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terça-feira, 23 de agosto de 2011
Por natureza, os homens estão espiritualmente mortos, mortos em seus delitos e pecados, e sua primeira necessidade é vida espiritual, porque "se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3). Por intermédio do novo nascimento, Deus faz que passemos da morte para a vida (Jo 5.24). Ele concede-nos sua própria natureza (2 Pe 1.4). Liberta-nos do império das trevas e nos transporta para o reino do seu Filho amado (Gl 1.13). Ora, éramos manifesta-mente incapazes de fazer isso por nós mesmos, porque "éramos fracos" (Rm 5.6). Por isso está escrito: "Somos feitura dele, criados em Cristo Jesus" (Ef 2.10).
Pelo novo nascimento tornamo-nos co-participantes da natureza divina: um princípio, uma "semente", uma vida que nasce "do Espírito" e que, por isso mesmo, "é espírito"; e, sendo nascida do Espírito Santo, é santa. Sem essa nova natureza, divina e santa, que recebemos quando nascemos de novo, é inteiramente impossível a qualquer homem gerar um impulso espiritual, formar um conceito espiritual, ter pensamentos espirituais, entender realidades espirituais e, muito menos ainda, dedicar-se a obras espirituais. Sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
No entanto, o homem natural não deseja a santidade, não querendo, portanto, a provisão feita por Deus. Suplicaria, pois, o homem, e se esforçaria por aquilo que não lhe agrada? Certamente que não. Se, no entanto, o homem verdadeiramente segue aquilo que, por natureza, odeia profundamente, e se agora ama Aquele que antes odiava, é porque em seu interior operou-se uma milagrosa modificação; é porque um poder externo operou sobre ele; uma natureza inteiramente diversa daquela que possuía lhe foi implantada. Por isso está escrito: "Assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17). O indivíduo que acabamos de descrever passou da morte para a vida, voltou-se das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus (At 26.18). Não há outro modo de explicar tão grande mudança.
A. W. Pink
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