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quinta-feira, 31 de março de 2011
"Porventura não nos ardia o coração?" Lc 24.32
Precisamos aprender o segredo do coração ardente. De repente, Jesus nos aparece, as chamas se avivam e temos visões maravilhosas dentro de nós; depois temos que aprender a manter o segredo sobre o coração ardente, que suportará qualquer coisa. É o dia-a-dia comum, insípido, vazio, monótono, com tarefas e pessoas comuns, que mata o coração ardente, a não ser que tenhamos aprendido o segredo de permanecer silenciosos em Jesus.
Grande parte das aflições em nossa vida cristã provém, não do pecado, mas de nossa ignorância das leis de nossa própria natureza. A única maneira de se determinar se devemos ou não dar vazão a uma emoção, por exemplo, é verificar quais serão os resultados de tal ação. Analise-a até chegar a uma conclusão lógica e se o resultado for algo que Deus condena, elimine-a. Mas, se se tratar de uma emoção despertada pelo Espírito de Deus e você não fizer com que ela se expresse de maneira apropriada, logo se extravasará para um plano inferior. É assim que surgem os sentimentalistas pouco reais. Quanto mais elevado o nível da emoção, mais profunda a degradação, se ela não se puder expressar em toda a sua linha. Se o Espírito de Deus mexer em si como uma criança dentro da mãe, tome todas as precauções para tornar espontânea e irreversível essa expressão, tudo quanto lhe for possível, sejam quais forem as consequências. Não podemos permanecer no monte da transfiguração, mas devemos obedecer à inspiração que ali recebemos; temos que colocá-la em prática. Quando Deus lhe der uma visão, aja de acordo com ela, custe o que custar. Temos de transacionar e lidar com Ele nesse nível apenas.
"Não podemos avivar essa chama quando queremos;
A chama arde num coração fixo e constante em Deus;
O espírito sopra como o vento e depois aquieta;
Nesse mistério nossa alma habita;
Nas tarefas recebidas em momentos de revelação,
Podem ser cumpridas ordens nas horas de escuridão".

Oswald Chambers
Tudo para Ele
quarta-feira, 30 de março de 2011
É interessante notar que Deus inspirou Moisés a registrar que as esposas amadas pelos três pais da fé — os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó — foram todas lindas. Sara era sobremaneira formosa ao ponto de ser cobiçada por reis, Rebeca mui formosa de aparência e Raquel formosa de porte e de semblante (Gn 12.14; 24.16; 29.17). Enquanto isso, Lia tinha os olhos baços e a diferença na beleza física é a única razão (registrada, pelo menos) para o fato de que Jacó amou mais a Raquel do que a Lia — a quem até desprezou (Gn 29.17, 30, 31). Deus também deixou registrada a importância e o impacto que a beleza física de mulheres, esposas e noivas teve nos reis, como Davi e Salomão (1 Sm 25.3; 2 Sm 11.2; 1 Rs 11; Ct 1.10). Tudo concorre para indicar que os homens realmente refletem a capacidade divina de apreciar a harmonia e a estética da beleza externa e, também, que tendem a procurar e apreciar companheiras belas.

Na sua palavra, Deus usa o contraste entre a perfeição e a imperfeição física, tanto a estética quanto a corpórea, para ilustrar não somente a miséria do nosso pecado mas especialmente a beleza da nossa restauração espiritual. Já vimos a passagem em Ezequiel 16 em que Deus descreve como ele vestiu e adornou a mulher representando Judá, e como ele a deixou feia e nua por causa do seu pecado. E Paulo foi divinamente inspirado, na sua carta aos Efésios, a comparar a igreja que Cristo está preparando para si à maneira como muitas mulheres sonham ser na sua aparência externa, e que muitos homens almejam encontrar nas suas companheiras — "gloriosa, sem mácula, sem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito" (Ef 5.27).

Elizabeth Portela
In: O adorno da mulher cristã
terça-feira, 29 de março de 2011
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. Ef 4:30

Quando é que o Espírito Santo sela o crente? Antes da morte, pouco antes dela, ou assim que o homem crê? Essa é uma pergunta importante.

Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória. Ef 1:13-14
Esses versículos parecem ensinar claramente que no momento em que o pecador recebe Cristo, crê nEle, o Espírito Santo o sela para sempre. Essa passagem declara que esse selo é o penhor da nossa herança. A primeira prestação. Sim, a prova positiva de que vamos recebê-la totalmente.

J. M. Carroll
In: Deus é o autor e o consumador da salvação do crente, publicado em O Batista Pioneiro, MMX
segunda-feira, 28 de março de 2011
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. Rm 8:29-30

Chegamos ao último artigo da série que considerou as cinco bênçãos de Deus "para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Rm 8:28). Depois de havermos discorrido sobre Deus conhecer de antemão, predestinar, chamar e justificar os Seus, consideremos a declaração "aos que justificou, também glorificou" (Rm 8:30) e a maravilhosa certeza que ela encerra. O que significa ser glorificado por Deus?

O termo utilizado é derivado de dexazo, que pode ser traduzido "tornar glorioso, adornar com lustre, vestir com esplendor; conceder glória a algo, tornar excelente" (Strong). O termo, ainda segundo esse erudito, vem da raiz doxa que quando aplicado aos crentes refere-se à "condição de gloriosa bem-aventurança à qual os cristãos verdadeiros entrarão depois do retorno do seu Salvador do céu". Portanto, glorificação é o estado final dos crentes, no qual seremos semelhantes a Cristo: "amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1Jo 3:2). No mesmo capítulo 8 Paulo já havia se referido à "glória que em nós será revelada" (Rm 8:18) afirmando que "se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória" (Rm 8:17).

