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quinta-feira, 31 de maio de 2012
Nada  há  que a natureza humana mais cobice que ser afagada de  lisonjas.  E,  por  isso, onde ouve seus predicados revestir-se  de  grande  realce,  para  esse rumo propende com demasiada credulidade.  Portanto,  não  é de admirar que, neste ponto, se haja  transviado,  de  maneira profundamente danosa, a maioria esmagadora  dos homens. 

Ora, uma vez que é ingênito a todos os mortais  mais do que cego amor de si mesmos, de muito bom grado  se  persuadem  de  que nada neles existe que, com justiça, deva  ser  abominado.  Destarte, mesmo sem influência de fora,  por  toda  parte  obtém crédito esta opinião de todo vã: que o homem  é  a si amplamente suficiente para viver bem e venturosamente. 

Daí, porque tem sido, destarte, acolhido com o grande  aplauso de quase todos os séculos cada um que, com seu encômio,  haja mui favoravelmente exaltado a excelência da natureza  humana (...). Portanto,  se alguém dá ouvidos a tais mestres que nos detêm  em somente mirarmos nossas boas qualidades,  não avançará no conhecimento de si próprio, ao contrário, precipitar-se-á na mais ruinosa ignorância.

João Calvino
In: As Institutas da Religião Cristã
quarta-feira, 30 de maio de 2012

O verdadeiro cristão persevera em sua obediência a Deus através de todas as dificuldades enfrentadas, até ao fim de sua vida. As Escrituras ensinam de modo completo que a verdadeira fé persevera; vejam, por exemplo, a parábola do semeador (Mat. 13:3-9, 18-23).

O ponto central enfatizado pelas Escrituras na doutrina da perseverança é que o verdadeiro cristão mantém-se acreditando e obedecendo, a despeito dos vários problemas que encontra. Deus permite que esses problemas surjam nas vidas das pessoas que se proclamam cristãos a fim de testar a verdade de sua fé. Então torna--se claro para eles, e muitas vezes para os outros, se realmente estão levando a sério seu relacionamento com Cristo. Esses problemas são às vezes de ordem espiritual, como uma tentação particularmente sedutora. Às vezes as dificuldades são de ordem externa, como os insultos, zombaria e perda de posses a que nosso cristianismo possa nos expor. O sinal do verdadeiro cristão é que ele persevera através desses problemas e dificuldades, mantendo-se leal a Cristo.

Eis alguns textos que relatam o exposto. "Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata. Tu nos deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas; fizeste que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, porém, afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso" (Sal. 66:10-12). "Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que os amam" (Tg. 1:12). "Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Apoc. 2:10).

Admito que os verdadeiros cristãos podem se tornar espiritualmente frios, cair em tentação e cometer grandes pecados. Entretanto, nunca podem cair tão totalmente que se cansem de Deus e da obediência, e assentar-se num desagrado deliberado pelo cristianismo. Nunca podem adotar um modo de vida no qual outra coisa se jamais importante que Deus. Nunca podem perder inteiramente sua distinção do mundo incrédulo, ou reverter exatamente ao que eram antes de sua conversão. Se esse é o resultado dos problemas num cristão professo, fica demonstrado que nunca foi um verdadeiro convertido! "Eles saíram de nosso meio, entretanto não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos" (I Jo. 2:19).

Jonathan Edwards
terça-feira, 29 de maio de 2012

O salvo, habitação do Espírito, vê transformada sua vida pelas misericórdias de Deus. Grato, perenemente louva o Redentor, onde quer que se encontre e em qualquer atividade que realize. Todo crente verdadeiro é um escravo (doulos) de Cristo, um diácono, um adorador, podendo dizer com o irmão Paulo, o apóstolo: Já não sou eu mais quem vive; mas Cristo vive em mim ( Gl 2.20 ).

Gratidão e consagração não se separam. A verbalização do louvor perde o sentido se não tiver a produzi-la uma vida consagrada ao Senhor. Muitos cantam bonito, mas não são belos dizimistas, e o testemunho, não raro, é muito feio. Isto significa que querem que Deus a eles se consagre, mas, na verdade, não se consagram a Deus, nem no mínimo, num pouquinho de sua produção, apenas dez por cento, que, na realidade, pertence ao Criador e doador de Tudo. O louvor de lábios, por mais lindo, comovente, animado e estridente que seja, sem dedicação pessoal a Cristo e sem consagração ao Evangelho e à Igreja, não passa de canto comum e vã sonorização.

