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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Tem luz, mas vivem de acordo com essa luz? Paulo rechaça com desdém essa ideia, na arrazadora acusação de Romanos 3:9-19: “todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado... não há justo, nem um sequer... não há quem busque a Deus... não há quem faça o bem...não há temor de Deus diante de seus olhos”. De fato, os jejuns e as peregrinações são uma confissão silenciosa de que não são merecedores. As palavras de Horácio, "vejo um caminho melhor, sigo o pior", nos lembram o angustioso clamor de Paulo: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” (Romanos 7.15,19).

Depois de uma vida de experiência no paganismo na China, o missionário Hudson Taylor afirmou que jamais havia encontrado um chinês, fosse erudito ou lavrador, que por um instante pretendera ter vivido de acordo com a luz que possuía. Em sua perversidade haviam deificado pedaços de madeira e pedra e adorado a coisas criadas, desde o Sol até a baratas, ao invés do Criador. Retraíam-se da luz e deleitaram-se no crime, no pecado e na concupiscência. Se não devemos julgá-los por nossa luz sobrenatural, serão julgados pela sua própria luz.

"Há algum pagão que tenha vivido de acordo com suas próprias normas morais, suas normas de bem e de mal?", perguntou o doutor A. T. Pierson, ex-editor do The Missionary Review of the World (Revista Missionária do Mundo). "Respondemos: 'não! todos pecaram'. Não haveria alguma pagão que tenha vivido de acordo com as suas próprias normas? Por que todos pecaram e em consequência são culpados? Nossa resposta seria: 'pela mesma razão que nos países chamados cristãos todos tem pecado'. Por natureza, 'não há um justo, nem um sequer'. Qual é a razão? Por que somos uma raça caída e nascemos no mundo com uma tendência ao pecado que nos predispõe e inclina para o mal". Como disse Davi, 'em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe'. Este pecado 'original' não consiste em seguir a Adão (como alguns falsamente pretendem), mas na corrupção da natureza humana com que todo descendente de Adão aparece no mundo; uma corrupção na qual o homem está muito longe da justiça original e por sua própria natureza está inclinado ao mal continuamente. E devido a esata corrupção da natureza humana no pagão, igual a daqueles nascidos em terra evangelizadas, o pecado intrínseco assume a supremacia, dominando a vontade, capturando e escravizando a alma; de modo que se bem que os homens aprovem o bem, farão o que eles mesmos declaram ser mal. E não há exceção alguma a esta regra, fora da graça salvadora de nosso Senhor Jesus Cristo."

Longe de viver de acordo com a luz que tem, os pagãos tanto quanto os outros homens, tem violado suas próprias consciências ao fazer o que eles mesmos sabem ser errado e isto os torna responsáveis por suas ações.

J. Oswald Sanders
Están Perdidos?
Tradução livre por Cinco Solas

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

As missões não são o alvo fundamental da igreja. A adoração é. As missões existem porque não há adoração. A adoração é fundamental, não as missões, porque Deus é essencial, não o homem. Quando esta era se encerrar e os incontáveis milhões de redimidos estiverem perante o trono de Deus, não haverá mais missões. Elas são uma necessidade temporária. A adoração, porém, permanece para sempre.

A adoração é, portanto, o combustível e a meta das missões. É a meta das missões porque, nelas, simplesmente procuramos levar as nações ao júbilo inflamado da glória de Deus. O alvo das missões é a alegria dos povos na grandiosidade de Deus. “Reina o SENHOR. Regozije-se a terra, alegrem-se as muitas ilhas” (Sl 97.1). “Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos. Alegrem-se e exultem as gentes” (Sl 67.3-4).

Mas a adoração é também o combustível das missões. A paixão por Deus em adoração precede o oferecimento de Deus por meio da pregação. Você não pode recomendar o que não aprecia. Os missionários jamais exclamarão: “Alegrem-se os povos”, se não puderem dizer de coração: “Eu me alegrarei no Senhor... Alegrar-me-ei e exultarei em ti; ao teu nome, ó Altíssimo, cantarei louvores” (Sl 104.34; 9.2). As missões começam e terminam com a adoração.

Se a busca da glória de Deus não for colocada acima da busca do bem humano nas afeições do coração e nas prioridades da igreja, o homem não será bem servido e Deus não será devidamente honrado. Não estou pleiteando uma diminuição de missões, mas a exaltação de Deus. Quando a chama da adoração arder com o calor digno de Deus, a luz das missões brilhará para os povos mais remotos da terra. Eu anseio pela chegada desse dia! Onde a paixão por Deus for fraca, o zelo pelas missões será fraco. As igrejas que não estão centradas na exaltação da majestade e da beleza de Deus raramente se inflamam por um desejo fervente de “anunciar entre as nações a sua glória” (Sl 96.3). Até os leigos sentem a disparidade entre a ousadia de nossa reivindicação das nações e a brandura do nosso compromisso com Deus.

John Piper
Alegrem-se os povos, Cultura Cristã
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
A discórdia insuperável entre arminianos e calvinistas diz respeito a dois pontos sobre a redenção: sua eficácia e sua extensão. Uma redenção feita em favor de todos que seja objetivamente eficaz, resultaria em universalismo, hipótese rejeitada por ambos os grupos. Para evitá-lo, deve limitar a extensão da expiação ou considerá-la como provida, mas não realizada na cruz. A questão então é: Jesus realizou a redenção na cruz ou apenas a tornou possível? O significado do termo redenção e seu uso no Novo Testamento nos dá uma boa pista para resolver o dilema.

Em português o termo redenção ocorre 11 vezes na versão Revista e Corrigida (Lc 2:38; 21:28; Rm 3:24; 8:23; 1Co 1:30; Ef 1:7; 1:14; 4:30; Cl 1:14; 1Tm 2:6; Hb 9:12). A Revista e Atualizada substitui “redenção” por “resgate” em Ef 1:14 e 1Tm 2:6. A NVI acrescenta à lista Lc 24:21 (onde a RC traz “remisse” e a RA “redimisse” e também traz “resgate” em 1Tm 2:6. O Moderno Dicionário Michaelis de Língua Portuguesa define redenção como sendo o “ato ou efeito de remir; resgate”, acrescentando que na antiguidade referia-se a “esmolas que se davam para remir os cativos”. Quanto ao termo resgate, diz que é tanto a “ação ou efeito de resgatar” como “aquilo que se paga para libertar um cativo, um prisioneiro, etc.”. Outras definições apresentadas são “pagamento de uma dívida” e “o lugar onde, por dinheiro, se fazia a libertação de cativos ou mercadorias”.

No Novo Testamento, redenção é a tradução de dois termos gregos: lutrosis (Lc 2:38; Hb 9:15) e apolutrōsis (Lc 21:28; Rm 3:24; 8:23; 1Co 1:30; Ef 1:7; 1:14; 4:30; Cl 1:14; Hb 9:15). Fazem parte do grupo de palavras baseadas em lutron, que são formadas especificamente para transmitir a ideia de pagamento de resgate. Sendo assim, o significado básico de redenção é a libertação mediante pagamento. Tanto o pagamento do resgate como a libertação de fato estão incluídos no significado. 

