é explicitada pelos termos “toda” e “sempre” e “somente”. Sempre refere-se ao tempo, o homem pensa o mal o dia todo.Todo inclui todos os desígnios de seu coração como sendo maus. E somente exclui qualquer capacidade de que ele faça outra coisa senão pecar. Depois de passar em revista todos os homens, Deus conclui que “todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Sl 14:3). Nenhum filho de Adão escapa dessa avaliação negativa, Paulo demonstra “que tanto judeus quanto gentios estão debaixo do pecado” (Rm 3:9). 

A depravação humana é profunda. O texto descreve a maldade dos contemporâneos de Noé como incluindo casamentos mistos e violência. Mas isso era a ponta do iceberg. A depravação lança suas raízes no mais íntimo das pessoas. Os pensamentos de seu coração é que eram maus e determinavam o comportamento iníquo. O coração representa a essência do homem e dele é que procedem as atitudes e comportamento humanos. O problema consiste em que  “o coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável” (Jr 17:9) e é dele que “saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15:19). Sendo o coração a sede da depravação, todas as faculdades do homem são por ela afetadas, de modo que nenhum aspecto da natureza humana foge da corrupção que a assola. 

Sendo afeta a todos os homens, de todos os tempos e idades, a depravação torna o evangelho necessário, pois somente ele “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego” (Rm 1:16). Uma reforma exterior ou uma mudança de atitude é ineficaz, além de impossível. “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal” (Jr 13:23). É preciso mais que auto-determinação. É necessária uma transformação que comece no interior, no coração. 

Porém, essa mesma depravação que requer um poder atuante para que o homem seja tirado dela é, ela própria, um obstáculo à aceitação do evangelho. Pois a pregação precisa ser ouvida, entendida e recebida no coração. Mas o homem, a priori odeia o conteúdo e rejeita a loucura da pregação. Seus coração está indisposto às coisas espirituais, seu ouvidos surdos para os convites do evangelho, seus olhos cegos para perceber sua triste realidade e suas mãos travadas para que não possa estendê-la a Deus. Estando o homem neste estado, ou Deus faz tudo o necessário para salvá-lo ou ele não se salvará de modo algum. 

E é isso que Deus faz. “Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês” (Ez 36:26) é a promessa feita. Essa renovação do coração é imprescindível, pois “com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação” (Rm 10:10). Essa renovação do coração também é chamada de novo nascimento e “ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (Jo 3:3). Mas o novo nascimento é operado exclusivamente por Deus, sem o concurso da vontade humana, pois os nascidos de novo “não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus” (Jo 1:13). 

Temos assim que a depravação é total por abranger todas as faculdades, de pessoas e em todas as épocas. Sua sede está no coração do homem e por isso ele é incompletamente incapaz de se livrar dela e fazer o bem aceitável diante de Deus. O único remédio para o homem é nascer de novo e isto somente é possível pelo poder de Deus, cuja operação é pela graça e antecede qualquer ato da vontade humana. Assim, toda glória pela transformação de um depravado num santo é devida unicamente a Deus!

Soli Deo Gloria
domingo, 5 de junho de 2011
Não se pode duvidar de que as boas obras que procedem de uma consciência purificada sejam agradáveis a Deus: ao reconhecer em nós sua própria justiça, não pode menos que aprová-la e estimá-la. 

Não obstante, devemos procurar cuidadosamente não deixar-nos arrastar por uma vã confiança nas boas obras de modo tal que esqueçamos a justificação pela só fé em Cristo. Pois a única justificação das obras que existe claramente de Deus é a que corresponde a sua justiça. Para quem quer ser justificado pelas obras, não basta, portanto, realizar boas obras, senão que necessita mostrar uma perfeita obediência à Lei. E até os que melhor e mais que os outros adiantaram na Lei do Senhor, estão ainda muito longe desta perfeita obediência.

Mais ainda: incluso se a justiça de Deus quiser contentar-se com uma única boa obra, não encontraria o Senhor em seus santos essa única boa obra merecedora de fazer o elogio da justiça. Pois, por mais estranho que pareça, é absolutamente certo que nem uma única obra procede de nós com absoluta perfeição e sem estar obscurecida com alguma mácula.

