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sábado, 31 de outubro de 2009

No princípio eram Cinco Solas: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Glória. Os reformadores proclamavam a suficiência das Escrituras, a salvação somente pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, o único mediador, tudo para a glória de Deus somente. Negavam com isso a autoridade do papa e dos concílios como infalíveis, a capacidade do homem e o valor das obras para a salvação, a mediação humana e dos sacramentos, atribuíndo toda a glória da salvação ao Deus vivo e verdadeiro.

Depois vieram os Cinco Pontos dos Cânones de Dort, provocados pelos também Cinco Pontos da Remonstrância. O acróstico TULIP proclamou a total depravação contra o livre-arbítrio, a eleição incondicional em oposição à eleição mediante fé prevista, a expiação limitada aos eleitos ao invés da expiação universal, a chamada eficaz em lugar do poder de veto do homem sobre a vontade divina e a perseverança do crente pela fidelidade de Deus e não por obras de obediência.

Agora, no aniversário da Reforma, chega à blogosfera o "5 Calvinistas". Não tem nada da importância histórica e teológica dos "Cinco Solas" e dos "Cinco Pontos", mas procura ser fiel a eles. São cinco blogueiros, de confissões religiosas e filiações denominacionais diferentes, mas que têm em comum o calvinismo como visão de mundo e expressão do evangelho de Jesus Cristo, além da disposição de expor e defender a "fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 1:3).

Seja bem vindo!
sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Reforma não é uma caiação da velha estrutura religiosa, nem uma pele bronzeada para cobrir o esqueleto doente de uma teologia herege. A Reforma não é uma mudança epidérmica motivada apenas pela busca do novo. A Reforma é uma volta às Escrituras, um retorno à doutrina dos apóstolos, um compromisso inalienável com a verdade divina. Vamos, aqui abordar três áreas na vida da igreja contemporânea que precisam de Reforma profunda, urgente e bíblica:

1. Precisamos de Reforma na Teologia - A teologia é a base, o alicerce e o fundamento da vida. A ética decorre da teologia e não esta daquela. A teologia determina o comportamento; a doutrina rege a vida. Se a teologia estiver errada, a vida não p ode estar certa. A igreja cristã havia se desviado da doutrina dos apóstolos e acrescentado muitos dogmas estranhos e heréticos ao seu arcabouço doutrinário. A Reforma denunciou esses erros, eliminou-os e colocou a igreja de volta nos trilhos da verdade. Hoje, precisamos de uma nova Reforma. Há muitos desvios e muitos acréscimos absolutamente estranhos ao ensino bíblico presentes em algumas igrejas chamadas evangélicas. O liberalismo com sua falsa sapiência duvida da integridade da Escritura e tira dela as porções que lhe incomodam ou interpreta à revelia as partes que lhe convém. Se o liberalismo tira da Escritura o que nela está, o misticismo acrescenta à ela o que nela não está As igrejas cristãs estão eivadas de práticas que beiram ao paganismo.

Estamos vivendo uma geração que está sacrificando a razão, que está promovendo o antiintelectualismo. Precisamos de uma Reforma não só para nos colocar de volta na vereda da verdade, mas também para mostrar-nos que o conhecimento das Escrituras não é contrário à piedade, mas a sua própria base e essência.

2. Precisamos de Reforma na Liturgia - Se a teologia é a base da vida, a liturgia é a manifestação da teologia. Aquilo que cremos, professamos no culto. O culto é a manifestação pública da nossa fé. Uma das razões mais gritantes que evidenciam a necessidade urgente de uma nova Reforma é o esvaziamento da pregação nas igrejas evangélicas. Perdemos a centralidade de Cristo no culto e a primazia da pregação das Escrituras. Estamos nos capitulando à proposta do culto show. Em muitas igrejas o púlpito foi substituído pelo palco, a Bíblia pelo entretenimento e o choro pelo pecado pela encenação glamourosa. As músicas estão se tornando produto de consumo. As letras dessas músicas, com raras exceções, estão cada vez mais vazias de conteúdo bíblico e os cantores gospel cada vez mais populares.

Precisamos de liturgia pura, de liturgia que coloque Cristo no centro do culto em lugar do homem no centro. Precisamos de liturgia onde o púlpito não seja governado pelos bancos. Onde a mensagem não seja mercadejada, onde o evangelho não seja diluído para agradar a preferência dos ímpios. Precisamos de uma liturgia que glorifica a Deus, exalte a Cristo, honre ao Espírito Santo, promova o evangelho, edifique os santos e traga quebrantamento aos incoversos.

3. Precisamos de Reforma na Vida - A ortodoxia é boa. Ela é a melhor. A ortodoxia é insubstituível, porém, apenas doutrina certa não é suficiente se nós não a colocamos em prática. A ortodoxia morta mata tanto quanto o liberalismo e é tão nociva quanto o misticismo. Precisamos nos acautelar para não cairmos no laço de um intelectualismo vazio e de uma ortodoxia morta. Precisamos de luz na mente e fogo no coração. Precisamos ter cuidado da doutrina e também da vida. Precisamos crer na verdade e viver na verdade.

Precisamos de ortodoxia e de piedade. Há muitas igrejas que não pregam heresia, mas também não vivem a verdade que pregam. Há crentes secos como um poste e áridos como um deserto. Precisamos de uma Reforma que nos ponha de volta no caminho de uma vida cheia do Espírito Santo.

Que Deus nos ajude a buscarmos essa Reforma da teologia, da liturgia e da vida!

Rev. Hernandes Dias Lopes
In: A reforma não é uma opção, mas uma necessidade.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
No tempo da Reforma Protestante, Martinho Lutero escreveu um livro intitulado “The Bondage of the Will” [O Cativeiro da Vontade]. Este livro foi escrito contra um homem chamado Erasmo e seus ensinos de que o homem tinha livre-arbítrio, isto é, a capacidade de escolher se seria ou não salvo. Lutero disse a Erasmo que esta questão sobre o livre-arbítrio era o assunto mais importante da Reforma. Ele disse: “Você [Erasmo] não tem me importunado com assuntos irrelevantes sobre o papado, purgatório, indulgências, e coisas semelhantes, que são mais bagatelas do que assuntos ... você, e somente você, tem visto a dobradiça sobre a qual tudo gira, e têm apontado para o ponto vital.”

A despeito do que Lutero escreveu, o ensino de Erasmo com respeito ao livre-arbítrio se tornou o ensino da maioria do Protestantismo de hoje. O livre-arbítrio é:

(1) Uma negação da predestinação. Predestinação significa que a vontade de Deus (a escolha de Deus) determina todas as coisas, incluindo quem serão salvos (Efésios 1:3-6). O livre-arbítrio ensina que a escolha do homem é o fator decisivo na salvação.

(2) Uma negação da verdade bíblica da fé salvífica como um dom de Deus (Efésios 2:8-10). O livre-arbítrio ensina que fé é uma decisão da própria pessoa de confiar em Cristo.

(3) Uma negação da verdade que Cristo morreu somente por seu povo (Mateus 1:21). O livre-arbítrio ensina que Cristo morreu por todos sem exceção, e que a salvação deles depende agora da aceitação que fazem de Cristo, isto é, de uma escolha do seu próprio “livre-arbítrio”.