Autor Desconhecido
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Temos posto a nossa esperança no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem. 1Tm 4:10 TB
Na falta de versículos que declarem o livre-arbítrio do homem e fazendo pouco caso das várias declarações bíblicas da eleição graciosa e soberana, os arminianos gostam de desafiar os monergistas a explicar passagens que apresentam alguma dificuldade para o esquema calvinista. E é claro, não negamos a existência de dificuldades e reconhecemos que nem sempre temos uma explicação que as remove completamente. Porém, permanece o fato de que o peso das evidências bíblicas em favor da soberania divina na salvação é algo esmagador.

O texto em epígrafe é um dos que apresentam certa dificuldade, embora não seja insuperável. O texto diz que Deus “é o Salvador de todos os homens”, no que enseja muitos a verem nele uma declaração positiva do universalismo, seja real ou hipotético. De qualquer modo, uma explicação universalista não é a única possível, na verdade é a menos provável. 

Paulo usa dez vezes o termo Salvador nas pastorais, seis delas em referência a Deus Pai. Em nove vezes o termo é um título (soteros), mas em uma delas, exatamente no verso em questão, é um predicativo (soter). Creio que isto coloca a ênfase na pessoa de Deus e dá força ao que Ele faz. Quando o texto diz que Deus "é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem", está declarando o que Ele efetivamente faz, não o que pode fazer. Dizer que Deus é o Salvador potencial de todos os homens e o Salvador real dos crentes não faz justiça à força da expressão paulina.

Consideremos a hipótese de que Deus é o Salvador no sentido de levar a pessoa para o céu. Temos duas dificuldades aqui. A primeira, é que todos os homens serão levados para o céu, mesmo aqueles que não creem em Cristo, pois Deus é o Salvador de todos eles. A segunda é que a frase "especialmente dos que crêem" fica vazia de sentido, pois se o descrente é levado para o céu, como o crente pode ser "especialmente" levado ao mesmo céu?

Uma explicação mais simples, ao meu ver, pode ser encontrada a partir do significado mais amplo de Salvador e dos versos anteriores, especialmente o 8. A palavra soter também significa libertador, preservador, como atestam inúmeros especialistas. E o verso 8 faz referência à "vida presente e da que há de vir". Neste contexto, é coerente entender que Deus é o Doador e o Preservador da vida de todos os homens, uma vez que "nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17:28). E no que diz respeito aos crentes, o cuidado de Deus é especial, pois inclui não apenas suas necessidades físicas, mas também e especialmente seu bem estar espiritual.

Estou ciente que muitos entendem que Deus é o Salvador de todos os homens no sentido de intencionar levar a todos para o céu. Mas isso torna Deus um Salvador potencial, e não um Salvador de fato. E como vimos, o termo Salvador como predicativo requer mais do que apenas querer fazer alguma coisa, mas se refere a quem efetivamente o faz.

Soli Deo Gloria
domingo, 27 de maio de 2012

A fé é o dom de Deus, produzida nos corações dos eleitos pelo Espírito de Deus; por meio de quem chegam a ver, conhecer e crer na verdade das Escrituras, e as excelências dela por cima de toda outra escritura e coisas do mundo, porque manifestam a glória de Deus em seus atributos, a excelência de Cristo em sua natureza e em seus ofícios, e o poder da plenitude do Espírito em suas obras e operações; e assim podem descansar suas almas sobre a verdade que têm crido.

Artigo 22
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sexta-feira, 25 de maio de 2012

O chamado do evangelho precisa ser entregue a todas as pessoas. A Bíblia não deixa dúvida sobre isso. Na Grande Comissão, Jesus disse aos seus discípulos e à igreja de todas as eras: "Vá e faça discípulos de todas as nações". Ainda que as igrejas de persuasão reformada têm afirmado a doutrina da eleição incondicional (de que Deus tem escolhido seu povo graciosamente desde antes da criação do mundo) e a expiação limitada (que Cristo expiou os pecados daqueles que foram escolhidos como seu povo), essas igrejas têm também — com exceções ocasionais — afirmado que a oferta do evangelho deve ser entregue a todos os ouvidos do mundo.