A surpresa fica por conta de que, embora essa glorificação seja futura, pois no presente somente "nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (Rm 5:2), Paulo na passagem em foco a considera como já realizada: "aos que predestinou, também glorificou" (Rm 8:30). O verbo está no aspecto aoristo, que não leva em consideração o tempo passado, presente ou futuro, embora a tradução no passado simples satisfaça a maioria dos casos. O elemento de certeza é reforçado pelo modo indicativo, o qual implica que uma ação realmente ocorreu, ocorre ou ocorrerá. Portanto, a glorificação, ainda que futura, era tão inexoravelmente certa para Paulo que ele a expressa como se já tivesse ocorrido! De fato, sendo a corrupção da natureza humana vencida no chamamento eficaz e toda culpa pelo pecado eliminada na justificação, nada mais pode se interpor entre o regenerado e a glória! Paulo estava convencido, e nós também podemos estar, "de que Aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Fp 1:6).

"Que diremos, pois, diante dessas coisas?" (Rm 8:31). Que podemos ter absoluta certeza de nossa salvação. Não cabe aqui a mais ínfima desconfiança de que um crente, uma vez salvo, venha ao final ser vencido e condenado. "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31), vale dizer, se Deus, começando na eternidade, nos "predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8:29) e no presente "age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Rm 8:28), como deixaria perecer alguém por quem Cristo morreu? "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?" (Rm 8:32).

Romanos 8:29-30 é a corrente dourada da graça, a qual não pode ser quebrada por nenhuma força da terra ou do inferno. Um indivíduo que foi conhecido desde a eternidade por Deus, que foi predestinado a ser feito à imagem de Jesus, que foi chamado de forma sobrenatural e poderosa pelo Espírito Santo em tempo oportuno, que teve lançado a seu crédito a perfeita justiça de Cristo, será inevitavelmente recebido na glória por Deus. Aleluia!

Soli Deo Gloria
domingo, 27 de março de 2011
Nosso Senhor Jesus Cristo nos declarou suficientemente para onde tendem todos os mandamentos da Lei, ao ensinar-nos que toda a Lei é compreendida em dois artigos. O primeiro, que amemos o Senhor, nosso Deus, com todo nosso coração, com toda nossa alma e com todas nossas forças. O segundo, que amemos nosso próximo cristianismo a nós mesmos. E esta interpretação a tomou da própria Lei, pois a primeira parte está no capítulo 6 do Deuteronômio e a segunda a achamos no capítulo 19 do Levítico.

João Calvino
In: Breve instrução cristã
sábado, 26 de março de 2011


Via: Dokimos
sexta-feira, 25 de março de 2011
Que nos... chamou - quer dizer, Deus o Pai (Gl 1:6). Ele haver nos "salvado" em seu eterno propósito de"graça em Cristo antes que o mundo começasse", antecede a Seu "chamamento" no tempo devido com uma vocação feita eficaz para nós pelo Espírito Santo. Por isto nos salvou vem antes de nos chamou (Rm 8:28-30). com uma santa vocação - a vocação literal a uma vida de santidade (Hb 3:1). A vocação vem inteiramente de Deus e nos reclama inteiramente para Deus. Santa dá a entender a separação dos crentes do mundo para Deus. não em virtude das - não tendo consideração por nossas obras em Sua eleição e chamamento da graça (Rm 9:11; Ef 2:8-9). sua própria determinação - A origem da salvação foi de Seu próprio propósito que emanou de Sua própria vontade, não por obras nossas que viesses antes, mas inteiramente por causa de Seu amor gratuito com que nos elegeu. graça nos foi dada - Em Seu propósito eterno, considerado o mesmo como realmente cumprido no devido tempo. em Cristo - sendo os crentes visto por Deus como estando Naquele com quem o Pai fez o pacto de salvação (Ef 1:4; Ef 3:11). desde os tempos eternos - as idades eternas das quais não se contempla o fim (1Co 2:7; Ef 3:11).

R.Jamieson, A.Fauset, D.Brown
In: Comentário Jamieson-Fauset-Brown
Tradução livre por Clóvis Gonçalves
quinta-feira, 24 de março de 2011
Uma outra consequência é a de que o membro comum das igrejas e os pastores que não navegam com frequência na Internet nem sabem de que se trata o novo calvinismo. Na prática, a maioria das igrejas reformadas ainda não se enxerga como "missional" e prende-se às mesmas condutas litúrgicas e evangelísticas de sempre.

Na verdade, o que acontece é bem o contrário: há o ressurgimento de um "neopuritanismo", com a defesa de uma liturgia tão engessada que nem os hinos encontram lugar. Não é incomum ver blogs calvinistas rompendo o diálogo com outros ramos do protestantismo, alguns chamando pentecostais de apóstatas e outros tachando os arminianos de hereges. Evangelismo que é bom...

Só há uma conclusão óbvia quando se analisa o cenário brasileiro: a contextualização cultural do Evangelho só é possível nas igrejas emergentes. A coisa chega a tal ponto que a Mocidade Para Cristo recomendou a leitura do herético Brian McLaren no Treinamento de Líderes de Jovens e Adolescentes deste ano, deixando Driscoll de lado. Parece que o único caminho para se ter uma igreja cristã própria para o século XXI é cair na heresia. E líderes brasileiros que apontam neste sentido não faltam, como Ed René Kivitz, Ricardo Gondim, Caio Fábio...

Essa ignorância tem o seu preço. Embora o novo calvinismo não seja um movimento homogêneo, Driscoll aponta marcas que provam que há alternativas à igreja emergente:

- Teologia reformada;
- Relacionamentos complementares (homens e mulheres);
- Ministério cheio do Espírito Santo (continuísmo, rejeição ao cessacionismo);
- Prática missional.