A crença no livre-arbítrio também é manifesta no tipo de pregação e evangelismo que é mais popular hoje, o tipo que implora para os pecadores aceitarem a Cristo, que usa a chamada ao altar, os apelos, os momentos de decisão, o levantar de mãos, e outras táticas semelhantes para persuadi-los a agirem assim. Todas estas coisas pressupõem que a salvação de uma pessoa depende da sua própria escolha.

Cremos que a vontade do homem está cativa ao pecado e que ele não somente não pode fazer o bem, mas nem mesmo pode desejar (querer) fazê-lo (Romanos 8:7-8). Particularmente, ele não pode praticar o maior de todos os bens, ou seja, escolher a Deus e a Cristo.

Cremos, portanto, que o homem não pode crer em Cristo, a menos que isso lhe “seja dado do alto” (João 6:44).

Cremos também que não é a vontade do homem, mas sim a vontade soberana e eterna de Deus (predestinação) que é o fator decisivo na salvação (Atos 13:48; Filipenses 2:13).

Então, qual é o objetivo de pregar o evangelho? Ele é “o poder de Deus para salvação” (Romanos 1:16), a maneira na qual Deus dá fé e arrependimento a todos aqueles a quem ele escolheu desde a eternidade, e remiu em Cristo. Que este poder seja para a salvação de muitos!

Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
In: Eleitos de Deus
quarta-feira, 28 de outubro de 2009

É um fato que o arminianismo não é a posição histórica da igreja. Os reformadores, começando por Lutero combatiam o livre-arbítrio defendendo a soberania de Deus sobre todas as coisas, inclusive e especialmente na salvação do homem. Calvino, sem seu consentimento, emprestou o nome ao movimento que foi característica das igrejas surgidas com a Reforma. Incomum, em todas as épocas da igreja, era advogar que a salvação depende, em última instância, de uma decisão favorável do homem espiritualmente capaz de escolher o bem.

Nos dias de hoje, entretanto, os crentes se espantam quando alguém diz que não crê que o homem tenha livre-arbítrio que o capacite a ir Cristo movido pela sua vontade. O espanto aumenta se disser que crê firmemente na doutrina da predestinação. E corre o risco de ser anatematizado se sequer insinuar que Jesus não morreu na cruz para salvar cada um e a todos os homens. Como saímos de um estado em que o calvinismo era a regra e chegamos num ponto em que até igrejas confessionalmente reformadas advogam a capacidade do homem em crer por si mesmo?

Marcelo Lemos, em seu Olhar Reformado, nos dá a resposta, numa síntese histórica que vale a pena ler.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estes texto é uma consideração ao texto intitulado "Se eu preciso melhorar a pontaria, o irmão Clóvis precisa pelo menos mirar", de autoria de Leandro Quadros, consultor bíblico do programa Na Mira da Verdade. Apesar da linguagem bélica do título, não há beligerância entre nós. Discordamos a respeito de uma doutrina, mas é desnecessário qualquer ataque pessoal ou denominacional, lembrando ainda que “a doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado” (Confissão de Fé de Wesminster). Como o texto dele é extenso e eu tendo a ser prolixo, este texto ficará maior do que o recomendável para blogs, peço desculpas aos leitores.

Pontos em que estamos de acordo

Creio que concordamos que João Calvino foi um teólogo singular, talvez o maior depois de Paulo, mas em seus escritos não era infalível como este último. Como o professor, também discordo de Calvino em alguns pontos, os quais não vem ao caso aqui. Então podemos deixar a figura do reformador de lado e doravante focar no que diz a Bíblia sobre o tema em debate.

Finalmente, embora não pareça à primeira vista, ambos concordamos que Deus não predestina para a perdição. A predestinação, em seu sentido bíblico, diz respeito tão somente aos salvos pela graça. De fato, quando se escolhe uns, outros são reprovados, mas as bases da salvação e da condenação não são as mesmas.

Esclarecimentos necessários

Eu defendo a predestinação bíblica, que o professor diz ser predestinação calvinista. Independente da alcunha que receba, o termo bíblico para predestinação é proorizo, formado pela preposição pro, (antes) e horizo (ordenar, apontar, especificar), significando então "predeterminar" (Expanded Greek-Hebrew Dictionary), "decidir de antemão" (Greek-English Lexicon Based on Semantic Domain), "preordenar" (Theological Dictionary of the New Testament), "predeterminar, decidir de antemão, preordenar" (Thayer's Greek Lexicon) , sendo que este último destaca que "com este termo o Novo Testamento se refere ao decreto de Deus desde a eternidade".

Teologicamente predestinação é "o aspecto da pré-ordenação de Deus, através do qual a salvação do crente é considerada efetuada de acordo com a vontade de Deus, que o chamou e o elegeu em Cristo, para a vida eterna" (International Standard Bible Encyclopaedia). Minha definição pessoal é que predestinação é o eterno propósito de Deus de conduzir seus eleitos à glória, preordenando todos os meios conducentes a este fim. Neste sentido, é um aspecto da própria eleição.

O conceito de livre-arbítrio não pode ser extraído de termos escriturísticos, pelo simples fato de não ser uma palavra bíblica. Por isso as definições teológicas variam, indo de "autodeterminação" a "poder de escolha contrária", passando por "capacidade de compreender, escolher e realizar o bem espiritual". É neste último sentido que me referirei a livre-arbítrio aqui. Aproveito para pedir ao Leandro uma definição para livre-arbítrio, conforme entendido por ele.

Calvinismo é uma visão de mundo pela ótica da soberania divina e da verdade das Escrituras. É um sistema de vida que abrange todas as áreas de nossas vidas: religião, política, ciência, artes, etc. A visão reducionista que considera o calvinismo apenas como defensor da predestinação ou dos cinco pontos não é correta. Tampouco é correto tomar calvinista como seguidor de Calvino, "homenagem" que João Calvino certamente declinaria.

Quanto às declarações do professor, não posso responder a todas, falta-me tempo e energia para isso, então vou me concentrar nas principais. Algumas já foram mais que satisfatoriamente tratadas pelo Helder Nozima em comentário postado aqui e no blog do prof. Leandro.

Comecemos com a afirmação "se os cinco pontos atribuídos a João Calvino não são dele, então as enciclopédias de história eclesiástica e os comentários bíblicos estão todos errados - menos o Clóvis". Um pouquinho de história da igreja não faz mal a ninguém. Calvino morreu em 1564, em Genebra, Suiça. Os Cinco Pontos da Remonstrância, foram debatidos e rejeitados, dando origem aos Cinco Pontos do Calvinismo, no Sínodo de Dort, Holanda, entre 1618 e 1619. Portanto, como João Calvino poderia ser o autor de um documento redigido 54 anos após a sua morte? Ah! sim, as enciclopédias: Dictionary of Christianity in America, Mcklintock and Strong Encyclopedia, Schaf's History of the Christian Church, Documentos da Igreja, Os cânones de Dort. Mas não precisa tanto, a Wikipedia resolve a questão.

