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quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Os efeitos decorrentes de nossa aridez cerebral não são apenas comuns, mas também bastante variados em suas nuanças. Muitos fiéis de comunidades do Evangelho Pleno se inclinam a promover pregações de bem estar, uma mentalidade de público consumidor e a vulgarização da hermenêutica. O fascínio pelas celebridades cristãs, pelo emocionalismo e o louvor centrado em si mesmo, bem como o cultivo de crenças sensacionalistas e marginais são indicadores adicionais de que muitos cristãos do Evangelho Pleno tem lançado o pensamento reflexivo para a periferia de sua vida de fé.

Em nossa revolta contra a razão, mudamos "a fé uma vez dada aos santos" (Jd 3) e fracassamos em nos preparar para defender essa fé. Embora a razão, a lógica e o pensamento crítico não sejam nossas únicas ferramentas, sem eles somos inclinados a interpretar erroneamente a Palavra de Deus, possuindo zelo sem conhecimento e usando de modo equivocado os dons celestiais. A vida vivida pela fé não deve abrir mão do bom raciocínio; ao invés disso, especialmente por sermos cristãos, somos incumbidos da responsabilidade de administrar com fidelidade aqueles poucos centímetros cúbicos de matéria cinzenta alojada dentro de nosso crânio. 

Ao preparar nossa mente para a ação (1Pe 1:13), preparamo-nos para o dia da batalha. E, ao desenvolver nossas mentes, tornamo-nos um reino de pensadores que trazem honra e glória ao nosso Senhor.

Rick Nañez
In: Pentecostal de coração e mente, p. 226
terça-feira, 30 de agosto de 2011
A conclusão é que não há sistema de pensamento que seja produto puramente da Razão, pois esta não é um repositório de verdades infalíveis e autônomas do ponto de vista religioso, como Descartes e os outros racionalistas pensavam.Trata-se de capacidade humana a habilidade de ar¬gumentar partindo de premissas. A questão importante é o que aceitamos como premissas básicas, pois são elas que moldam tudo o que vem depois.

Se pressionarmos um conjunto de idéias, acabaremos chegando a um ponto de partida. Algo tem de ser considerado como auto-existente — a realidade última e fonte básica de tudo mais. Não há razão para isso existir; apenas "é". Para o materialista, a realidade última é a matéria, e tudo é convertido em componentes materiais. Para o panteísta, a realidade última é uma força ou substrato espiritual, fazendo com que a meta da meditação seja religar-se com essa unidade espiritual. Para o darwinista teórico, a biologia é última, e tudo, até a religião e a moralidade, é reduzido a um produto de processos darwinistas. Para o empírico, todo o conhecimento é, no final das contas, determinável a dados perceptíveis, e tudo que não for conhecido pela sensação é irreal.

E assim por diante. Todo sistema de pensamento inicia-se em algum princípio último. Se não começa com Deus, começa com uma dimensão da criação — o material, o espiritual, o biológico, o empírico ou o que quer que seja. Algum aspecto da realidade criada será "absolutizada" ou proposta como base e fonte de tudo o mais — a causa não causada, o existente por si mesmo. Para usar linguagem religiosa, esta realidade últi¬ma funciona como o divino, se definimos o termo com o sentido de uma coisa da qual todas as outras dependem para existir. Esta pressuposição inicial tem de ser aceita pela fé e não por raciocínio prévio. (Caso contrário, não é de fato o ponto de partida supremo para todo raciocínio; logo, temos de continuar procurando algo para começar dali.)

Neste sentido, diríamos que toda alternativa ao cristianismo é uma religião. Pode não envolver ritual ou cultos de adoração, todavia, mesmo assim, identifica algum princípio ou força na criação como a causa auto-existente de tudo. Até os não-crentes mantêm alguma base de existência última, que funciona como ídolo ou falso deus. É por isso que os "escritores da Bíblia sempre tratam o leitor como se já acreditasse em Deus ou em algum deus substituto", explica o filósofo Roy Clouser. A fé é uma prática humana universal, e se não for dirigida a Deus será dirigida a outra coisa.

Nancy Pearsey
In: Verdade Absoluta
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” Rm 8:29-30 

Você já parou para pensar o que Deus fez por você? Não apenas durante sua vida, mas desde muito antes de você nascer? E você crê que Ele tem determinado um futuro glorioso para você, e que esse futuro é certo? Vamos analisar algumas coisas que Deus fez, faz e fará por nós. 

Deus nos elegeu. Quando o texto se refere aos que “dantes conheceu” não está declarando simplesmente que Deus tomou conhecimento da nossa existência na eternidade. Tampouco está dizendo que Deus anteviu alguma característica em nós que Lhe atraísse, nem algo que iriamos fazer ou como reagiríamos diante da oferta do evangelho. O verbo conhecer na Bíblia tem caráter relacional e até íntimo. "O Senhor conhece quem lhe pertence" (2Tm 2:19). Jesus disse “conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem” (Jo 10:14). Sendo assim, o “dantes conheceu” implica uma escolha prévia, soberana e graciosa, devido unicamente ao especial amor de Deus por nós. 

Deus nos predestinou. Predestinar é destinar de antemão. Significa que Deus já tem determinado um futuro especial para nós na eternidade. Muitas pessoas não gostam da palavra predestinação, evitam-na e até a combatem. Porém essa palavra nunca é apresentada de forma negativa na Bíblia e não temos nenhum motivo para rejeitá-la, uma vez que Deus é o agente da predestinação. Ora, se cremos que tudo o que Deus faz é bom e se a Bíblia diz que Deus predestina, então devemos amar a doutrina expressa por essa palavra. Pois foi “em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade” (Ef 1:5). 

Deus nos chamou. Não significa que Deus apenas nos convidou e esperou passivamente que escolhêssemos aceitar ao seu chamado. Nem mesmo que o Espírito Santo se esforçou para nos persuadir das vantagens da aceitação do evangelho comparadas com as sérias consequências da rejeição, apelando ao nosso bom senso para uma decisão sensata. Nas cartas de Paulo, a chamada de Deus é sempre eficaz. Significa que somos renovados em nosso coração, mente e vontade, pois de outro modo não poderíamos ir, desse modo, não podemos não ir. Esses dois fatos são sintetizados por Jesus quando diz “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:44). 