Dito de outra forma, o novo calvinismo preserva o que é imutável (teologia reformada) e muda o que deve mudar. Pena que só você, que lê blogs na Internet, sabe disso. Agora, pergunte aos seus diáconos, presbíteros, às senhoras se elas sabem algo a respeito.
 
Helder Nozima
 
Nota do Editor:
Para uma melhor compreensão do assunto, recomendo que leia a íntegra do artigo e também "Novos reformados: servos desta geração", do mesmo autor. Outros artigos relacionados e interessantes são:
quarta-feira, 23 de março de 2011
Eu disse que off-topics não se tornariam rotineiros aqui. Ainda continuo firme nesse propósito. Mas como Deus, em Sua bondade, me permitiu visitar Brasília neste mês, onde tive a oportunidade de conhecer alguns irmãos em Cristo e amigos da Internet, farei mais um post a respeito. Antes de outra coisa, a cidade é de fato linda, mesmo molhada.

As duas primeiras pessoas que conheci foram Helder Nozima, do 5Calvinistas e Reforma e Carisma e a bela e simpática Kamylla. Gentilmente nos levaram para participar de uma conferência sobre aconselhamento bíblico, que por sinal foi ótima. Lá, conheci o Dilsilei, do Vox Reformata, colega desde muito tempo em uma lista reformada, mas que acabamos por interagir pouco. A noite terminou com um rodízio de pizza.

No segundo dia, fomos novamente para a conferência e dessa vez fomos apresentados ao Josaías, do iPródigo. Dali, fomos comer espetinho de carne, com mandioca cozida e frita, além de feijão tropeiro. Este último foi a única decepção da noite, pois o feijão tropeiro era bem diferente do que eu conhecia e tinha saudade. Por outro lado, a Kamylla se revelou uma piadista de primeira e demos grandes gargalhadas.

O compromisso do dia seguinte era o culto dominical da igreja do Esli Soares, do blog A Cruz on line. Aliás, este foi muitíssimo prestativo, pois antes mesmo de eu sair de casa me ligou, colocando-se à disposição. Fez mais que isso, foi me aguardar no aeroporto, mas com a chuva que caiu, nos desencontramos. E o Neto,  co-autor do Leitores da Bíblia, e que se deslocou de ônibus, nem pode chegar no aeroporto, pois a chuva caiu para valer. Mas tudo isso seria compensado, pois no domingo pela manhã o Esli me ligou dizendo que já estava com o Neto no carro, e chegando na Igreja Presbiteriana Bethesda.

Como chegamos atrasados, o culto já havia começado e entramos por uma porta enquanto o Neto nos aguardava em outra, assistimos ao culto olhando para uns e outros imaginando quem seria o Esli e o Neto (errei na minha aposta mental, o Esli não era quem eu pensava que era). O Neto é a simpatia em pessoa, bem diferente do que eu pensava. Imaginava-o um senhor de meia idade, casado, e um guri, como dizemos no Sul, se apresentou! Me apeguei ao sujeito!

Após o culto, fomos para uma churrascaria, onde almoçaríamos com nossas respectivas esposas, menos o Neto que não conseguiu transformar a pretendida em esposa de fato e de direito. À mesa, Helder e Kamylla, Esli e sua esposa (Cleide?), Isaías Lobão e sua esposa Talita, Dilsilei e sua esposa Erika, eu e minha esposa Elisa e o Neto. No rodízio, desossamos teólogos, professores e pregadores, presentes ou ausentes. Na hora de pagar a conta, nos cobraram pelo tanto que falamos, mais do que pelo que comemos. Mas valeu a pena!

Na segunda-feira, último dia livre em Brasília, o pastor Esli nos convidou para tomarmos café. Como estávamos em meio a um filme no cinema do Parkshopping, ficou fácil, foi só aguardá-lo em frente a cafeteria, às 19 horas. Seguiu-se uma esclarecedora conversa sobre pentecostalismo, contemporanismo, calvinismo e o assunto do momento, o novo calvinismo. Pena que o tempo voou e o shopping fechou às 22 horas. E pena que o Neto não pode se juntar a nós.

Por falar em não poder se juntar, só lamentei que o Paulo César Antunes, do Arminianismo, não pode estar conosco no almoço de domingo. Espero que Deus prepare uma nova oportunidade para nos encontrarmos. E também para eu visitar outras igrejas, como a IPB do Guará II, à qual o diácono Osvaldo gentilmente nos convidou a conhecer, mas o tempo não bastou.

Soli Deo Gloria

PS.: Ainda não publiquei as fotos do encontro por dois motivos principais:

1. A comparação não é muito favorável aos pastores de Brasília. Definitivamente não receberam a unção estética. E se colocar as mulheres na foto, até eu que sou bonitin danço.
2. Não pedi autorização para divulgar as fotos. Mas gostaria que me enviassem as que tiraram. Também enviarei as que tirei.
terça-feira, 22 de março de 2011
Sei que "o trabalhador merece o seu salário" (Lc 10.7) e aqueles "que pregam o evangelho, que vivam do evangelho" (1Co 9.14). [...] No entanto, desejaria que os bem-intencionados ministros de Cristo levassem em consideração o que é aconselhável, e também o que é legítimo, sabendo-se que a salvação de uma alma é melhor que uma grande quantidade de dinheiro, e que nosso ganho, embora legítimo, é um ganho abominável, pois é pedra de tropeço para a alma de nosso rebanho. Tornemos o evangelho da graça tão pouco oneroso e incômodo quanto possível. Prefiro não aceitar o dízimo de meu rebanho que destruir as almas por quem Cristo morreu; e embora Deus tenha ordenado que aqueles "que pregam o evangelho, que vivam do evangelho" (1Co 9.14), prefiro sofrer todas as coisas que ser um obstáculo para o evangelho; e seria melhor morrer que permitir que algum homem transforme isso em minha honra inútil. [...] Se a necessidade das almas e a promoção do evangelho exigir isso, prefiro pregar o evangelho maltrapilho e faminto que contender implacavelmente pelo que é legítimo; e se eu assim agir, não terei do que me gloriar, pois a carência se abaterá sobre mim; sim, que o infortúnio me persiga, se não pregar o evangelho, embora jamais tenha recebido algo dos homens.