A implicação desse conceito em nossa salvação é bastante forte. Jesus não nos salvou pelo exercício de Seu poder. Não nos libertou pela Sua doutrina, nem pelo Seu exemplo. Não nos reconciliou com Deus ignorando nossos pecados. Ele satisfez plenamente a justiça de Deus, libertando-nos mediante o pagamento de um resgate, a redenção em Seu sangue. Não resta dúvida, portanto, que o preço do resgate foi plenamente pago por Jesus, não sendo cabível nenhum complemento ao que ele realizou na cruz, tampouco sendo possível pensar que alguém por quem Ele pagou tão alto preço quedará, ao final, sem ser libertado.

O Novo Testamento declara que Jesus “pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9:12). “Tendo obtido” é um particípio aoristo, que expressa uma ação simples, sem indicar por si mesmo o tempo da ação. Porém, quando encontra-se numa relação com o verbo principal, o particípio aoristo indica uma ação anterior a ele. No caso, a ação principal é “entrou no Santo dos Santos”. Quando Jesus entrou no Santíssimo lugar, já havia realizado uma “eterna redenção”. Logo adiante, diz-se que “intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados” (Hb 9:15). Desta vez, os objetos da “eterna herança”, ou seja os beneficiários da redenção são indicados: “aqueles que tem sido chamados”. No conjunto, Hb 9:12,15 afirma a redenção objetiva e realizada em favor de um grupo específico de pessoas.

Ao morrer na cruz, Jesus “se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1:30), “no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1:7). Escrevendo aos Colossenses, Paulo assim se expressa a respeito do que Cristo realizou na cruz: “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14).

Mas seria possível que o resgate fosse pago, mas a libertação não ocorresse? Se o pagamento fosse feito ao Diabo, enganador e mentiroso desde o princípio, então até se poderia esperar que ele recebesse o pagamento exigido e não libertasse a vítima. Porém, o pagamento foi feito a Deus, que o recebeu de Seu Filho. Pensar que uma só pessoa, por quem Cristo pagou todo preço devido e de quem Deus recebeu o pagamento, venha a se perder, é ultrajante à justiça divina. Assim, posto que ninguém em favor de quem Cristo morreu irá se perder, temos ou o universalismo, ou a expiação limitada em sua extensão.

Soli Deo Gloria
domingo, 27 de janeiro de 2013
A verdadeira interpretação da Escritura. O Apóstolo São Pedro disse que as Escrituras Sagradas não são de interpretação particular (II Ped 1.20). Assim não aprovamos quaisquer interpretações; pelo que nem reconhecemos como a verdadeira ou genuína interpretação das Escrituras a que se chama simplesmente a opinião da Igreja Romana, isto é, a que os defensores da Igreja Romana claramente sustentam que deve ser imposta à aceitação de todos. Mas reconhecemos como ortodoxa e genuína a interpretação da Escritura que é retirada das próprias Escrituras segundo o gênio da língua em que elas foram escritas, segundo as circunstâncias em que foram registradas, e pela comparação de muitíssimas passagens semelhantes e diferentes, e que concorda com a regra de fé e amor, e mais contribui para a glória e a salvação dos homens.

Interpretação dos santos padres. Por isso, não desprezamos as interpretações dos santos padres gregos e latinos, nem rejeitamos as suas discussões e os seus tratados sobre assuntos sagrados, sempre que concordem com as Escrituras; mas respeitosamente divergimos deles, quando neles encontramos coisas estranhas às Escrituras ou contrárias a elas. E não julgamos fazer-lhes qualquer injustiça nesta questão, visto que todos eles, unanimemente, não procuram igualar seus escritos com as Escrituras Canônicas, mas nos mandam verificar até onde eles concordam com elas ou delas discordam, aceitando o que está de acordo com elas e rejeitando o que está em desacordo.

Concílios. Nessa mesma ordem colocam-se também as definições e cânones dos concílios.

Por esse motivo, nas controvérsias religiosas não aceitamos como imposição as simples opiniões dos Santos Padres ou os decretos dos concílios; muito menos, os costumes herdados ou, até, o fato de ser uma opinião partilhada por uma multidão ou consagrada por um longo tempo. Quem é o juiz? Portanto, em questão de fé, não admitimos juiz algum, a não ser o próprio Deus, que, pelas Santas Escrituras, proclama o que é verdadeiro, o que é falso, o que deve ser seguido ou o que deve ser evitado. Assim, apoiamo-nos exclusivamente nos julgamentos de homens espirituais, por eles tomados à Palavra de Deus. Jeremias e outros profetas condenaram severamente os concílios de sacerdotes estabelecidos contra a lei de Deus; e nos advertiram diligentemente que não ouvíssemos os nossos pais, nem trilhássemos os seus caminhos, porque eles, andando segundo suas próprias invenções se desviaram da lei de Deus.
sábado, 26 de janeiro de 2013
"O problema com vocês, cristãos, é que vocês pensam demais sobre Cristo e não o suficiente sobre Deus!" O homem de negócios que falou estas palavras, provavelmente estava expressando o sentimento de muitas pessoas hoje em dia. 

É popular dizer que você acredita em Deus. O problema é que a maioria das pessoas param por aí. Elas não querem ir adiante. Elas não gostam quando alguém insinua que elas estão perdidas e sem esperanças no mundo, caso elas também não creiam em Jesus Cristo como o Filho de Deus e seu Salvador pessoal. 

Por que os cristãos dão tanta importância a Cristo? Não poderiam apenas falar sobre Deus e deixar Cristo de fora? Enfim, quase todo mundo crê em Deus. 

Afinal, porque apresentar a Cristo? Porque não apenas falar em termos daquele lá de cima? A força? A fonte da vida? Por que não podemos nos conformar aos termos do filósofo que referiu-se a Deus como o "motor imóvel" a "inteligência por trás de toda a existência", ou a "base do ser"? Por que não conformar-se às definições dos teólogos sobre Deus como "Espírito, infinito e perfeito, a fonte, sustento e fim de todas as coisas"? 

Estas são perguntas que as pessoas fazem hoje, e elas merecem uma resposta séria. 

Perguntamos novamente, "Por que o cristão tem de falar tanto sobre Cristo?" Devido a uma boa razão: Porque a Bíblia coloca esta ênfase em Cristo. De acordo com o Livro dos livros, por exemplo, nós lemos que: 

1. Cristo é a imagem visível do Deus invisível (Colossenses 1:15). 
2. Ele é o anunciador do Deus eterno (João 1:1). 
3. Ele é o Criador de tudo o que foi feito (João 1:3). 
4. Ele é o Sustentador de tudo o que existe (Colossenses 1:7). 
5. Ele é o Salvador de todo o que nEle confia (João 1:12). 
6. Ele é o Juiz dos homens e das nações (João 6:27). 
7. Ele é a Luz do mundo (João 1:4). 
8. Ele é a Vida dos homens (João 1:4, 5). 
9. Ele é o Cabeça da Igreja (Efésios 1:22,23). 
10. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Filipenses 2:10, 11). 