Eis aqui o por quê, sendo todos pecadores, e estando maculados com inúmeras marcas de pecado, temos que sermos justificados desde fora. Sempre, pois, temos necessidade de Cristo para que sua perfeição cobra nossa imperfeição, para que sua pureza lave nossas manchas, para que sua obediência apague nossa injustiça, para que, finalmente, sua justiça nos seja gratuitamente imputada, sem consideração alguma a nossas obras, cujo valor não pode subsistir ante o juízo de Deus.

Mas quando nossas manchas —que de outro modo contaminam nossas obras ante Deus— são cobertas deste modo, o Senhor não vê em nossas obras mais que uma absoluta pureza e santidade. Por isso as honra com grandes títulos e elogios. As chama de justas e as têm por tais. Promete-lhes uma imensa recompensa.

Em resumo, temos que concluir que a comunhão com Cristo tem tal valor que, precisamente por ela, não só somos justificados gratuitamente, senão que, além disso, nossas obras são tidas por justas e recompensadas com uma remuneração eterna.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Não é por falta de criatividade que as igrejas deixarão de arrecadar dinheiro dos seus fiéis. Maior exemplo de inovação é o missionário R.R.Soares, líder da Igreja Internacional da Graça, que acaba de lançar uma nova modalidade de coleta de dízimo, por meio de débito automático em conta-corrente. Segundo Soares divulgou em seu programa na Band, o membro da igreja poderá fazer suas doações mensalmente de forma mais prática. Para isso o fiel deve preencher um cadastro nos sites da igreja e passar seus dados bancários.

É o doador, afirma Soares, quem decide quanto quer doar. Quem se cadastrar, diz ele, ganha "um brinde de Jesus", sem dizer o que é.

O missionário garante ainda que, se por acaso o doador não tiver saldo num determinado mês para dar o dízimo automático, ele não será debitado e "o fiel não será incluído no SPC ou no Serasa". A doação mensal voltará a ser debitada no mês seguinte, sem acumular a que não foi paga.

Para criar o "dízimo em conta corrente", a Igreja Internacional da Graça firmou parceria com Itaú, Banco do Brasil e Bradesco.

"Heaven Card"

Além do dízimo automático, o pastor R.R.Soares também lançou o cartão de crédito da Igreja Internacional da Graça de Deus. Entre outras vantagens, o cartão permite pagar as compras "em até 40 dias, financiar no crédito rotativo e fazer saques de emergência no Brasil e exterior".

Segundo a igreja, o cartão "é mais uma forma de você contribuir com as ações e obras sociais da igreja". Além da Internacional da Graça, a Universal e a Mundial também aceitam o pagamento de dízimos e doações por meio de cartão de crédito e débito. As operações são legais.

Romildo Ribeiro Soares, 64, é cunhado de Edir Macedo (casado com a irmã de Macedo, Maria Magdalena) e co-fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Deixou o parente por suposta divergência no final dos anos 70 e criou sua própria igreja em 1980.

Sua igreja tem negócios com várias emissoras, de quem compra horários, e também é proprietária de uma operadora de TV paga, cujos pacotes não oferecem nenhum canal que exiba cenas de violência, erotismo ou tenha linguajar chulo. 

Fonte: Folha
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Doe-se de uma maneira renovada a Deus e ao serviço dele, e ele lhe dará o desejo e o poder para descortinar seus tesouros; o doar-se a ele pode ser por meio de bens, do tempo, do serviço pessoal, ou da própria vida.

Nas provisões dele, há lugar para tudo: as lágrimas do penitente, o pão de cevada da criança, as duas pequenas moedas de cobre da viúva, as economias dos filipenses que viviam em “extrema pobreza”, como também Maria, que ungiu Jesus com perfume, a terra de Barrabás, o ouro, o incenso e a mirra dos magos do oriente.

E se a visão de Cristo estiver diante de seus olhos e o amor de Cristo em seu coração, o homem de fortuna doará sua grande oferenda, o homem de erudição, sua sabedoria comprada a alto preço, o homem de negócios seu prazer conquistado a muito custo, tudo isso para a glória de Deus, para o benefício de seu companheiro, para a igreja ou para o pobre; para alimentar o faminto, para ensinar o ignorante, para ajudar os que enfrentam lutas, para guiar o errado; e cada dom será bem recebido por ele, que deu a si mesmo por nós e que, em troca, pede que nos demos a ele em sacrifício vivo.

John Ellerton
In: Refrigério para a alma, editora Vida Nova