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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Peguei-me pensando sobre o que escrever para o dia 31 de outubro, "dia santo" dos reformados. Poderia falar de Lutero, Calvino, Zwinglio, Meno Simons... mas resolvi falar de alguém menos importante: eu. O que eu tenho a ver com essas pessoas? Quase nada, além da admiração e o fato de que creio em quase tudo que eles creram. E como passei a crer nisso é do que trata este post.

Como alguns sabem, fui chamado numa igreja pentecostal, onde sirvo até hoje. Fato que causa certa estranheza tanto a calvinistas como a pentecostais. Como alguém pode ter um pé na rua Azuza e outro na distante Genebra?

Quando eu fui trazido à fé, aos 17 anos, ninguém me ensinou que existia um livre-arbítrio e nem que a salvação poderia ser perdida. Comecei a ler a Bíblia e a convicção formada por ela era de que ninguém poderia ir ao Senhor sozinho e que uma vez que fosse salvo, seria preservado pelo Senhor. Quando alguém disse que a salvação poderia ser perdida, pensei ter lido a Bíblia de forma errada.

Já quanto a eleição, eu lia na Bíblia mas não entendia muito bem, e assim não tinha uma posição a respeito. Foi quando me deparei com uma lição de escola dominical da CPAD em que o autor apresentava a explicação da eleição sob a ótica da fé antevista. A explicação me pareceu superficial e foi ali que pela primeira vez na vida ouvi falar em calvinismo. De forma negativa, é claro. Depois disso, li um artigo sobre a eleição, em que a posição defendida era a posição reformada, embora nela não aparecesse termos como calvinismo e arminianismo. A explicação não me agradou muito, mas me pareceu mais de acordo com o que eu tinha lido na Bíblia. Como tinha presenciado uma discussão entre dois pastores, na qual criticavam o calvinismo, senti um certo desconforto por tender para uma posição até então só criticada.

A essa altura eu era um calvinista de três pontos, embora nunca tivesse ouvido falar que havia pontos ou que eram cinco. Eu nunca tinha lido nada sobre a controvérsia entre arminianismo e calvinismo e as referências ao segundo eram todas negativas até então. Foi quando comecei a ter acesso a literatura reformada.

Li sobre a chamada eficaz e confesso que mais que a argumentação, o que me fez aceitá-la de imediato foi a minha experiência de conversão. Decididamente, eu não "fui à frente", resisti e resisti com todas as minhas forças. Até que me vi em lágrimas recebendo a oração, sem sequer atinar como fui parar ali. E desde então o Senhor tem me segurado e sustentado.

Quanto ao ponto faltante, a redenção particular, eu simplesmente disse: jamais acreditarei nisso. E passei anos lutando contra ela. Até que não mais podendo negá-la, rendi-me, mas a contra- gosto. Até que li um livro que expunha os argumentos bíblicos e entendi como a redenção específica glorifica a Deus mais que a redenção universal e então passei a amar essa doutrina.

Num processo que levou anos, em que alternei aceitação tranqüila com forte lutas internas, tornei-me um calvinista. Mas não manifestei isso a ninguém. Era uma espécie de calvinista secreto. Até que numa reunião de pastores, fui traído pelos meus comentários e acabei sendo confrontado. Alguém me olhou firmemente e perguntou: você acredita na predestinação?! Não admitir seria mentir e negar a verdade. Então "saí do armário" das minhas convicções pessoais.

Graças a Deus, estou numa igreja arminiana na qual um calvinista é apenas mais um crente salvo por Jesus.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Somente é verdadeiro calvinista e pode levantar a bandeira calvinista aquele que, em sua própria alma, pessoalmente, foi tocado pela Majestade do Altíssimo, e submisso ao poder esmagador de seu amor eterno ousou proclamar este amor majestoso em oposição a Satanás, ao mundo e ao mundanismo de seu próprio coração, na convicção pessoal de haver sido escolhido pelo próprio Deus e, portanto, devendo agradecer a Ele e a Ele somente por toda graça eterna.

Abrahan Kuyper
terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Há injustiça da parte de Deus?" Rm 9:14

Muitos tem dificuldades em aceitar algumas afirmações da Bíblia, pois entendem que se forem tomadas em seu sentido natural fazem de Deus injusto. As que tratam da eleição soberana são as que mais trazem dificuldades aos cristãos sinceros, preocupados em resguardar o Senhor da acusação de ser injusto.

A pergunta acima bem poderia ter sido feita por um desses crentes. Paulo citou as palavras de Deus: "Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú" (Rm 9:13). O senso comum é que Deus ama a todos os homens de igual maneira, portanto Ele afirmar que amava uma pessoa e se aborrecia de outra deporia contra a retidão de Seu caráter.