Deus nos justificou. O maior dilema da humanidade é “como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9:2) ou “como seria puro aquele que nasce de mulher?” (Jó 25:4). Não pecar é a resposta mais óbvia, porém a Bíblia retira qualquer esperança nesse sentido quando declara, a priori, que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23) e que por isso “não há um justo, nem um sequer” (Rm 3:10). Inútil seria tentar fazer algo que compensasse isso, pois “todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Is 64:6). Apesar disso, a Bíblia diz que Deus nos justificou! Como? Não buscando em nós justiça pessoal, mas justiça alheia, mais especificamente “a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Fp 3:9). Deus castigou nosso pecado em Jesus e mediate a fé somos declarados justos diante dEle! 

Deus nos glorificou. Causa estranheza a Bíblia declarar que fomos glorificados, quando ainda não experimentamos essa realidade. O que Deus está afirmando ao usar esse tempo verbal é que a nossa participação da glória de Cristo é certa. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1:6). Se fomos chamados e justificados, então é certo que seremos glorificados, assim como é fato que fomos eleitos e predestinados. Todos esses eventos estão postos em cadeia, de modo que nenhum elo pode ser quebrado. Não é possível negar a eleição ou a predestinação sem destruir a chamada e a justificação e tornar incerta a glorificação. 

Conclusão. Paulo não estava defendendo as doutrinas da eleição, predestinação, chamada, justificação e glorificação nesses versículos. Ele as tinha como certas e supunha serem aceitas por seus leitores. Ele estava utilizando essas doutrinas para justificar aos seus leitores o fato de que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:29). O que ele estava ensinando é que uma vez que Deus já assegurou nosso bem da eternidade passada à eternidade futura, então “aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). Que estas palavras sirvam para lhe dar a certeza de que o mesmo Deus que agiu para seu bem na eternidade passada e agirá na eternidade futura também cuidará de ti em meio as aflições presentes, para Sua eterna glória! 

Soli Deo Gloria
domingo, 28 de agosto de 2011
Aquele que tem sido devidamente instruído na verdadeira fé percebe, por um lado, sua extrema pobreza, carência de bens espirituais e sua incapacidade total para salvar-se. Daí que para encontrar ajuda e sair de sua miséria busque auxílio fora de si mesmo.

Por outro lado, contemplo o Senhor — quem generosamente e de boa vontade se oferece em Jesus Cristo, e nEle abre todos os tesouros celestiais —, a fim de que sua fé se centralize no Filho bem-amado e nEle repouse e produza raízes toda sua esperança. É, pois, necessário que o homem se volte a Deus para pedi-lhe, por meio da oração, aquilo que só Ele possui.

Caso de não invocar e orar a Deus — quando sabemos que Ele é o Senhor, de quem todos os bens provêm, e que Ele mesmo nos convida a que lhe peçamos tudo o que precisamos —, viríamos a sermos como aquele que, conhecendo onde há um tesouro escondido, por negligência e para poupar-se o trabalho de desenterrá-lo, o deixa ali esquecido.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sábado, 27 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A igreja não produz reavivamento; ela o busca e prepara seu caminho. A igreja não agenda reavivamento; ela ora por ele e aguarda sua chegada. Reavivamento não é estilo de culto, nem apenas presença de dons espirituais ou manifestações de milagres. O Salmo 85 trata desse momentoso assunto de forma esclarecedora. O salmista pergunta: “Porventura, não tornará a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (Sl 85.6). Dr. Augustus Nicodemus, em recente mensagem pregada em nossa igreja, ofereceu-nos quatro reflexões acerca do versículo em epígrafe.

1. Reavivamento é uma obra de Deus na vida do seu povo. Reavivamento não acontece no mundo, mas na igreja. É uma intervenção incomum de Deus na vida do seu povo, trazendo arrependimento de pecado, volta à Palavra, sede de santidade, adoração fervorosa e vida abundante. Reavivamento começa na igreja e transborda para o mundo. O juízo começa pela casa de Deus. Primeiro a igreja se volta para Deus, então, ela convoca o mundo a arrepender-se e voltar-se para Deus.
2. Reavivamento é uma obra exclusiva de Deus. Os filhos de Coré clamaram a Deus por reavivamento. Eles entenderam que somente Deus poderia trazer à combalida nação de Israel um tempo de restauração. Nenhum esforço humano pode produzir o vento do Espírito. Nenhuma igreja ou concílio pode gerar esse poder que opera na igreja um reavivamento. Esse poder não vem da igreja; vem de Deus. Não vem do homem; emana do Espírito. Não procede da terra; é derramado do céu. Laboram em erro aqueles que confundem reavivamento com emocionalismo. Estão na contramão da verdade aqueles que interpretam as muitas novidades do mercado da fé, eivadas de doutrinas estranhas às Escrituras, como sinais de reavivamento. Não há genuína obra do Espírito contrária à verdade revelada de Deus. O Espírito Santo é o Espírito da verdade e ele guia a igreja na verdade. Jamais ocorreu qualquer reavivamento espiritual, produzido pelo Espírito de Deus, dentro de seitas heterodoxas, pois Deus não age contra si mesmo nem é inconsistente com sua própria Palavra.
3. Reavivamento é uma obra extraordinária de Deus. O reavivamento não é apenas uma obra de Deus, mas uma obra extraordinária. É uma manifestação incomum de Deus na vida do seu povo e através do seu povo. Deus pode fazer mais num dia de reavivamento do que nós conseguimos fazer num ano inteiro de atividades, estribados na força da carne. Quando olhamos os reavivamentos nos dias dos reis Ezequias e Josias, vemos como o povo se voltou para Deus e houve júbilo e salvação. Quando contemplamos o derramamento do Espírito no Pentecostes, em Jerusalém, vemos como a mensagem de Pedro, como flecha, alcançou os corações e quase três mil pessoas se agregaram à igreja. Quando estudamos o grande reavivamento inglês, no século dezoito, com John Wesley e George Whitefield constatamos que uma nação inteira foi impactada com o evangelho. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos no século dezenove e na Coréia do Sul no século vinte. O reavivamento é uma obra incomum e extraordinária de Deus e nós precisamos urgentemente buscar essa visitação poderosa do Espírito Santo na vida da igreja hoje.
4. Reavivamento é uma obra repetida de Deus na história. É importante entender que o Pentecostes é um marco histórico definido na história da igreja. O Espírito Santo foi derramado para estar para sempre com a igreja e esse fato é único e irrepetível. Porém, muitas vezes e em muitos lugares, Deus visitou o seu povo com novos derramamentos do Espírito, restaurando sua igreja, soprando sobre ela um alento de vida e erguendo-a, muitas vezes, do vale da sequidão. Nós precisamos preparar o caminho do Senhor e orar com fervor e perseverança como o salmista: “Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” O reavivamento é uma promessa de Deus e uma necessidade da igreja. É tempo de clamarmos ao Senhor até que ele venha e restaure a nossa sorte!
 Por Hernandes Dias Lopes. © Palavra da Verdade. Website: hernandesdiaslopes.com.br
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Agora, geralmente a aplicação da Palavra que o Espírito Santo faz aos nossos corações só vem em decorrência da compreensão que obtivermos pelo estudo dedicado. Há pelo menos três textos que deixam isso claro para nós.