O autor afirma que a "teologia calvinista determinista mostra um Deus que empurra “goela a baixo” a Salvação que muitos não irão querer" e que "Deus obriga a se salvar um indivíduo mesmo que ele não queira". Quanto ao querer a salvação, o calvinismo ensina duas verdades paradoxais: ninguém quer ser salvo e ninguém é salvo sem querer. Todos os homens naturalmente resistem a graça de Deus, inclusive os eleitos. Mesmo assim, só entra no céu quem está morrendo de vontade de chegar lá. Como isso é possível? A resposta é a graça, que vence a resistência dos eleitos, levando-os a desejar o que antes odiavam.

Diz ainda que "o calvinismo tira a responsabilidade do pecador que nega a Jesus". Pelo contrário, o calvinismo coloca a responsabilidade do homem nas bases certas. Os não calvinistas condicionam a responsabilidade ao livre-arbítrio, coisa que a Bíblia nunca faz. Já os calvinistas, e a Bíblia, baseiam a responsabilidade moral na autoridade de Deus e na luz recebida, além do fato que as escolhas morais são livres no sentido de que ninguém é coagido a pecar.

Outra objeção ao calvinismo é que este "torna a obediência a Deus irrelevante, pois, se sou predestinado tendo sido “pego pelo colarinho, faço o que quiser e continuo salvo". Porém, o calvinismo coloca a obediência nas bases certas: o amor. "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (Jo 14:15). Não é o medo do inferno, mas o amor e a gratidão que move um salvo à obediência prazerosa, além da obra santificadora do Espírito em seu coração.

Para o professor, "o calvinismo distorce o ensino do livre-arbítrio", argumentando que "não haveria necessidade de o Espírito Santo convidar para a salvação quem quiser ser salvo (Apocalipse 22:17) se as pessoas não pudessem escolher permanecerem predestinadas ou não". Na verdade, não cremos que o homem tenha livre-arbítrio no sentido de ter capacidade para escolher a salvação por si mesmo. Deixados por conta própria, suas escolhas livres são invariavelmente más. Ninguém escolhe a salvação sem o concurso determinante da graça. Portanto, o livre-arbítrio assim idealizado é uma tolice.

Afirmações de que o calvinismo "anula a idéia de um castigo proporcional", que "nega que todos os homens são objetos da ira de Deus", que "ofusca a obra do Espírito Santo" na conversão, que "limita a graça de Deus" são tão despropositadas que não irei responder aqui. Basta afirmar que quem diz isso está mal informado ou mal intencionado. Apesar do título de professor e ofício de consultor bíblico, acredito que o caso do Leandro Quadros seja o primeiro.

O que eu creio

A doutrina da predestinação é um fato bíblico inegável. Nem mesmo o professor nega que a Bíblia enfatiza a predestinação para a salvação.

A Bíblia diz "bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos... predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1:3,5). Sendo Deus Todo-Poderoso quem predestina, implica que essa predestinação é imutável e infalível, pois os decretos divinos são eternos. Não cabe a possibilidade desta predestinação ser alterada, menos ainda pelo livre-arbítrio. Como a própria palavra sugere, a predestinação ocorreu "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4), portanto nada tem a ver com o que alguém faz ou deixa de fazer na história. Paulo diz "nos predestinou" (Ef 1:5). Quem seriam esses "nós"? É certo que inclui Paulo e a igreja de Éfeso, a quem escrevia. Cabe toda a humanidade neste "nós"? Certamente que não, pois Paulo está se referindo a "nós, os que cremos" (Ef 1:9). Paulo distingue os crentes dos "demais" (Ef 2:3) em sua carta. Mais adiante demonstrarei que os predestinados são parte da e não toda a humanidade.

E Romanos 9?

O professor me incumbiu da análise de Romanos 9, à luz da seção 9-11 da carta. Irei me desincumbir da tarefa em duas etapas. Aqui, analisarei apenas os versos 13-14 e o 18 e num texto à parte tratarei do capítulo 9 à luz da epístola inteira. Pois embora alguns considerem essa porção parentética, a mim parece perfeitamente integrada ao restante da carta aos crentes de Roma. Os versos em questão dizem:

"Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma (...) Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer." Rm 9:13-14,18

Algumas tentativas de diminuir a força dessas palavras tem sido feitas. Uma delas diz que como Deus ama todas as pessoas, a palavra odiar deve estar mal traduzida, devendo significar "amar menos". O apoio exegético a essa interpretação é fraco e de qualquer modo ela não resolve o problema dos que crêem que Deus ama a todos de igual maneira. Outros afirmam que Jacó e Esaú, no caso representam a nação de Israel e não os indivíduos nominados. Mas isso só aumenta o problema, pois ao invés de odiar um indivíduo Deus odeia povos inteiros. O fato inescapável é: Deus ama uns e odeia a outros, ou pelo menos ama uns de um modo que não ama a outros, sejam indivíduos ou povos.

Paulo antecipou a objeção: esse amor discriminador de Deus não seria injusto? A resposta de Paulo não poderia ser mais clara: "de maneira nenhuma!". Isto deveria bastar para sossegar nosso coração, mas assim não é com muitos. E como devemos separar os desnorteados que estão em busca da verdade dos incrédulos que criticam para desafiar, tentarei explicar por que a eleição de uns e a rejeição de outros não configura injustiça. Compreendamos primeiro o que seja justiça e injustiça.

Justiça é dar a cada um o que lhe é de direito. Na parábola dos trabalhadores Jesus ilustrou bem isso: "
um dono de casa... tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha" (Mt 20:1-2) e ao final do dia "estes receberam um denário cada um" (Mt 20:10). Injustiça, por sua vez, é não dar a alguém o que lhe é devido. A denúncia de Tiago "eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude" (Tg 5:4) é uma exemplo de injustiça, pois a recompensa devida pelo trabalho não estava sendo paga.

Qual é a situação da humanidade diante de Deus? Alguém tem algum mérito ou direito a reinvindicar? Muito pelo contrário, todos os homens pecaram a são merecedores do salário do pecado, a morte. Portanto, Deus seria totalmente justo se enviasse todos e a cada um para o inferno sem maiores considerações. Esaú não tinha o que reclamar, como Jacó também não teria e nós tampouco temos.

Mas Deus amou somente a Jacó, isto não seria injusto para com Esaú? Voltemos à parábola dos trabalhadores. Na hora do pagamento "v
indo os da hora undécima, recebeu cada um deles um denário" (Mt 20:10). Mal tinham trabalhado uma hora e antes mesmo dos madrugadores receberam por um dia inteiro! Os madrugadores reclamaram "dizendo: estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia" (Mt 20:12). A resposta do patrão foi: "amigo, não te faço injustiça; não combinaste comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te" (Mt 20:13-14) e ante o esboço de novo protesto emendou: "não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?" (Mt 20:15).

Descobrimos então que entre justiça e injustiça há uma outra coisa que Sproul chama de não-justiça e que a Bíblia denomina misericórdia. A misericórdia não é justiça, pois dá a uns o que não merecem e tampouco é injustiça, pois não nega a outros o que lhes é de direito. Porque ninguém poderia exigir misericórdia como direito é que Deus diz "
terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia" (Rm 9:15) e continua sendo justo. Por não dever nada a ninguém Ele "compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer" (Rm 9:18) sem incorrer em injustiça.

