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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Enfrentamos uma crise sem precedentes, de proporções epidêmicas. Em seu âmago, é uma crise de autoridade. Todas as formas de autoridade, ordenadas por Deus, oscilam e caminham para o colapso. As bases da sociedade acham-se fendidas e desmoronam-se ruidosamente. Não há autoridade que não esteja sendo questionada.

John Stott escreve: “Raramente em sua longa história, o mundo presenciou tamanha revolta contra as autoridades. Toda e qualquer autoridade é contestada. Qualquer coisa que cheire à autoridade é hostilizada”.

A autoridade divina na família está sitiada. Homens abandonam suas responsabilidades no lar. O feminismo radical ataca o papel tradicional da mulher, ridicularizando a ordem e a submissão recomendadas por Deus. A autoridade paterna é corroída por uma cultura ímpia, fazendo surgir uma geração indisciplinada.

A autoridade de Deus no Estado também está sendo atacada. Músicas gritam palavras de ódio. Comunidades amarguradas tumultuam as ruas para protestar. A autoridade de Deus no trabalho vem sendo, de igual modo, criticada. Sindicatos unem-se em greve, e formam piquetes. Exempregados processam ex-patrões, mesmo justamente demitidos. A autoridade de Deus nas salas de aula está ameaçada. Estudantes hostilizam professores, até mesmo ameaçando-os de morte. Professores lutam contra a direção das escolas.

Todavia, o mais trágico são as crises que se agravam na Igreja. A autoridade divina é vilipendiada. Martyn Lloyd-Jones escreve: “A fonte de confusão sobre autoridade está na própria Igreja. As coisas no mundo acham-se neste estágio, porque a Igreja abandonou sua autoridade”.

Seminários, pastores e denominações estão abandonando a autoridade da Palavra de Deus. As inspiradas Escrituras tornam-se rapidamente, para os tais, frágeis opiniões e místicas histórias de um livro antigo e fora de moda. Igrejas que criam na Bíblia, começam a fincar-se em tradições meramente humanas.

A liderança pastoral está sendo subvertida. O senhorio de Jesus Cristo, rejeitado. Reconhecer seu soberano domínio é tido como opcional por muitos movimentos. O mesmo ocorre no que tange à salvação e à santificação.

O âmago de toda esta crise, quer no Estado, família, trabalho, escola ou Igreja, é a questão da submissão à autoridade divinamente estabelecida. Se a sociedade e a Igreja querem atuar corretamente, precisam submeter-se à autoridade de Deus.

Steven J. Lawnson
Alerta Final
quarta-feira, 27 de junho de 2012

Todos os seres humanos estão perdidos; não há exceção. Um pecador, na mesma situação dos demais, não pode salvar seus semelhantes e, muito menos, a si mesmo. Somos todos cegos, paralíticos, indefesos; e ainda mais: mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1). Não sabemos, pela nossa sapiência, de onde viemos e para onde vamos; pouco conhecemos de nós mesmos e do universo imenso de que fazemos parte.

Nossa mobilidade é restrita e nossa capacidade, limitadíssima. Cada pessoa tem o seu “território” demarcado, não por ela mesma, mas por Deus: um tempo mínimo de vida física, um espaço pequeno de domínio, uma inteligência incapaz de ir além do temporal, do fenomenal, do concreto e do histórico. Mesmo o sensível esbarra na nossa insensibilidade, na nossa deficiência perceptiva. Na peregrinação terrena, carecemos de segurança, de amparo, de orientação, especialmente no campo espiritual. Ninguém sabe o que lhe acontecerá amanhã. Em síntese: Estamos perdidos! Qualquer guia espiritual, que, não seja o próprio Cristo por meio do Espírito Santo e das Escrituras, é cego guiando cegos, e em direção ao abismo. 

Deus em seu Filho é nosso Pai, nosso Mestre, nosso Guia (Mt 23:8-12). Não decidimos sobre o nosso nascimento; não podemos interromper a nossa caminhada para a morte; somos incapazes de escapar da dura realidade do óbito; não temos meios próprios para conquistar nossa morada permanente no reino escatológico. A única solução que se nos apresenta é Jesus Cristo, mas este, não conquistamos; ele é quem nos conquista para o Pai, se fizermos parte do rol preordenado dos eleitos do Pai. Estamos nas mãos de Deus, e não nas nossas próprias mãos. Ele busca os seus recolhidos e os recolhe, como buscou e congregou o seu povo, que se angustiava na duríssima escravidão do Egito. Quem é de Deus, ouve a Palavra de Deus; quem é do mundo, atende os apelos do mundo.

Autor Desconhecido
terça-feira, 26 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012

O mesmo poder que converte para a fé em Cristo é o mesmo poder que ajuda a alma diante de todas as responsabilidades, tentações, conflitos e sofrimentos. Todo aquele que é um Cristão, é pela Graça e pela constante operação renovadora de Deus, sem a qual nunca poderia cumprir nenhuma incumbência para Deus ou resistir a nenhuma tentação de Satanás, do mundo e do homem.

Artigo 26
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sexta-feira, 22 de junho de 2012
A mensagem dos profetas da Prosperidade está centrada na saúde e na prosperidade, e não na salvação, sendo um desvio do verdadeiro evangelho de Cristo.

O movimento Confissão Positiva não é denominação e nem seita, mas um movimento no seio das igrejas pentecostais e neopentecostais, que enfatiza o poder do crente em adquirir tudo o que quiser. É, também, conhecido como ‘Teologia da Prosperidade’, ‘Palavra da Fé’ ou ‘Movimento da Fé’. Sua origem está no ocultismo, suas crenças e práticas, algumas vezes, são aberrações doutrinárias e outras heresias.

A Confissão Positiva é uma adaptação, com aparência cristã, das idéias do hipnotizador Finéias Parkhurst Quimby (1802-1866), conhecido como Pai da Ciências da Mente. Quimby era praticamente da saúde mental e acreditava que o pecado, a enfermidade e a perturbação só existem na mente das pessoas, e não, na realidade. Chamava seu sistema metafísico de cura de ‘Ciência do Cristo’, e, em 1863, chamou-o de ‘Ciência Cristã’.

Os quimbistas criam no poder da mente, negavam a existência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade. Deles, surgiram vários movimentos ocultistas [...]. Seus promotores querem, ainda hoje, passar-se por cristãos evangélicos” 

SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.305,6
quinta-feira, 21 de junho de 2012

O que levou o homem à queda não foi a inocência, mas a ganância, o orgulho, o desejo de dominação: quis ser igual a Deus, dirigir-se a si mesmo, ser proprietário de tudo e senhor de todas as coisas. O pior de tudo é que o homem primevo falava e agia como lídimo representante da humanidade e, em conseqüência, arrastou todos os seres humanos ao abismo do pecado, afastando-os desastrosamente do Criador. E como fez Adão, seus descendentes continuam transferindo a culpa ao Pai celeste, por um lado, e ao próximo, por outro. Eis porque os réprobos acusam Deus de injusto, quando pune os pecadores que não desejam, e até rejeitam, a misericórdia do sacrifício vicário de Cristo.

O homem não é livre para perder-se, pois já está perdido pelo fato de ter nascido em pecado e fazer, consequentemente, parte de uma humanidade pecadora e alienada de Deus. A perdição é resultado de uma queda geral, mas a salvação só é possível por graça especial, emanada da estrita misericórdia de Deus. Para sair do estado em que se encontra, o ser humano precisa ser recriado, ser nascido de novo, regenerado; e isto ele não tem condições de fazer a si e por si mesmo; somente o Redentor pode fazê-lo, fá-lo a cada um de seus escolhidos. O homem peca livremente, mas livremente não se liberta do pecado. Eis porque a salvação é somente pela graça de Deus, mediante o amor e justiça realizados em favor do perdido pelo próprio Salvador na pessoa divino-humana de Jesus Cristo.