No primeiro, o salmista diz assim: “Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você. Não sejam como o cavalo ou o burro, que não têm entendimento mas precisam ser controlados com freios e rédeas, caso contrário não obedecem” (Sl 32.8-9). Deus está dizendo que devemos usar o nosso entendimento para refletirmos em seus ensinamentos, pois somente assim nós receberemos os seus conselhos e ouviremos a sua voz.

Paulo orienta dizendo: “Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública da Escritura, à exortação e ao ensino” (1Tm 4.13). O apóstolo revela que a igreja em Éfeso, sob os cuidados do jovem pastor Timóteo, haveria de se beneficiar (ouvindo a voz de Deus) mediante a leitura e a subseqüente pregação da Bíblia no culto coletivo.

Outro texto importante está em 2Timóteo 2.7, que diz: “Reflita no que estou dizendo, pois o Senhor lhe dará entendimento em tudo”. Ou seja, se quisermos ouvir claramente a voz de Deus, entender com precisão o sentido de um texto Bíblico e ficar estimulados com a leitura diária das Escrituras teremos que refletir (estudar, meditar) nas Escrituras.

Isaltino Gomes Coelho Filho
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
A segunda tendência secular muito difundida e a qual os discípulos cristãos devem resistir é o materialismo. O materialismo não é simplesmente uma aceitação da realidade do mundo material. Se assim fosse, todos os cristãos seriam materialistas, pois acreditamos que Deus criou o mundo material e disponibilizou suas bênçãos a nós. Deus declarou a ordem material também por meio da encarnação e ressurreição do seu Filho, na água do batismo e no pão e vinho da Santa Comunhão. Não é de se admirar que William Temple tenha descrito o cristianismo como a religião mais material de todas. Porém, ela não é materialista.

Pois materialismo é uma preocupação com coisas materiais, que podem abafar a nossa vida espiritual. No entanto, Jesus nos diz para não armazenar tesouros na terra e nos adverte contra a avareza. O mesmo faz o apóstolo Paulo, nos impelindo a desenvolver um estilo de vida de simplicidade, generosidade e contentamento, extraindo tal padrão de sua própria experiência de ter aprendido a estar contente em quaisquer circunstâncias (Fp 4.11).

Paulo acrescenta que “grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (1Tm 6.6) e continua, explicando que “nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele”. Talvez, de forma consciente, ele estivesse repetindo o que diz Jó: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei” (Jó 1.21). Em outras palavras, a vida na terra é uma breve peregrinação entre dois momentos de nudez. Assim, seríamos sábios se viajássemos com pouca carga. Nada levaremos conosco.

John Stott
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Por natureza, os homens estão espiritualmente mortos, mortos em seus delitos e pecados, e sua primeira necessidade é vida espiritual, porque "se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3). Por intermédio do novo nascimento, Deus faz que passemos da morte para a vida (Jo 5.24). Ele concede-nos sua própria natureza (2 Pe 1.4). Liberta-nos do império das trevas e nos transporta para o reino do seu Filho amado (Gl 1.13). Ora, éramos manifesta-mente incapazes de fazer isso por nós mesmos, porque "éramos fracos" (Rm 5.6). Por isso está escrito: "Somos feitura dele, criados em Cristo Jesus" (Ef 2.10).

Pelo novo nascimento tornamo-nos co-participantes da natureza divina: um princípio, uma "semente", uma vida que nasce "do Espírito" e que, por isso mesmo, "é espírito"; e, sendo nascida do Espírito Santo, é santa. Sem essa nova natureza, divina e santa, que recebemos quando nascemos de novo, é inteiramente impossível a qualquer homem gerar um impulso espiritual, formar um conceito espiritual, ter pensamentos espirituais, entender realidades espirituais e, muito menos ainda, dedicar-se a obras espirituais. Sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

No entanto, o homem natural não deseja a santidade, não querendo, portanto, a provisão feita por Deus. Suplicaria, pois, o homem, e se esforçaria por aquilo que não lhe agrada? Certamente que não. Se, no entanto, o homem verdadeiramente segue aquilo que, por natureza, odeia profundamente, e se agora ama Aquele que antes odiava, é porque em seu interior operou-se uma milagrosa modificação; é porque um poder externo operou sobre ele; uma natureza inteiramente diversa daquela que possuía lhe foi implantada. Por isso está escrito: "Assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17). O indivíduo que acabamos de descrever passou da morte para a vida, voltou-se das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus (At 26.18). Não há outro modo de explicar tão grande mudança.

A. W. Pink
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens. 1Co 4:9

No programa Na Mira da Verdade, de 15 de julho de 2009, Leandro Quadros afirma que “a Bíblia menciona claramente que há vida em outros mundos”, concluindo ainda que “realmente existe vida em outros planetas, que não conheceram o pecado, a desobediência à lei de Deus”. Ele fundamenta sua assertiva em 1Co 4:9, justificando que “a palavra mundo aqui, vem da palavra kosmos, que se refere ao universo”. Esse é mais um exemplo que como o professor Leandro Quadros trata a Escritura com descuido e como seus alunos se contentam com tão pouco quando se trata de temas bíblicos.

Uma análise da palavra κοσμω no Novo Testamento revela uma variedade de sentidos, sendo que o sentido específico deve ser dado pelo contexto. De acordo com o léxico grego de Strong, κοσμω pode significar “a terra”, “o arranjo das estrelas”, “os habitantes da terra”, “os incrédulos”, “as coisas terrenas”, “os gentios em contraste com os judeus”, “os crentes unicamente” e, inclusive, “o universo”. Porém, assumir simplesmente que em 1Co 4:9 mundo significa “universo” e que isso mostra “claramente que há vida em outros planetas” é de uma irresponsabilidade exegética enorme.