Quem conhece a história dos dois personagens sabe que, pela régua humana, se Jacó não fosse muito pior que Esaú, com certeza não seria o melhor dos dois. Desde o seu nascimento, passando pelo episódio da venda da primogenitura e chegando ao roubo da bênção paterna, Jacó era o típico aproveitador desonesto. Como poderia Deus amá-lo enquanto preteria seu irmão Esaú?
Para piorar, há o momento em que essa escolha se deu. Paulo diz que "ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal" (Rm 9:11) e Deus já manifestara à mãe dos garotos que "o mais velho será servo do mais moço" (Rm 9:12). Portanto, Paulo sabia que ouviria a acusação de injustiça contra Deus. Mas sua resposta é um enfático "de modo nenhum!" (Rm 9:14).

Como pode ser isso, se Deus amou a Jacó e odiou (este é o sentido exato da palavra no original) Esaú? A palavra chave para resolver o problema é misericórdia, que garantiu que "o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama" (Rm 9:11). Deus diz "terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão" (Rm 9:15).


Para dissipar qualquer nuvem que paire sobre o caráter de Deus, é preciso entender o que é justiça e o que é misericórdia. Justiça é dar a cada um o que é devido e como ninguém merecia a salvação, se Deus condenasse a todos, não seria nem um pouco injusto. Por outro lado, graça e misericórdia é dar a alguém aquilo que ele não merece. Como ninguém tem direito à misericórdia, não pode acusar Deus de injustiça. Por ser a eleição graciosa, os eleitos não tem do que se vangloriar, pois não mereceram a graça, nem os que foram preteridos podem reclamar, pois não tiveram direitos violados.

Portanto, Deus é misericordioso com muitos sendo justo com todos.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Se um mero punhado de nós postar-se na defesa inarredável da soberania do nosso Deus, ainda que sejamos cercados por muitos inimigos, até por nossos próprios irmãos, os quais deveriam ser nossos amigos e ajudadores, nada disso nos abalará, contanto que possamos contar com o apoio do passado. O nobre exército de mártires, as gloriosas hostes de confessores, esses serão os nossos amigos; e o próprio testemunho da verdade manifestar-se-á em nosso favor. Ora, contando com aliados assim, jamais poderemos dizer que estamos sozinhos; bem pelo contrário, poderemos exclamar: “Eis que o Senhor reservou sete mil homens que não dobraram joelhos diante de Baal” (veja Romanos 11:4). Porém, o fator mais importante de todos é que Deus está conosco.

Charles Haddon Spurgeon
sábado, 25 de outubro de 2008

- Meu caro, eu entendo que você é o que chamam de arminiano; e certas pessoas me chamam de calvinista; e por isso mesmo, suponho que as pessoas esperam ver-nos prontos para brigar um contra o outro. Mas, antes de eu consentir em que se dê início ao combate, com sua licença, gostaria de lhe fazer algumas perguntas. Diga-me, por favor: você sente que é uma criatura tão depravada, mas tão depravada que nunca teria pensado em voltar para Deus, se Deus já não tivesse posto isto em seu coração antes?

- É verdade, é isso mesmo.

- E você também se sentiria totalmente perdido, se tivesse que recomendar-se a Deus, baseado em alguma coisa que você pudesse fazer; e considera a salvação como algo que se deu exclusivamente pelo sangue e justiça de Cristo?

- Sim, exclusivamente por Cristo.

- Mas então, meu caro, partindo do pressuposto de que você foi inicialmente salvo por Cristo, será que ainda assim você não teria que subseqüentemente, de uma forma ou de outra, salvar-se a si mesmo por suas próprias obras?

- É claro que não, pois eu devo ser salvo por Cristo do princípio ao fim.

- Admitindo, então, que foi inicialmente convertido pela graça de Deus, você, de um modo ou de outro, deve manter-se salvo por seu próprio poder?

- Não.

- Quer dizer, então, que você deve ser sustentado a cada hora e momento por Deus, tal como uma criança nos braços de sua mãe?

- Sim, absolutamente.

- E quer dizer que toda a sua esperança está depositada na graça e misericórdia de Deus para sustentá-lo, até que venha o seu reino celestial?

- Certamente, eu estaria completamente desesperado, se não fosse ele.

- Então, meu caro, com sua permissão vou levantar novamente a minha espada; pois isto não é nada mais nada menos do que o meu Calvinismo; eis aí as minhas teses da eleição, da justificação pela fé, da perseverança final: eis aí, em essência, tudo o que eu defendo, e como o defendo; portanto, se lhe parecer bem, ao invés de ficar tentando descobrir termos ou expressões que sejam bom motivo de briga entre nós, unamo-nos cordialmente naquelas coisas em que concordamos.