A Escritura claramente ensina que o evangelho precisa ser pregado a todos. Se podemos ajustar isso com a eleição particular, é outra questão. Mas a regra para nossa pregação deve ser a vontade de Deus revelada. Em última análise, cabe a Deus harmonizar o predeterminado resultado da pregação do evangelho com a oferta geral da salvação. Somos limitados aos meios que Deus prescreveu para conduzir pessoas à salvação. E o meio mais importante é a pregação do evangelho.

A vocação evangélica pode ser definida assim: a oferta da salvação em Cristo a pessoas, junto com um convite para vir a Cristo em arrependimento e fé, para que recebam o perdão dos pecados e a vida eterna.

Anthony Hoekema
In: A vocação do evangelho
quinta-feira, 24 de maio de 2012
1. Profissionalismo ministerial e espiritualidade mercantil. A primeira conseqüência danosa que a Teologia da Prosperidade causa pode ser vista nos púlpitos. O ministério que anteriormente era vocacional tornou-se, em alguns círculos, algo meramente profissional. Os pastores passaram a ser vistos como executivos bem-sucedidos! O pastor agora é visto como um profissional liberal e não como um ministro de Deus. Segundo a Teologia da Prosperidade, ele não mais pastoreia (1 Pe 5.2), mas gerencia sua igreja. A igreja passa a ter a mesma dinâmica administrativa de uma grande empresa. A fé tornou-se um bem de consumo e os adoradores foram alçados a consumidores. Já existem denominações que contratam institutos de pesquisas para verificar se abrir uma igreja em determinado bairro é viável. Pode ser que não seja lucrativo (1 Tm 6.5)!

2. Narcisismo e hedonismo. O narcisista é aquele que só pensa em si e nunca nos outros (Fp 2.4). A Teologia da Prosperidade tem gerado milhares de crentes narcisistas. Estão morrendo e matando uns aos outros. Já o hedonista é aquele que vive em função dos prazeres.

3. Modismos e perda de ideais. De vez em quando aparece uma nova onda no meio dos crentes. São modismos teológicos para todos os gostos. Antes era o cair no espírito, a unção do riso, etc. Atualmente a lista está bem maior. Outra conseqüência terrível da Teologia da Prosperidade é a perda dos ideais cristãos. Ao criar essa mentalidade de mercado e transformar os crentes em consumidores, a Teologia da Prosperidade acabou esvaziando os ideais do Reino de Deus. Para que buscar o perfeito estado eterno se é possível possuir tudo agora? A escatologia bíblica é trocada por uma teologia puramente utilitarista (Mt 6.33; Cl 3.2).

Josué Gonçalves
In: Lições Bíblicas CPAD, Primeiro Trimestre 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012


Tudo isso foi relatado para nos ensinar que até mesmo apóstolos, quando não escrevem sob a inspiração do Espírito Santo, estão sujeitos ao erro. Esses versos tem o intuito de nos ensinar que mesmo os melhores homens são fracos e falíveis enquanto estiverem em seus corpos. Se não fosse a graça de Deus sustentando-os, qualquer um deles poderia se deixar levar a qualquer momento. Isso pode ser humilhante, mas é a verdade.

Verdadeiros cristãos são convertidos, justificados e santificados. Eles são membros vivos de Cristo, os amados filhos de Deus e herdeiros da vida eterna. Eles são eleitos, escolhidos, chamados e guardados para a salvação. Eles tem o Espírito, mas não são infalíveis.

Posição e dignidade não garantem infalibilidade? Não, não garantem! Não importa como um homem é chamado, ele pode ser czar, imperador, rei ou príncipe, pode ser pregador, ministro ou diácono. Ainda assim, ele é falível. Nem a coroa, nem o óleo sagrado, tampouco a imposição das mãos, podem precaver um homem de cometer erros.

Números não garantem infalibilidade? Não, não garantem! Você pode reunir príncipes em grande número, assim como centenas de ministros, entretanto, mesmo estando reunidos, estão sujeitos ao erro. Você pode chamar de conselho, assembleia, conferência ou seja lá o que for. Não importa. Suas conclusões ainda serão conclusões de homens falíveis. A sabedoria coletiva é capaz de cometer erros gritantes.