Quão impróprios são os mensageiros dessa graça e desse reino gratuitos se preferirem perder a alma e o coração de seu rebanho que perder um tostão daquilo que lhe é devido; se preferirem aborrecer as pessoas depondo contra a mensagem de Deus que tardar um pouco seus direitos, contendendo com elas em juízo pelo salário do evangelho, e transformando as boas novas que alcançam seu coração carnal parecer as tristes novas por causa desse fardo! Esse não é o caminho de Cristo e seus discípulos, nem a veneração da abnegada doutrina de entrega e de sofrimento que eles ensinaram. Fora com todas essas ações que vão contra o fim principal de nosso estudo e chamado de ganhar almas; e que o infortúnio acompanhe esse ganho que obstrui o ganhar pessoas para Cristo. Sei que a carne agora fará objeções por causa das necessidades, e a desconfiança não aceita argumentos; mas nós que temos o suficiente para responder às reservas de nosso povo, levemos algumas dessas respostas para casa para que ensinemos a nós mesmos antes de ensinar ao nosso rebanho. Quantas pessoas você conhece, por quem Deus sofreu, que passam fome na vinha do Senhor?

Richard Baxter
O descanso eterno dos santos
segunda-feira, 21 de março de 2011
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. Rm 8:29-30

A justificação somente pela fé é considerada a doutrina mais importante do Novo Testamento, é o coração da igreja. Para Lutero, essa é a doutrina pela qual a igreja cai ou permanece em pé. É triste que poucos tenham uma compreensão clara e um entendimento correto dessa verdade bíblica. Devido a isso, ao mesmo tempo que ressalto o fato de que os que foram previamente conhecidos, predestinados e chamados também foram justificados, aproveito para tentar esclarecer este importante aspecto de nossa salvação.
Justificação é o ato pelo qual Deus declara o crente justo diante dele. Dessa afirmação decorre alguns fatos. Primeiramente, a justificação é um ato e não um processo. Deus não nos torna progressivamente justos e então nos aceita, mas num único ato nos considera justos diante Dele para sempre (não confundir aqui justificação e santificação). O segundo ponto é que a justificação é uma declaração e não uma operação de Deus. A justificação é forense, no sentido de que um culpado é declarado inocente diante de um tribunal. Terceiro, a justificação é pela fé somente, pelo que se diz que Deus declara justo aquele que crê. E o que crê é justificado sem nada além da fé, o que não crê não é justificado não importa o que mais faça. E, finalmente, o crente é declarado justo diante de Deus. Embora pecadores, somos justos perante o Senhor.
Um entendimento incorreto da doutrina é a que pensa que Deus simplesmente releva, põe de lado o pecado humano, deixando de atender os requerimentos de Sua santidade e justiça. De fato, a justificação é pela graça, ou seja, não custa nada para nós, pois somos "justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3:24). O texto mostra que a justificação, ainda que gratuita para nós, custou um alto preço para Deus, pois a Seu Filho "Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente" (Rm 3:25-26a). Dessa forma, punindo o pecado em Jesus, Deus torna-se "justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3:26a).
A justificação é, pois, pela graça mediante a fé em Jesus. A fé não é apenas suficiente, mas também necessária. Não fosse pela fé, teria que ser pelas obras da lei. Em verdade, Paulo declara que "os que praticam a lei hão de ser justificados" (Rm 2:13). Apesar de em tese a justificação pelas obras ser possível, na prática "ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3:20) e "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3:23), assim, a única justificação possível é "a que decorre da fé" (Rm 9:30).
O apóstolo apresenta Abraão como exemplo da justificação pela fé somente. "Se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus" (Rm 4:2), contudo "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça" (Rm 4:3), a conclusão é que "ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça" (Rm 4:5). A aceitação de Abraão por Deus se deu antes de sua circuncisão, portanto, esta não lhe serviu de base para justificação, da mesma forma que as obras que os crentes realizam não é a base pela qual Deus os declara justos diante Dele. "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Rm 3:28).
Voltando ao texto que encabeça esta série de artigos, pergunto, quem é justificado? Justificados são os que são chamados de forma eficaz. Nessa chamada está incluso o dom da fé, necessária para a justificação. Ocorre, contudo, que somente são chamados de forma eficaz aqueles que foram anteriormente conhecidos e predestinados. Em resumo, apenas "os eleitos de Deus" (Rm 8:33) chegam a ser justificados.
Sendo a justificação forense, não pensemos que ela não tem implicações práticas ou que existe apenas para teologizarmos sobre. Romanos diz que "veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida" (Rm 5:18). A justificação declara que somos reconciliados com Deus "justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5:1) e por isso "sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rm 5:9). Há uma íntima relação entre a doutrina da justificação e a segurança eterna do crente. Não importa se nesta vida ou no juízo, "quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rm 8:33). Tendo sido justificados quando cremos em Jesus "agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1). Todos os nossos pecados passados, os atuais e até mesmos os futuros, foram punidos em Jesus e todos eles foram levados em conta quando Deus nos declarou justos diante Dele. Aleluia!
Soli Deo Gloria

Outros artigos da série:

domingo, 20 de março de 2011
• Nono Mandamento

"Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êx 20:16, ACF).