Charles Simeon
In: PACKER, J. I. A evangelização e a soberania de Deus.
Foto: Mark Bowman
In: http://www.flickr.com/photos/21002004@N03/2408825834/
quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Meu confrade pentecostal Cleber Cabral Siedsclhag escreveu um interessante artigo intitulado "Sim! É Lícito Falar em Línguas sem Interpretação!", no qual, como se pode depreender do título, defende a posição de que mesmo que não haja interpretação as línguas podem ser exercitadas livremente no culto.

Seus argumentos positivos são históricos e teológicos. Segundo ele
"o dom de línguas era manifestado livremente na Rua Azusa (com ou sem interpretação)" e "desde seu início, o pentecostalismo pratica o falar em línguas mesmo sem interpretação, como aconteceu em Atos 2". O autor argumenta também que o erro corintiano era que "faziam cultos públicos inteiros só com línguas estranhas, sem nada que edificasse os demais (pregação, profecia, revelação, etc)", baseando-se para isso em 1Co 14:6,19,23. Sua conclusão dessas passagens é de que Paulo combateu o erro "de se fazer um culto dirigido inteiramente em línguas estranhas!". Por isso ele afirma convictamente que hoje "nenhuma igreja pentecostal comete o erro de Corinto".

Os seus argumentos negativos são de que
"dos 9 dons espirituais listados em 1Coríntios 12 o único que não possui nenhum caso registrado no NT é dom de interpretação", o que demonstra que o mesmo não é indispensável para falar em línguas. Finalmente, o autor contrapõe a teologia pentecostal à reformada, dizendo da primeira que "nós pentecostais podemos nos alegrar muito por nossa prática e nossa teologia histórica", advertindo quanto à segunda "não se deixe levar por regras humanas que não tem outro efeito senão atrapalhar o mover de Deus".

Nas minhas considerações sobre o tema e os argumentos do autor, que fique claro que não há nenhum demérito à sua pessoa ou à teologia que esposa. Contra-argumento de uma perspectiva pentecostal, pois creio no batismo com o Espírito Santo como experiência distinta da conversão e na atualidade dos dons espirituais, inclusive o de curas e o de falar em outras línguas. Mas creio que seja salutar que haja ordem no exercício dos dons espirituais.

Os seus argumentos históricos, se provam alguma coisa, é somente que os pentecostais primitivos falavam em línguas indepentemente de haver interpretação. Porém, em relação às orientações bíblicas, os "primitivos" estão separados por 18 séculos, portanto, o pentecostalismo deve ser sempre considerado um movimento moderno (não estou negando a atualidade dos dons nos períodos antecedentes, apenas destacando que como movimento, o pentecostalismo é recente na história da igreja). Portanto, se na Rua Azusa se falou em línguas sem interpretação, isto não torna a prática bíblica ou aceitável, mas deve ser tributado aos exageros que sempre marcam os períodos iniciais dos movimentos religiosos.

Mas o ponto principal a ser considerado é a natureza do erro que Paulo corrigiu. Segundo meu irmão Cleber, a igreja de Corínto fazia cultos inteiros apenas em línguas e Paulo interviu com o objetivo de equilibrar as coisas, sugerindo que outros dons tivessem lugar na liturgia. Não creio que este seja o caso. Isto fica claro, por exemplo, quando ele pergunta
"falam todos em outras línguas?" (1Co 12:30). É uma pergunta retórica e a resposta óbvia é um enfático "não!". A mesma pergunta ele faz sobre outros ministérios e dons, tais como apóstolo, profetas, doutores, operadores de milagres, dons de curar e de interpretações. Portanto, o contexto aponta para uma diversidade de dons e não para a monotonia do dom de línguas.

Além disso, Paulo escreve
"quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação" (1Co 14:26). O verbo εχει (ter) está no presente do indicativo, portanto não é uma ordem dada pelo apóstolo, mas a constatação do fato de que havia uma diverdade de dons em Corinto. A orientação é dada em seguida, quando diz "seja tudo feito para edificação". Embora houvesse uma supervalorização do dons de línguas, isto se dava na forma de que aqueles que falavam se consideravam ou eram considerado mais espirituais que os outros. Por isso Paulo logo tirou a ênfase dos que exercitavam os dons (πνευματικα) e colocou em quem soberanamente distribui os dons (χαρισματων). A desordem no culto não era falta de dons, mas falta de organização na hora de exercitá-los, com todos falando ao mesmo tempo e alguns falando numa linguagem ininteligível.