Autor Desconhecido
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Clique na imagem para ir ao site da editora
Dessa forma, enquanto a igreja e os pais estão em busca de formar campeões espirituais, simplesmente não tem dado certo o modelo de discipulado no qual os profissionais da igreja passam a exercer a função dos pais como os principais agentes no ensino da Bíblia. Um motivo básico pelo qual isso acontece foi revelado num estudo abrangente sobre a vida religiosa e espiritual dos adolescentes americanos. Chegou-se à seguinte conclusão:

Quando se trata da formação da juventude, do ponto de vista sociológico, as comunidades religiosas geralmente conseguem um lugar espremido na ponta da mesa durante um período limitado de tempo [...]. As comunidades que se interessam pela formação cristã de sua juventude têm de simplesmente lidar melhor com a concorrência estrutural de instituições e atividades que nem sempre lhes dão apoio. Isso provavelmente exigirá o desenvolvimento de normas, práticas e organizações diferentes e criativas, apropriadas a situações e tradições religiosas específicas.

Em outras palavras, a igreja precisa mudar de rota. Para começar, temos de reconhecer que algumas horas semanais de eventos direcionados a esse público não poderão conquistar com êxito os corações dos jovens, se esses corações não estiverem recebendo cuidados espirituais em casa. É preciso que o futuro espiritual dos filhos seja posto como assunto de suprema importância nas mãos de quem tem a melhor oportunidade de influenciá-los para o reino de Deus: seus pais.

Tad Thomson
terça-feira, 19 de junho de 2012
Todos os meses os negociadores de Wall Street esperam, com o fôlego suspenso, os números atualizados do problema sorrateiro da inflação. Mas um problema oposto atinge os escritores: a moeda das palavras sofre, há séculos, uma deflação inexorável. Ao estudar-se Etimologia, mesmo superficialmente, é possível verificar o fenômeno, num padrão contínuo: palavras perdendo seu sentido com o passar do tempo. Elas regridem, raramente progridem. 

Tomemos como exemplo tolo. Ninguém deseja ser chamado de tolo, que significa insensato, ridículo. Ironicamente, a palavra original significava uma pessoa feliz, abençoada com boa sorte. De modo semelhante, a palavra idiota era um derivado respeitável de um termo grego que descrevia uma pessoa peculiar em determinado sentido, reservada e não conformista. Com o passar do tempo a palavra tornou–se tão peculiar (outro termo que sofreu deflação), que ninguém quer ser um idiota. 

Ou então pense em sincero. Há divergência entre os estudiosos, mas alguns acreditam que esta palavra deriva do uso feito por escultores da frase latina sin cera que significa, é claro, "sem cera". Algumas vezes a pessoa que trabalhava o mármore usava, com habilidade, a cera para remendar pequenos riscos ou arranhaduras em sua obra de arte. Um trabalho sem falhas, honesto, que não requeria estes disfarces, era chamado de sin cere, sem cera. Hoje, em dia, porém, vendedores e políticos contratam consultores para aprenderem a parecer "sinceros". A sinceridade transformou–se em um tipo de imagem, característica menor, adquirida, que não guarda qualquer relação com o que realmente se passa no interior inseguro e duvidoso da pessoa. 

A deflação das palavras constitui–se em um enorme problema para os escritores, pastores e todos quantos delas dependem para expressar idéias cristãs, já que os termos teológicos perderam tanta força quanto os outros. Por que tantas novas versões da Bíblia surgiram neste século? As boas e velhas palavras de João Ferreira de Almeida não se mantiveram intactas em nossa era de deflação lingüística. 

Por exemplo: pena significava misericórdia ou clemência. É um termo derivado da mesma raiz de "piedade", e descrevia alguém que, como Deus, estendia sua mão para ajudar os menos afortunados. Com o passar do tempo, a ênfase passou do doador para o objeto da pena, visto como fraco ou inferior. Deterioração semelhante aconteceu com caridade. Quando os tradutores da Bíblia avaliaram o conceito de amor ágape, expresso com tanta eloqüência em I Coríntios 13, decidiram adotar "caridade" para transmitir a forma mais elevada de amor. Mas que tristeza, ambas palavras desvalorizaram–se tremendamente. As pessoas que tentavam demonstrar pena ou caridade aparentemente não estavam à altura dos padrões elevados de suas palavras, e a língua adaptou–se à situação. Hoje ouvem–se protestos: "Não tenha pena de mim!" e "Não quero sua caridade!" 

Dentre as palavras que sofreram deflação, minha predileta é cretino. Na Medicina, o cretinismo descreve uma condição grotesca de deficiência da tireóide, e os sintomas são o crescimento atrofiado, deformidade, bócio, pele escamosa e (ai!) idiotia. Esta deficiência foi identificada pela primeira vez nos Alpes e nos Pirinéus, onde a água de beber não continha iodo suficiente. Gradualmente, a palavra cretino passou a abarcar "qualquer pessoa com uma deficiência mental perceptível". E esta injúria completa derivou do termo latino christianus. Ai, ai, este assunto de etimologia está chegando perto demais de nós. 

As poucas palavras santificadas que restaram foram contaminadas no uso moderno. Ouça algumas músicas populares sobre o amor, e tente encontrar alguma semelhante entre a letra da música e o que está definido em I Coríntios 13. Salvação sobreviveu, mas principalmente nos centros de reciclagem de lixo. A cultura moderna chega a usar termos como renovado para carros usados, perfumes e times de futebol. É triste, porque os cristãos não criam novas palavras fortes para expressar o significado que se perdeu das antigas. Nossos neologismos são emprestados, em sua maioria, de psicólogos, de modo que ouvimos incessantemente sobre "amizade" ou "relacionamento pessoal" com Deus, embora, como C. S. Lewis aponta em The Four Loves (Os Quatro Amores), estas imagens descrevam com exatidão apenas uma ínfima parte do encontro entre o Criador e a criatura. 

Algumas palavras, porém, mantiveram seu brilho, e podem conseguir sobreviver mais algumas décadas. Uma delas infiltrou–se tão amplamente que seria difícil matá–la sem grandes lutas. Graça, palavra teológica maravilhosa, tem sido adotada, desavergonhadamente, por todos os segmentos da sociedade. Muitas pessoas ainda "dão graças" antes das refeições, reconhecendo que o pão cotidiano é um presente de Deus. Somos agradecidos pela simpatia de alguém, gratificados por notícias boas, agraciados quando bem–sucedidos, graciosos ao receber amigos. Um compositor adiciona notas para graça à música, que os bons pianistas aprendem a tocar graciosamente

A indústria editorial secular chega bem perto de preservar o sentido original, concedendo edições de graça. Ao assinar uma revista por 1 ano, a pessoa pode continuar recebendo alguns exemplares depois que a assinatura expirar. São edições de graça, isentas de pagamento, não merecidas, enviadas na tentativa de levar a pessoa a fazer nova assinatura. São grátis, aí está a palavra de novo. 

Minha frase favorita do termo graça ocorre no latim: persona non grata. Uma pessoa que não é bem–vinda, não é aceita em uma nação, ou em um partido, é, literalmente, uma pessoa sem graça. Sempre que ouço estas sílabas melodiosas penso em um trecho de 1 Pedro, onde o apóstolo tenta encontrar palavras que impressionem os leitores com o esplendor de seu chamado. Ele diz: 
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido ... Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia. (2:9,10) 
De persona non grata a escolhidos de Deus, objetos de graça imerecida. Se estes ricos conceitos permanecerem, talvez ainda haja esperança também para a língua que falamos.

Philip Yancey
In: Perguntas que precisam de respostas
segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. Sl 100:3

O imperativo “sabei que o Senhor é Deus” parece supérfluo numa cultura cristianizada como a nossa. Até ateus sabem que Jeová é o Deus dos cristãos. Mas a ordem não tem caráter informativo e não requer apenas conhecimento de fatos. Saber é mais que isso - é admitir, reconhecer. E nesse sentido existe uma grande e premente necessidade de que se reconheça que o Senhor é Deus. E não somente pela sociedade secularizada, mas especialmente por aqueles que são “o Seu povo”. Pois no que diz respeito ao conhecimento de Deus como Deus, permanece a verdade de que “o boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Is 1:3).