Este é o motivo pelo qual a Bíblia nos fala para pensar sobre Cristo quando pensamos em Deus. O que Deus é, Cristo é. Ele foi Deus em um corpo humano. Ele é o revelador de Deus — Aquele que O anuncia. 

Na pessoa de Cristo, Deus esteve na terra, revelando Seus próprios pensamentos, Suas emoções, Seus valores, Seu amor, Sua ira, Seus desejos e Suas instruções para nós. De certo modo, o apóstolo Paulo deixa subentendido que Cristo deu um rosto a Deus. Em sua segunda carta aos Coríntios, ele falou de Deus como "aquele que ordenou à luz resplandecer nas trevas e que resplandeceu em nossos corações para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo" (4:6). 

Na carne humana, Cristo personificou o Deus invisível do Velho Testamento. Ele "deu um rosto a Deus", de tal maneira que os homens e mulheres pudessem vê-Lo. E hoje quando investigamos a vida e os ensinos de Cristo tais quais apresentados na Bíblia, estamos na verdade vendo o rosto de Deus. 

Por exemplo: Suponha que um próspero homem de negócios tivesse tido uma profunda preocupação para com um leprosário. Ele envia representantes, dinheiro e suprimentos. Suponha que seus representantes tenham falado aos leprosos tudo a respeito de seu benfeitor, inclusive pendurando seu retrato em um lugar de proeminência. O leprosário teria sem dúvidas uma imagem bastante acurada do homem que tinha feito tanto por eles. 

Mas imagine o quanto mais eles saberiam dele, se ele tivesse deixado o conforto de sua própria casa para mudar-se para o leprosário; se ele morasse entre eles, ajudasse os médicos, confortasse os leprosos e compartilhasse das suas alegrias e lágrimas? E se ele com disposição expusesse seu corpo à terrível moléstia deles? Então eles saberiam como ele realmente era. 

E esta é a diferença que Cristo representa. Tudo o que os profetas tinham falado sobre Ele, Ele agora personificou como Deus, em carne. Ele veio para falar-nos sobre Deus.

Martin R. Haan
Cristo, a Palavra Viva
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Perdemos a cultura" e continuamos perdendo nossos filhos. A história trágica e repetitiva é que os jovens crentes, criados em lares cristãos, vão para a faculdade e abandonam a fé. Por que este padrão é tão comum? Em grande parte, porque eles não foram ensinados a desenvolver uma cosmovisão bíblica. Em vez disso, o cristianismo é restrito a uma área especializada de crença religiosa e devoção pessoal.

Recentemente li um exemplo notável. Em certa escola secundária cristã americana, um professor de teologia colocou-se à frente da sala de aula e, de um lado do quadro-negro, desenhou um coração e, do outro, um cérebro. Os dois desenhos ocupavam partes iguais do quadro. Virando-se para a classe, disse: O coração é o que usamos para a religião, ao passo que fazemos uso do cérebro para a ciência. Uma história apócrifa? Uma caricatura de anti-intelectualismo cristão? Não, a história foi narrada por uma jovem que naquele dia estava na sala. Pior, entre uns duzentos alunos, e ela foi a única que contestou. Pelo visto, os demais não acharam nada incomum restringir a religião ao domínio do "coração".

Na função de pais, pastores, professores e líderes cristãos de grupo de mocidade, vemos constantemente os jovens humilhados pela contracorrente de tendências culturais poderosas. Se tudo que lhes dermos for uma religião do "coração", não serão bastante fortes para se oporem à isca de idéias atraentes e perigosas. Os jovens crentes também precisam de uma religião do "cérebro" — educação em cosmovisão e apologética — para equipá-los na análise e crítica de cosmovisões concorrentes que eles encontrarão no mundo afora. Se estiverem prevenidos e armados, os jovens pelo menos terão a chance de lutar quando forem a minoria entre os companheiros de classe ou colegas de trabalho. Educar os jovens a desenvolver uma mente cristã já não é opção; é parte indispensável do equipamento de sobrevivência.

Nancy Pearcey
In: Verdade Absoluta, CPAD
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Reforma Protestante. Elaborado por Casper Oleviano e Zacarias Ursinos, a pedido de Frederico III, para cumprir três objetivos. Ele deveria servir:

1. Como uma ferramenta para ensinar as crianças;
2. Como um guia para a pregação e instrução do povo comum da igreja; e
3. Como uma forma de unidade entre as várias facções protestantes.

O Catecismo está dividido em três seções:

1. A miséria ou pecado da humanidade;
2. A redenção de Deus; e
3. Nossa gratidão.

Os tópicos cobrem a Lei, a necessidade de salvação, a Trindade, a justificação, os sacramentos, os dez mandamentos, a oração do Senhor e vários outros temas de vital importância à fé cristã. Devido à forma compacta de seus artigos doutrinários e práticos, tem servido sido muito útil à fé e adoração do cristianismo reformado. O Catecismo tornou-se uma das três formas de unidade da igreja holandesa reformada e serviu de apoio ao desenvolvimento do Pequeno Catecismo de Wesminster. 

O fato é que o Catecismo de Heidelberg tem servido à igreja nestes 450 anos, pois os objetivos pretendidos em sua elaboração foram alcançados. Perde a igreja e o crente que ignora a riqueza doutrinária e orientações práticas do Catecismo. Ainda é tempo de você estudar o Catecismo de Heidelberg. Em 2009, o Cinco Solas publicou, a cada domingo, um artigo do Catecismo de Heidelberg. Se desejar lê-lo, comece por aqui.

Soli Deo Glória
domingo, 20 de janeiro de 2013
Heresias. Detestamos, portanto, todas as heresias de Artêmon, dos maniqueus, dos valentinianos, de Cerdon e dos marcionitas, os quais negaram que as Escrituras procediam do Espírito Santo; ou não aceitaram algumas partes delas, ou as interpelaram e corromperam.