Onde Leandro Quadro erra o alvo

A tese defendida pelo consultor doutrinário adventista pode ser expressa nas seguintes frases: "toda humanidade está predestinada para a salvação" e "o livre-arbítrio foi devolvido ao ser humano, para que o ser humano escolha, continuar predestinado para a salvação, ou não". Numa mensagem anterior eu apresentei as implicações lógicas destas afirmações. Agora, mostrarei que ela não resiste a uma análise bíblica. Basta uma passagem para aniquilar, num só golpe, tanto a predestinação universal quanto o livre-arbítrio capaz de anular a predestinação:

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou." Rm 8:28-30

Os versículos 29 e 30 apresentam o que se costuma chamar de "corrente dourada da salvação". A intenção de Paulo é dar segurança aos crentes e para seu propósito nenhum desses elos pode ser quebrado. Os que foram conhecidos de antemão, na eternidade passada, são os mesmos glorificados na eternidade futura, sem acrescentar nenhum, sem faltar ninguém. Isto fica claro quando acompanhamos o raciocínio de Paulo.

Ele diz "aos que de antemão conheceu, também os predestinou", ou seja, todos os conhecidos são também predestinados. Depois ele afirma "aos que predestinou, a esses também chamou". Novamente, todos os que haviam sido conhecidos e predestinados na eternidade, são chamados na história, sem faltar um e sem sobrar nenhum. Continua o apóstolo "aos que chamou, a esses também justificou". Veja que o grupo permanece o mesmo, ninguém que é chamado eficazmente fica sem ser justificado. Finalmente "aos que justificou, a esses também glorificou". Observe que o mesmo grupo conhecido desde a eternidade passada mergulha no rio da história sendo chamado e justificado e sai do outro lado do rio, entrando na eternidade glorificado. Sem faltar nenhum.

Agora, testemos a tese do professor Leandro. Se toda a humanidade foi predestinada, então toda a humanidade é chamada eficazmente (em Paulo a chamada é sempre eficaz), toda a humanidade é justificada e toda a humanidade é glorificada, a conclusão é o universalismo. Vamos ler a passagem sob a ótica do professor:

"Porquanto [a humanidade] que de antemão conheceu, também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E [a humanidade] que predestinou, também chamou; e [a humanidade] que chamou, também justificou; e [a humanidade] que justificou, também glorificou."

"Mas espere um pouco", você dirá, "o professor Leandro disse que o livre-arbítrio pode quebrar essa corrente dourada". Bem, não acredito em livre-arbítrio capaz de mudar o que está escrito na Bíblia, mas se isso fosse posível só aumentaria o problema. Vejamos:

"Porquanto [a humanidade] que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E [a humanidade] que predestinou, a [alguns] também chamou; e aos que chamou, [alguns] também justificou; e aos que justificou, [alguns] também glorificou."

O problema é que essa modificação inserida pela tese do professor mata o argumento paulino, que pretendia dar segurança aos crentes. Não podemos considerar a humanidade inteira como predestinada, nem podemos inserir modidificações na corrente dourada, sem violentar o intento do apóstolo.

Mas, se o "aos que" não se refere a toda a humanidade, a quem se refere? O próprio versículo precedente nos diz que trata-se "daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). É claro que a humanidade toda não ama a Deus, apenas parte dela. E somente aqueles que são chamados "segundo o seu propósito" entram na corrente dourada dos versos 29-30. Paulo faz uma afirmação para os crentes que estava passando por tribulação: todas as coisas neste mundo concorrem para o bem de vocês. E para provar isso ele demonstra que de eternidade a eternidade eles sempre estiveram sob os cuidados de Deus.

Há outras passagens que mostram que as teses da predestinação universal passível de anulação pelo livre-arbítrio é uma tolice sem comparação na história da controvérsia sobre a graça. Mas creio que esta basta para derribá-la. Espero que o professor Leandro submeta sua tese ao crivo dessa passagem e reconheça seu erro teológico. Para Deus, tudo é possível.

Soli Deo Gloria
domingo, 25 de outubro de 2009
112. 0 que Deus exige no nono mandamento?

R. Jamais posso dar falso testemunho contra meu próximo (1) , nem torcer suas palavras (2) ou ser mexeriqueiro ou caluniador (3). Também não posso ajudar a condenar alguém levianamente, sem o ter ouvido (4). Mas devo evitar toda mentira e engano, obras próprias do diabo (5) , para Deus não ficar aborrecido comigo (6). Em julgamentos e em qualquer outra ocasião, devo amar a verdade, falar a verdade e confessá-la francamente (7). Também devo defender e promover, tanto quanto puder, a honra e a boa reputação de meu próximo (8).

(1) Pv 19:5,9; Pv 21:28. (2) Sl 50:19,20. (3) Sl 15:3; Rm 1:30. (4) Mt 7:1,2; Lc 6:37. (5) Jo 8:44. (6) Pv 12:22. (7) 1Co 13:6; Ef 4:25. (8) 1Pe 4:8.
sábado, 24 de outubro de 2009
Quando eu, pessoalmente, entrei em contato com a revelação divina na Escritura Sagrada, fiz isso do modo mais natural e existencial possível. E o impacto que as cálidas páginas da Bíblia imprimiam sobre mim era como algo que descesse de misteriosos píncaros dourados de majestosas montanhas, rolasse através da poeira e das águas da vida dos homens, e atingisse o meu peito com a força de dardos de arcanjos e com a realidade concreta de gigantes sempre meninos e de meninos gigantes - humanos, muito humanos.

Odayr Olivetti
In: Teologia para você
Via: Orthodoxia
sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Ó Jesus, manso e humilde de coração, ouve-me.
Livra-me, Jesus,
do desejo de ser estimado
do desejo de ser amado,
do desejo de ser exaltado,
do desejo de ser honrado,
do desejo de ser louvado,
do desejo de ser preferido a outros,
do desejo de ser consultado,
do desejo de ser aprovado,
do medo de ser humilhado,
do medo de ser desprezado,
do medo de ser repreendido,
do medo de ser esquecido,
do medo de ser ridicularizado,
do medo de ser prejudicado,
do medo de ser alvo de suspeitas.
E, Jesus, concede-me a graça de desejar
que outros possam ser mais amados que eu,
que outros possam ser mais estimados que eu,
que na opinião do mundo
outros possam crescer e eu diminuir,
que outros possam ser escolhidos
e eu posto de parte,
que outros possam ser louvados
e eu passe despercebido,
que outros possam ser preferidos
a mim em tudo,
que outros possam tornar-se mais santos
do que eu, contanto
que eu me torne
tão santo quanto devo ser."

Os evangélicos presentes podem dizer amém?
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
"E estes sinais seguirão aos que crerem... falarão novas línguas" Mc 16:17

O dom de línguas é, seguramente, o mais polêmico dos chamados dons do Espírito Santo. Pentecostais tendem a exagerar sua importância, colocando-o como evidência necessária do batismo no Espírito Santo. Além disso, é comum que na prática as orientações sobre o seu exercício de forma ordeira sejam negligenciadas. Por outro lado, os cessacionistas negam sua atualidade, relegando-o ao tempo apostólico e considerando-o simplesmente como capacidade de falar em outro idioma terreno.