Outra indicação de que Paulo não estava repreendendo a igreja por falar exclusivamente em línguas é que ele chama a atenção para a falta de ordem no exercício do dom de profecia. Homens profetizavam com a cabeça coberta e mulheres com a cabeça descoberta (1Co 11:4-5) e mais de um profeta falava ao mesmo tempo (1Co 14:29-31). A mesma correção aplicada por Paulo quanto ao exercício do dom de línguas também foi aplicada ao exercício do dom de profecia. Portanto, haviam os dois dons sendo manifestado nos cultos, e ambos exercitados com falta de ordem.

A ordem que o apóstolo impôs à igreja quanto ao dom de línguas era
"que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete" (1Co 14:27). O fato de que Paulo limitou o número de pessoas falando em línguas à igreja em duas ou no máximo três pessoas e que estas deveriam falar uma após a outra é inegável. A outra condição sine qua non era que houvesse interpretação. Não dá de interpretar de outra maneira esse verso sem volteios e violências ao texto.

Na falta de intérprete somente duas alternativas são dadas. A primeira é
"o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar" (1Co 14:13). Deus distribui o seus dons soberanamente (1Co 12:11), mas pedir um dom para melhor edificar a igreja não é pecado de presunção, mas demonstração de amor pelo povo de Deus. A outra alternativa é falar em línguas devocionalmente, ou em letras paulinas "não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus" (1Co 14:28). Não vejo problemas se um pregador, por exemplo, dirigir expressões de louvor a Deus em línguas, desde que não pregue em línguas. Como não vejo problema se alguém orar a Deus em línguas, num momento de orações expontâneas, desde que o faça num tom de voz que não impeça os demais de fazerem suas orações e ouvirem as orações feitas em linguagem compreensível por todos.

Finalmente, a comparação desfavorável entre as teologias pentecostal e reformada é ruim para ambos os lados. Pois nós pentecostais podemos desfrutar do melhor da teologia reformada, seguindo o exemplo de muitos reformados que estão experimentando a realidade dos dons espirituais. Como pentecostal e calvinista, entendo que é necessário construir pontes e não alargar fossos entre as duas tradições que são, cada uma em suas ênfases próprias, igualmente ricas e proveitosas. Por que ficar com uma ou outra quando podemos ter ambas?


Soli Deo Gloria
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
1. Que a Bíblia Sagrada, Antigo e Novo Testamento, é a inspirada, inerrante e suficiente Palavra de Deus, sendo portanto a única regra de fé, prática religiosa e conduta pessoal.

2. Em um único Deus que é o Soberano Criador, Sustentador e Governante de todas as coisas visíveis e invisíveis, eternamente subsistente em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo.

3. Que o homem foi criado em estado de retidão, mas que por sua desobediência caiu em pecado e envolveu toda a raça num estado de ruína moral e espiritual da qual ele é absolutamente incapaz de fazer qualquer bem espiritual ou de se preparar para isso. E que dentre a totalidade da raça caída Deus, por pura graça, escolheu um grande número fixo e definido de pessoas e as deu a Seu Filho, a quem enviou para salvá-las.

4. Que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem e que sua vida perfeita e morte obediente confere completa expiação e justiça ao que crêem em Seu nome e confiam unicamente em Sua obra.

5. Que o Espírito Santo é verdadeiro Deus e foi enviado pelo Pai e pelo Filho para chamar de forma eficaz, mediante fé e arrependimento, todos aqueles que foram eleitos e remidos, habitando neles, santificando-os e conferindo-lhes dons espirituais até a volta do Senhor Jesus.

6. Que todos aqueles que são chamados pelo Espírito Santo em todos os tempos fazem parte da Igreja universal, onde são aperfeiçoados e preservados fiéis, através da pregação e ensino da Palavra de Deus, da participação no Batismo e Ceia do Senhor, do exercício dos dons espirituais e da aplicação da disciplina eclesiástica.

7. Que cumprido o tempo estabelecido pelo Pai, Jesus voltará para buscar a Sua Igreja, quando os crentes mortos serão ressuscitados e os vivos serão transformados, subindo juntos ao encontro do Senhor para gozarem eternamente das bem aventuranças preparadas por Deus aos vencedores, enquanto que os que não forem achados inscritos no livro da Vida serão lançados no lago de fogo e enxofre por toda a eternidade.

Esta é uma declaração de fé particular do autor deste blog e não representa necessariamente o credo da denominação da qual faz parte.
domingo, 19 de outubro de 2008
Depois de um período sem postar, retorno às atividades quase normais deste blog. Quase normais porque não sei se conseguirei manter o ritmo em que vinha.

Aproveito para esclarecer, agradecer e pedir.