J. C. Ryle

PS. Você pode fazer o download gratuito, e é recomendável que faça, deste e de outros e-books completos, no site do Projeto Ryle.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Peregrino, inspirado na obra de John Bunyan

O maior conforto do cristão é saber, existencialmente e por revelação, que sua bastardia terminou; não é "pessoa de rua", sem lar, sem paternidade, sem segurança, sem perspectiva para o futuro. Agora, é filho de Deus, herdeiro do Reino dos céus, protegido pela graça de seu Pai. E isto lhe dá, pelas Escrituras Sagradas e pelo Espírito Santo, que nele habita, a certeza da vida eterna e uma vontade irresistível de proclamar a bênção recebida a todas as pessoas com as quais se encontrar. Ser de Cristo é, para o crente verdadeiro, o maior, inigualável e insuperável consolo que a misericórdia de Deus lhe propiciou.

O crente não se pertence, é propriedade exclusiva de Cristo, por ele regenerado, protegido e dirigido. O trânsito do servo de Deus por este mundo, ele sabe, é muito curto e irrepetível, embora trabalhoso e, em alguns momentos, extremamente penoso. Tudo, porém, suporta com amor, esperança e fé, sabendo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória do mundo vindouro (Rm 8:18-19).

Autor Desconhecido
domingo, 20 de maio de 2012

Cristo Jesus, por sua morte, produziu a salvação e a reconciliação somente para os eleitos; os quais são aqueles a quem Deus o Pai lhe deu. O evangelho que é pregado a todos os homens como a base da fé é: que Jesus é o Cristo, o Filho do sempre bendito Deus, pleno de toda perfeição das celestiais excelências espirituais; e que a salvação somente e unicamente pode ser obtida pela fé no seu nome.

Artigo 21
Primeira Confissão Londrina, 1642/44

sábado, 19 de maio de 2012
Já escrevi sobre a Bíblia eletrônica The Word e como instalar módulos. É um software excelente. Infelizmente, são poucos os módulos disponibilizados em Português, eu mesmo só conheço o trabalho do blog Bíblia The Word Brasil, que disponibiliza material em nossa língua.

Por isso, vou dedicar um pouco de tempo para converter algumas obras em módulo TW. E na medida em que for conseguindo, publicarei aqui. Mas só os que eu converter. Para uma maior quantidade e variedade, visite o site acima.

sexta-feira, 18 de maio de 2012
Adão, em sua queda, foi despojado de sua justiça original, sua razão foi obscurecida, sua vontade, pervertida, e que, sendo reduzido, a este estado de corrupção, trouxe filhos ao mundo semelhantes a ele em caráter. Se porventura alguém objetar, dizendo que essa geração se confina aos corpos, e que as almas jamais poderão derivar uns dos outros algo em comum, eu responderia que Adão, quanto em sua criação foi dotado com os dons do Espírito, não mantinha um caráter privativo ou isolado, mas que era o representante de toda a humanidade, que pode ser considerado como tendo sido dotado com esses dons em sua pessoa; e deste conceito necessariamente se segue que, quando ele caiu, todos nós, juntamente com ele, perdemos nossa integridade original.

João Calvino
In: O livro dos Salmos
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Como cristãos informados pela Palavra de Deus, percebemos que o mundo não pode interpretar-se a si próprio. O verdadeiro conhecimento do ‘eu’ envolve primeiro o ouvir Deus falar na Escritura. Os cristãos também têm concluído que o valor da vida de uma pessoa não depende da capacidade de examinar-se a si mesma em termos de alguma filosofia, mas do lugar que a pessoa tem no plano de Deus. Contudo, o auto-exame é tão difícil agora como sempre foi, e todos nós temos áreas em nossa vida que não examinamos bem de perto. As pressuposições ainda determinam nossos destinos, mesmo a despeito de alguma inconsistência no caminho.

R.K. McGregor Wright
In: A Soberania Banida: Redenção para a cultura pós-moderna,  Editora Cultura Cristã.
terça-feira, 15 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012

Este reino será plenamente aperfeiçoado quando Ele vier pela segunda vez com glória para reinar entre seus santos; e para ser admirado por todos os que creem; quando derrubará todo reino e autoridade e os porá sob seus pés; para que a glória do Pai possa ser plena e perfeitamente manifestada em Seu Filho, e a glória do Pai e do Filho em todos seus membros.