Então, qual a natureza do dom de falar em línguas? Seria ele meramente a capacidade de falar um idioma terreno, como o grego nos dias apostólicos ou o inglês nos dias de hoje? Creio que o texto acima fornece algum indício que ajuda a elucidar a questão.

O texto não diz simplesmente falarão em línguas, mas falarão em novas línguas. Embora se possa dizer que as línguas são novas em relação a quem fala, isso parece pouco provável. Seria mais lógico que se dissesse que falariam línguas que não aprenderam. Novas línguas parece indicar línguas desconhecidas.

Reforça essa hipótese o texto original. Na expressão "falarão novas línguas" o grego trás γλωσσαις λαλησουσιν καιναις, onde novas é tradução de kainos. O grego usa principalmente duas palavras para novo. Uma delas é νεος, neos, usada para expressar novo no aspecto de tempo, indicando aquilo que é recente, mas da mesma natureza do antigo.

kainos também indica aquilo que é novo, não porém em referência ao tempo, mas a algo que é de um tipo diferente. O léxico grego-inglês (Louw and Nida) diz que kainos refere-se a algo "não conhecido previamente, inédito, novo". Thayer diz que kainos indica "um tipo novo, sem precedentes, inédito". O Theological Dictionary of the New Testament, diz que kainos denota "o que é novo na natureza, diferente do habitual, impressionante, melhor do que o velho, superior em valor ou atração".

Percebemos melhor essa disntição entre neos e kainos em algumas passagens do Novo Testamento. Em Mateus 9:17, onde aparece ambos os termos, este tem o sentido de "ainda não utilizado", em Atos 17:21 o sentido é de "incomum" e em Mateus 13:52; Ef 2:15; 2Jo 2:5 e Hb 8:13 "novo tipo" é o sentido dado.

Assim como um novo céu e uma nova terra em Ap 21:1 e 2Pe 3:13, a nova Jerusalém em Ap 3:12 e 21:2, a canção nova em Ap 5:9 e a nova criação em Ap 21:15 referem-se a algo de uma outra e melhor natureza, novas línguas em Mc 16:17 também não são os já existentes idiomas. O fato de que o antigo e o novo não poderem ser misturados (Mc 2:21-22) acentua o elemento distintivo entre o comum e o novo.

Portanto, as novas línguas não são a mesma coisa que idiomas terrenos que os que cressem iriam passar a falar, mas sim línguas novas no sentido que são distintas e mais elevadas em natureza.

Soli Deo Gloria
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Algumas pessoas sofrem de indecisão. Deixam que outros, ou as próprias circunstâncias, escolham por elas. São pessoas que se deixam levar pela corrente dos acontecimentos. Embora nada aconteça que não esteja determinado por Deus, é vontade dEle executar Seu plano através de nossas escolhas pessoais.

Mas como fazer escolhas certas? Mergulhado em tantas e tão divergentes vozes, como saber qual o curso a seguir? Numa época de relativismo e verdades múltiplas, como caminhar com segurança no emaranhado de decisões possíveis e pré-aprovadas pelas pessoas?

O irmão Marcos Sampaio escreveu um texto no qual fala da vantagem que o cristão tem e indica três fatores a serem considerados para tomar decisões apropriadas. Está indeciso se vai ou não ler o artigo dele? Decida-se visite agora o Fé Reformada - Veritas!
terça-feira, 20 de outubro de 2009
É comum vermos o uso da palavra soberania em nosso meio. Falamos da soberania das nações e mesmo de indivíduos soberanos que governam as nações de nosso pequeno mundo. Essas soberanias são relativas. Os reis e soberanos deste mundo possuem prerrogativas especiais sobre o território do seu domínio, mas o seu poder é relativo à sua capacidade. Todavia, as limitações não pertencem a Deus que possui soberania absoluta sobre as obras da sua criação. É sua prerrogativa Ter todo o poder no céu e na terra e fazer o que quiser do que lhe pertence, pois todas as coisas que ele faz servem para o “louvor da sua glória”. É sua prerrogativa agir com a sua providência carinhosa para com alguns e com sua providência retributiva para com outros, concorrendo para o bem dos primeiros e para o mal dos últimos. É sua prerrogativa dar a uma determinada região chuvas e estações frutíferas e deixar outras sem elas. Nada está sobre Deus. Ele é soberano em todos os seus atos.

Heber Carlos de Campos
In: A providência e sua realização histórica
segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O vídeo no final foi produzido pela Nani, para denunciar mais uma prática supersticiosa da Igreja Universal do Reino de Deus. Veja quantos erros os marketeiros da IURD conseguem cometer em apenas 1 minuto:

Erro 1: Negam a suficiência das Escrituras. Uma prática é supersticiosa quando não é apoiada nas Escrituras. Deus ordenou aos povo de Israel e serve para nós "não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu. Assim não farás ao Senhor, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao Senhor e que ele aborrece fizeram eles a seus deuses" (Dt 12:30-31), estabelecendo a regra "tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás" (Dt 12:32). E definitivamente Deus não ordenou realizar banhos rituais com água de sete fontes diferentes.

Erro 2: Negam o poder purificador da Palavra de Deus. Jesus disse "vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado" (Jo 15:3). E anteriormente ele havia dito "aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos" (Jo 13:10). Logo, é um erro querer lavar espiritualmente aqueles que já foram lavados pela Palavra dita por Jesus, que só precisam de higiene corporal.

Erro 3: Negam a eficácia do sangue de Cristo. Os crentes não são purificados pela água, mas "com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado" (1Pe 1:19) pois "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1Jo 1:7). Banhos rituais são "obras mortas", das quais o "o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências" (Hb 9:14). Oferecer banhos rituais de purificação não é um ato de fé, como afirma a IURD, mas um ato contra a fé na eficácia do sangue de Jesus, e isto não passa de heresia da pior espécie.

Erro 4:
Atribuem poderes a elemento da natureza, e isso é animismo, a mais primitiva forma de idolatria. Todo o poder é de Deus e Ele opera de forma imediata (sem usar meios) ou mediante um servo seu, nunca através de objetos animados. O uso de objetos animados (dotados de princípio vital ou energias) no culto é prática supersticiosa, e a Bíblia condena todo tipo de superstição.

Erro 5: Praticam numerologia. A ênfase no número sete revela um apelo à práticas esotéricas associadas a números. A preocupação com números, marca registrada da Cabala, é tanta que para fechar em sete colocaram até "água do filtro".

Erro 6:
A descaracterização da fé. Chamam o banho ritual das sete águas de um ato de fé, mas isso não é fé de forma alguma, é mera superstição. Fé tem como objeto a pessoa de Jesus Cristo e visa "a conservação da alma" (Hb 10:39). "Crê no Senhor Jesus e será salvo" (At 16:31) é o verdadeiro ato de fé. Esse ato de fé determina uma vida liberta e santificada, sem necessidade de banhos rituais.