Esclareço que este blog não é e não pretende ser original. Boa parte daquilo que posto é obtida em fontes diversas, as quais sempre procuro mencionar com link para o post original. Algumas coisas, porém, desconheço a fonte e você pode me ajudar indicando sempre que eu não souber. Algumas coisas podem ser ditas de minha autoria. Procuro destacar isso escrevendo em azul, como nesta postagem. Mas mesmo assim, estou em débito com aqueles que contribuíram com meu conhecimento e para ser justo não posso me considerar "proprietário" do que escrevo. No máximo, sou responsável.

Agradeço aos que me honram com sua leitura e me enriquecem com seus comentários. O agradecimento é especial àqueles que discordam de mim e que me levam a reexaminar meus pontos de vista e corrigí-los quando errados ou reforçá-los quando de acordo com a verdade bíblica. Agradeço também aos que recomendam meu blog, seja colocando um link em seu blog, enviando meus posts por email com indicação da fonte ou recomendando aos seus conhecidos.

Peço que se você puder contribuir de alguma forma com a divulgação do mesmo, agradecerei, pois mesmo não tendo finalidade comercial, espero que muitas pessoas desfrutem das idéias colocadas no ar.

No meu próximo post, exporei a minha Declaração Pessoal de Fé.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008

ESPERO VOLTAR LOGO!
Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Rm 9:16

Numa corrida, vence quem chega primeiro. E chega primeiro quem melhor conseguir aliar rapidez e resistência. Portanto, o mérito da vitória é sempre do atleta, que treinou e se esforçou mais que os outros. Por isso que os aplausos são dirigidos a ele na chegada.

Paulo compara a jornada para a glória a uma corrida, na qual buscamos o "prêmio da soberana vocação". Nesa corrida, porém, o desempenho pessoal não conta nada. Nela, a vitória não depende de quem corre. Por mais que a pessoa se esforce, se prepare e se dedique, não conseguiria obter um desempenho que o qualificasse para o prêmio. Pois a posição na chegada, aliás a própria chegada, não é determinada por ela. Os que cruzam a linha de chegada não podem atribuir a vitória a si mesmos e ao receberem o prêmio irão dedicá-lo inteiramente a outra pessoa.

Essa pessoa é Deus, pois o apóstolo diz que a vitória depende "de Deus usar sua misericórdia". Cruzam a linha de chegada todos e somente aqueles com quem Deus foi misericordioso. Nenhum dos que Ele quis no pódium faltará e ninguém que não tenha sido objeto de sua graça sequer verá a festa aos vencedores. Pois a misericórdia do Senhor e não a vontade e esforços pessoais é determinante para a vitória.

Claro que se pode dizer que uma corrida assim não é justa, que esse tipo de regra incentiva a inércia e a acomodação e depoe contra o caráter de seu organizador, que seria uma pessoa parcial e arbitrária. Sobre a pessoa do organizador pode ser dito, em primeiro lugar, que sendo ele o dono de tudo pode definir as regras que quiser. Mas a verdade é que as regras estão de acordo com seu caráter e não são nem injustas nem arbitrárias.

A justiça consiste em retribuir a cada um segundo os seus méritos e a injustiça e negar a alguém aquilo a que tem direito. Lembrando que a corrida é para o céu e que ninguém tem direito a ir para lá, ninguém pode alegar que foi injustiçado. Ninguém pode reinvidicar direitos junto a Deus. Seria Deus então injusto a dar a alguém aquilo a que não tem direito? Claro que não. A misericórdia é um tipo de não justiça, mas não injustiça. Resumindo, como ninguém tem direito nem pode completar a corrida, não haveria injustiça se ninguém levasse o prêmio. Mas se Deus dá o prêmio a alguns que não poderiam adquirí-lo, é misericordioso, não injusto.

Resta a objeção de que a misericórdia incentiva a indolência. Mas a verdade é o contrário. Tendo a vitória assegurada pela graça, o atleta tira de suas costas um peso enorme e corre não para vencer, mas para agradar aquele que lhe dá a certeza de chegada. Anseia pelo momento em que receberá a coroa. Isto, e não a necessidade de vencer, o incentiva a correr cada vez mais e melhor.

Nessa corrida, toda a glória é devida ao Deus que aguarda na chegada, e não aos que estão na pista.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Enquanto esteve em Genebra no ano de 1536, Farel travou conhecimento com Calvino, que era então um jovem de vinte e oito anos. Já se tinha tornado notável pela publicação dos seus "Institutos Cristãos", e Farei pensou que se pudesse persuadir o seu jovem amigo a ficar em Genebra para olhar pelo trabalho, ele poderia ajudar muito os interesses da Reforma. Propôs, pois, isto, mas Calvino estremeceu à idéia de tomar sobre si o peso de uma tal empresa, e recusou. Desculpou-se dizendo que não tinha conhecimento bastante para empreender aquela tarefa; que a sua educação ainda não estava completa, e pelo menos, por enquanto, só podia prestar seu auxílio por meio da pena. Mas Farei, sentindo que ele estava fugindo à vontade de Deus, respondeu à sua recusa com palavras fortes, dizendo: "Que Deus amaldiçoe o seu descanso e os seus estudos se por amor deles fugir da obra que Ele tem para lhe dar a fazer!"