Apócrifos. Contudo, não dissimulamos o fato de que certos livros do Velho Testamento foram chamados Apócrifos pelos antigos autores, e Eclesiásticos por outros, porquanto alguns admitiam que fossem lidos nas igrejas, não, porém, invocados para confirmar a autoridade da fé. Assim também Santo Agostinho, em sua De Civitate Dei, livro 18, cap. 38, observa que “nos livros dos Reis, nomes e livros de certos profetas são citados”; mas acrescenta que “eles não se encontram no Cânon”; e que “os livros que temos são suficientes para a piedade”.
sábado, 19 de janeiro de 2013
Na oração revelamos a fé em Deus e em seu providente cuidado, sabendo que ele jamais nos desampara: "Invocar a Deus é o principal exercício da fé e da esperança; e é assim que obtemos da parte de Deus todas as bençãos".[1]

Davi, relembrando o livramento de grandes armadilhas, diz o que fez: orou e entregou sua vida a Deus (Sl 31:1-5). Portanto, "Aquele que confia na providência divina deve fugir para Deus com orações e forte clamor". [2]

Ao orarmos sinceramente, conforme as Escrituras, estamos submetendo nossa vontade a Deus; isto significa que não pretendemos ensinar-lhe nem mudar sua vontade; antes, colocamo-nos diante dele dizendo: "creio que a tua vontade é a melhor para minha vida; cumpre em mim o teu propósito". Orar é entregar confiantemente o futuro a Deus, a fim de que ele concretize sua eterna e santa vontade em nós. A oração revela nosso desejo de que a vontade dele se realize. portanto, oramos não para que Deus realize nossos desejos, mas para que concretize seus juízos: "...faça-se a tua vontade" (Mt 6:10). [3] Longe de nós pretender impor nossos desejos a Deus!

Quando oramos, buscamos o Pai (Mt 6:5-6). Este é o sentido genuíno da oração. Não estamos, através da oração, em busca de recompensas humanas: aplauso, alto conceito a respeito de nossa devoção e piedade. Apesar de esta "recompensa" ser geralmente mais imediata, não a buscamos. Pelo contrário, oramos ao Pai para de fato falar com ele, colocando diante de seu trono de graça nossas necessidades. E neste procedimento, jamais devemos nos esquecer de que ele sabe todas as coisas. Quando assim procedemos, estamos imitando o exemplo de Cristo, como disse Calvino:

Sempre que nossos males nos oprimem e nos torturam, retrocedamos nossa mente para o Filho de Deus que suportou o mesmo fardo. Enquanto ele marchar diante de nós, não temos motivo algum para desespero. Ao mesmo tempo, somos advertidos a não buscar nossa salvação em tempo de angústia, em nenhum outro senão unicamente em Deus. Que melhor guia poderemos encontrar para oração além do exemplo do próprio Cristo? Ele se dirigiu diretamente ao Pai. O apóstolo nos mostra o que devemos fazer, quando diz que ele endereçou suas orações Àquele que era capaz de livrá-lo da morte. Com isso ele quer dizer que Cristo orou corretamente, visto que recorreu ao Deus que é o único Libertador. [4]

Mesmo sem conseguir entender perfeitamente a extensão desse maravilhoso ministério, não podemos deixar de orar, um privilégio que Deus graciosamente nos concedeu de podermos falar com ele e de exercitar nossa fé na sua soberana providência (1Sm 1:9-20; Sl 6:9; Pv 15:29; Mt 26:41; Lc 1:13; 1Ts 5:17; Tg 4:2-3; 1Jo 5:13-15).

Notas: 
[1] - As Institutas, João Calvino (1541), III.9.
[2] - João Calvino, O Livro dos Salmos, vol. 2, p. 27.
[3] - As Institutas (1541), III.9. Cf. tb. III.20.43; Instrução na Fé, cap. 24, p. 66.
[4] - Exposição de Hebreus, p. 134.

Fonte: Fundamentos da Teologia Refomada, Rev. Hermisten Maia. Ed. Mundo Cristão, 2007. p. 121-123. Divulgação: Bereianos
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Atanásio foi oponente de Ário.

Este movimento possui este nome pois foi liderado por Ário (250-336 d.C.), que fora presbítero de Alexandria entre o fim do século 3 e inicio do século 4 depois de Cristo. Ário não admitia que Jesus era Deus, o Verbo encarnado. Ele acreditava que isso implicaria na aproximação entre o cristianismo e o paganismo, já que as religiões pagãs crêem na existência de diversos deuses.

Ário acreditava que Jesus teve um começo, ou seja, que foi criado por Deus. Sua idéia é que houve tempo em que Jesus não existiu, ou seja, que este fora criado por Deus, isso implica que Jesus não é eterno. O Arianismo teve suas doutrinas refutadas quando Ário foi confrontado por Atanásio (296-373 d.C.), num concílio convocado pelo imperador Constantino, que contou com a presença de mais de 300 bispos. Este evento ocorreu na cidade de Nicéia, em 325, e deste concílio surgiu o Credo Niceno, no entanto, a cristologia ariana permaneceu, e nos dias de hoje está presente em grupos como Cristadelfianismo, Testemunhas de Jeová e com alguns traços no Mormonismo.

João R. Weronka
In: Apologia da divindade de Cristo
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Mas lembrem-se de que a juventude de hoje é a primeira geração a crescer com pais modernos. Esta é a primeira geração pós-moderna, e quando atingiram a idade da razão, encontraram esperando por eles o avião a jato, a bomba nuclear, o aparelho de televisão, o computador, a pílula, a cápsula espacial e uma vacina que exterminou um dos maiores causadores de aleijão da mocidade. Encontraram o LSD e a maconha na esquina de sua casa. Contemplaram uma sociedade adulta em que beber havia-se tornado símbolo de posição social e as piadas sobre o sexo coisa comum nas festas.

Acima de tudo, eles penetraram numa vida em que a ciência era considerada como transcendente. Assim sendo, esta geração jovem cresce com abundância, tecnologia, rápida mudança social e violência. E pela televisão eles têm sido bombardeados desde a infância com sugestões de necessidades falsas, o que tem criado um abismo de expectação. Eles querem essas coisas que vêem na televisão, e as querem agora.

Eles foram criados por um sistema de educação que se originou, em parte, aqui mesmo em Nova Iorque no princípio deste século, uma experiência em educação. Esse novo tipo de educação dizia que a verdade é algo que o indivíduo precisa descobrir por si mesmo. A verdade não é objetiva, ela é subjetiva. Tudo é relativo. "É verdade para mim? É verdade para você?" perguntam eles. Rejeitam a declaração de Jesus, que disse: "Eu sou o caminho e a verdade, e a vida." Rejeitam suas palavras: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" porque não existe tal coisa como a verdade absoluta – no dizer deles.

Assim é que a filosofia de grande parte da educação moderna era guiar os estudantes a uma experiência da qual poderiam deduzir certas proposições verdadeiras por si mesmos. Isso, então, nos levou ao que agora se tornou a sociedade tolerante. E tudo que você tem de fazer é ir ao Times Square ou ao campus da universidade para ver as evidências da situação a que essa tolerância nos arrastou. E foi assim que surgiu o abismo entre as gerações. Os valores antigos da geração passada eram baseados no conceito judaico-cristão, nos dez mandamentos e no sermão do monte; e a nova geração se apegou a isto até terminar o primário.

Começaram a ter dúvidas no ginásio, e estavam completamente mudados ao ingressarem na universidade. E assim, quando o rapaz recebe o diploma, o abismo entre as gerações é quase completo, entre ele e seus pais, naquilo que eles crêem e nos compromissos que assumem.