Na raiz dessa falta de reconhecimento está a ignorância do que significa dizer “que o Senhor é Deus”. O conceito moderno de Deus é indigno dEle. Os homens fizeram Deus à sua própria imagem. Ao invés de ficar com a descrição de Deus que a Bíblia apresenta e ainda admitir que ela não o mostra na extensão exata, uma vez que seríamos incapazes de suportar tal glória, os crentes fabricaram para si um ídolo, controlados pelo pressuposto de que o homem é a medida de todas as coisas. Tal como o homem é, assim é Deus, só que maior. Porém, nada é mais enganoso para nós e ultrajante para Deus do que assemelharmos o Criador à criatura, ainda que à mais sublime delas. A essa tentativa a Bíblia destróis com uma só frase: “Deus não é homem!” (Nm 23:19). Deus não se parece com nada que já vimos, sonhamos ou imaginamos, portanto, desistamos da ideia de representar Deus a partir de raciocínios vãos e aceitemos simplesmente o Deus revelado na Bíblia.

O que significa então a expressão “o Senhor é Deus”? Significa, antes de tudo, que Deus é supremo. “O Senhor é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses” (Sl 95:3). A supremacia de Deus é manifesta pela Sua soberania ao criar, governar e salvar as pessoas. Ao criar Ele foi totalmente livre, pois nada o obrigava a trazer algo à existência e uma vez que decidiu criar, fez de acordo com Sua vontade, sem que nada o condicionasse a fazer do jeito que fez. “O nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou” (Sl 115:3). A supremacia do Senhor se faz notar também no Seu governo soberano, sobre a Criação e a História. “Reina o SENHOR; tremam os povos. Ele está entronizado acima dos querubins; abale-se a terra” (Sl 99:1). E não menos que isto, a soberania de Deus manifesta-se na salvação, que é do Senhor: “O Senhor fez notória a sua salvação; manifestou a sua justiça perante os olhos das nações” (Sl 98:2). Saber que o Senhor é Deus é reconhecer que Ele domina nos céus, na terra e no coração dos homens.

Isto nos leva a refletir em nossa relação com Ele. E temos que admitir, diante do fato de que o Senhor é Deus, que “foi Ele quem nos fez”. Isto nos coloca numa posição de criatura para com o Criador, de vaso para com o Oleiro. Não somos independentes dEle, pelo contrário, “dele somos”. Deus tem, sobre nós, direito de autoria e de propriedade. Como um artista pode dispor de suas obras conforme bem lhe entender, já que lhe pertence, o Senhor tem absoluto direito sobre nós, como nosso dono. Assim, não nos cabe questionar porque Ele nos fez assim, nos colocou em tal lugar ou sob tal condição. Nem objetar que isto ou aquilo é injusto, pois o Senhor está acima de qualquer avaliação humana. 

Devemos ser profundamente agradecidos por Ele nos ter feito “Seu povo”. E aqui é bom acentuar que seja num sentido geral ou especificamente relacionado à salvação, “foi Ele, e não nós, que nos fez povo seu”. Noutras palavras, o salmista acentua que “Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão” (Sl 95:7). A afirmação de que é Deus que nos torna povo Seu, tira de nós a base para qualquer orgulho de pertencermos ao povo de Deus. Se estamos entre os Seus escolhidos, é devido única e exclusivamente à operação soberana do Senhor, e não a um ato de nossa vontade.

Por livre graça, então, somos “rebanho do seu pastoreio”. O que indica não apenas propriedade, mas cuidado. É verdade que Deus está “assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6:1), mas é igualmente verdadeiro que “perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito” (Sl 34:18). Não obstante Sua soberania, “o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade” (Sl 100:5). 

Assim, reconhecer que o Senhor é Deus nos faz confiar no Seu cuidado por nós. Por isso devemos servi-lo com alegria e apresentar-nos a Ele com louvores.
domingo, 17 de junho de 2012
A apresentação do Evangelho para a conversão dos pecadores é absolutamente de graça, não requer como algo necessário nenhuma antecipada qualidade ou preparação. Os terrores da Lei, ou um ministério da Lei não é necessário, senão para uma alma desnuda, como pecador e sem Deus; para receber a Cristo, como Cristo, como crucificado, morto, sepultado e ressuscitado, sendo feito um Príncipe e Salvador para os pecadores.

Artigo 25
Primeira Confissão Londrina, 1642/44

sábado, 16 de junho de 2012

Há muitos anos, o evangelista Ed Robb, United Metodist, falou de um tempo em sua vida, quando ele acreditou que os dons do Espírito Santo eram exclusivamente para uma época apostólica, não para hoje. Ele está agora convencido de que esta época é a época apostólica e que os dons do Espírito Santo são exatamente tão relevantes hoje, quanto eles foram, nos dias dos primeiros apóstolos.

John Wesley, o fundador do Metodismo, certamente teria concordado. Na sua entrada no Diário, em 15 de Agosto de 1750, quarta-feira, ele escreveu: "Eu fui completamente convencido daquilo que eu, há muito, suspeitava. (1). Que os 'Montanistas' [Doutrina ou seita do século II, fundada por Montano, que afirmava estar próxima a vinda do Espírito Santo à Igreja e a descida da Jerusalém celeste. A seita tomou caráter ascético, condenando segundas núpcias], do segundo e terceiros séculos, eram cristãos verdadeiros e bíblicos; e (2). que a grande razão, porque os dons miraculosos eram tão logo sufocados, não foi apenas porque a fé e a santidade estavam bem perto de serem perdidas; mas porque os homens ortodoxos e estéreis começaram a ridicularizar qualquer que fosse o dom que eles próprios não tivessem, e a depreciá-los, tanto como loucura, quanto como embuste".

Wesley claramente acreditou que os dons do Espírito Santo foram relevantes para a igreja em qualquer época. Ele os definiu. Ele os descreveu. Ele os experimentou. Ele os defendeu.

Embora nunca enfatizasse certos dons, tais como predição de profecia ou línguas e sua interpretação, Wesley lamentou sua perda para os cristãos em geral. Em seu sermão, "O Caminho Mais Excelente", ele escreve: "A causa disto [do declínio dos dons espirituais, seguindo Constantino] não foi (como tem sido vulgarmente suposto) 'porque não houve mais oportunidade para eles', porque o mundo todo se tornara cristão. Este é um engano infeliz; nem a vigésima parte dele era, então, nominalmente cristã. A causa real foi que 'o amor de muitos', quase de todos os cristãos, assim chamados, foi 'se tornando frio'. Os cristãos não tinham mais do Espírito de Cristo do que os outros pagãos. O Filho do Homem, quando ele começou a examinar sua Igreja, dificilmente pôde 'encontrar fé sobre a terra'. Esta foi a causa real, porque os dons extraordinários do Espírito Santo não foram mais encontrados na Igreja Cristã; porque os cristãos se tornaram pagãos novamente, e tiveram apenas uma forma morta restante".

Obviamente, a implicação aqui é que, quando a igreja recupera seu primeiro amor, os dons do Espírito Santo são disponíveis para capacitar suas diversas partes, no ministrar efetivamente dentro de suas próprias esferas de influência. Embora o "caminho mais excelente" seja o caminho do amor, Wesley ainda insistiu que nós podemos 'ansiar sinceramente' por tais dons, como o do evangelismo, para "sondar o coração descrente"; ou o dom do conhecimento, para entender a providência e a graça de Deus; ou o dom da fé "que, em situações específicas... vai muito além do poder das causas naturais".  

Alguns argumentam que Wesley examinou algo ambivalente, algumas vezes, concernente a alguns dos dons mais "extraordinários", quando eles emergiram, no Reavivamento Evangélico do século XVIII (nenhuma dúvida preocupante, com respeito às acusações de "fanatismo" contra o povo chamado Metodista). No entanto, em pelo menos uma ocasião, Wesley defendeu os dons do Espírito. Em uma carta a Conyers Middleton, Wesley definiu, descreveu e defendeu toda a multidão de dons espirituais, incluindo: "(1) Expulsar demônios; (2) Falar novas línguas; (3) Escapar de perigos, nos quais, do contrário, eles deveriam perecer; (4) Curar; (5) Profetizar, predizer coisas; (6) Visões; (7) Sonhos premonitórios; (8) Discernir dos espíritos". Embora a ordem, e até mesmo a menção de alguns "dons", não normalmente associados com os relatos bíblicos (tais como visões e sonhos), possam parecer um tanto quanto estranhos, o fato permanece de que Wesley acreditou que os dons do Espírito Santo não eram apenas importantes, mas também ativos, durante o Reavivamento Evangélico do século XVIII.