Artigo 20
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sábado, 12 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012

A fé não verdadeira sempre dá um jeito no caso de Deus falhar. A fé verdadeira somente conhece um caminho e com alegria deixa-se ser desprovida de quaisquer saídas alternativas ou expedientes substitutos. Para a verdadeira fé, ou é Deus ou é total colapso. E desde o primeiro dia de vida de Adão até hoje, Deus nunca foi infiel para quem quer que nele tenha confiado.

Os que têm uma fé não verdadeira poderão lutar por sua crença verbal, mas positivamente se recusarão a se deixarem envolver numa situação difícil em que o futuro dependa de ser verdadeira a sua fé. Eles sempre se provêem de modos alternativos para escaparem caso o teto venha a desabar.

Do que precisamos hoje em dia é da companhia de cristãos que estejam preparados para confiar em Deus de forma tão completa agora como sabem que terão de confiar no último dia. Para cada um de nós com certeza está por chegar o dia em que nada teremos, a não ser Deus. A saúde, a riqueza, os amigos e os nossos esconderijos terão sido varridos de nossa vida, e teremos apenas Deus. Para os que têm uma fé não verdadeira isso é um pensamento terrível, mas para os de fé verdadeira é um dos pensamentos que mais conforto trazem ao coração.

A. W. Tozer
In: Este mundo: lugar de lazer ou campo de batalha?
terça-feira, 8 de maio de 2012
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Se o pecado é o maior mal, então é a maior misericórdia do mundo ficar livre do pecado. Quanto maior o mal, maior é a misericórdia para se livrar dele. Ora, o pecado é o maior mal. Portanto verão esse livramento como a suprema misericórdia que vem através de Cristo: "E Ele se chamará JESUS, pois, salvará seu povo de seus pecados". (Mat. 1:21). Como se todas as outras coisas vindas através de Cristo estivessem incluídas nesta, "Ele salvará seu povo de seus pecados". Ele não diz que salvará Seu povo do inferno, mas do pecado; de nenhum outro mal no mundo, e esta é a maior misericórdia.

Quando Deus quis declarar-Se de forma suprema, ou mesmo expressar Seu maior pensamento de misericórdia que jamais viera ao Seu coração, quando Ele quis manifestar a maior obra da Sua misericórdia que ela haveria de operar, Ele disse nada mais do que isto: "Ele salvará seu povo de seus pecados". O pecado foi o mal máximo, e portanto, salvar-nos do pecado foi o maior bem. E por isso Davi no Sal. 32:1-2, declara: "Bem-aventurado é aquele cuja iniqüidade é perdoada, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado é o homem a quem o Senhor não imputa pecado".

Na verdade, temos pensamentos insignificantes, pensamentos mesquinhos sobre o perdão do pecado, e a razão é porque temos pensamentos superficiais sobre o pecado. Entretanto, se Deus abrisse nosso entendimento e nos fizesse ver a imensidade e a amplitude do mal do pecado, e se Ele juntasse o sentido do tato ao da visão e nos fizesse sentir o que é o pecado; se Ele deixasse a menor faísca de Sua ira cair sobre nosso espírito, por causa do pecado, isso faria nossas faces cobrirem-se de carvão. Rapidamente mudaríamos nosso tom e diríamos: "Oh, abençoados sejam para sempre todos aqueles cuja iniqüidade é perdoada e cujos pecados são cobertos".

Samuel Bolton
In: Os puritanos e a conversão
domingo, 6 de maio de 2012

Quanto ao seu ofício real, Cristo, sendo ressuscitado dos mortos e ascendido ao céu, e tendo todo o poder no céu e na terra, tem governado espiritualmente a sua igreja e exerce poder sobre todos, anjos e homens, bons e maus, para a preservação e a salvação dos eleitos, superintendendo e destruindo seus inimigos. Por este poder real ele tem aplicado os benefícios, as virtudes e os frutos de sua profecia e sacerdócio a seus eleitos, subordinando os pecados deles, preservando e ajudando-lhes em todos seus conflitos contra Satanás, contra o mundo e contra a carne. Ele guarda seus corações na fé e no temor filial por seu Espírito. Por este, seu grande poder, tem reinado sobre os vasos de desonra, usando-os, limitando-os e restringindo-os, como lhe pareça bem a sua sabedoria infinita.