Estas palavras produziram o efeito desejado no ânimo do jovem teólogo e ele abandonou os seus projetos de ir para Strasburgo continuar os estudos, e fixou-se em Genebra. Foi nomeado professor de teologia e começou um árduo ministério de vinte e oito anos, como pastor de uma das mais importantes igrejas da cidade; e aqui estendeu logo a sua influência a todos os países da Europa. "A sua ligação com a antiga igreja", dizia Luiz Hausser, "era muito extraordinária. Ele fazia-lhe uma oposição mais forte do que ninguém. Bastantes coisas iradas e picantes se tinham, na verdade, já dito de Roma, mas nada tão esmaga-dor tinha sido avançado contra a igreja romana em todas as polêmicas que tinham tido lugar, como aquela afirmativa de Calvino feita sem cólera e a sangue frio, de que ela "era inteiramente oposta à idéia primitiva da constituição da igreja, e, portanto, foi ele considerado como o inimigo mais perigoso e implacável de Roma do que Lutero".

Mas o povo de Genebra não podia desde logo habituar-se às medidas de reforma que Calvino introduziu. Toda a cidade tinha caído no vício e no papismo, e os seus novecentos padres governaram a consciência do povo, que não gostava das restrições que Calvino punha aos seus cantos, às suas danças, e a outros divertimentos mundanos nem tampouco tolerava as suas censuras severas aos pecados menos públicos a que muitos não eram estranhos: e quando por fim os proibiu de virem ao altar, e os mandou embora com palavras de censura, o povo levantou-se em massa e expulsou-o da cidade.

Mas em breve quiseram que ele voltasse outra vez. A cidade estava em desordem, devido aos encolerizados bandos de papistas, e libertinos, e a sua presença era ali muito necessária. Os próprios que o tinham expulsado começaram a clamar em altos brados pela sua volta. "Chamemos de novo o homem que queria reformar a nossa fé, a nossa moral e as nossas liberdades", diziam eles. E assim no ano 1540, foi resolvido pelo Concilio dos Duzentos que, com o fim de promover a honra e glória de Deus, se procurassem todos os meios possíveis para que Mestre Calvino voltasse como pregador.

Calvino, de início, não tinha muita vontade de voltar, e declarou que não havia lugar na terra que ele mais temesse do que Genebra, acrescentando, porém, que não se negaria a coisa alguma que fosse o bem da igreja. Por causa dos seus amigos, resolveu voltar, sentindo que nesse passo era guiado pela vontade de Deus. A amável recepção que lhe fizeram atenuou de alguma maneira os maus tratos que lhe tinham dado, e daí por diante encontrou poucos obstáculos nos seus trabalhos para o bem do povo.

A história não levanta a cortina que esconde aos nossos olhos a vida privada e doméstica de Calvino, e por isso a sua vida não oferece tanto interesse como a de Lutero. Morreu em 17 de maio de 1564, completamente gasto por um excesso de fadiga mental.

Morreu repetindo as palavras do apóstolo: "As aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de..." aqui parou, porque nesse momento a glória despertou para ele.

KNIGHT, A. & ANGLIN, W. História do cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 1993
quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O caso de Atos 13:48
Clóvis Gonçalves

"Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna."

O versículo acima representa uma dificuldade para os que negam a predestinação para a vida eterna. Pois a leitura simples do texto dá a entender que alguns creram e o fizeram porque anteriormente haviam sido destinados para a vida eterna. Diante dessa dificuldade, alguns dizem que "haviam sido destinados" é uma tradução ruim, e que o texto é melhor traduzido "estavam dispostos". Ou seja, ao invés de crerem por terem sido destinados para a vida eterna, eles creram porque estavam mental ou emocionalmente dispostos a isso. Analisaremos a seguir se esta interpretação se sustenta à luz dos seguintes argumentos:

1. A expressão nas principais traduções e versões

As principais traduções e versões em português trazem "creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna", caso da Revista e Atualizada e da Tradução Brasileira. As Revista e Corrigida, Edição Contemporânea e Almeida Corrigida Fiel traduzem "creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna". A Nova Versão Internacional apresenta "creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna" e a Nova Tradução na Linguagem de Hoje "creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna". A tradução em português "O Livro", da International Biblical Society diz que "creram todos os que Deus destinou para a vida eterna". A Edição Pastoral, da Paulus, traz "todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé". Outra tradução católica, publicada pela Editora Vozes, traz "aceitando a fé todos que estavam destinados à vida eterna". Ainda outra Bíblia católica apresenta "creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna".