Voltando ao Léxico de Strong, o termo κοσμω (kosmos) “tem com freqüência um sentido desfavorável, que denota os habitantes do mundo, a humanidade em geral, como oposta a Deus” e este é o sentido com que o termo deve ser utilizado, na falta de elementos textuais que sugiram outro sentido. Mesmo porque, quando a Bíblia quer se referir especificamente ao universo, utiliza o termo αιωνας (plural de aion), como em Hebreus 1:2 “mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo e “pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que é visível” (Hb 11:3).

Vejamos aonde a prática leandrina nos leva, se aplicada a outros textos das escrituras. Tomemos um verso bem conhecido. "Porque Deus tanto amou o mundo (kosmos) que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Se mundo aqui significa universo, então decorre que Jesus foi enviado para salvar não apenas o homem, mas habitantes de outros planetas também. Noutro lugar diz “Se o mundo (kosmos) os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim” (Jo 15:18). Se mundo significa universo, então os habitantes de outros planetas odeiam a Jesus, como pois Leandro diz que eles não conhecem o pecado?

Como dissemos, uma palavra que pode assumir mais de um sentido deve ter o sentido pretendido pelo autor determinado à luz do contexto. Vejamos pois como Paulo usa a palavra mundo nas 20 vezes que a utiliza na primeira carta aos Coríntios. Ele se refere à “sabedoria do mundo” (1:20, 2:6, 3:19), pela qual “o mundo não o conheceu” (1.21), pelo que Deus escolheu “as coisas fracas do mundo”, “as coisas loucas do mundo” (1:27; cf. 7:31,33,34) e “as coisas insignificantes do mundo” (1:28) para reduzir a nada a sabedoria mundana. Ele faz referência ainda aos “poderosos deste mundo” (2:8), ao “espírito do mundo” (2:12), aos “padrões deste mundo” (3:18), aos “imorais deste mundo” (5:10), “ídolos do mundo” (8:4) e aos “idiomas no mundo” (14:10). Quanto ao “mundo” em si (3:22), Paulo diz que os crentes “hão de julgar o mundo” (1Co 6:2) e que são disciplinados para não serem “condenados com o mundo” (11:32). Nenhuma dessas referências sugere, nem de longe, que Paulo tinha em mente outros planetas, seus habitantes e suas coisas quando as escreveu.

Isto bastaria para considerarmos mundo em 1Co 4:9 como sendo os habitantes da terra e não supostos extraterrestres imaculados. Mas leiamos o texto mais uma vez e notemos como Paulo qualifica o mundo como sendo o palco onde os apóstolos são expostos como espetáculo “tanto diante de anjos como de homens” (1Co 4:9). Isto fica mais claro ainda quando lemos no verso 13, logo adiante, que Paulo considera os apóstolos “a escória da terra, o lixo do mundo” (1Co 4:13). Terra e mundo são colocados em paralelo, como sendo a mesma coisa. Portanto, inferir a partir desse versículo que existem aliens sem pecado em outros planetas é fantasiar sobre o que a Bíblia diz, ao invés de ficar apenas com o que ela diz.

Infelizmente, este é apenas um exemplo de como a Palavra de Deus sofre nas mãos do assim chamado professor Leandro Quadros que se enquadra bem na descrição dos que “querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas” (1Tm 1:7).

Soli Deo Gloria
domingo, 21 de agosto de 2011
Se a fé (tal como a temos entendido) é uma persuasão certa da verdade de Deus, a qual não pode mentir-nos nem enganar-nos, não pode ser vã ou falsa, aqueles que têm esta certeza esperam com uma mesma seguridade a realização por Deus de suas promessas. Para eles, estas promessas não podem menos que ser verídicas.

Deste modo, a esperança não é senão a espera firme das coisas que a fé acredita que foram prometidas por Deus com toda verdade. A fé crê que Deus é verídico; a esperança espera que Ele manifeste sua veracidade no tempo oportuno. A fé crê que Deus é nosso Pai; a esperança conta com que se comportará sempre conosco como tal. A fé crê que a vida eterna já nos foi entregue; a esperança espera o dia em que essa vida eterna será revelada. A fé é o fundamento sobre o qual descansa a esperança; a esperança alimenta e sustenta a fé.

E do mesmo modo que ninguém pode aguardar nem esperar nada de Deus sem antes crer em suas promessas, assim também é necessário que a debilidade de nossa fé, a qual não deve desfalecer, seja sustentada e conservada por uma esperança e uma espera perseverantes.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sábado, 20 de agosto de 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Quando Amós, o profeta, viu o dia do juízo se aproximando rapidamente para Israel, avisou ao povo que se preparasse para o encontro com Deus. (Am 4:12) A expressão estar preparado deve ser uma palavra-chave para todos. É estranho que nos preparemos para tudo, menos para o encontro com Deus. Preparamo-nos para o casamento e para uma carreira. Preparamo-nos para competições de atletismo. Uma pessoa que pretenda entrar para a equipe olímpica, em qualquer parte do mundo, treina o seu esporte várias horas por dia, às vezes durante anos, antes de se considerar preparada. Mas nós não nos preparamos para encontrar a Deus. Muito embora a maioria de nós veja as nuvens se acumulando no horizonte, de um modo geral, estamos fazendo poucos preparativos para encontrar a Deus. Esta é a hora de arrependimento e fé. É a hora de olharmos para dentro de nossas almas, e hora de vermos se nossa âncora está firme.

Billy Graham
In: A segunda vinda de Cristo
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Em Romanos Paulo faz uma pergunta retórica: "Que diremos pois? Há injustiça com [em] Deus?" Novamente perguntamos por que Paulo fez essa pergunta. Ele era um professor, um mestre por excelência. Ele antecipava objeções que poderiam ser levantadas por seu ensino, e ele tratava delas assumidamente. Que objeção ele tem em vista quando levanta a questão de injustiça em Deus?

Primeiro consideramos a visão presciente da eleição. Que objeções levantadas contra ela incluem o ataque que há injustiça em Deus? Nenhuma. A visão condicional da eleição é proposta para proteger duas fronteiras: de um lado, uma visão particular de liberdade humana, e do outro uma visão específica de Deus. Buscam proteger Deus da acusação de que ele é parcial, arbitrário ou injusto, escolhendo algumas pessoas para salvação sem levar em conta suas próprias escolhas. Em resumo, oposição a visões arminianas ou semipelagianas de eleição não inclui a acusação de que isso coloca em dúvida a justiça de Deus. Se Paulo estivesse expondo a visão presciente, dificilmente esperaríamos que ele levantasse uma objeção desse tipo.