O Senhor condena aqui todas as maldições e injúrias com as que se ultraja a boa fama de nosso irmão, e todas as mentiras com as quais, de qualquer forma que seja, se fere o próximo. Pois se a boa fama é mais preciosa que qualquer outro tesouro, não recebemos menos dano ao sermos despojados da integridade de nossa boa fama que ao sê-lo de nossos bens. Com freqüência se consegue tirar os bens a um irmão com falsos testemunhos, tão perfeitamente como com a cobiça das mãos. Por isso fica amarrada nossa língua por este mandamento, como o estão nossas mãos pelo anterior.
• Décimo Mandamento

"Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo" (Êx 20:17, ACF).

Por este mandamento o Senhor coloca como um freio a todos os desejos que ultrapassam os limites da caridade. Pois todo o que os outros mandamentos proíbem cometer em forma de atos contra a regra do amor, este proíbe concebê-lo no coração. Assim, este mandamento condena o ódio, a inveja, a malevolência, do mesmo modo que antes estava condenado o homicídio. Tão proibidos estão os afetos impuros e as máculas internas do coração como a libertinagem. Onde já estavam proibidos o engano e a cobiça, aqui o está a avareza; onde já se proibia a murmuração, aqui se reprime inclusive a malevolência.

Vemos, pois, quão geral é a intenção deste mandamento, e como se estende ao longo e ao largo. Pois o Senhor exige que amemos nossos irmãos com um afeto maravilhoso e sumamente ardoroso, e quer que não se veja turvado pela mais mínima cobiça contra o bem e proveito do próximo. Em resumo, este mandamento consiste, portanto, em que amemos o próximo de tal modo que nenhuma cobiça contrária à lei do amor nos afague, e que estejamos dispostos a dar de bom grau a cada um o que lhe pertence. Agora bem, devemos considerar como pertencente a cada um o que pelo mesmo dever de nosso cargo estamos obrigados a dá-lhe.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sábado, 19 de março de 2011
Um dos grandes grandes problemas que nos deparamos é como conciliar o amor de Deus por nós e o sofrimento que experimentamos em nossa vida. Alguns, em face do sofrimento, chegam a pensar que Deus não os ama, e até a se afastar Dele.

No vídeo abaixo, obtido via blog Voltemos ao Evangelho, John Piper responde, de forma simples e brilhantes, à pergunta "se Deus quer que eu seja feliz, por que sofro tanto?". Vale a pena assistir com atenção.

 

No blog indicado, há outro vídeo, de Thabiti Anyabwile, que responde por que Deus permite que alguns de Seus filhos sofram. Vale apena ver também.
quinta-feira, 17 de março de 2011


Video legendado pelo Neto e seu irmão Digo.
quarta-feira, 16 de março de 2011
No entanto, muitos afirmam que a vontade humana faz a decisão crucial de vida espiritual ou de morte espiritual. Dizem que a vontade é totalmente livre para escolher a vida eterna oferecida em Jesus ou rejeitá-la. Dizem que Deus dará um novo coração a todos que, pelo poder de seu próprio livre-arbítrio, escolherem receber a Jesus Cristo.

Não pode haver dúvida de que receber a Jesus Cristo é um ato da vontade humana. É freqüentemente chamado de “fé”. Mas, como os homens chegam a receber espontaneamente o Senhor? A resposta habitual é: “Pelo poder de seu próprio livre-arbítrio?” Como pode ser isso? Jesus é um Profeta – e receber a Jesus significa crer em tudo que ele diz. Em João 8.41-45, Jesus deixou claro que você é filho de Satanás. Esse pai maligno odeia a verdade e transmitiu, por natureza, essa mesma propensão ao seu coração. Por essa razão, Jesus disse: “Porque eu digo a verdade, não me credes”. Como a vontade humana escolherá crer no que a mente humana odeia e nega?

Além disso, receber a Jesus significa aceitá-lo como Sacerdote – ou seja, utilizar-se dele e depender dele para obter paz com Deus, por meio de seu sacrifício e intercessão. Paulo nos diz que a mente com a qual nascemos é hostil a Deus (Rm 8.7). Como a vontade escapará da influência da natureza humana que foi nascida com uma inimizade violente para com Deus? Seria insensato a vontade escolher a paz quando todo as outras partes do homem clamam por rebelião.

Receber a Jesus também significa recebê-lo como Rei. Significa escolher obedecer seus mandamentos, confessar seu direito de governar e adorá-lo em seu trono. Mas a mente, as emoções e os desejos humanos clamam: “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). Se todo o meu ser odeia a verdade de Jesus, odeia seu governo e odeia a paz com Deus, como a minha vontade pode ser responsável por receber a Jesus? Como pode um pecador que possui tal natureza ter fé?

Não é a vontade do homem, e sim a graça de Deus, que tem ser louvada por dar a um pecador um novo coração. A menos que Deus mude o coração, crie um novo espírito de paz, veracidade e submissão, a vontade do homem não escolherá receber a Jesus Cristo e a vida eterna nele. Um novo coração tem de ser dado antes que um homem possa escolher, pois a vontade humana está desesperadamente escravizada à natureza má do homem até no que diz respeito à conversão. Jesus disse: “Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo” (Jo 3.7). A menos que você nasça de novo, jamais verá o reino de Deus.