Quando Middleton acusou "que o silêncio de todos os escritores apostólicos sobre o assunto dos dons deveria nos dispor a concluir que eles eram, então, introvertidos", Wesley imediatamente respondeu: "Ó, senhor, não mencione mais isto. Eu rogo a você que nunca mencione o silêncio deles novamente. Eles falam alto o suficiente para envergonhar você, por quanto tempo você viva".

"Dom da Cura"

Vamos examinar o dom da cura. Eu freqüentemente tenho dito que não é um pecado ser doente ou morrer. É, no entanto, um pecado para a doença e a morte seguir sem mudança, porque não existe alguém para orar.

Wesley acreditou claramente que o dom da cura penetrou no poder sobrenatural de Deus. Novamente, em resposta a insistência de Middleton de que nunca tinha sido provada a "cura miraculosa", Wesley respondeu: "Senhor, eu entendo bem você. A intenção do argumento é facilmente vista. Ela aponta para o Mestre, assim como para seus servos; e pretende provar que, depois de toda essa conversa, sobre curas milagrosas, nós não estamos certos de que existiu cura, alguma vez, no mundo. Mas isto não causará dano. Porque, embora nós concordemos: (1) Que alguns se recuperam, mesmo em casos aparentemente desesperadores; e (2) Que nós não sabemos, em caso algum, os limites precisos, entre a natureza e o milagre; ainda assim, não se segue, no entanto, que não possamos estar seguros de que nunca houve um milagre de cura no mundo. Para explicar isto, através de exemplo: Eu não sei precisamente, quão longe a natureza pode ir, no restaurar a vista ao cego; ainda assim, eu sei seguramente que, se um homem nasce cego, ele é restaurado na visão, através de uma palavra; e isto não é natureza, mas milagre".   

Tiago 5:14-16 exorta os cristãos a orarem pelo doente, e a ungi-lo com óleo. Certamente é bom saber que Wesley e as Escrituras estão do lado daqueles cuja única esperança para o ministério terreno está no assegurar "as armas com poder divino para demolir fortalezas". (2 Cor. 10:4).

"Expulsar Demônios"

Em um sermão pregado para o texto de (Marcos 1:21-28) "Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele. Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galiléia"; no Seminário Teológico Evangélico, em Garrett, alguns anos atrás, eu lembrei os estudantes de que não era minha tarefa convencer alguém da existência de demônios; o primeiro compromisso deles usualmente cuidava deste assunto. Em vez disto, era minha tarefa ser fiel aos relatos bíblicos, quanto ao poder disponível para "demolir fortalezas", demoníacas ou diferentes. Wesley teria se agradado.

A carta escrita para Conyers Middleton é a mais definitiva afirmação sobre os dons do Espírito Santo (embora escrita, em um estilo de réplica e controvérsia, algumas vezes, confuso). Quanto ao dom de cura, Wesley faz referência tanto à Escritura, quanto à experiência.

Em seu sermão, "Uma precaução contra o Fanatismo", Wesley tenta estabelecer a fase bíblica e teológica para o "expulsar demônios".  Ele escreve: "Com o objetivo de ter uma visão mais clara disto, nós podemos nos lembrar que (de acordo com o relato bíblico), como Deus habita e opera nos filhos da luz, então, o diabo habita e opera nos filhos das trevas. Como o Espírito Santo possui as almas dos homens bons, então, o espírito do diabo possui as almas dos homens maus".

Como ele faz com respeito a todos os dons do Espírito Santo, Wesley responde a Middleton sobre o assunto do "livramento", aberta e claramente: "os testemunhos, concernente a isto são incontáveis, e tão claros quanto as palavras podem torná-los. Mostrar, no entanto, que todos esses significam nada, e que nunca existiu quaisquer demônios expulsos, afinal, nem através dos Apóstolos; nem desde os Apóstolos, (porque o argumento prova a ambos ou nenhum), é uma tarefa digna de você".

Middleton, então, reivindica que "esses que estiveram possuídos do demônio, podem ter estado doentes de doença degenerativa... sintomas comuns de uma epilepsia".  Quanto à "evidência de demônios, falando e respondendo a todas as questões", Middleton simplesmente encolhe os ombros. Ele considera esses, "através das artimanhas da impostura e perspicácia, entre as pessoas interessadas no ato".  A resposta de Wesley é direta: "Não se trata de alguma coisa extraordinária que os homens em ataques epiléticos sejam capazes de tanta artimanha e perspicácia?".

Para a acusação de Middleton, de que até mesmo os antepassados da igreja "foram tanto induzidos por seus preconceitos a dar crédito muito precipitado a essas possessões simuladas, ou levados, através do seu zelo, a apoiar a ilusão que era útil para a causa cristã" (um sentimento não desconhecido hoje), Wesley insistiu que "nenhum desses antepassados tiveram algum escrúpulo em usar do estilo hiperbólico (ou seja, em Inglês claro, de exorcizar) como o escritor eminente declara".

            Quanto a como estes "demônios" poderiam ser dominados, Wesley é inflexível: "Tudo isto, de fato, é obra de Deus. É Deus apenas que pode expulsar satanás. Mas Ele se agradou de fazer isto, através do homem, que diz, então, expulsar demônios em Seu nome, pelo Seu poder e autoridade, como um instrumento em Suas mãos. E Ele envia quem Ele irá enviar para esta grande obra; mas usualmente tal que o homem nunca teria pensado a respeito: Porque 'suas maneiras não são como as nossas; nem seus pensamentos como os nossos'. Assim sendo, ele escolhe o fraco para confundir o forte; o tolo para confundir o sábio; por esta razão clara, para que ele possa assegurar a glória para si mesmo; para que 'nenhuma carne possa gloriar-se a Seus olhos'".

"Falar em Línguas"

Embora não exista registro de que o próprio Wesley tenha falado em línguas, existe evidência de que ele acreditou que este dom do Espírito Santo foi um dom legítimo para a Igreja de qualquer época. Eu ofereço apenas duas citações de sua carta a Middleton.

Em resposta a Middleton, Wesley escreve: "Desde a Reforma, você diz, 'nunca se ouviu ou se pretendeu falar deste dom, através dos próprios Romanistas'. Mas será que ele foi pretendido (se merecidamente ou não), através de algum outro, embora não através dos Romanistas? Ele 'nunca foi ouvido', desde aquele tempo: Senhor, sua memória falha novamente: Ele indubitavelmente foi pretendido, e isto a nenhuma grande distância, quer do nosso tempo ou região. Ouviu-se, mais de uma vez, não muito distante dos vales de Dauphiny. Nem faz cinqüenta anos, desde que os habitantes protestantes desses vales, tão ruidosamente pretenderam este e outros poderes milagrosos, de maneira a causar muito distúrbio à própria Paris. E como foi que o rei da França refutou esta preensão e a impediu de ser ouvida? Não pela pena de seus sábios, mas, através das espadas e baionetas (uma maneira verdadeiramente pagã) de seus soldados".

Quanto à relevância do dom de línguas, para a igreja de qualquer época, Wesley, uma vez mais, responde a Middleton: "Todos esses [dons espirituais] são operados por um e o mesmo Espírito, distribuindo a cada homem individualmente, conforme Sua vontade; assim como para cada homem, também para cada Igreja, cada corpo coletivo de homens;… vendo que Ele, que opera como Ele deseja, pode, com sua [a de Middleton] licença, deixar o dom de línguas, onde Ele dá nenhum outro; e pode encontrar inúmeras razões para fazer isto, quer você e eu os veja ou não. Porque, talvez, não tenhamos sempre conhecido a mente do Senhor; nem sido alguns de seus conselheiros".

Nos podemos concluir este exame das visões de Wesley, sobre os dons do Espírito Santo, com a menção de sua defesa, quanto ao "ressuscitar o morto". Wesley objeta a insistência de Middleton, de que "não existe um exemplo disto [o ressuscitar o morto]a ser encontrado, nos três primeiros séculos".  Wesley cita Irenaeus, o influente bispo de Lion, no século dois: "Isto foi freqüentemente representado nas ocasiões necessárias; quando, através dos grandes jejuns e do reunir a súplica da igreja, o espírito da pessoa morta retornou a ele, e o homem voltou para as orações dos santos". Wesley, então, conclui: "Eu presumo que você queira dizer, que nenhum historiador pagão mencionou isto; porque os historiadores cristãos não foram. Eu respondo: (1) Não é provável que um historiador cristão tivesse relatado tal fato, tivesse ele sabido disto. (2) É igualmente improvável, que ele pudesse saber disto... especialmente considerando (3) que isto não foi designado para a conversão dos pagãos; mas, 'nas ocasiões necessárias', para o bem da igreja, e da comunidade cristã. Por fim: foi um milagre característico, acima de todos os outros, apoiar e confirmar os cristãos, que foram diariamente torturados e assassinados, mas sustentados pela esperança de obter uma ressurreição melhor".