A objeção que Paulo chega a antecipar é uma que calvinistas ouvem constantemente: a doutrina calvinista de eleição lança uma sombra sobre a justiça de Deus. A reclamação forte e frequente é que a eleição incondicional envolve Deus numa espécie de injustiça. Minha suposição é que Paulo antecipou a própria objeção levantada que calvinistas ouvem porque ele ensinou a mesma doutrina de eleição que calvinistas ensinam. Quando nossa doutrina de eleição é atacada, eu me consolo que estamos em boa companhia, a do próprio Paulo, quando precisamos suportar as objeções capciosas daqueles que fazem oposição à eleição incondicional.

A idéia de que pode haver injustiça em Deus é relacionada ao fato de Deus escolher alguns para salvação enquanto passa por cima de outros. Não parece justo nem "direito" Deus conferir sua graça em alguns mas não em outros. Se a decisão de abençoar Jacó e não Esaú foi feita antes de um dos dois nascer ou ter feito algo de bem ou mal, e se a escolha não foi com vistas a suas ações ou reações futuras, então a pergunta óbvia é: Por que um recebeu a bênção e não o outro?" Paulo responde isso apelando a palavras de Deus a Moisés: "Eu terei misericórdia de quem eu terei misericórdia". É prerrogativa de Deus dispensar sua graça conforme ele acha por bem. Ele não ficou devendo nem a Jacó nem a Esaú qualquer medida de graça. Se não tivesse escolhido um dos dois, ele não teria violado nenhum preceito de justiça ou retidão.

Ainda parece que se Deus dá graça a uma pessoa, no interesse de justiça ele "deveria" dar graça igualmente para outra. É precisamente esse "dever" que é estranho ao conceito bíblico de graça. Entre a massa de humanidade decaída, todos culpados de pecado diante de Deus e expostos à sua justiça, nenhum tem qualquer reivindicação ou autorização à misericórdia de Deus. Se Deus escolhe conceder misericórdia a alguém daquele grupo, isso não requer que ele dê isso a todos.

Deus certamente tem poder e autoridade de conceder sua graça salvadora a toda a humanidade. É óbvio que ele não optou fazer isso. Os homens não são todos salvos, apesar do fato que Deus tem o poder e o direito de salvá-los todos se esse é seu bel-prazer. Também está claro que nem todos são perdidos. Deus poderia ter escolhido não salvar ninguém. Ele tem o poder e a autoridade de executar sua reta justiça não salvando ninguém. Na realidade ele opta por salvar alguns, mas não todos. Aqueles que são salvos são beneficiários de sua soberana graça e misericórdia. Aqueles que não são salvos não são vítimas de crueldade ou injustiça; eles são recebedores de justiça. Ninguém recebe castigo às mãos de Deus que não mereça. Alguns recebem graça das mãos de Deus que não merecem. Por ele se agradar tanto em conceder misericórdia a alguém não significa que os demais "merecem" o mesmo. Se a misericórdia é merecida, ela não é misericórdia realmente, e sim justiça.

A história bíblica deixa claro que embora Deus nunca seja injusto a ninguém, ele não trata todas as pessoas igualmente ou de um mesmo modo. Por exemplo, Deus, em sua graça, chamou Abraão para sair de seu paganismo em Ur dos caldeus e fez um pacto gracioso com ele que não fez com outros pagãos. Deus se revelou a Moisés de uma maneira que não concedeu a faraó. Deus deu a Saulo de Tarso uma revelação bendita da majestade de Cristo que não deu a Pilatos ou Caifás. Por Deus ser tão gracioso a Paulo quando ele foi um perseguidor violento de cristãos, será que por isso ele era obrigado a dar a mesma vantagem revelatória a Pilatos?

Ou houve uma qualidade virtuosa especial em Saulo que inclinou Deus a escolhê-lo acima de Pilatos? Poderíamos saltar por cima dos séculos para nosso próprio tempo com uma pergunta similar. Nós, crentes, precisamos perguntar por que chegamos à fé enquanto que muitos de nossos amigos não chegaram. Será que exercemos fé em Cristo porque somos mais inteligentes do que aqueles outros? Se é assim, de onde veio essa inteligência? É algo que fizemos por merecer? Ou foi a nossa própria inteligência uma dádiva de nosso Criador? Nós respondemos positivamente ao evangelho porque somos melhores ou mais virtuosos do que nossos amigos?

Todos nós sabemos as respostas a essas perguntas. Eu não posso explicar adequadamente por que cheguei à fé em Cristo e alguns de meus amigos não. Só posso olhar para a glória da graça de Deus para comigo, uma graça que eu não mereci na ocasião e não mereço agora. Aqui uma e outra coisa se reuniram, e nós descobrimos se estamos abrigando um orgulho secreto, crendo que merecemos salvação mais do que outros. Eis aí um grande insulto à graça de Deus e um monumento à nossa própria arrogância. É uma inversão à pior forma que há de legalismo, pela qual nós, no fim, colocamos nossa confiança em nosso próprio acionamento.