Leia João 1.12-13. Essa passagem diz que aqueles que crêem em Jesus foram nascidos não “da vontade do homem, mas de Deus”. Assim como a sua vontade não é responsável por sua vinda a este mundo, assim também ela não é responsável pelo novo nascimento. É o seu Criador que tem de ser agradecido por sua vida. E, “se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2 Co 5.17). Quem escolheu ser criado? Quando Lázaro ressuscitou dos mortos, ele pôde, então, escolher obedecer o chamado de Cristo, mas ele não pôde escolher vir à vida. Por isso, Paulo disse em Efésios 2.5: “Estando nós mortos em nossos delitos, [Deus] nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos” (Ef 2.5). A fé é o primeiro ato de uma vontade que foi tornada nova pelo Espírito Santo. Receber a Cristo é um ato do homem, assim como respirar, mas, primeiramente, Deus tem de dar a vida.

Não é surpreendente que Martinho Lutero tenha escrito um livro intitulado A Escravidão da Vontade, que ele considerava um de seus mais importantes tratados. A vontade está presa nas cadeias de uma natureza humana má. Você que exalta, com grande força, o livre-arbítrio está se agarrando a uma raiz de orgulho. O homem, caído no pecado, é totalmente incapaz e desamparado. A vontade do homem não oferece qualquer esperança. Foi a vontade, ao escolher o fruto proibido, que nos colocou em miséria. Somente a poderosa graça de Deus oferece livramento. Entregue-se à misericórdia de Deus para a sua salvação. Peça ao Espírito de Graça que crie um espírito novo em você.

Walter Chantry
Traduzido por: Wellington Ferreira
In: O mito do livre-arbítrio, pela Editora Fiel

terça-feira, 15 de março de 2011
“Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Mt 26.41).

Essas palavras foram ditas no momento supremo da agonia do Senhor, e, se esquecermos disso, estaremos revelando muita irreverência. Das palavras ditas pelo Senhor, nenhuma deveria pesar mais para nós do que essas. Estamos lidando com a sagrada simplicidade da oração. Se acharmos que não é fácil orar, estamos errados. Se a oração for um esforço para nós, não sabemos nada sobre ela. Só existe um tipo de pessoa que pode realmente orar: aquele que é santo como uma criança, o filho de Deus que é simples, estúpido, sobrenatural; eu quero realmente dizer “estúpido”, mesmo.

Tentamos explicar por que Deus responde às orações com base na razão. Isso não faz sentido. Na verdade, Deus responde à oração com base na redenção, e não firmado em nenhuma outra base. Jamais devemos esquecer que as nossas orações são ouvidas, não porque somos sérios, não porque nós sofremos, mas porque Jesus sofreu. O motivo de podermos entrar com ousadia no santuário é o Senhor Jesus Cristo ter experimentado as profundezas da agonia, até o seu ponto extremo, no jardim do Getsêmani. Porque ele passou pelo Calvário, nós temos “confiança para entrar no Santo dos Santos” (Hebreus 10.19).

Deixemo-nos levar através do Cedrom ao jardim do Getsêmani. Nunca poderemos entender profundamente a agonia nesse jardim; mas, pelo menos, precisamos compreendê-la bem. Esta não é a agonia de um homem. É a angústia de Deus no Homem, ou melhor, a angústia de Deus como Homem. Ela não é humana em nenhuma medida; é insondável para uma mente humana. Temos, porém, várias direções a seguir para que possamos compreendê-la melhor. Tenha sempre cuidado com a tendência de pensar no Senhor como um ser humano extraordinário. Ele não o era, ele era Deus encarnado.

Oswald Chambers
domingo, 13 de março de 2011
• Sétimo Mandamento

"Não adulterarás" (Êx 20:14, ACF).

O Senhor nos proíbe aqui qualquer classe de luxúria e de impureza. Pois o Senhor uniu o homem e a mulher somente pela lei do matrimônio, e como esta união está selada com sua autoridade, a santifica também com sua bênção; portanto, qualquer união que não seja a do matrimônio é maldita ante Ele. É, portanto, nosso que aqueles que não têm o dom da continência —pois é um dom particular que não está na capacidade de todos— coloquem um freio à intemperança de sua carne com o honesto remédio do matrimônio, pois o matrimônio é honroso em todos; porém Deus condenará os fornicarios e os adúlteros.

• Oitavo Mandamento

"Não furtarás" (Êx 20:15, ACF).

Se nos proíbe aqui, de um modo geral, que nos apropriemos dos bens alheios. Pois o Senhor quer que estejam longe de seu povo todo tipo de rapinas por meio das quais são abrumados e oprimidos os fracos, e também toda sorte de enganos com os que se vê surpreendida a inocência dos humildes. Se, pois, quisermos conservar nossas mãos puras e limpas de furtos, é necessário que nos abstenhamos tanto de rapinas violentas como de enganos e sutilezas.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Ser bíblico é ser evangelista, porque o evangelho é a mensagem central da Bíblia. Do início ao fim, ele indica o Salvador que deveria vir, veio e virá novamente. O único meio de tornar-se aceitável para o Pai é através da fé nele. Uma vez que as pessoas não podem crer nele a não ser que conheçam sobre Ele, alguém deve revelar-lhes (Rm 10.14). Isso exige evangelização.

É por isso que o apóstolo Paulo, evangelista e missionário por excelência, insistia que, se ele não fizesse nada mais, ele pregaria Cristo crucificado (1C1.17;2.2). João Calvino disse: “Nós devemos, tanto quanto está dentro de nós, nos esforçarmos para levar todos os homens da terra para Deus.” (Comentário sobre Dt 33.18-19), acrescentando que nada poderia ser mais inconsistente com a natureza de nossa fé do que negar a verdade de Deus a outros (Is 2.3).