Muitas vezes, os escritos de John Wesley nos lembram que Deus tem investido mais em nosso ministério do que nós. Deus torna o poder disponível (devem existir milhares de dons espirituais), para cada um de nós, para que possamos ministrar efetivamente dentro de nossas esferas de influência. Uma vez que nossas esferas são diferentes, nossos dons são diferentes. Eu não desejo seu dom, e você não anseia pelo meu; mas juntos somos o corpo de Cristo. Que Deus se levante!

Robert G. Tuttle Jr. é professor de evangelismo na E. Stanley Jones School of World Missions and Evangelism at Asbury Theological Seminary in Wilmore, Kentucky.

Tradução: Izilda Bella
sexta-feira, 15 de junho de 2012
"...convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos, pois por que razão morreríeis, ó casa de Israel?" Ez. 33:11
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Não é muito fácil discernir se o homem demonstrou maior loucura afastando-se de Deus no princípio, ou se sua loucura é ainda mais indesculpável agora ao recusar a voltar-se para Ele.

No princípio, ele conheceu pela abençoada experiência o quanto era bom estar perto de seu Criador, desfrutar da luz de Seu semblante num estado de inocência, e mesmo assim arriscou-se a afastar-se dEle. Agora ele sente os efeitos de sua apostasia, pois o pecado o tem sobrecarregado com várias misérias, calamidades, irritações, e no entanto como é difícil persuadi-lo a voltar atrás! Os filhos dos homens são facilmente induzidos a entregarem-se a satanás como se fosse interessante para eles entregarem-se nas mãos de um assassino. Contudo o Senhor, fora de quem não há salvador, pode chamar e chamar com freqüência, com veemência, e ainda assim chamarem vão. O coração deles é insensível, seus ouvidos são surdos, eles não O ouvirão.

O fato do pecado ter produzido muitos loucos no mundo nunca poderá ser suficientemente lamentado. Morte e vida, bênção e maldição são colocados diante deles, não obstante a morte é escolhida ao invés da vida. As mais espantosas e insuportáveis maldições são abraçadas enquanto que as bênçãos da mais alta e mais duradoura natureza são rejeitadas.

Nathaniel Vincent
In: Os puritanos e a conversão
quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Teologia Reformada reconhece a centralidade real de Deus em todas as coisas, tendo como alvo principal, não o tão decantado bem-estar humano – que por certo tem a sua relevância  –, mas a glória de Deus, sabendo que as demais coisas serão acrescentadas (Mt 6.33; Ef 1.11-12). 

Infelizmente, ao longo da história as "teologias" que deveriam ser relativas à Revelação, têm sido relativas ao homem, tornando-se assim, antropologias. O Iluminismo, que gerou o “Liberalismo Teológico”, – e este pode ser definido como o esforço de interpretar, reformular e explicar a fé cristã dentro de uma perspectiva iluminista –, foi o grande fomentador desta nova abordagem.  Dentro desta perspectiva, só pode ser considerado genuíno,  o “credo”  que se ajuste aos critérios racionais vigentes. A chamada “Teologia da Libertação” – apoteótica na década de 80 e hoje já moribunda –, a rigor nunca foi “Teologia” pois, não partia da Palavra. Ela se constitui num bom exemplo de uma antropologia, que pretende ter o status de Teologia.

Para nós Reformados entretanto, é a Palavra de Deus que deve dirigir toda a nossa abordagem e interpretação teológica, bem como de toda a realidade: O Espírito através da Palavra é Quem deve nos guiar à correta interpretação da Revelação.  Na Escritura temos o nosso padrão e apelo final. 

Dentro da perspectiva de nosso tema, devemos observar também, que o homem é limitado para definir-se e compreender-se; somente na Palavra, podemos encontrar luzes e lentes adequadas para dar uma dimensão mais abrangente e correta do sentido da verdadeira humanidade e do “ser” homem; no entanto, essa perspectiva só poderá ser correta se entendermos que mesmo a Bíblia não sendo um manual de “antropologia”, fala do homem de modo revelador, tratando-o sempre de maneira correlacional com o seu Criador. Segundo nos parece, fora desta correlação, nunca poderemos ter condições de obter uma perspectiva correta e abrangente do ser humano.

Herminsten Maia da Costa
In: Antropologia teológica

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O homem foi criado bom, justo e santo, feito à imagem e semelhança do Criador, com o objetivo de ser amigo de Deus, servi-lo com alegria, dignificá-lo, adorá-lo e honrá-lo para sempre com seu ego sem mancha, com seu amor incondicional, com seu trabalho produtivo, mantenedor e criativo para a exaltação do Pai celeste e bem-estar pessoal e social. Deus ordenou o labor diário, com descanso semanal, para que houvesse produção distributiva destinada à sobrevivência dos seres humanos em absoluta igualdade. Não haveria subordinação de um homem a outro homem ou de cidadão a um poder estatal, pois todos estariam submetidos exclusivamente a um único Senhor, o Deus Criador, de quem todos seriam filhos e servos.

Manter-se neste estado, porém, dependia do cumprimento do pacto de obras da parte do homem. E isto se faria pelo exercício prático da fidelidade, da honestidade, do respeito, da submissão, da consideração, do reconhecimento, da obediência e da filiação. Tudo por estrito amor, sem qualquer componente sacrificial, doloroso, humilhante ou degradante. Homem e Deus viviam, antes da queda, numa parceria de laboração extremamente construtiva, realizadora e feliz. A paz reinava entre a criatura e o Criador. O homem, no entanto, num ato de rebeldia consciente, quebrou o pacto, tornando-se inimigo de Deus, culpado e culpável, desafeiçoado e corrompido, alienado e propenso ao mal. As influências externas do maligno foram fortes, mas não irresistíveis. A culpa da ab-rogação do pacto não pode ser imputada ao tentador, mas ao homem, que entendeu conveniente e proveitoso retirar Deus do senhorio de sua vida, colocando no lugar o seu próprio ego. 

Ao assumir o seu destino, o homem perdeu o rumo, desorientou-se, perdeu-se, depravou-se. Entregue a si mesmo, e sem equipamentos para lutar e vencer, tornou-se vítima de Satanás e de suas tentações. A sua capacidade criativa direciona-se tanto para o bem como para o mal. A batalha entre as forças opostas trava-se no seu interior e no seu território vivencial; o bem somente vencerá pela misericórdia de Deus instrumentalizada pelo seu Santo Espírito.

Na peregrinação terrena o regenerado, reconquistado por Jesus Cristo e por ele reconciliado com Deus, sofre os males externos e as influências internas do pecado. Ele tem, no entanto, a concessão da graça de ser justificado e regenerado mediante a morte vicária do Cordeiro, cujos benefícios são-lhe aplicados pelo Espírito Santo. O réprobo, desprovido da graça, permanece no estado de depravação, gloriando-se no mal e fazendo, consciente ou não, a vontade do Diabo, o mentiroso por natureza. Não há como negar a diferença entre o redimido e o irregenerado: "O que é nascido da carne é carne; o que nascido do Espírito é espírito" (Jo 3.6). "Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3 cf Is 53.6; Jó 14.4; 15.14,16,35; I Co 12.3; II Co 3.5).

Em Adão todos caíram; em Cristo os escolhidos são reconciliados com Deus mediante o pagamento de suas dívidas culposas e delituosas pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, para que não destrua, embora afete, os seus eternamente eleitos, vocacionados, justificados, regenerados e adotados como filhos do Pai celeste. Muitos são chamados, mas poucos escolhidos; estes são preservados no meio de todas as tentações e provações Aquele que tem a graça de estar na Igreja de Jesus Cristo, possui a bênção da alegria espiritual, o conforto do Espírito Santo que nele habita, a certeza da fé, a firmeza da esperança, a paz que nada tem a ver com o presente século, embora viva num mundo posto no maligno e ainda experimente os sofrimentos de continuar fazendo parte da humanidade, co-responsável socialmente, sofrendo as conseqüências da corrupção geral. 