R. C. Sproul
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A maior parte do cristianismo evangélico hoje é fundamentado em clichês. A maior parte do nosso cristianismo vem de músicos que se dizem cristãos, e não da bíblia. A maior parte do que os evangélicos acreditam é ditado pela cultura secular e não pela escritura. 
Poucos são os que encontram a porta estreita. Consequentemente, as ideias mais populares possivelmente não são os conceitos mais próximos da verdade bíblica. Nos dias de hoje, desconfie de qualquer “Best-seller”. Desconfie de qualquer um que for sucesso ou um furacão de vendas, simplesmente porque a genuína verdade cristã jamais foi e nunca será “digerida” pelas massas. A maior prova disso, é que mataram o seu autor. Se caiu no gosto da maioria é falso. Lembre-se, Jesus se referiu aos seus verdadeiros seguidores como “pequenino rebanho”.
A apostasia que a Bíblia nos advertiu que seria evidente nos últimos dias já está em pleno andamento. Somente aqueles que se mantiverem firmes a Palavra de Deus serão protegidos e salvos. Este remanescente de crentes fiéis será visto como pessoas antiquadas e de mentalidade fechada. 
A natureza da salvação de Cristo é deploravelmente deturpada pelo evangelista moderno. Eles anunciam um Salvador do inferno ao invés de um Salvador do pecado. E é por isso que muitos são fatalmente enganados, pois há multidões que desejam escapar do Lago de fogo, mas que não têm nenhum desejo de ficarem livres de sua pecaminosidade e mundanismo. Sem santificação ninguém verá o Senhor.
Os Evangélicos modernos procuram encher suas igrejas de analfabetos bíblicos, convencendo-os que eles irão para o céu, simplesmente porque levantaram a mão e fizeram uma oração, como sinal de aceitação de Jesus como Salvador, e que Ele vai lhes dar o sucesso familiar, social e financeiro, se tiverem um nível de moralidade considerável e forem dizimistas fiéis; o que se constitui propaganda enganosa.
Muitos dizem não ter vergonha do evangelho, mas são uma vergonha para ele. A primeira geração de cristãos pós-modernos já está aí. São crentes que pouco ou nada sabem da Palavra de Deus e demonstram pouco ou nenhum interesse em conhecê-la. Cultivam uma espiritualidade egocêntrica, com nenhuma consciência missionária. Consideram tudo no mundo muito “normal” e não veem nenhuma relevância na cruz de Cristo. Acham que a radicalidade da fé bíblica é uma forma de fanatismo religioso impróprio e não demonstram nenhuma preocupação em lutar pelo que creem.
Você sabia que 80 á 90% das pessoas que “aceitam a Cristo” em trabalhos evangelísticos se “desviam” depois? O motivo de tudo isso tem sido esse evangelho centrado no homem que é pregado nos púlpitos, nas TVs e nas casas, onde o bem-estar e a prosperidade tem se tornado “mais valiosos” que o próprio sangue de Cristo. A graça já não basta mais (apesar dos louvores e acharmos Cristo tão meigo). O que nós realmente queremos é “o segredo” para sermos bem-sucedidos. Desejamos “uma vida com propósitos” para taparmos com peneira o vazio que sentimos. O Vazio de um espírito morto que somente Deus pode ressuscitar. Queremos “o melhor de Deus para nós” nesta vida, no lugar de tomarmos a nossa cruz e de negarmos a nós mesmos. Queremos conhecer “as leis da prosperidade” mais do que o Espírito de Santidade; e, para nos justificarmos, tentamos ser pessoas auto-motivadas e de alta performance, antes de sermos cristãos cuja alegria está em primeiro lugar Nele; e santos bem aceitos pelo mundo a despeito das Palavras de Jesus contrariar esse posicionamento.
A falha do evangelismo atual reside na sua abordagem humanista. Esse evangelho é francamente fascinado com o grande, barulhento, e agressivo mundo com seus grandes nomes, o seu culto a celebridade, a sua riqueza e sua pompa berrante. Para os milhões de pessoas que estão sempre, ano após ano, desejando a glória mundana, mas nunca conseguiram atingi-la, o moderno evangelho oferece rápido e fácil atalho para o desejo de seus corações. Paz de espírito, felicidade, prosperidade, aceitação social, publicidade, sucesso nos negócios, tudo isso na terra e finalmente, o céu. Se Jesus tivesse pregado a mesma mensagem que os ministros de hoje pregam, ele nunca teria sido crucificado. 
Hoje temos o espantoso espetáculo de milhões a ser derramado na tarefa de proporcionar irreligioso entretenimento terreno aos chamados filhos do céu. Entretenimento religioso é, em muitos lugares rápido meio de se esvaziar as sérias coisas de Deus. Muitas igrejas nestes dias tornaram-se pouco mais do que pobres teatros de quinta categoria onde se "produz" e mercadeja falsos “espetáculos” com a plena aprovação dos líderes evangélicos, que podem até mesmo citar um texto sagrado fora de contexto em defesa de suas delinquências. E dificilmente um homem se atreve a levantar a voz contra isso. 
A maioria dos crentes não acredita que a Bíblia diz o que está escrito: acreditam que ela diz o que eles querem ouvir. Contornar a Palavra de Deus e chamar os nossos desejos de direção divina, só leva à multiplicação do pecado. Há muitos vagabundos religiosos no mundo que não querem estar amarrados a coisa alguma. Eles transformaram a graça de Deus em libertinagem pessoal e muitas vezes coletiva. Se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim, em você mesmo. 
Ai de vocês que pregam seu falso evangelho, transformam a casa de Deus em comércio. Vendem seus CDs, vendem seus falsos milagres, vendem suas falsas unções, vendem falsas promessas de prosperidade, enquanto na verdade só vocês têm prosperado. Como escaparão do juízo que há de vir? 
"Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: "Dura é essa palavra. Quem consegue ouvi-la?" Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido." João 6:60;66-65

- Conteúdo adaptado a partir de algumas ideias e textos de diversos autores Cristãos.
Victor Silva
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Quais as tendências contemporâneas que ameaçam nos tragar, às quais devemos resistir? Consideraremos quatro. A primeira delas é o desafio do pluralismo. O pluralismo afirma que todo “ismo” tem seu valor e merece nosso respeito. Portanto, ele rejeita as alegações cristãs de perfeição e singularidade, e entende a tentativa de converter qualquer pessoa (que dirá todas) ao que julga ser simplesmente “nossa opinião”, ou seja, uma atitude de arrogância total.

Como então deveríamos responder ao espírito de pluralismo? Com muita humildade e sem qualquer indício de superioridade pessoal. Porém, devemos continuar a afirmar a imparidade e perfeição de Jesus Cristo. Pois ele é singular em sua encarnação (o único Deus homem); singular em sua expiação (somente ele morreu pelos pecados do mundo); e singular em sua ressurreição (somente ele venceu a morte). E sendo que em nenhuma outra pessoa, a não ser em Jesus de Nazaré, Deus se tornou humano (em seu nascimento), carregou os nossos pecados (em sua morte), e triunfou sobre a morte (em sua ressurreição), ele é singularmente competente para salvar os pecadores. Ninguém mais tem suas qualificações. Assim, podemos falar sobre Alexandre, o grande, Charles, o grande, Napoleão, o grande, mas não Jesus, o grande. Ele não é o grande — ele é o Único. Não existe ninguém como ele. Ele não tem rival nem sucessor.