Billy Graham
Junho de 1969
domingo, 13 de janeiro de 2013
A pregação da Palavra de Deus é a Palavra de Deus. Portanto, quando esta Palavra de Deus é agora anunciada na Igreja por pregadores legitimamente chamados, cremos que a própria Palavra de Deus é anunciada e recebida pelos fiéis; e que nenhuma outra Palavra de Deus pode ser inventada, ou esperada do céu: e que a própria Palavra anunciada é que deve ser levada em conta e não o ministro que a anuncia, pois, mesmo que este seja mau e pecador, contudo a Palavra de Deus permanece boa e verdadeira.

Nem pensamos que a pregação exterior deve ser considerada infrutífera pelo fato de a instrução na verdadeira religião depender da iluminação interior do Espírito; porque está escrito: “Não ensinará jamais cada um ao seu próximo... porque todos me conhecerão” (Jer 31.34), e “nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento”, (I Cor 3.7). Pois, ainda que ninguém possa vir a Cristo, se não for levado pelo Pai (cf. João 6.44), se não for interiormente iluminado pelo Espírito Santo, sabemos contudo que é da vontade de Deus que sua palavra seja pregada também externamente. Deus poderia, na verdade, pelo seu Santo Espírito, ou diretamente pelo ministério do anjo, sem o ministério de São Pedro, ter ensinado a Cornélio (cf. At 10.1 ss); não obstante, ele o envia a São Pedro, a respeito de quem o anjo diz: “Ele te dirá o que deves fazer” (cf. At 11.14).

A iluminação interior não elimina a pregação exterior. Aquele que ilumina interiormente dando aos homens o Espírito Santo é o mesmo que deu aos discípulos este mandamento: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.5). E assim, em Filipos, São Paulo pregou a Palavra externamente a Lídia, vendedora de púrpura; mas o Senhor, internamente, abriu o coração da mulher (At 16.14). E o mesmo São Paulo, numa bela gradação, em Rom 10.17, chega, afinal, a esta conclusão: “E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo”.

Reconhecemos, entretanto, que Deus pode iluminar quem ele quiser e quando quiser, mesmo sem ministério externo, pois isso está em seu poder; mas aqui falamos da maneira usual de instruir os homens, que nos foi comunicado por Deus, tanto por mandamento como pelo exemplo.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Se há uma característica prevalecente na cultura moderna, é o relativismo moral. Contudo, este é um dos "ismos" mais fáceis de abater. Por quê? Porque, apesar do que a pessoa diga em que acredita, ninguém confrontado com a crueldade genuína continua sendo um relativista moral. 

Depois da Segunda Guerra Mundial, quando as atrocidades dos cam­pos de concentração nazistas vieram à tona, houve uma crise entre os indivíduos cultos. Imersos no cinismo e relativismo típico de sua classe, pela primeira vez perceberam de modo visceral que o mal é real. Contu­do, suas filosofias seculares não lhes deram base para fazer julgamentos morais objetivos e universais, visto que tais filosofias reduziram os julga­mentos morais a meras preferências pessoais ou convenções culturais. As­sim, eles se acharam presos em contradição prática, o que gerou tremenda tensão interna. 

O dilema é que os seres humanos de forma irresistível e inevitável fazem julgamentos morais. No entanto, as cosmovisões não-bíblicas não fornecem base para eles. Quando os não-crentes agem de acordo com a natureza moral intrínseca e pronunciam que algo é certo ou errado de modo verdadeiro, eles estão sendo incoerentes com a filosofia que profes­sam. Desta forma, a condenam por suas ações. "Sempre que você encon­trar alguém que diz que não acredita em certo ou errado, no momento seguinte esse indivíduo voltará ao que disse", escreve C. S. Lewis. "Ele pode quebrar a promessa que lhe fez, mas se você quebrar a promessa que fez para ele, num abrir e fechar de olhos ele reclama:'Não é justo'". 

"Pelo visto, somos forçados a acreditar em certo e errado", conclui Lewis. "Às vezes, as pessoas se equivocam a esse respeito, da mesma ma­neira que as pessoas às vezes erram ao fazer contas de somar; mas não é questão de mero gosto e opinião mais do que tabuada". Qual é a base lógica para esta crença inevitável sobre certo e errado? A única base para uma moralidade objetiva é a existência de um Deus santo, cujo caráter fornece o fundamento básico para os padrões morais. O cristianismo ex­plica por que somos criaturas morais, e estabelece a validade de nosso senso moral.

Nancy Pearsey
In: Verdade Absoluta
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E por que Paulo fez questão de falar primeiramente da morte de Cristo e não de Sua vida? Porque morreu pelos nossos pecados, como Paulo disse aos coríntios. Uma profunda e maravilhosa verdade, uma verdade que se encontra na base da religião que o Apóstolo havia ido pregar! Porque a morte de Cristo não foi a morte de um mártir ou um mero exemplo de abnegação. Foi a morte voluntária de um Substituto divino dos culpados filhos de Adão, por meio da qual Ele fez expiação pelo "pecado do mundo". Foi uma morte de tão extraordinária importância para a situação do pecador diante de Deus, que proporcionou uma redenção completa das consequências da Queda. Em poucas palavras, Paulo disse aos coríntios que, quando Cristo morreu, o fez como representante – e substituto – do pecador, expiando nosso pecado pelo sacrifício de Si mesmo e suportando o castigo que merecíamos: "Pois também Cristo sofreu pelos pecados de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus" (1 Pedro 3.18); "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus" (2 Coríntios 5.21). Um mistério grande e maravilhoso, sem dúvida! Mas um mistério para o qual cada sacrifício havia sinalizado, desde a época de Abel. Cristo morreu "segundo as Escrituras".

J. C. Ryle
In: Verdades Fundamentais
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Como precisamos de mais fé no Espírito Santo em nossos púlpitos! Para que neles subamos dizendo: “Creio no Espírito Santo; não dependo da minha própria força, não dependo da minha própria inteligência. Se Deus, pelo Seu Espírito, usa as minhas palavras, não importa quão hostis as pessoas sejam, elas se voltarão. Elas se tornarão os maiores defensores desta mensagem”.

Será que temos esta fé? Será que estamos conscientes, enquanto labutamos para o Mestre que Deus, pelo Seu Espírito, ainda outorga vida aos mortos? É importante, enquanto pensamos nesta questão, que percebamos a conexão vital entre essa obra do Espírito e a pregação da cruz. É importante que vejamos isso, pois hoje muito se fala sobre o Espírito Santo e se diz muitas coisas que o Espírito anda fazendo e muitos até se vangloriam de que o Espírito atuou sem a Palavra como se os seres humanos, de alguma forma, estivessem cheios de unção. Como se tivessem um poder especial pairando sobre eles. 