O pecado entrou no mundo por Adão, mas somente por Cristo poderá ser retirado, e certamente o será (Ver Rm 5.12,18,19). O pecado matou Adão e nele, todos os seus descendentes. A inevitável cumplicidade nos pecados fatuais e a herança da culpa original afetam todas as criaturas humanas, mas os escolhidos do Pai e justificados pelo Filho são perdoados e aceitos, não por méritos próprios, mas pela misericórdia de Deus. O Cordeiro sem mácula, sem pecado, assumindo a culpa dos predestinados à salvação, salva-os e os preserva eternamente redimidos.

Autor Desconhecido
terça-feira, 12 de junho de 2012

Há uma ideia circulando por aí que lutar em oração sempre é uma boa coisa, mas isso certamente não é verdade. Exercícios religiosos extremos podem ter sido realizados com uma motivação não maior do que a de alcançar as coisas do nosso modo. A qualidade espiritual de uma oração é determinada não por sua intensidade, mas sim por sua origem. Na avaliação de uma oração deveríamos verificar quem está orando: o nosso coração com um propósito, ou o Espírito Santo? Se a oração tem a sua origem no Espírito Santo, então a luta espiritual pode ser bela e maravilhosa; mas se somos vítimas de desejos profundamente alimentados em nosso coração, a nossa oração pode tornar-se tão carnal quanto qualquer outro ato.

Dois exemplos são dados no Antigo Testamento, o de Jacó e o dos profetas de Baal. A luta de Jacó foi literal. O texto diz: Ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia. Obviamente o "homem" era o agressor, não Jacó, mas quando Jacó foi atingido ele tornou-se o agressor e clamou: "Não te deixarei ir, se me não abençoares". A luta foi de origem divina, e as bênçãos que resultaram são conhecidas de todo estudante da Bíblia.

O outro exemplo não termina assim tão bem. Os profetas de Baal também lutaram, com muito mais violência do que Jacó, mas lutaram na carne. Seus escritos provinham da ignorância e da superstição e não os levaram a nada. Tudo era errado - o zelo deles, suas orações com autoflagelo, e o que pretendiam. Eles incorriam em erro, apesar de toda a sua zelosa prática de orações. E esse erro não morreu com eles.

Apenas o Espírito pode orar eficazmente. "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis."

A. W. Tozer
In: Este mundo: lugar de lazer ou campo de batalha?
domingo, 10 de junho de 2012
Esta fé normalmente é engendrada pela pregação do Evangelho, a palavra de Cristo, sem considerar nenhum poder ou capacidade do ouvinte, o qual está totalmente passivo e morto em delitos e transgressões. Assim, ele crê e está convertido pelo mesmo poder que levantou a Cristo dentre os mortos.

Artigo 24
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sábado, 9 de junho de 2012

A palavra “protestante”, de acordo com a definição do dicionário se refere a “um membro de uma das igrejas cristãs que terminaram se separando da Igreja católica Romana desde o século XVI; batistas, presbiterianos, congregacionais, e alguns outros; ou se refere a ‘uma pessoa que protesta’”. O termo “protestante” não é um termo pejorativo. A palavra é derivada do latim, da preposição PRO, que significa “para”, e o infinitivo TESTARE, “testemunho”. Um protestante é, então, uma testemunha — um protestante é uma testemunha de Jesus Cristo e da Palavra de Deus. O protestantismo não é meramente o protesto contra a corrupção eclesiástica e o falso ensino; é o renascimento da fé bíblica, um renascer do cristianismo do Novo Testamento, com uma ênfase positiva nas doutrinas das Escrituras.

(...)

O Protestantismo surgiu em uma época difícil, de escuridão espiritual e de escândalos no seio da Igreja. O povo vivia na ignorância das Escrituras, cheios de superstições, crendices, e alheios às verdades do Evangelho. O culto a Deus era um emaranhado de invenções humanas. O povo “não conhecia ao Senhor” (Juízes 2:10). Os líderes espirituais eram incultos e viviam na imoralidade. O celibato não funcionava e desde os Papas até ao mais simples sacerdote, muitos estavam envolvidos com relacionamentos ilícitos, com amantes e até filhos. A corrupção do papado estava ligada à riqueza e ao poder. 

Há claros relatos de perseguições aos que se levantavam em alguns locais procurando obedecer e viver de acordo com as Escrituras. Foi o caso do Papa Inocêncio VIII que ordenou a execução dos Valdenses. A escandalosa perseguição da Inquisição que fez com que Thomas Tacomado, chefe da Inquisição espanhola, queimasse vivas 10 mil pessoas presas a uma estaca. O escândalo das Cruzadas onde milhares de pessoas foram exterminadas com o pretexto da necessidade de se apossar da “maior relíquia”, a cidade de Jerusalém. São pequenos exemplos da negritude da Igreja medieval. São manchas inapagáveis na história da Igreja.

Manoel Canuto
In: A fé protestante
sexta-feira, 8 de junho de 2012

Eis que vem com. as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém! (Ap 1.7).
O alerta final é urgente. O tempo é curto. O fim se aproxima. Cristo virá em breve. Aliás, Ele já está voltando.

Respondamos agora ao seu chamado!

A cortina está prestes a ser descerrada no teatro da história humana. O drama da redenção está quase completo. E o clímax será a volta de nosso Senhor, por isto o alerta é urgente. 

Respondamos, pois, ao seu chamado agora!

O sentido da passagem que acabamos de ler não pressupõe o futuro. Significa que Ele já está vindo. Sua vinda é iminente; está em processo.

“O tempo está próximo” (Ap 1.3). A vinda de Cristo está diante de nossos olhos. Chegou o momento de agir. Esta é a hora mais importante de toda a história humana. São os momentos que precedem a volta de Jesus Cristo. Ele aparecerá para estabelecer o seu reino; será em grande glória. Virá acompanhado por seus santos, que estão vestidos de linho fino e puro (Ap 19.8,14). Estes são a “nuvem de testemunhas” (Hb 12.1). Tantos crentes estarão com Cristo, que parecerão nuvens movendo-se pelos céus.

Todo olho o verá. Sua glória não será ocultada. Não haverá dúvida quanto à sua identidade. Em sua primeira vinda, a glória de Cristo foi encoberta por sua humanidade. Mas em sua segunda vinda, todos o verão vindo sobre as nuvens com poder e grande glória (Mt 24.30).

Por estar próxima a sua vinda, o alerta final desperta um senso de urgência em nossos corações. É tempo de acordar e servir ao Senhor.

Steven J. Lawnson
Alerta Final
quinta-feira, 7 de junho de 2012

1. A apresentação dos fatos do evangelho e dos meios de salvação. A obra que Cristo realizou pela nossa salvação precisa ser clara e cuidadosamente colocada. Isso deve ser feito em linguagem compreensível ao povo de hoje e relevante às necessidades e problemas presentes. Tão importante quanto isso é que o pregador precisa, antes de tudo, ser fiel às Escrituras. Num sentido, a mensagem do Cristo crucificado vai parecer sempre irrelevante e ofensiva. Não é prazeroso escutar que somos pecadores, por natureza objetos da ira de Deus e incapazes de, por nossa própria força, escapar desse juízo. Paulo cria dessa forma: mesmo assim, continuava a pregar o evangelho que ofendia a alguns: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus" (I Co 1.23,24).

2. Um convite para vir a Cristo em arrependimento e fé. O convite do evangelho precisa ser mais que uma apresentação; precisa incluir um convite honesto. Jesus mesmo convida pessoas a virem a ele em arrependimento e fé: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). O pregador não pode minimizar a seriedade do pecado, mas precisa enfatizar a importância do genuíno arrependimento.

Deve ser deixado claro que fé não é apenas um assentimento intelectual a certas verdades, mas o vir a Cristo com todo o ser, incluindo compromisso de serviço. A vocação evangélica é ao mesmo tempo uma ordem, como uma convocação vinda de um rei. Observe como Jesus expressa isso na Parábola da Grande Ceia: “Respondeu-lhes Jesus: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que a casa fique cheia". O convite do evangelho não é algo que deixe a pessoa livre para aceitar ou declinar, como alguém que é convidado para o futebol, mas é uma ordem do soberano Senhor de toda a criação que manda que venhamos a ele para salvação — uma ordem que não pode ser ignorada a custo de uma eterna perdição.