Erro 7: O plágio descarado de uma sensitiva. Isso mesmo, se você achou que a IURD inventou esse tal banho das sete águas, se enganou. Ela apenas copiou da sensitiva Márcia Fernandes, cuja "avó paterna se comunicava mediunicamente com a própria mãe" e "seu pai trabalhava em Centros Kardecistas, incorporando médicos e trabalhando com exorcismos". Por isso, "ainda criança, Márcia começou a se comunicar com espíritos escutando e transmitindo recados de desencarnados da família para os parentes mais próximos" tendo como "um de seus mentores é o Dr. Bezerra de Menezes". É com esse currículo é que ela prescreve "O banho das sete águas" e convence os iurdianos a adotá-lo.

Misericórdia, Senhor!


domingo, 18 de outubro de 2009
110. O que Deus proíbe no oitavo mandamento?

R. Deus não somente proíbe o furto (1) e o roubo (2) que as autoridades castigam, mas também classifica como roubo todos os maus propósitos e as práticas maliciosas, através dos quais tentamos nos apropriar dos bens do próximo (3) , seja por força, seja por aparência de direito, a saber: falsificação de peso, de medida, de mercadoria e de moeda (4) , seja por juros exorbitantes ou por qualquer outro meio, proibido por Deus (5). Também proíbe toda avareza (6) bem como todo abuso e desperdício de suas dádivas (7).

(1) 1Co 6:10. (2) Lv 19:13. (3) Lc 3:14; 1Co 5:10. (4) Dt 25:13-15; Pv 11:1; Pv 16:11; Ez 45:9-12. (5) Sl 15:5; Lc 6:35. (6) 1Co 6:10. (7) Pv 21:20; Pv 23:20,21.

111. Mas o que Deus ordena neste mandamento?

R. Devo promover tanto quanto possível, o bem do meu próximo e tratá-lo como quero que outros me tratem (1). Além disto, devo fazer fielmente meu trabalho para que possa ajudar ao necessitado (2).

(1) Mt 7:12. (2) Ef 4:28.
sábado, 17 de outubro de 2009
Uma coisa boa de ser calvinista é que se crê na graça comum e por ela se tem um conceito elevado da arte, como dom de Deus. Assim, ouvimos boa música e vemos bons filmes sem crises de consciência, dando graças a Deus por tudo. Podemos admirar, por exemplo, a música Gracias a la Vida, na voz de Mercedez Sosa, recentemente falecida.




Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio dos luceros que cuando los abro
perfecto distingo lo negro del blanco
y en el alto cielo su fondo estrellado
y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
me ha dado el oido que en todo su ancho
graba noche y dia grillos y canarios
martillos, turbinas, ladridos, chubascos
y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado el sonido y el abedecedario
con él las palabras que pienso y declaro
madre amigo hermano y luz alumbrando,
la ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la marcha de mis pies cansados
con ellos anduve ciudades y charcos,
playas y desiertos montañas y llanos
y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano,
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la risa y me ha dado el llanto,
asi yo distingo dicha de quebranto
los dos materiales que forman mi canto
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos que es mi propio canto.

Gracias a la Vida...


Via: Raiz Duma Terra Seca
sexta-feira, 16 de outubro de 2009


Via: Voltemos ao Evangelho
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
“Agora, interrompo minha conversa com os homens, e volto-me para ti, ó Deus. Neste momento, começo a ter com Deus uma comunhão que nunca terminará. Adeus, meu pai e minha mãe. Adeus, amigos e parentes. Adeus, comida e bebida! Adeus, mundo, com seus prazeres! Adeus, sol, lua e estrelas! Agora, acolho a ti, Deus e Pai! Chego a ti, ó doce Jesus, mediador da nova aliança. Chego a ti, bendito Espírito da graça, Deus de toda a consolação! Agora, chego à glória; à vida eterna! Bem-vinda, morte!”

Últimas palavras de Hugh MacKail
Membro da Igreja Reformada da Escócia
Executado em 1666, aos 26 anos, por causa de sua fé
quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O programa "Na Mira da Verdade" tem uma proposta e formato interessantes. A proposta é responder os questionamentos enviados através do blog, sms ou telefone. Ambos, apresentador e respondente são bem comunicativos e demonstram bom preparo. Ressalte-se, porém, que é um programa adventista e por ser o tempo reservado para as respostas curto, às vezes são superficiais. Por causa disso às vezes são complementadas com artigos no blog.

Interessa-nos aqui o programa apresentado em 9 de setembro de 2009, em que o tema abordado foi a predestinação e que um irmão pediu-nos uma análise. Para melhor compreensão, tanscrevi o primeiro bloco do programa, que pode ser lido aqui.

O Prof. Leandro Quadros faz algumas admissões interessantes sobre a pessoa de João Calvino e sua teologia. Ao invés de demonizar o reformador, como não é incomum em textos contra a doutrina da predestinação, o professor reconhece que Calvino foi "uma das mentes mais brilhantes que pisaram neste mundo" e que ele "foi muito feliz numa parte da teologia dele sobre a salvação, só que errou em alguns detalhes". O problema é que no decorrer da explicação do professor Leandro fica-se com a impressão de que ele errou tudo, até nos detalhes.

No início da resposta ele lista os cinco pontos do calvinismo, que erroneamente atribui ao próprio João Calvino. Diz concordar com o reformador que o homem é totalmente depravado e por isso incapaz de querer e escolher o bem. Porém, mais adiante ele afirma que a morte de Cristo na cruz devolveu o livre-arbítrio a todos os homens, que agora podem escolher. Ou seja, para o professor Leandro, somente as pessoas que viveram depois de Adão e antes da morte de Jesus eram incapazes de desejar e realizar o bem. Os outros pontos, eleição incondicional, redenção particular, graça eficaz e perseverança dos santos são tanto mal representados quanto rejeitados.

No campo das más representações, ele diz que a eleição incondicional significa que "Deus quando elege você, ele elege mesmo que você não queira", ignorando que a eleição se dá na eternidade e não no tempo onde exercemos nossa vontade. Sobre a expiação ele diz que "a salvação é limitada, ou seja, limitada para um grupo de pessoas enquanto outro grupo vai se perder porque Deus determinou isso", confundindo aqui os termos expiação ou redenção com salvação. Ao referir-se à graça irresistível ele afirma que "a graça de Cristo é tão forte que mesmo que o indivíduo queira se perder, ele vai se salvar", dando a entender que uma pessoa pode ter que ir para céu arrastado pelas orelhas, esperneando e gritando frases de protesto. Finalmente, ele diz que a perseverança dos santo significa que "toda pessoa que continuar perseverante em Deus ela vai ser salva" e não como a certeza de que todos os que foram uma vez regenerados irão perseverar.

Apesar de ler os cinco pontos, o professor se detém mesmo é na questão da predestinação, e sua posição é interessante, pois não é calvinista, arminiana ou outra posição histórica qualquer. Digamos que ele é original. Basicamente, ele responde a pergunta do ouvinte dizendo que "nós somos predestinados para a salvação, só que esta predestinação pode ser mudada se eu decidir me perder". Para ele, "Deus já predestinou, toda a raça humana para a salvação", mas "através da morte de Cristo na cruz, o livre-arbítrio foi devolvido ao ser humano, para que o ser humano escolha, continuar predestinado para a salvação, ou não!"