Artigo 19
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
quarta-feira, 2 de maio de 2012
João Wesley sabia que era necessário ter um padrão objetivo para uma espiritualidade genuína. Para ele, o padrão era a Bíblia. Ele estava comprometido com a centralidade e autoridade das Escrituras. Apesar de ter lido centenas de livros sobre vários assuntos, Wesley continuamente referia-se a si mesmo como um homo unis libri (homem de um único livro). Embora tivesse publicado aproximadamente seiscentas obras sobre vários temas, ele resolutamente mantinha a posição de não permitir qualquer regra, fosse ela de fé ou de prática, que não fosse a Escritura Sagrada. No prefácio de seu livro Sermões Principais, Wesley exclama: "Oh, dai-me esse livro! A qualquer preço, dai-me o livro de Deus!... eis nele sabedoria suficiente para mim".

Wesley confirmava esta exclamação com um admirável exemplo de fidelidade ao estudo da Bíblia. Por 65 anos, a Bíblia foi a sua companheira diária na vida de fé. Ela era o seu principal guia para uma vida santa. Como herdeiros de Wesley, precisamos fazer uma clara afirmação da autoridade das Escrituras, não como uma fonte entre várias outras, mas como a norma para a conduta e pensamento do cristão. Precisamos declarar que a Bíblia é o padrão pelo qual os resultados da tradição, razão e experiência são avaliados.

Ao mesmo tempo, é importante lembrarmos que, para Wesley, o principal valor da Escritura não se resumia à sua utilidade como um modelo frio e objetivo. Antes, ele via o valor primário da Bíblia na sua peculiar habilidade de levar homens e mulheres a um encontro com o Deus Todo-Poderoso. Assim, podemos afirmar que o valor principal da Escritura (compreendido corretamente) é devocional.

Steve Harper
In: Vida devocional na tradição wesleyana
terça-feira, 1 de maio de 2012
Primeiro, Deus criou os seres humanos para trabalhar. Considere os dois relatos da criação nos primeiros capítulos de Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus criou os seres humanos como macho e fêmea para ‘dominarem’ sobre toda a terra. Dois versículos mais adiante, Deus abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhe que ‘sujeitasse’ a terra e ‘dominasse’ sobre todos os seres vivos (o que, a propósito, não lhe deu licença para destruir o meio ambiente [...]). O ‘domínio’, que só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os seres humanos (não o único propósito, mas um propósito). Que isso esteja mencionado aqui explicitamente é, sem dúvida, significativo. O trabalho, podemos concluir, pertence essencialmente à própria natureza dos seres humanos conforme originalmente criados por Deus. Isto é porque encontramos realização pessoal no trabalho significativo, e, por outro lado, se não podemos trabalhar achamos que nossa vida é vazia e sem sentido.

Segundo, nós trabalhamos porque Deus nos dota e nos chama a trabalhar. É de se esperar que o Deus que criou os humanos para trabalhar, também lhes desses talentos para realizar as várias tarefas e os chamasse para estas tarefas. E é exatamente isto que encontramos no Antigo Testamento. O Espírito de Deus inspirou os artesãos e artistas que projetaram, construíram e adornaram o Tabernáculo e o Templo. ‘Eis que o Senhor tem chamado por nome a Bezalel. [...] E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício. [...] Também lhe tem disposto o coração para ensinar a outros’ (Êxodo 35.30-34). ‘E deu Davi a Salomão, seu filho, [...] o risco de tudo quanto tinha no seu ânimo, a saber: dos átrios da Casa do SENHOR’ (1 Cr 28.11,12). Além disso, a Bíblia diz frequentemente que os juízes e reis de Israel faziam suas tarefas sob a unção do Espírito de Deus (veja Juízes 3.10; 1 Samuel 16.13; 23.2; Provérbios 16.10).

Quando chegamos no Novo Testamento, a primeira coisa que notamos é que todo o povo de Deus é dotado e chamado para fazer várias obras pelo Espírito de Deus (veja Atos 2.17; 1 Coríntios 12.7), e não apenas as pessoas especiais como os artesãos do Templo, reis ou profetas. Colocado no contexto do novo concerto, as passagens do Antigo Testamento citadas há pouco provêem ilustrações bíblicas para uma compreensão carismática de todos os tipos básicos de trabalho humano: Todo o trabalho humano, quer seja complicado ou simples, é possibilitado pela operação do Espírito de Deus na pessoa que trabalha” 

PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.227,28