É um erro sério pensar que pastores que pregam a membros de igrejas estabelecidas não precisam fazer convites para receberem a Cristo como Salvador. Herman Bavinck conduz significante discussão sobre extremos a serem evitados na pregação. Pregação equilibrada, diz ele, precisa combinar a ênfase sobre o pacto e sobre o evangelismo. Em sermões dirigidos a pessoas que não tenham ouvido antes o evangelho, o pregador precisa não apenas convidar seus ouvintes a crer e se arrepender; precisa também edificá-los na fé. Em sermões dirigidos a membros de igrejas estabelecidas, por outro lado, o pregador não deve se satisfazer em edificar os crentes na fé, meramente esboçando as implicações da fé que devem ter. É necessário, e sempre será, mesmo na pregação dirigida a crentes, um apelo sério ao arrependimento e à fé. Nenhum pregador pode ingenuamente presumir que todos em sua igreja sejam salvos. Sempre haverá crianças e jovens que ainda não assumiram o compromisso com Cristo, e haverá adultos que não fizeram uma decisão clara pelo Senhor. Esses também precisam ouvir e serem chamados ao Senhor.

3. A promessa do perdão e da salvação. O convite do evangelho precisa também incluir a promessa de que aquele que responde propriamente ao chamado receberá o perdão e a vida eterna em comunhão com Cristo. Essa promessa é, contudo, condicional: você recebe perdão e salvação se você arrepende-se e crê. Mais adiante discutiremos com mais detalhes sobre arrependimento e fé. Quando digo que a promessa incluída no evangelho é condicional, não quero dizer que seja uma condição que um ser humano possa preencher em sua própria força. Só Deus pode capacitar o ouvinte do convite do evangelho a se arrepender e crer. O ouvinte precisa, portanto, orar pedindo a Deus que lhe dê poder, e precisa louvar a Deus quando ele o fizer. Essa condição precisa ser cumprida para que a bênção seja recebida — isso o pregador precisa deixar claro.

Anthony Hoekema
In: A vocação do evangelho
quarta-feira, 6 de junho de 2012

A lei não justifica o pecador por três razões:

Primeira: A justificação não decorre de obras, mas do sacrifício vicário de Cristo. O homem não se salva pelo cumprimento de um conjunto de normas; salva-se pela graça de Deus realizada em Cristo Jesus (Ef. 2:8-9) em benefício dos eleitos. A obediência decorre da regeneração, que cria no regenerado uma natureza consentânea à de Cristo, impulsionando o filho de Deus à submissão ao Pai à servitude cristã. O amor a Deus e ao próximo emana de um coração dominado pela graça e dirigido pelo Espírito Santo.

Segunda: O papel da lei é diagnosticar e mostrar o pecado e sua malignidade, não eliminá-lo ou livrar o pecador de suas conseqüências. A cura está em Cristo (Rm 3:20). Ele assumiu o ônus da culpa original e as penas de todas as rebeldias fatuais de cada um de seus escolhidos. A lei sem a graça é um peso insuportável, um jugo intolerável. O homem, em virtude de sua liberdade natural, não se deixa controlar, sem resistência, por normas externas, estereotipadas. Deus governa os seus eleitos por meio de harmonização da vontade do Governante à do governado (Fp 2:13), e isto de maneira tão natural, que a liberdade individual de ação e escolha fica preservada e até sublimada.

Terceira: O homem não foi e não é capaz de guardar integralmente os preceitos mosaicos, e a quebra de um mandamento implica a ab-rogação de todos, pois o código divino é um corpo orgânico. Atinge o supremo Legislador aquele que fere qualquer de seus preceitos mandamentais. Como todos os eleitos o fazem, todos somos pecadores, passíveis de condenação. O Homem Jesus, porém, assume os pecados dos escolhidos, devidamente chamados e justificados, para expiá-los vicariamente na cruz, apresentando-os ao Pai isentos de qualquer imputação de culpa. O pecador não possui meios de eliminar os seus pecados; somente Cristo o faz por ele, e graciosamente por obras da estrita complacência divina.

Por Cristo Jesus, a lei do amor bilateral, a Deus e ao próximo, implantou-se; e somente ama quem tem vínculos naturais, essenciais, emocionais, sentimentais e espirituais com a pessoa amada. Tais vínculos foram estabelecidos com Deus e entre os redimidos pela misericórdia da reconciliação e pela graça da regeneração.

Autor Desconhecido
terça-feira, 5 de junho de 2012

Em primeiro lugar, Wesley lia a Bíblia em atitude de adoração. Isto significa que ele lia sem pressa e de modo reverente. Ele escreveu sobre isso e disse: "Eis-me, então, aqui, longe das ocupações humanas. Ponho-me aqui a sós com Deus. Eu me exponho ante a sua presença, leio o Seu livro; com este fim, de encontrar o caminho do céu".

Para garantir que os seus momentos de estudo bíblico não fossem apressados, Wesley escolhia as primeiras horas da manhã e os momentos calmos da noite. Esses momentos ofereciam-lhe a possibilidade para meditar sobre o que havia lido. O seu alvo principal era a qualidade, e não a quantidade. É verdade que Wesley normalmente lia um capítulo de cada vez, mas por vezes lia apenas alguns versos. Seu desejo era o de encontrar a Deus e quando o fazia, a quantidade de leitura não tinha grande importância.

Assim, Wesley nos faz lembrar que não podemos ler a Bíblia significativamente se o fizermos com pressa. Estar a sós com Deus e com a Sua palavra exige um tempo próprio, e uma atitude própria de reverência e atenção.

Segundo, Wesley lia a Bíblia sistematicamente. A sua prática era a de seguir um quadro de leituras diárias no Livro de Orações Comuns. Este método permitia-lhe ler o Antigo Testamento uma vez por ano e o Novo Testamento várias vezes. Permitia-lhe, também, ler contextualmente, e não casualmente. Wesley acreditava que o cristão deveria conhecer "todo o conselho de Deus". Ele dava exemplo disso ao ler o Antigo e o Novo Testamentos, bem como os livros apócrifos.

Seria errado, contudo, supor que Wesley estava apenas à procura de experiência através da sua leitura devocional da Bíblia. Ele também queria conhecer a Palavra de Deus. Ele não via qualquer dicotomia entre o estudo puramente científico da Bíblia e a sua leitura para enriquecimento espiritual. Toda nova informação ou descoberta alcançada constituía mais uma inspiração de Deus, e Wesley encarava-a como tal.

Wesley também incluía na leitura das Escrituras o seu conhecimento das línguas originais e o auxílio das melhores fontes de estudo dos seus dias. Wesley demonstrava a sua preocupação pelo conhecimento bíblico através da preparação das suas Notas Explicativas para o Antigo e Novo Testamentos. Estas notas foram retiradas, em grande parte, de escritos alheios, mas as porções selecionadas representam as impressões de Wesley. Ele disse que preparou estas notas para as "pessoas simples, iletradas... que reverenciam e amam a palavra de Deus, e têm o desejo de salvar as suas almas". Conseqüentemente, os comentários são geralmente despidos de terminologia técnica especializada. (...)

Em terceiro lugar, Wesley lia a Bíblia compreensivamente. Ele sabia que tinha a vida inteira para ler a Bíblia, portanto não precisava se apressar. Nem tinha que se contentar com uma leitura infundamentada e superficial. Muito à sua maneira, Wesley desenvolveu um método que resultou em uma experiência compreensiva. Os elementos principais desse método são os seguintes:

1. Regularidade — de manhã e à noite;
2. Unidade de propósito — conhecer a vontade de Deus;
3. Correlacionamento — comparar Escritura com Escritura;
4. Devoção — receber instrução do Espírito Santo;
5. Resolução — colocar em prática o que se aprende.