John Stott
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
A transgressão do ímpio diz no íntimo do meu coração: não há temor de Deus perante os seus olhos.
Porque em seus olhos se lisonjeia, até que a sua iniqüidade se descubra ser detestável.
As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de entender e de fazer o bem.
Projeta a malícia na sua cama; põe-se no caminho que não é bom; não aborrece o mal.
A tua misericórdia, SENHOR, está nos céus, e a tua fidelidade chega até às mais excelsas nuvens.
A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo. SENHOR, tu conservas os homens e os animais.
Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade, pelo que os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas.
Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias;
Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.
Estende a tua benignidade sobre os que te conhecem, e a tua justiça sobre os retos de coração.
Não venha sobre mim o pé dos soberbos, e não me mova a mão dos ímpios.
Ali caem os que praticam a iniqüidade; cairão, e não se poderão levantar.
Sl 36:1-12

Um ímpio descia pelo caminho de sua maldade. Não tinha temor de Deus, pois lá do fundo do seu coração uma voz lhe ditava impiedades (v.1). Via a si mesmo como a pessoa mais importante e acreditando que seus pecados ficariam impunes pecava, e pecava tanto, que até mesmo para outros como ele seus pecados eram destestáveis (v.2). Sua mente estava imersa em trevas, por isso não conseguia entender e menos ainda praticar o bem, então falava mentiras e falsidades o tempo todo (v.3). Antes de sair da cama, já planejava os pecados do dia e andando os colocava em prática, improvisando outros mais, pois nunca se cansava de sua iniquidade (v.4).

Assim vagava esse ímpio, num zigue-zague de iniquidades. Até que Alguém vem ao seu encontro pelo caminho. Alguém completamente diferente dele e de todos que já tinha encontrado. Era uma pessoa que tinha uma misericórdia que chegava aos céus e uma fidelidade do mesmo tamanho (v.5). Apesar disso, tinha uma justiça inabalável como os montes e seus julgamentos eram mais profundos que o mar (v.6). Dono de uma benignidade preciosa, muitos buscavam refúgio junto dele (v.7). Na verdade, Ele sustentava a todos, homens e animais (v. 7), alimentando-os do bom e do melhor e dando-lhes de beber de Suas delícias (v.8).

O ímpio encontrou a Luz e viu a luz (v.9). Ele encontrou um manancial de vida (v.9). Pede que lhe seja estendida a benignidade e a justiça que lhe faltam (v.10). O ímpio torna-se justo. Como não quer voltar à antiga vida, clama que não seja pisado nem demovido de sua posição pelo iníquo (v.11). E recebe a garantia que todos os tentadores serão vencidos, e o serão completamente (v.12). E assim termina sua vida de impiedade.

Nota: Via de regra, parábolas não trazem o nome dos personagens. Mas você é livre para dar nome ao ímpio. Eu dei.
domingo, 14 de agosto de 2011
Creio na ressurreição da carne e na vida eterna, amém.

Em primeiro lugar nos é ensinado aqui a esperar a ressurreição futura. Em virtude do mesmo poder com que ressuscitou a seu Filho dentre os mortos, o Senhor chamará a uma nova vida, fora do pó e da corrupção, à carne dos que morreram com anterioridade ao dia do grande Juízo. Os que se encontrem então com vida passarão à nova vida por uma repentina transformação, mas bem que pela forma ordinária da morte.

As palavras vida eterna se agregam para distinguir o estado dos bons daquele dos maus. A ressurreição, de fato, será comum para uns e outros, mas conduzirá a estados diferentes. Nossa ressurreição será tal que, uma vez ressurretos de corrupção para incorrupção, de morte para vida, e glorificados em nosso corpo e em nossa alma, o Senhor nos receberá na eterna bem-aventurança, sem possibilidade alguma de mutação e de corrupção.

Teremos uma verdadeira e completa perfeição de vida, de luz e de justiça, já que estaremos unidos inseparavelmente ao Senhor, que contém em si precisamente, como fonte que não pode esgotar-se, toda a plenitude.

Esta bem-aventurança será o Reino de Deus; esse Reino cheio de luz, de alegria, de felicidade e de plenitude. Estas realidades estão agora muito longe do conhecimento dos homens, e as vemos somente como num espelho e de uma forma confusa, até que chegue o dia em que o Senhor nos concederá ver sua glória face a face.

Pelo contrário, os réprobos e os maus que não procuraram nem honraram a Deus com uma autêntica e viva fé, não terão parte em Deus nem em seu Reino. Serão lançados na morte eterna e na corrupção incorruptível, com todos os demônios. E longe de toda alegria, de toda plenitude e de todos os outros bens do Reino celestial, condenados a trevas perpétuas e a eternos sofrimentos, se verão roídos por um verme que nunca morrerá e queimados por um fogo que nunca apagará.

João Calvino
In: Breve instrução Cristã
sábado, 13 de agosto de 2011
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Satanás não tem qualquer poder independentemente de Deus. Satanás (ainda que, sem dúvida, ele nunca o tenha admitido) é uma ferramenta de Deus. Ao conceder a Satanás tanto poder, Deus se utiliza dele para executar o juízo divino sobre um mundo rebelde. Assim como um homem pode fazer uso de um cão bravo que o odeia, para desviar de sua propriedade os invasores, assim Deus faz uso de Satanás para punir aqueles que têm pecado. Satanás e os demônios estão num estado de aprisionamento, e isso desde a sua queda; eles estão guardados "sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande dia" (Jd 6; Mt 25.41; Ap 20.10). Todos estão em cadeias. Não possuem maior liberdade de ação do que aquela que Deus lhes concede; e, em tudo quanto fazem, como disse Calvino, arrastam consigo as suas cadeias. Satanás gosta de pensar e quer que outros pensem que ele é o verdadeiro governante deste mundo (cf. Lc 4.6). Mas, a verdade é que ele não pode exercer qualquer poder além dos limites colocados pelo Senhor (cf. Jó 1.12; 2.6). Deus o mantém acorrentado; talvez se trate de uma corrente muito longa, mas é uma corrente real.

Leia a íntegra no blog Josemar Bessa.

J. I. Packer
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
A Igreja não é minha, nem de vocês, mas do Rei. É o jardim do Rei, porque Ele a escolheu para Si.
"Somos um jardim, ao redor protegido,
propriedade particular, escolhido;
Um pequeno lugar pela graça cercado,
Fora do mundo, este deserto descerrado."

Somos do Rei, porque Ele nos comprou. 

Nabote disse que não entregaria sua vinha porque a tinha herdado. Assim também, Cristo nos recebeu por herança através de um título irrevogável. Somos Sua herança, e Ele tão ternamente nos comprou com Seu próprio sangue, que nunca nos entregaria, abençoado seja Seu nome! Somos dEle, porque nos conquistou. Ele nos ganhou numa justa batalha e agora nós reconhecemos a validade da Sua escritura, e confessamos, cada um de nós, como membros da Igreja, que somos dEle e que Ele é nosso.