Precisamos ver a relação daquilo que Paulo fala quando diz: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado”. A razão para isto é porque é exatamente através da pregação da cruz que o Espírito demonstra Seu poder e salva os perdidos. Foi o que Paulo quis dizer em 1Co 1:17 - “Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o Evangelho”. A ênfase é no pregar da Palavra, no pregar o Evangelho; ele faz uma colocação importante quando diz que prega “não com sabedoria de palavra”, ou seja, não como o mundo estava entendendo “para que se não anule a cruz de Cristo”, para que a Palavra não fosse despida do seu poder. 

Paulo disse para os crentes de Tessalônica: “...porque o nosso Evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo...” (I Ts 1:5). Era o Evangelho vindo com poder. Não era um poder que simplesmente se “derramava” do apóstolo Paulo, pois ele diz que o Evangelho não havia chegado até eles apenas em palavras, mas em poder. Essa idéia de que se pode ter o Espírito sem a Palavra pode trazer grande reboliço, mas só está fazendo a Igreja mais pobre. O Espírito Santo não haverá de abençoar onde Jesus não é exaltado. Quando a cruz de Cristo é jogada para o lado pode ter certeza de que o Espírito Santo é entristecido completamente.

A mensagem da cruz é a “matéria-prima” que o Espíri-to Santo usa para dar vida aos mortos. A mensagem da cruz que o Espírito usa para fazer os mortos reviverem. “Ele fala, e, ouvindo Sua voz, nova vida os mortos recebem.” Como pode um morto ouvir? Eu não sei! Mas, lembre-se que é a voz do Criador. Jesus disse para Lázaro: “Lázaro, Lázaro, levanta-te!” Lázaro ressuscitou. Deus falou e este mundo veio a existir; Ele falou e o mundo existiu. Como Deus faz só Ele sabe. Mas o fato é que Ele faz, e temos de crer nisso, temos de ir em frente nesta fé. 

Que Deus tome esta mensagem da cruz e a use para dar vida aos mortos.

Conrad Mbewe
In: Vida aos mortos
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Primeiro, existe o fato da Igreja Cristã. Ela tem um alcance mundial. Sua história pode ser traçada desde a Palestina, lá pelo ano 32 d.C. Ela simplesmente surgiu, ou existiu uma causa para isso? Essa gente que foi chamada de cristãos pela primeira vez em Antioquia virou de cabeça para baixo o mundo do seu tempo. Eles se referiam constantemente à Ressurreição como a base do seu ensino, da sua pregação, da sua vida e — o que é mais significativo — da sua morte. 

Em seguida vem o fato do Dia Cristão. O domingo é o dia de culto para os cristãos. Sua história também pode remontar ao ano 32 d.C. Esta alteração no calendário foi monumental, e algo semelhante a um cataclismo deve ter acontecido para mudar o dia de culto do sábado judaico, o sétima dia da semana, para o domingo, o primeiro. Os cristãos diziam que esta alteração ocorreu por causa do seu desejo de comemorar a ressurreição de Jesus dentre os mortos. Esta mudança é tanto mais notável quanto nos lembramos de que os primeiros cristãos eram judeus. Se a Ressurreição não explica esta monumental reviravolta, que é o que a explica, então?

Vem depois o Livro Cristão, o Novo Testamento. Suas páginas encerram seis testemunhas independentes do fato da Ressurreição. Três deles são de testemunhas oculares: João, Pedro e Mateus. Paulo, escrevendo às igrejas numa data antiga, refere-se à Ressurreição de tal maneira que se torna óbvio que, tanto para ele como para seus leitores, o acontecimento era bem conhecido e aceito sem discussão. Esses homens, que contribuíram para transformar a estrutura moral da sociedade, são mentirosos consumados, ou tolos enganados? Estas alternativas são mais difíceis de crer do que o fato da Ressurreição, e não há nem uma sombra de prova para apoiá-las.

Paul Little
In: Você pode defender sua fé?
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Deus é soberano. Não acredito que haja um só crente que duvide dessa afirmação. Se você é cristão, concordará que Deus é supremo sobre todas as coisas que existem, no céu e na terra. Porém, até que ponto você está disposto a se apegar a essa verdade, na medida em que a examinamos de perto? Até onde você iria com a Bíblia nas declarações sobre a soberania de Deus? Em que altura você acrescentaria um "mas" ao que a Bíblia diz?

O que significa dizer que Deus é soberano? De acordo com o Dicionário Bíblico de Easton, soberania de Deus "é o seu absoluto direito de fazer todas as coisas de acordo com seu próprio prazer". O Dicionário Bíblico Ilustrado de Holman diz que soberania de Deus "é o ensino bíblico de que Ele possui todo poder e que governa todas as coisas... de acordo com Seu eterno propósito". E o Dicionário de Temas Bíblicos afirma que soberania divina significa que "Deus é livre e capaz de fazer tudo o que Ele quer; que Ele reina sobre toda a Criação e que Sua vontade é a causa final de todas as coisas". Espero que estas definições não tenham esfriado seu entusiasmo para com a soberania divina.

Deus é soberano sobre a Criação. Quando "no princípio, criou Deus os céus e a terra" (Gn 1:1), Ele procedeu livremente, quer dizer, poderia criar ou não criar e uma vez decidindo criar, poderia criar do jeito que quisesse. "Tudo o que o SENHOR quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos" (Sl 135:6 ACF). Ele poderia ter criado os anjos de forma que não pudessem pecar ou os homens de modo que o amassem de forma infalível, mas agradou-lhe ordenar o mundo mineral, as plantas e os animais e os homens e anjos exatamente como são, pois "Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou" (Sl 115:3). De fato, ao final de Sua obra criadora, "viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gn 1:31).

Deus é soberano sobre a História. Quero acreditar que você não teve grande dificuldade em concordar com o parágrafo anterior. Mas os homens não gostam muito da ideia de Deus governando a História através de uma providência meticulosa. O homem mais poderoso da terra em seus dias, olhando para seu reino disse para si mesmo "não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?" (Dn 4:30). Pouco depois foi forçado a reconhecer perante o Altíssimo que "todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Dn 4:35). No que concerne à História, Deus declara através de Isaías "como pensei, assim sucederá, e, como determinei, assim se efetuará" (Is 14:24). O Senhor continua falando "Este é o desígnio que se formou concernente a toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidará? A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?" (Is 14:26-27).

Alguns admitem um governo geral de Deus, mas não que Ele desça ao nível dos indivíduos para Seu controle. Ora, é um raciocínio tolo esse. Deus tratou com o Egito e Babilônia nas pessoas de Faraó e Nabucodonozor, respectivamente. E quando o Senhor quis julgar várias nações, usou um indivíduo para isso: "Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão" (Is 45:1). Para governar sobre as nações, o Senhor governa sobre indivíduos, controlando até mesmo os seus corações: "Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina" (Pv 21:1). O governo de Deus inclui até acontecimentos casuais, pois "a sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão" (Pv 16:33). Em Romanos 8:28 temos a declaração de que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". Só existe uma maneira de todas as coisas cooperarem para o bem do povo de Deus: se todas estas coisas estiverem sob o governo divino.