De igual modo, as principais traduções em inglês usam palavras como "ordained", "appointed" , "destined" e "pre-destined". Nas Bíblias em espanhol o versículo é traduzido utilizando expressões cognatas às do português, como "ordenados" e "designados". As versões em italiano traduzem "ordinati" e "preordinati", sendo este último termo também utilizado na Nova Vulgata, a Bíblia oficial do Vaticano.


Se a absoluta maioria das traduções e versões bíblicas trazem palavras e expressões que indicam uma ação soberana de Deus na eternidade e sequer sugere que o versículo possa significar uma disposição prévia das pessoas em crer, por que fazer violência ao sentido natural do texto para adequá-lo a um sistema teológico ou modo de pensar? Será que os diversos tradutores da Bíblia para diversas línguas e as diversas comissões revisoras foram unânimes em errar usando uma palavra incorreta na passagem em questão? Acho essa hipótese muito pouco crível.


2. A palavra no original

O termo traduzido "ordenados" ou "destinados" é tetagmenoi, derivado de tasso. O Léxico de Strong define tasso como "colocar em ordem", "situar", "apontar", "designar". O termo ocorre em oito lugares no Novo Testamento e é traduzido como "designar" (Mt 28:16 RA), "sujeitar" (Lc 7:8 RA), "resolver" (At 15:2 RA), "ordenar" (At 22:10 RA), "marcar" (At 28:23 RA), "instituir" (Rm 13:1) e "dedicar" (1Co 16:15). Nada que se aproxime de "dispor-se a".


F. F. Bruce, no Novo Comentário da Bíblia, informa que o termo pode ter o sentido de "inscritos" e "arrolados", indicando para confrontação Ap 13:8 e 17:8. Os judeus usam a expressão "ordenados para a vida eterna" e "inscritos para a vida eterna" apenas como significando "predestinação ou eleição para a vida eterna" como um ato de Deus realizado na eternidade. O Jamieson, Fausset and Brown Commentary diz que sem fazer violência a ele, o texto não pode ser interpretado diferentemente de que "a divina ordenação para a vida eterna é a causa e não o efeito da fé dos homens".


3. O modo verbal

Vamos analisar a voz e o modo verbal das palavras crer e destinar. Crer está na voz ativa e no modo indicativo. A voz ativa representa o sujeito como o agente ou executor da ação e o modo indicativo é simples declaração de um fato, ou seja, indica que algo ocorre, ocorreu ou ocorrerá. Disso se conclui que as pessoas de fato creram naquele momento.
Destinados está no tempo perfeito, o que significa uma ação que é vista como tendo sido completada no passado, uma vez por todas, não necessitando ser repetida. A voz é passiva, ou seja, o sujeito da oração, recebe a ação ao invés de executá-la. Quer dizer, os que creram naquela ocasião haviam sido destinados para a vida eterna numa ocasião anterior .

Mesmo que se admita aqui que "destinados" pode ser traduzido como dispostos, ou seja, que as pessoas creram porque estavam dispostas a crer, não se resolve o problema dos arminianos, pois a voz passiva indica que, se fosse o caso, elas não estariam dispostas por si mesmas, mas foram feitas dispostas por outro sujeito.


4. O contexto

A declaração de Lucas faz parte de seu relato do acontecido em Antioquia da Pisídia. Paulo fala na sinagoga a judeus e prosélitos, discorrendo a história sagrada até chegar na remissão dos pecados e na justificação pela fé. Alguns deles creram e Paulo os exortou à perseverança na graça. No sábado seguinte, convidado que fora, Paulo novamente expõe a doutrina de Cristo, assistido agora, além dos judeus e prosélitos, por "quase toda a cidade" (At 13:44), o que causou inveja nos judeus. Então, Paulo se volta dos judeus aos gentios, que se alegram com isso. Dentre esses, muitos creram, a Lucas diz que foram "todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13:48). Quem seriam esses "todos"? Creio que se refira àqueles dentre os "judeus e prosélitos" (At 13:43) e "gentios" (At 13:48) que creram, nos dois sábados.