Que nobreza isto confere à Igreja de Cristo!

Algumas vezes escuto pessoas falando afrontosamente das reuniões de igreja; podem estar presentes poucas pessoas, algumas delas podem ser jovens membros, outras muito idosas, ainda assim, eu me ofendo quando ouço pessoas menosprezarem tal encontro, pois Cristo não o desprezaria. Sempre que a Igreja se reúne, tanto como um todo, ou representativamente, há uma dignidade solene sobre aquela assembleia que não é encontrada num parlamento de reis e príncipes. Se Napoleão pudesse formar um senado com todos os potentados deste mundo, em Paris, e tivesse um congresso lá, todos eles juntos não se comparariam com uma meia dúzia de mulheres idosas piedosas que estivessem juntas, como Igreja, no nome de Cristo, em obediência ao mandamento do Senhor; pois Deus não estaria com os potentados, mas estaria com o mais humilde e desprezado do seu povo que reúne-se como Igreja no nome de Jesus. "Eu estou com vocês até o fim do mundo" é mais glorioso do que arminho, ou púrpura, ou coroa.

Fazer parte da Igreja no nome de Cristo, e reunir-se como tal, suplanta qualquer assembleia sobre a face da terra, e até mesmo a assembleia celeste dos nascidos primeiros, é somente uma parte do grande todo no qual as assembleias da Igreja na Terra, são parte essencial.

Charles Spurgeon
In: Jardim Clonal
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Heinrich Bullinger
Deus nos elegeu pela graça. Deus, desde a eternidade, livremente e movido apenas pela sua graça, sem qualquer respeito humano, predestinou ou elegeu os santos que ele quer salvar em Cristo, segundo a palavra do apóstolo: “Ele nos escolheu nele antes da fundação do mundo” (Ef 1.4); e de novo: “... que nos salvou, e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus” (2 Tm 1.9-10).

Somos eleitos ou predestinados em Cristo. Portanto, não foi sem medo, embora não por qualquer mérito nosso, mas em Cristo e por causa de Cristo que Deus nos elegeu, para que aqueles que agora se encontram enxertados em Cristo pela fé também sejam eleitos, mas sejam rejeitados aqueles que estão fora de Cristo, segundo a palavra do apóstolo: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Co 13.5).

Somos eleitos para um fim determinado. Finalmente, os santos são eleitos em Cristo por Deus para um fim determinado, que o apóstolo esclarece, quando diz: “Ele nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo... para o louvor da glória de sua graça” (Ef 1.4-6).

Devemos bem esperar acerca de todos. E, embora Deus conheça os que são seus, e nalgum lugar se faça menção do reduzido número dos eleitos, devemos, contudo, bem esperar acerca de todos, e não julgar apressadamente nenhum homem como rejeitado. São Paulo diz aos filipenses: “Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós” (ora, ele fala de toda a Igreja dos filipenses), “pela vossa cooperação no Evangelho... Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1.3-7).

Sobre se são poucos os eleitos. E, quando perguntaram ao Senhor se eram poucos os que seriam salvos, ele não respondeu que poucos ou muitos seriam salvos ou condenados, mas antes exortou todo homem a “esforçar-se por entrar pela porta estreita” (Lc 13.24). É como se dissesse: “Não vos compete inquirir com muita curiosidade acerca dessas questões, mas antes esforçar-vos por entrar no céu pelo caminho estreito”.

O que deve ser condenado nesse caso. Por isso, não aprovamos as afirmações ímpias de alguns que dizem: “Poucos são os eleitos, e, como eu não sei se estou no número desses poucos, não me privarei dos prazeres”. Outros dizem: “Se sou predestinado ou eleito por Deus, nada me impedirá da salvação, já certamente determinada, seja o que for que eu fizer. Mas, se estou no número dos rejeitados, nenhuma fé ou arrependimento poderá valer-me, visto que a determinação de Deus não pode ser mudada. Portanto, todas as doutrinas e advertências são inúteis”. Mas o ensino do apóstolo contradiz estes homens: “O servo do Senhor deve ser apto para instruir... disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento ... livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade” (2 Tm 2.24-26).

As admoestações não são inúteis pelo fato de a salvação vir da eleição. Santo Agostinho também mostra que devem ser pregadas tanto a graça da livre eleição e predestinação como também as admoestações e doutrinas da salvação (De Bono Perseverantiae, cap. 14 ss),

Se somos eleitos. Condenamos, portanto, aqueles que, fora de Cristo, perguntam se são eleitos, e o que sobre eles decretou Deus antes de toda a eternidade, pois deve ser ouvida a pregação do Evangelho e deve-se crer nele, e deve-se ter como fora de dúvida que, se alguém crê e está em Cristo, é eleito. Com efeito, o Pai nos revelou em Cristo o eterno propósito da sua predestinação, como ainda há pouco expus, pelo que diz o apóstolo, em 2 Tim 1.9-10. Deve-se, pois, ensinar e antes de tudo considerar quão grande amor do Pai para conosco nos foi revelado em Cristo. Devemos ouvir o que o próprio Senhor diariamente nos prega no Evangelho, como ele nos chama e diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28); “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). E ainda: “Não é a vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos” (Mt 18.14).

Seja, pois, Cristo o espelho, no qual contemplemos a nossa predestinação. Teremos um testemunho bastante claro e seguro de que estamos inscritos no Livro da Vida, se tivermos comunhão com Cristo, e se ele for nosso e nós dele em verdadeira fé.

Tentação sobre a predestinação. Na tentação sobre a predestinação, que é, talvez, mais perigosa do que qualquer outra, console-nos o fato de que as promessas de Deus são universais para os fiéis, pois ele diz: “Pedi, e dar-se-vos-á... Pois todo o que pede recebe” (Lc 11.9-10). É, finalmente, o que pedimos com toda a Igreja de Deus: “Pai nosso que nos céus” (Mt 6.9). Fomos enxertados no corpo de Cristo, pelo batismo, e da sua carne e do seu sangue nos alimentamos freqüentemente em sua Igreja, para a vida eterna. Fortalecidos por essas bênçãos, segundo o preceito de São Paulo recebemos ordem de operar a nossa salvação com temor e tremor.

Heinrich Bullinger
Extraído da Segunda Confissão Helvética, elaborada em 1562, recebido via email de Márcio Melânia