Deus é soberando sobre a Salvação. Se a providência divina encontra dura resistência por parte de servos de Deus, mais ainda se pode dizer da soberania sobre a salvação dos pecadores. Mas aqui a Escritura é igualmente enfática ao dizer que "tem Ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz" (Rm 9:18). Ou seja, em última análise, a salvação de cada um depende da vontade de Deus. O novo nascimento não depende "nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1:13). No tocante à salvação, assim como na Criação e na História, Deus é soberano e "faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade" (Ef 1:11).

Começamos este artigo dizendo que todos os crentes concordam que Deus é soberano. Porém, nem todos aceitam que Deus reine de forma absolutista sobre os seres morais e que Ele decida por si só o destino eterno dos tais. Um fato, porém, permanece: não faz diferença nenhuma se alguém concorda ou não com o governo todo abrangente de Deus. A soberania de Deus não emana do povo e o Senhor não depende que ninguém sancione o Seu domínio sobre todas as coisas. Ele é soberano, e ponto.

Soli Deo Gloria
domingo, 6 de janeiro de 2013

Escritura Canônica. Cremos e confessamos que as Escrituras Canônicas dos santos profetas e apóstolos de ambos os Testamentos são a verdadeira Palavra de Deus, e têm suficiente autoridade de si mesmas e não dos homens. O próprio Deus falou aos patriarcas, aos profetas e aos apóstolos, e ainda nos fala a nós pelas Santas Escrituras.

E nesta Escritura Sagrada a Igreja Universal de Cristo tem a mais completa exposição de tudo o que se refere à fé salvadora e à norma de uma vida aceitável a Deus; e a esse respeito é expressamente ordenado por Deus que a ela nada se acrescente ou dela nada se retire.

A Escritura ensina plenamente toda a piedade. Julgamos, portanto, que destas Escrituras devem derivar-se a verdadeira sabedoria e piedade, a reforma e o governo das igrejas, também a instrução em todos os deveres da piedade; enfim, a confirmação de doutrinas e a refutação de todos os erros, assim como todas as exortações segundo a palavra do apóstolo: ‘Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão”, etc. (II Tim 3.16-17). E ainda: “Escrevo-te estas cousas”, diz o apóstolo a Timóteo, “para que fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus”, etc. (I Tim 3.14-15).

A Escritura é a Palavra de Deus. O mesmo apóstolo diz aos tessalonissenses: “Tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes, não como palavra de homens, e, sim, como, em verdade é, a palavra de Deus”, etc. (I Tes 2.13). E o Senhor disse no Evangelho: “Não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós” (Mat 10.20); portanto, “quem vos der ouvidos, ouve-me a mim; e, quem vos rejeitar, a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar, rejeita aquele que me enviou”, (Mat 10.40; Luc 10.16; João 13.20).
sábado, 5 de janeiro de 2013
Todos os anos, sempre aos domingos, o Cinco Solas resgata alguma Confissão de Fé histórica e a publica. Em 2013, querendo o Senhor, publicaremos a Segunda Confissão Helvética. É menos conhecida que a Confissão de Fé de Westeminster e o Catecismo de Heidelberg, mas é um símbolo de fé que gosto muito.

O professor Alderi de Souza Matos diz o seguinte sobre ela:
Esse importantíssimo documento foi escrito pelo reformador suíço Johann Heinrich Bullinger (1504-1575). Convertido à causa evangélica em 1522, no ano seguinte ele conheceu Ulrico Zuínglio, o fundador da tradição reformada, do qual se tornou grande amigo, sucedendo-o em 1531 na liderança da Reforma suíça. Nessa função, procurou unir os protestantes suíços e alemães. Com vários colegas de diferentes cidades, escreveu a Primeira Confissão Helvética (1536), que se tornou a primeira declaração da fé reformada com autoridade nacional. A Segunda Confissão Helvética mantém a mesma estrutura, mas foi inteiramente redigida por Bullinger. Foi composta inicialmente após um parecer favorável do reformador Martin Bucer (1561), sendo reescrita durante uma epidemia na qual Bullinger julgou que iria morrer (1562). Ele anexou a confissão ao seu testamento como uma dádiva final à cidade de Zurique.
Este é um testemunho particular de fé, mas que mereceu se tornar um confissão pública de fé, adotada por várias igrejas reformadas. Diz o historiador que:
A confissão foi publicada em Zurique no dia 12 de março de 1566, sendo aceita por todos os cantões reformados. Posteriormente foi recebida na Escócia, Hungria, França, Polônia, Inglaterra e Holanda, tornando-se, ao lado do Catecismo de Heidelberg, o documento reformado mais estimado e influente. Reflete o pensamento maduro de Bullinger e destaca-se por sua catolicidade e moderação.
Minha oração é que esta Confissão sirva para lhe dar melhor clareza e maior firmeza na fé que uma vez foi dada aos santos.

A postagem começa amanhã.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
O chamado do evangelho precisa ser entregue a todas as pessoas. A Bíblia não deixa dúvida sobre isso. Na Grande Comissão, Jesus disse aos seus discípulos e à igreja de todas as eras: "Vá e faça discípulos de todas as nações". Ainda que as igrejas de persuasão reformada têm afirmado a doutrina da eleição incondicional (de que Deus tem escolhido seu povo graciosamente desde antes da criação do mundo) e a expiação limitada (que Cristo expiou os pecados daqueles que foram escolhidos como seu povo), essas igrejas têm também — com exceções ocasionais — afirmado que a oferta do evangelho deve ser entregue a todos os ouvidos do mundo.

A Escritura claramente ensina que o evangelho precisa ser pregado a todos. Se podemos ajustar isso com a eleição particular, é outra questão. Mas a regra para nossa pregação deve ser a vontade de Deus revelada. Em última análise, cabe a Deus harmonizar o predeterminado resultado da pregação do evangelho com a oferta geral da salvação. Somos limitados aos meios que Deus prescreveu para conduzir pessoas à salvação. E o meio mais importante é a pregação do evangelho.

A vocação evangélica pode ser definida assim: a oferta da salvação em Cristo a pessoas, junto com um convite para vir a Cristo em arrependimento e fé, para que recebam o perdão dos pecados e a vida eterna.

Anthony Hoekema
In: A vocação do Evangelho


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Esta escritura diz: “Enchei-vos do Espírito”. E uma ordem; não há alternativa. A primeira parte do versículo diz: “Não vos embriagueis com vinho”. Estava eu pregando numa igreja no Sul, há algum tempo. Um diácono compareceu embriagado. A igreja se reuniu em assembleia e o cortou da comunhão. Fez o que devia fazer. Perguntei ao pastor: “Todos os diáconos vêm cheios do Espírito Santo, aos domingos?”. Ele respondeu que não; eu continuei: “Alguma vez o senhor os expulsou por isso?” “Não!” - Eu disse então: “O Senhor sabia que o mesmo versículo que diz — “não vos embriagueis com vinho” — diz também — “enchei-vos do Espírito?”. Isto não é apenas um conselho, ou como se Deus batesse no ombro de alguém, dizendo-lhe: “Espero que estejas cheio do Espírito”. O Deus Todo-poderoso disse “Enchei-vos do Espírito”.