Basta pensar um pouco nas implicações lógicas do sistema soteriológico do professor adventista (não saberia dizer se sua posição é oficial da IASD) para ver como ela é absurda.

1. Se toda a humanidade está predestinada à salvação e se esta predestinação só é mudada com uma decisão pessoal de se perder, então o evangelho não é uma boa notícia, pois só leva a oportunidade de perdição. A mensagem não é "perdidos, há salvação para vós!", mas "salvos, agora podeis se perder!".

2. Se a morte de Jesus devolveu ao homem o livre-arbítrio e é através dele que o homem pode escolher sair da condição de predestinado para a salvação, então a morte de Jesus não ajudou em nada o homem. Não tivesse Jesus morrido, o homem não teria condições de mudar o seu estado de predestinado para a salvação.

Em defesa de sua tese, o professor Leandro recorre a alguns textos bíblicos. Alguns são clássicos "textos arminizados", já tratados neste espaço. Outros são textos que afirmam o que se pretende negar, explicados "eisegeticamente". E outros sequer estão relacionados ao tema em foco.

A pergunta do telespectador pedia para explicar Romanos 9, do qual ele toma apenas os versos 13-14 e o 18 e basicamente tergiversa sobre eles. Sobre os versos 13 e 14 ele diz que Deus escolheu Jacó para ser filho da promessa e que não rejeitou a Esaú porque ele foi pai de uma grande nação. Ora, em nenhum momento o apologista adventista encara a questão do porque de Paulo mencionar Jacó e Esaú para provar a sua tese da eleição incondcional. O verso 18 que foi lido é simplesmente ignorado pelo professor que remete seus ouvintes para os capítulos 10 e 11, mas não aborda sequer o contexto imediato, o próprio capítulo 9.

O uso que o professor faz dos textos usados por calvinistas é interessante, como o é toda a sua abordagem do tema. Ele lê "em amor nos predestinou" e coloca toda a humanidade como objeto da predestinação, o que levaria infalivelmente ao universalismo, caso Rm 8:29-30 for verdadeiro, e sabemos que ele é. Ele cita Fp 2:13 (no vídeo ele referencia, por engano, Ef 2:13) dizendo que "Deus opera em nós tanto o querer como o efetuar" como prova de que Jesus devolveu o livre-arbítrio a toda a humanidade ao morrer a cruz! Ele lê "Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação" (1Ts 5:9) e classifica a afirmação como um "confronto direto com a teologia de João Calvino". Ora, se o objeto dessa destinação fosse toda a humanidade, então todos seriam salvos ou Deus destinar ou não destinar alguma coisa não faria a menor diferença. Finalmente, ele cita como prova Mt 25:41, o que nos leva a pensar que Deus não sabia que alguém iria acabar no inferno.

A posição esposada pelo professor é uma mostra do emaranhado que as pessoas caem quando não querem deixar de lado os textos sobre a predestinação mas também não querem abrir mão de seus pressupostos. Entram por um labirinto do qual não conseguem sair, a menos que voltem ao ponto de onde partiram em sua aventura de "explicar" o que não aceitam e venham a receber as declarações bíblicas tal qual elas são.

Parte das afirmações confusas do professor talvez devam-se à escassez de tempo e a complexidade do tema. Sei que ele escreveu um artigo sobre o assunto, o qual ainda não li (mas irei ler) para não interferir nesta análise, então é possível que ele tenha conseguido esclarecer melhor a sua posição.

Mas, pelo menos por enquanto, o professor de Na Mira da Verdade precisa melhorar a pontaria.

PS.:

Aparentemente o blogger tem limite de comentários, o qual foi excedido no post Mirou na verdade, acertou na confusão. Por isso os comentários, mesmo aceitos não são exibidos. Sendo assim, desejando ainda comentar o referido artigo, por favor o façam no artigo Preparar... Apontar... que é a sequência do mesmo.

Quem postou algum comentário e não foi exibido, o mesmo pode ser lido Aqui.
terça-feira, 13 de outubro de 2009

Paulo diz, nos versículos 2, 7 e 13, que o homem que é culpado desta imoralidade impenitente deve ser removido da igreja: "Expulsem esse perverso do meio de vocês." (v.13) Mas ele dá a resposta mais completamente nos versículos 3-5: "Apesar de eu não estar presente fisicamente, estou com vocês em espírito. E já condenei aquele que fez isso, como se estivesse presente." Em outras palavras, Paulo não pode estar lá em pessoa, mas diz que ele exercerá a influência que puder à distância (talvez em oração) para garantir que a disciplina será efetiva.

Ele continua no versículo 4: "Quando vocês estiverem reunidos em nome de nosso Senhor Jesus [e é por isto que não estamos fazendo isto privadamente, mas reunidos na igreja], estando eu com vocês em espírito [em outras palavras, vocês podem contar com a aprovação de Paulo e a presença de sua influência através da oração], estando presente também o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, 5 eu decidi [que vocês devem] entregar esse homem a Satanás, para que o corpo seja destruído, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor."

Pode ser que, simplesmente expulsando uma pessoa da comunidade, seja o mesmo que entregá-la a Satanás, mas acho que não. Quando Paulo diz, no final do versículo 4, "com o poder do Senhor Jesus", acho que ele nos mostra que algo mais está acontecendo - algo que precisa do poder de Jesus para ser realizado. Paulo fez isto pelo menos uma outra vez, que sabemos (1 Tim. 1:20): "Entre eles estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar."

O que parece estar à vista é algo como o que aconteceu no livro de Jó. O único outro lugar na Bíblia, fora das cartas de Paulo, onde "entregar alguém a Satanás", com estas mesmas palavras, ocorre é em Jó 2:6, que diz, literalmente, "E o Senhor disse a Satanás, 'Pois bem, ele [Jó] está em suas mãos; apenas poupe a vida dele."

O próximo versículo diz, "Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça." E o resultado da finalidade da graça de Deus? Jó 42:6-7: "Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza".

Então Satanás tornou-se o meio, sob o controle soberano de Deus, para purificar o coração de Jó e trazê-lo para o mais perto de Deus que jamais esteve. Este não é o único local onde Deus usa Satanás para isto. Em 2 Coríntio 12, Paulo descreve seu espinho na carne como um mensageiro de Satanás, que Deus submete para a humildade de Paulo e a glória de Cristo. Versículo 7: "Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar - para impedir que eu me exaltasse!"

Quando Paulo orou para que Jesus o retirasse, a resposta que teve foi, "Minha graça é suficiente para você, pois o poder é perfeito na fraqueza." Note que aquele que controla se o "mensageiro de Satanás" fica ou vai é Cristo. É por isto que é tão significativo em nosso texto (v. 4) quando Paulo diz que entregar alguém a Satanás é "com o poder do Senhor Jesus". Não temos o poder ou a autoridade, em nós mesmos, para fazer isto.

Termino com o que espero contenha tanta esperança para vocês como contém para mim. Jesus é o soberano de Satanás. E ele usa Satanás, nosso arqui-inimigo, para salvar e santificar seu povo. Ele trouxe Jó à penitência e à prosperidade. Ele trouxe Paulo ao ponto onde ele poderia exultar na tribulação e tornar manifesto o poder de Cristo.

