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domingo, 7 de outubro de 2007
"[Deus]... nos escolheu nEle antes da fundação do mundo" Ef 1:4
Baseada nessa passagem, minha amada irmã Dani Berti afirma que "não há fundamento para predestinação individual", observando que o pronome "nos" indica um grupo de pessoas e não indivíduos, o que é verdade. O ponto de vista de que a eleição não diz respeito a pessoas, mas à igreja como entidade, é uma variante popular do arminianismo, pois não é a posição clássica do mesmo, que advoga a eleição pela presciência. Mas será que Efésios dá sustentação à tese da eleição corporativa, popularizada com "a analogia da barca"?
A Gramática sintática do grego do Novo Testamento, de Willian Sanford LaSor diz, em sua página 34, que "Se o sujeito é coletivo, então se usa a forma singular do verbo para o grupo como um todo. Mas se o grupo é considerado segundo a individualidade dos seus membros, é usado o plural". Como exemplo, a GSGNT cita "Muitos sinais e prodígios eram feitos (singular)" (At 5:12) e "multidão de crentes... agregados (plural) ao Senhor" (At 5:14). Como fica a passagem acima sob essa regra?
Na passagem em questão não podemos verificar se o verbo estaria no singular ou no plural, pois o sujeito é Deus, e mesmo que passássemos a oração para a voz passiva (mudando o sujeito para "nós") poderíamos apenas sugerir o número do verbo. Mas podemos fazer essa análise com outro verbo, intimamente ligado ao verbo escolher, que é o verbo predestinar, que ocorre nos versículos 5 e 11 do mesmo capítulo. "Nos predestinou para Ele" (Ef 1:5) está na mesma forma que "nos escolheu nEle", o sujeito de ambas é Deus e o verbo está na voz ativa e no singular. Já em "fomos... predestinados" (Ef 1:11) o sujeito é nós e o verbo está na voz passiva e no plural. Considerando a regra gramatical mencionada, podemos afirmar que fomos predestinados por Deus individualmente. Então, se Paulo tivesse usado a voz passiva, escrevendo "fomos escolhidos", ele provavelmente utilizaria o plural do verbo, para indicar que o grupo dos eleitos foi "considerado segundo a individualidade de seus membros".
Concluimos então que o que não tem fundamento não é a eleição individual para a salvação, mas a tentativa do arminianismo popular de refugiar-se da verdade bíblica em invencionices descabidas.
Soli Deo Gloria
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