Este último ponto conduz a um outro importante princípio no uso devocional que Wesley fazia da Bíblia: ele lia intencionalmente. Ele escreveu: "Qualquer que seja a luz que tu tenhas recebido, ela deve ser usada máxima e imediatamente". Para Wesley, isso significava pelo menos duas coisas. Primeiramente significava a aplicação pessoal da palavra de Deus à nossa vida. Em segundo lugar, significava que devemos procurar ensinar aos outros aquilo que aprendemos. Em relação à aplicação pessoal, Wesley encorajava os fiéis a pausarem freqüentemente e a examinarem-se a si próprios à luz do que tinham lido. A isso poderíamos chamar de leitura reflexiva. Ele afirmava que ao fazermos isso, descobriríamos que a Bíblia é, "na verdade, o poder de Deus para a salvação presente e eterna". Tal descoberta nos levaria a tomar as resoluções apropriadas sobre a forma como devemos viver o dia-a-dia. (...)

Mas a definição de propósito nunca pode ser algo privatizado. A total aplicação significa que nós procuramos compartilhar com os outros aquilo que temos aprendido. Wesley afirmou claramente: "Aquilo que eu aprendo, isso eu ensino". Este princípio é reafirmado várias vezes em seu diário, no qual o vemos compartilhando as suas descobertas com as pessoas com quem se encontrava. Às vezes isto tomava a forma de uma leitura mais formal da Bíblia e de outros materiais devocionais. Outras vezes Wesley transmitia suas descobertas em conversas informais. Mas estava sempre aberto a todas as formas e meios de ajudar os outros a crescerem na fé.

Steve Harper
In: Vida Devocional na Tradição Wesleyana
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Nesta série de artigos, estamos estudando o dom de línguas, quanto aos aspectos da atualidade e natureza. No primeiro artigo da série, analisamos a alegação de que o dom de línguas não passa de algaravia, ou seja, um falar extático sem sentido, importado do paganismo. Em seguida, argumentamos em favor da atualidade do falar em outras línguas, a partir das palavras de Jesus registradas por Marcos (Mc 16:17). Em outro artigo, não desta série, discutimos a alegação de que o dom de línguas é a capacidade de falar idiomas humanos não aprendidos, também baseado no texto marcano. Uma leitura desses artigos permitirão ter uma visão geral de minha posição quanto ao falar em línguas. Podemos prosseguir a partir deste ponto.

Costuma-se afirmar que o dom de línguas é a capacidade de falar num idioma terreno não aprendido previamente. Discordamos dessa afirmação, e o fazemos a partir do que a Bíblia afirma nas diversas passagens que se referem a esse dom. Mas no presente artigo, vamos nos ater ao que Lucas relata em Atos 2. Em Atos temos o registro da descida do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos no dia de Pentecostes, quando “todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2:4). O que leva à conclusão de que línguas se referiam à idiomas humanos é que a multidão “estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua” (At 2:6), maravilhando-se e dizendo “como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At 2:8). Sob essa perspectiva o dom de línguas teria a finalidade de possibilitar evangelizar estrangeiros, que de outro modo não poderiam ser alcançados com a comunicação do evangelho. Porém, a leitura do contexto mostra que Atos 2 não corrobora essa tese. 

Vejamos alguns argumentos.

1. Os discípulos começaram a falar em línguas entre si. O texto diz que “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava” (At 2:4). É importante notar que o evento começou num ambiente privado (“casa na qual estavam assentados”, At 2:2) e que só se torna público a partir do verso 6 (“ajuntou-se uma multidão”, At 2:6). O falar em línguas começou ainda na fase privada, onde estavam apenas galileus, e portanto o dom línguas para evangelização era desnecessário, haja vista serem todos crentes.

2. Os ouvintes eram judeus da Diáspora. Muito afirmam que os “judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo” (At 2:5) eram peregrinos vindos para a festa de Pentecostes. Porém, é uma suposição baseada no costume dos judeus irem a Jerusalém para as festas. Mas Lucas afirma que esses homens “estavam habitando em Jerusalém” (At 2:5). O termo κατοικουντες ocorre 43 vezes no Novo Testamento, 21 delas nos escritos de Lucas, onde sempre tem o significado de residentes de um determinado local (ex.: Lc 13:14; At 1:19; 2:14; 4:16; 7:2,4; 9:22,32; 17:26; 19:17). Assim, é mais provável que se tratava de judeus da Diáspora que haviam voltado para Jerusalém. Na expressão “visitantes vindos de Roma” (At 2:10 NVI), o termo traduzido como visitantes é επιδημουντες que segundo Strong pode significar “residente estrangeiro, vivendo com outro povo, em qualquer país”. Na única outra vez que o termo ocorre é traduzido como “estrangeiros que ali viviam” (At 17:21). Portanto, eram romanos que residiam em Jerusalém “tanto judeus como convertidos ao judaísmo” (At 2:11).

Considere também que Lucas diz que os moradores de Jerusalém eram “judeus, tementes a Deus” (At 2:5). A expressão “tementes a Deus” é exclusivamente lucana e usada somente em referência a judeus (Lc 2:25; At 8:2). E mesmo que tivessem nascido em outras terras, foram ensinados por seus pais na língua pátria. Em seu discurso Pedro se dirige aos “homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém” (At 2:14), chama-os de “israelitas” (At 2:22) e de “Israel” (At 2:36). Sendo, pois, os ouvintes judeus e convertidos ao judaísmo residentes em Jerusalém, não havia necessidade do dom de línguas para evangelizá-los, logo, cai a justificativa para o dom de línguas como idioma terreno. 

3. Pedro não evangelizou em línguas. Muitos não percebem as mudanças no relato de Lucas. Num primeiro momento, os discípulos são batizados com o Espírito Santo e passam a falar em línguas, no interior de uma casa, provavelmente no segundo andar (At 2:1-4). Atraído pelo som sobre a casa, uma multidão se reúne e fica perplexa ao ouvir os discípulos falarem no idioma de suas terras maternas (At 2:5-13). Então Pedro se coloca em pé e explica o que está acontecendo (At 2:14-40). Nada no texto indica que Pedro estivesse pregando em outras línguas, pelo contrário, essa hipótese carrega uma dificuldade: se Pedro estivesse falando em línguas, e como só ele falou, ou ele falou simultaneamente em cada uma das línguas referidas ou falou apenas numa delas e cada um dos ouvintes entendeu na sua própria língua.

Mas como já vimos, a audiência era composta de judeus e de alguns prosélitos que moravam em Jerusalém. E mesmo que se tratasse de peregrinos, não havia necessidade do dom de línguas para evangelizá-los. É que na Palestina dos dias de Jesus falava-se aramaico, grego e latim. Nas regiões citadas falava-se o grego, exceto em algumas delas, que falavam aramaico. Logo, o dom de línguas era desnecessário para que eles entendessem a pregação de Pedro e não faz sentido que Pedro pregasse em língua para uma audiência que entenderia se ele falasse o vernáculo.

É preciso dizer, contudo, que os presentes ouviram os discípulos falarem em seus próprios idiomas. Minha explicação é que isso se deu como sinal, que os levaria a ouvir a pregação de Pedro. O milagre de ver galileus exaltarem a Deus nas línguas faladas nas terras em que nasceram causou a perplexidade que os levou se interessar pela explicação e a pregação de Pedro, o que finalmente os compungiu a crer no evangelho.

Concluindo, é certo que os galileus falaram em línguas que não haviam aprendido e que os judeus as entenderam em sua língua materna. Porém, o texto não diz que os discípulos se dirigiram aos presentes, evangelizando-os em seus idiomas maternos, mesmo porque isso seria totalmente desnecessário. Tanto é que Pedro lhes dirigiu a palavra sem ser em outras línguas, muito provavelmente usou o grego, que todos os presentes conheciam. Assim, crer que em Atos 2 houve a evangelização em outras línguas é resultado de uma leitura desatenta e controlada por pressupostos extra-bíblicos.

Soli Deo Gloria
domingo, 3 de junho de 2012
Os que têm a fé produzida neles, pelo Espírito, nunca podem totalmente cair; e ainda que muitas tormentas e inundações lhes fustiguem, não podem ser removidos daquele alicerce e rocha sobre o qual são estabelecidos; ou melhor, serão guardados pelo poder de Deus para a salvação; donde gozarão da possessão que para eles foi comprada, estando seus nomes gravados nas palmas das mãos do próprio Deus.

Artigo 22
Primeira Confissão Londrina, 1642/44