E Paulo espera que o resultado da entrega deste homem a Satanás será a salvação de seu espírito no dia de Cristo. Em outras palavras, o objetivo de Paulo - nosso objetivo - em entregar alguém para Satanás é que a miséria virá de tal forma que a pessoa dirá com Jó, "Meus olhos viram o Senhor, por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza".

John Piper
In: Como Satanás Salva a Alma
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Semana passada o Cinco Solas recebeu o Prêmio Dardos, oferecido pelo Sola Scriptura, editado por Armando Marcos. Fiquei muito feliz, não apenas pelo prêmio em si, mas pela companhia em que o Cinco Solas foi colocado: estar numa relação em que aparece o Voltemos ao Evangelho do Vinícius e Teologia e Vida do Aloísio, para dar apenas dois exemplos (Aqui você vê os indicados pelo Armando), vale mais que qualquer prêmio da net.

O que é?

Este é o "Prêmio Dardos" que dá a cada blogueiro o reconhecimento de seu valor, esforço, ajuda, transmissão de conhecimento, todos os dias.

Regras

1. Você terá que aceitar o award e colocar em seu blog, juntamente com o nome da pessoa que lhe deu o prêmio e o link do seu blog, como fiz acima.2. Você terá que oferecer o prêmio para 10 blogs que são merecedores deste prêmio. E não se esqueça de avisá-los sobre a indicação.

Meus indicados

Não queria repetir as indicações do Armando, mas seria injusto olvidar alguns dos melhores blogs da net apenas porque já foram escolhidos por outros. Assim, lá vai minha lista, em ordem alfabética e com algumas "reincidências":

Menções honrosas

Há outros sites merecedores do Prêmio Dardos. Mas como é para indicar apenas 10, faço menção dos seguintes, que também "fazem a minha cabeça":



Tenho certeza que fui traído pela minha memória e cometi alguma injustiça. Mas as listas acima são apenas representativas da boa qualidade dos blogs evangélicos brasileiros.
domingo, 11 de outubro de 2009
108. 0 que o sétimo mandamento nos ensina?

R. Toda impureza sexual é amaldiçoada por Deus (1). Por isso, devemos detestá-la profundamente e viver de maneira pura e disciplinada (2) , sejamos casados ou solteiros (3).

(1) Lv 18:27-29. (2) 1Ts 4:3-5. (3) Ml 2:16; Mt 19:9; 1Co 7:10,11; Hb 13:4.
109. Mas Deus, neste mandamento, proíbe somente adultério e outros pecados vergonhosos?

R. Não, pois como nosso corpo e nossa alma são o templo do Espírito Santo, Deus quer que os conservemos puros e santos (1). Por isso, Ele proíbe todos os atos, gestos, palavras (2) , pensamentos e desejos (3) impuros e tudo o que possa atrair o homem para tais pecados (4).

(1) 1Co 6:18-20. (2) Dt 22:20-29; Ef 5:3,4. (3) Mt 5:27,28. (4) 1Co 15:33; Ef 5:18.
sábado, 10 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Minha contenda é contra uma filosofia que relega a Deus e à Sua Palavra um papel secundário na igreja. Creio que colocar o entretenimento acima da pregação bíblica e da adoração no culto da igreja é contrário às Escrituras. Oponho-me àqueles que acreditam que as habilidades humanas podem conquistar pessoas para o reino de Deus com maior eficácia do que o Deus Soberano. Essa filosofia abriu as portas da igreja para o mundanismo. "Não me envergonho do evangelho", disse o apóstolo Paulo (Rm 1:16). Infelizmente, "com vergonha do evangelho" parece uma descrição, a cada dia mais exata, de algumas das mais conhecidas influentes igrejas de nossa época.

John MacArthur Jr
In: Com vergonha do evangelho
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Sutilmente, em vez de uma vida transformada, é a aceitação por parte do mundo e a quantidade de pessoas presentes aos cultos o que vem se tornando o alvo maior da igreja contemporânea. Pregar a Palavra e confrontar ousadamente o pecado são vistos como coisas antiquadas, meios ineficazes de se alcançar o mundo. Afinal de contas, não são essas coisas que afastam a maioria das pessoas? Por que não atraí-las para a igreja, oferecendo-lhes o que desejam, criando um ambiente confortável e amigável, nutrindo-lhes os desejos que constituem seus impulsos mais fortes? É como se, de alguma forma, conseguíssemos que elas aceitassem a Cristo, tornando-O, de algum modo, mais agradável ou tornando a mensagem dEle menos ofensiva. Essa maneira de pensa distorce por completo a missão da igreja. A Grande Comissão não é um manifesto de marketing. O evangelismo não requer vendedores, e sim, profetas. É a Palavra de Deus, e não qualquer sedução mundana, que planta a semente que produz o novo nascimento (1 Pe 1:23). Nada ganharemos, senão o desprazer de Deus, se procurarmos remover o escândalo da cruz (Gl 5:11).

John MacArthur Jr
In: Com vergonha do evangelho
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
O cessacionismo tem levantado muita controvérsia nos dias de hoje. É inegável que há exageros por parte de pentecostais e neopentecostais, além de muita ignorância sobre os dons espirituais e sua correta aplicação na igreja. Por outro lado, há muitos que rejeitam qualquer manifestação extraordinária do Espírito Santo nos dias de hoje. Sobre este assunto, nosso irmão comentou:
Farei agora, duas críticas pontuais nas quais não posso me estender, mas que espero servirem de reflexão:

1) Infelizmente tem ocorrido uma supervalorização dos dons extraordinários e uma subvalorização dos dons ordinários. Não são, segundo 1 Coríntios 12:28, os dons de Socorro e Governo superiores ao dom de línguas? E os mestres superiores aos operadores de milagres?

2) Muitas vezes os Cristãos se confundem ao avaliar a Escritura à luz da experiência, em lugar de considerar a experiência sob a Luz da Escritura. Isto faz com que eventos sobrenaturais que não são dons sejam considerados dons ou que determinado dom seja tomado por outro e que, com este pressuposto, o assunto seja avaliado. Por exemplo, se um determinado irmão ora e uma pessoa é decididamente curada de uma grave doença, isto é necessariamente um dom de cura? Ou Deus agradou-se de ouvir ao "justificado em Cristo" que clamava, misericordiosamente atendendo-o porquê "muito pode a oração do justo em seus efeitos"? Um homem que prenuncia certo evento e se entrega à oração clamando ao Senhor por isto, e é atendido. Este homem teria o dom de profetizar ou, simplesmente, o dom da fé (lembremos de George Müller)?

Sinceramente, creio que os Reformados precisam debruçar-se sobre o assunto e cunhar uma precisa e sistemática "Teologia dos Milagres", em auxílio aos irmãos pentecostais que são, muitas vezes, presas para falsos profetas e charlatães e em auxílio aos irmãos reformados que muitas vezes não conhecem um Deus Vivo e que nos Vê.
Jardim Clonal Membro de uma Igreja Puritana no Rio de Janeiro In: O que é cessacionismo