É interessante notar que Lucas menciona casualmente a predestinação para a vida, no contexto do resumo da pregação de Paulo e do relato das conversões. Se por um lado não se possa dizer que Lucas pretendia ensinar predestinação aqui, por outro fica claro que a doutrina da eleição precedente à fé era algo comum aos crentes naqueles dias. Aquilo que hoje causa mal estar, era algo tido como normal para os crentes da igreja primitiva: Deus predetermina. A respeito da morte de Jesus, é dito que Ele foi "entregue pelo determinado designio e presciência de Deus" (At 2:23) e em oração reconheciam que aquilo que os homens ímpios fizeram a Jesus foi "o que a tua mão e o teu propósito determinaram" (At 4:28). Somente depois de "cumprirem tudo o que a respeito dEle estava escrito" (At 13:29) o tiraram da cruz. Ou seja, é com naturalidade que Lucas fala de ordenação para a vida eterna, visto que para ele Deus é "o Senhor, que faz conhecida essas coisas desde séculos" (At 15:8).

5. O testemunho geral das Escrituras

As Escrituras dão testemunho de uma escolha feita por Deus na eternidade e de uma chamada realizada na história. Por exemplo, Paulo diz aos tessalonicenses que "Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação" e que "também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Ts 2:13-14). Consoante modo, escreve aos Romanos "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou... E aos que predestinou, a esses também chamou" (Rm 8:29-30). Aos efésios ele disse que Deus "nos escolheu nele antes da fundação do mundo... em amor nos predestinou para ele" e completa que "depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa". (Ef 1:4-5, 9).

O reconhecimento da eleição se dá pelo atendimento convicto à chamada do evangelho (1Ts 1:4-5), pois o Deus "que nos salvou e nos chamou com santa vocação" o fez "conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2Tm 1:9). Por crer que os que alcançam a salvação são os que antes foram eleitos e destinados à vida eterna é que o apóstolo dizia "tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória" (2Tm 2:10).
Pedro se dirige aos "eleitos segundo a presciência de Deus", a quem Deus "regenerou para uma viva esperança" (1Pe 1:2-3).

Eleição e chamada estão juntas também na segunda carta, onde ele recomenda "procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum" (2Pe 1:10).
Jesus falou a respeito da razão porque uns crêem e outros não crêem dizendo uns são "minhas ovelhas" e outros "não sois das minhas ovelhas", respectivamente. (Jo 10:26-27).

Conclusão


Creio que ficou demonstrado a fragilidade da afirmação de que o relato de Atos 13:48 fala de pessoas dispostas a crer. As principais traduções bíblicas, evangélicas e católicas, trazem destinados, apontados, ordenados à vida eterna, e não dispostos no sentido de inclinados a crer. O mesmo ocorre com as principais versões em línguas estrangeiras. O estudo do termo original, com auxílio de léxicos e verificação de outras ocorrências do termo no Novo Testamento também aponta para um ato de Deus e não uma atitude mental humana.

E mesmo que se admitisse, por um instante, que dispostos é uma tradução possível, o modo, a voz e o tempo verbal indicam que esse tornar disposto não é um ato da própria pessoa que creu. Se foram dispostas a crer, o foram por Deus e não de si mesmos. Além disso, a analogia da fé não deixa dúvidas que existe uma relação de causalidade entre ser eleito e crer, ou seja, crêem na história os que foram eleitos na eternidade.


Em vista do que foi exposto, as tentativas de amenizar a verdade expressa pela declaração lucana devem ser rejeitadas como mais um caso de eisegese, ou seja, fazer com que o texto signifique o que queremos que signifique, ao invés de aceitar o sentido natural do mesmo, claramente expresso, de que pessoas anteriormente destinadas à vida eterna, vieram a crer em momento oportuno.

Soli Deo Gloria
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
"Nos meus primeiros anos eu assiduamente segui este triplo caminho:
  • Em primeiro lugar, eu lia toda a Bíblia três vezes por ano (oito capítulos do Antigo Testamento, e dois do Novo Testamento diariamente). Eu constantemente perseverei nisso durante dez anos, a fim de me familiarizar com o conteúdo, que só pode ser alcançado através de consecutivas leituras.
  • Em segundo lugar, eu estudei uma porção da Bíblia a cada semana, concentrando-me por dez minutos (ou mais) todo dia na mesma passagem, pensando na ordem dela, na ligação entre cada afirmação, buscando uma definição dos termos importantes, olhando todas as referências marginais, procurando seu significado típico.
  • Terceiro, eu meditei sobre um versículo a cada dia, escrevendo-o sobre um pedaço de papel na parte da manhã, memorizando-o, consultando-o em alguns momentos ao longo do dia; pensando separadamente em cada palavra, pedindo a Deus para revelar para mim o seu significado espiritual e para escrevê-la no meu coração. O versículo era o meu alimento para aquele dia. Meditação é para a leitura como a mastigação é para o comer.
Quanto mais alguém seguir o método acima mais deve ser capaz de dizer:

‘A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho' Sl 119: 105’"

- A. W. Pink, em Reformed Voices
Traduzido e publicado originalmente por: Vinícius Pimentel