Deus deseja que todas as pessoas em todos os lugares ouçam o Evangelho. Há e sempre houve uma dimensão multinacional definida para o plano de redenção. Quando eEe fez sua aliança com Abraão, prometendo tornar seus descendentes uma grande nação, Deus também prometeu abençoar todas as famílias da terra através de Abraão (Gn 12.1-3). Israel era a nação escolhida por Deus, mas Israel era também usada por Deus para atrair outras pessoas a Ele, tal como Rute, a moabita, Namã, o sírio e o povo de Nínive. Deus promete enviar a tempo o Messias como uma luz para as nações que viviam na escuridão (Is 60.1-3). O Messias se transformaria no sacrifício perfeito para o pecado humano, trazendo purificações às nações, de forma que a salvação de Deus seria levada aos confins da terra (Is 53.10,15). O próprio templo era uma casa de adoração e adoração para todas as nações (Mc 11.17-18).

A Grande Comissão para fazer discípulos de todas as nações tem raízes na aliança abraâmica. Em Pentecostes, o impulso multinacional do Evangelho apareceu quando o Espírito Santo deu o testemunho dos crentes na Judéia, Samaria e nos confins da terra (At 1.8; 2.5-15; 17,21). Todas as nações estarão representadas no céu (Ap 5.9;7.9;21.22-26). Portanto, os cristãos têm uma permanente obrigação de comunicar o Evangelho a todas as pessoas em toda parte do mundo. Isso exige missões.

Luder G. Whitlock
In: Bíblia de Estudo de Genebra
quinta-feira, 10 de março de 2011
A liberdade da vontade é citada como um fator importante em tomar decisões morais. Diz-se que a vontade do homem é livre para escolher entre o bem e o mal. Novamente temos de perguntar: do que ela é livre? E o que a vontade do homem é livre para escolher?

A vontade do homem é o seu poder de escolher entre alternativas. Sua vontade decide realmente suas ações dentre várias opções. Você tem a capacidade de dirigir seus próprios pensamentos, palavras e atos. Suas decisões não são formadas por uma força exterior, e sim dentro de você mesmo. Nenhum homem é compelido a agir em contrário a sua vontade, nem forçado a dizer o que ele não quer dizer. Sua vontade guia suas ações.

Isso não significa que o poder de decidir é livre de todas as influências. Você faz escolhas baseado em seu entendimento, seus sentimentos, nas coisas de que gosta e de que não gosta e em seus apetites. Em outras palavras, a sua vontade não é livre de você mesmo! As suas escolhas são determinadas por seu caráter básico. A vontade não é independente de sua natureza, e sim escrava dela. Suas escolhas não moldam seu caráter, mas seu caráter guia suas escolhas. A vontade é bastante parcial ao que você sabe, sente, ama e deseja. Você sempre escolhe com base em sua disposição, de acordo com a condição de seu coração.

É por essa razão que a sua vontade não é livre para fazer o bem. Sua vontade é serva de seu coração, e seu coração é mau. “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6.5). “Não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.12). Nenhum poder força o homem a pecar em contrário à sua vontade; os descendentes de Adão são tão maus que sempre escolhem o mal.

Suas decisões são moldadas pelo seu entendimento, e a Bíblia diz sobre todos os homens: “Antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Rm 1.21). O homem só pode ser justo quando deseja ter comunhão com Deus, mas “não há quem busque a Deus” (Rm 3.11). Seus desejos anelam pelo pecado, e, por isso, você não pode escolher a Deus. Escolher o bem é contrário à natureza humana. Se você escolher obedecer a Deus, isso será resultado de compulsão externa. Mas você é livre para escolher, e sua escolha está escravizada à sua própria natureza má.

Se carne fresca e salada fossem colocadas diante de um leão faminto, ele escolheria a carne. Isso aconteceria porque a natureza do leão dita a escolha. O mesmo se aplica ao homem. A vontade do homem é livre de força exterior, mas não é livre das inclinações da natureza humana. E essas inclinações são contra Deus. O poder de decisão do homem é livre para escolher o que o coração humano dita; portanto, não há possibilidade de um homem escolher agradar a Deus sem a obra anterior da graça divina.

O que muitas pessoas querem expressar quando usam o termo livre-arbítrio é a idéia de que o home é, por natureza, neutro e, por isso, capaz de escolher o bem ou o mal. Isso não é verdade. A vontade humana e toda a natureza humana é inclinada continuamente para o mal. Jeremias perguntou: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (Jr 13.23). É impossível. É contrário à natureza. Portanto, os homens necessitam desesperadamente da transformação sobrenatural de sua natureza, pois sua vontade está escravizada a escolher o mal.

Apesar do grande louvor que é dado ao “livre-arbítrio”, temos visto que a vontade do homem não é livre para escolher um curso contrário aos propósitos de Deus, nem é livre para agir em contrário à sua própria natureza moral. A sua vontade não determina os acontecimentos de sua vida, nem as circunstâncias dela. Escolhas éticas não são formadas por uma mente neutra, são sempre ditadas pelo que constitui a sua personalidade.

Walter Chantry
Traduzido por: Wellington Ferreira
quarta-feira, 9 de março de 2011
Porque Deus é Senhor, ele não só é cognoscível para todos, mas é conhecido de todos (Rm 1.21). O “agnóstico”, que diz que não sabe se Deus existe, engana-se a si mesmo e procura enganar outros. A presença pactual de Deus é com todas as suas obras, e, portanto, é inevitável (Sl 139). Além disso, todas as coisas estão sob o controle de Deus, e, como veremos, todo conhecimento é um reconhecimento das normas divinas para a verdade; é um reconhecimento da autoridade de Deus. Daí, conhecer alguma coisa, qualquer coisa, é conhecer Deus. Mesmo os que não possuem as Escrituras têm esse conhecimento: conhecem Deus, conhecem suas obrigações para com ele (Rm 1.32), e conhecem a ira que pesa sobre eles por sua desobediência (Rm 1.18).