Esta noite eu pergunto: Estais cheios do Espírito?. Vós, cristãos, estais cheios do Espírito? Se não estais, contra Deus estais pecando. Não tendes vitória em vossa vida. Não há alegria, nem emoção, nem brilho em vossa vida, nesta noite, a menos que atendam à ordem divina: “Enchei-vos do Espírito”.

Agora, lede comigo a Ezequiel 37.4, onde temos uma boa ilustração sobre os crentes que não têm a plenitude do Espírito: “Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Jeová a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei, nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor. Então, profetizei como se me deu ordem; e houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um reboliço, e os ossos se ajuntaram, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito".

Percebestes que este é o retrato da vasta maioria dos membros da Igreja de Jesus Cristo nestes dias? Os ossos estão no devido lugar, a organização está bem lubrificada, o mecanismo funciona às mil maravilhas. Temos nossos presidentes, nossas comissões, e toda a organização necessária, mas há tão pouco espírito em nós que é como se estivéssemos mortos, sem fôlego de vida. Osso sobre osso, todos os nervos e músculos no lugar, vasos sanguíneos, olhos, mãos, pés, ouvidos, nariz, cabelo, mas nada de fôlego! Isto, para mim, nesta noite, é a figura de milhares de cristãos. Temos tudo, exceto o Espírito de Deus. Tudo possuímos, menos a plenitude do Santo Espírito.

A Igreja está sem poder. Reunimo-nos para oração, para os cultos e em convenções das Escolas Dominicais. As comissões trabalham; realizam-se estudos bíblicos, os Seminários funcionam. Mas não temos poder, porque não temos o Espírito de Deus em poder e plenitude em nossas vidas. 

A Bíblia diz: “Enchei-vos do Espírito”. Estais cheios do Espírito? Estou persuadido de que nesta noite estamos precisando desesperadamente de algo que não é uma nova organização, nem um novo movimento, nem um novo método — pois temos tudo isto em demasia. Creio que a maior necessidade, nesta noite, é que nossos homens e nossas mulheres que professam o nome de Jesus Cristo, sejam cheios do Espírito. 

Estais cheios do Espírito? Não acredito que seja possível ensinar com poder numa classe de Escola Dominical, se não estais cheios do Espírito. Não é possível pregar com poder a menos que estejais cheios do Espírito. Não é possível reproduzir diariamente a vida de Cristo sem que estejais cheios do Espírito. “Enchei-vos do Espírito”.

Billy Graham
Citado por Enéias Tognini
In: Você está cheio do Espírito Santo
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Caro Rick,

Espero que esteja bem de saúde e principalmente gozando de plena comunhão com Cristo. Recebi a resposta à minha primeira carta enviada por email, e após um tempo digerindo-a concluí ser o momento de enviar-lhe uma resposta. Espero que não a tome como uma disposição para a contenda, mas perceba em minhas palavras um sincero interesse na verdade e reconheça que assim como se preocupa com que eu ande nela, tenho a mesma preocupação em relação à você.

Em sua resposta, você reconheceu que a Bíblia até fala de predestinação, mas disse que “não é bem assim”. Alegou que predestinar não significa que Deus decide antes da pessoa nascer se ela vai para o céu ou para o inferno. Que é cada pessoa, quando aceita Jesus, que predestina a si mesmo e que Deus apenas predestinou que quem aceitar a Jesus será salvo. Se uma pessoa quiser, mesmo depois de ter aceitado Jesus pode recusar ser predestinado para o céu. Confesso que suas explicações soaram confusas para mim, além de me parecerem tentativas de fugir do significado do termo predestinar na Bíblia.

O verbo predestinar vem do grego proorizo e significa “decidir de antemão”, ou seja, destinar antecipadamente. Todo verbo de ação tem um sujeito, aquele que realiza a ação, e é indicado pela voz ativa. Em Rm 8:28-29, o sujeito da predestinação é Deus, pois diz que “Deus... os predestinou”. Em Ef 1:3,5 é “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” que “em amor nos predestinou”. Os objetos da ação são os que sofrem a ação e isto é indicado pela voz passiva, como no verso 11 de Efésios 5, onde está dito que “fomos predestinados”. A análise simples dos verbos demonstra que é Deus que predestina e que o homem é predestinado sem influir nisso.

Também não é correta sua suposição de que o homem se predestina ao crer em Jesus. A palavra predestinação, como já dissemos, significa “destinar de antemão”. Em Romanos 8:30, diz que “aos que predestinou... a estes também chamou”. A predestinação ocorre antes de ouvirmos o chamado do Senhor. Em Atos 13:48 temos um relato esclarecedor sobre a relação entre predestinação e fé: “...e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13:48). A ordem dos eventos é bem clara: a predestinação antecede a fé e não se baseia nela. 

Levemos isso em consideração enquanto analisamos sua afirmação de que a pessoa pode recusar ser predestinada, mesmo depois de ter crido em Jesus. Sendo Deus quem predestina, a predestinação tem que ser infalível. Veja que em Romanos há uma corrente inquebrável: os que conheceu são os mesmos que predestinou, que por sua vez são os mesmos que chamou, que são os mesmos que justificou e que são os mesmos que glorificou. Não há margem para concluir que algum predestinado não chegará finalmente à glória. Não seria o caso se fosse o homem que predestinasse a si mesmo, mas não pode ser de outra forma sendo Deus quem predestina, pois fomos “predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1:11). O autor sagrado acrescenta que fomos “selados com o Santo Espírito da promessa o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade” (Ef 1:13-14). Sendo a predestinação um decreto divino, é tão infalível quanto qualquer decreto de Deus.

Rick, não sei se consegui ser suficientemente claro, seja na interpretação de seu pensamento, seja na transmissão do meu. Mas tenho certeza de que se você examinar o que eu disse, numa atitude de aceitação do que a Bíblia afirma, a verdade irá aflorar. Você chegará à conclusão que predestinar significa decidir o destino desde a eternidade, que é Deus e não o homem que predestina e que sendo a predestinação divina e eterna, ninguém pode mudar essa predestinação pela sua própria vontade.

Quanto às razões que você apresentou, pelas quais “a predestinação não pode ser verdade”, irei lhe escrever oportunamente. Darei um tempo para que reflita sobre o que escrevi e para que tenha tempo de perguntar algo que eventualmente não consegui deixar claro ou firme o suficiente.

Seu sempre irmão em Cristo,

Leia a Carta a um irmão inquieto - 3