Mas, num sentido mais profundo, somente os crentes conhecem Deus, somente os cristãos têm um conhecimento de Deus que é a essência da vida eterna (Jo 17.3; cf. Mt 11.27; Jo 1.14; 1Co 2.9-15; 13.12; 2Co 3.18; 2Tm 1.12,14ss.; 1Jo 5.20). Quando se tem em vista esse conhecimento, pode-se dizer que os descrentes são ignorantes, que eles não conhecem Deus (1Co 1.21; 8.2; 15.34; Gl 4.8; 1Ts 4.5; 2Tm 3.7; Tt 1.16; Hb 3.10; 1Jo 4.8).

Apesar de os não cristãos conhecerem Deus, frequentemente procuram negar que ele é conhecido ou mesmo cognoscível. Querem evitar que a glória de Deus os confronte com suas exigências e com seu juízo, não querem partilhar do seu amor. A negação da cognoscibilidade de Deus nasce de uma situação moral, pessoal; as ideias sobre Deus – cristãs e não cristãs igualmente – sempre surgem de uma relação pessoal com Deus, de uma orientação ética e religiosa da pessoa.

terça-feira, 8 de março de 2011
Nós que estamos aqui devemos cumprir nossa obrigação de orar para que ele glorifique cada vez mais a si mesmo por sua constância e que possa, pelo conforto de seu Espírito, abrandar e valorizar tudo que é amargo para a carne e, assim, absorver o espírito deles em si mesmo para que, ao contemplar essa coroa celestial, você possa estar preparado para, sem arrependimentos, deixar tudo que pertence a este mundo.

Agora, neste momento atual, é necessário que você seja exortado mais do que nunca a voltar toda sua mente para o céu. Todavia, ainda não sabemos qual será o evento. Mas desde que parece que Deus usaria seu sangue para selar sua verdade, não existe nada melhor para vocês fazerem do que se prepararem para esse fim, suplicando a ele que subjugue vocês ao bom prazer dele de forma que nada os possa impedir de seguir para qualquer parte que ele chamar...

Desde que agrade a ele usá-los até a morte para manter sua disputa, ele fortalecerá suas mãos na luta e nenhuma gota de sangue do corpo de vocês será derramada em vão.

Seu humilde irmão, João Calvino
In: Completando as aflições de Cristo, por John Piper
segunda-feira, 7 de março de 2011
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. Rm 8:29-30
Os que foram conhecidos de antemão e predestinados por Deus na eternidade, são chamados na história. Observe que os chamados são todos e somente aqueles que foram anteriormente conhecidos e predestinados. Isto aponta para um sentido da palavra chamados que vai além de mero convite.

De fato, nas epístolas, sempre que a palavra chamados ocorre é no sentido de uma chamada interior, poderosa, irresistível. Chamar nessa passagem deriva de kaleõ, que nas epístolas sempre denota "convocar, intimar", não apenas convidar externamente, mas tem o sentido de "chamar interna, eficiente e salvadoramente" (JFB). "O amor de Deus, que reina no coração daqueles que outrora foram inimigos, prova que eles foram chamados segundo o Seu propósito" (Mathew Henry).

Consideremos alguns aspectos desse chamado. Em primeiro lugar, Deus é quem nos chama. Não se trata de um mero convite humano, recheado de chantagem emocional, mas da convocação de um soberano: "Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor" (1Co 1:9). Paulo foi "chamado para ser apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus" (1Co 1:1) e por isso reconhecia que "Deus me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça" (Gl 1:15). No chamado de Deus importa a vontade de Deus, e não do homem, pois todos os que o foram, "foram chamados de acordo com o seu propósito" (Rm 8:28).

Por ser um "chamado celestial" (Hb 3:1) e não terreno, é um chamado poderoso. Deus os "chamou para isso por meio de nosso evangelho" (2Ts 2:14), que "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). "Para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus" (1Co 1:24). Experimentaram que não fosse uma chamada poderosa, ainda estariam chafurdando em seus pecados. Por isso se alegram em "anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1Pe 2:9).

E é para se alegrar mesmo, especialmente quando consideramos o propósito para o qual fomos chamados. Para esta vida, o chamado implica renúncia e sofrimento. Os eleitos são "chamados para serem santos, juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso" (1Co 1:2) e mesmo quando são afrontados lhes é ordenado que "não retribuam mal com mal nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados" (1Pe 3:9).

Mas a chamada não se resume a esta vida. "Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna" (Hb 9:15). Paulo aconselhou Timóteo dizendo "tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado" (1Tm 6:10), pois de fato o Senhor nos "chamou para a sua glória eterna em Cristo Jesus" (1Pe 5:10). Para isso nosso Pai nos dá "todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude" (2Pe 1:3), "a fim de tomarem posse da glória de nosso Senhor Jesus Cristo" (2Ts 2:14).
 
Essa chamada é feita pelo "Deus de toda a graça" (1Pe 5:10), logo, é uma chamada graciosa, não baseada em características e capacidades humanas. Paulo se refere "a nós, a quem também chamou, não apenas dentre os judeus, mas também dentre os gentios" (Rm 9:24). Os judeus tinham vantagem sobre os gentios? "Muita, em todos os sentidos! Principalmente porque aos judeus foram confiadas as palavras de Deus" (Rm 3:2). No entanto, isso não contou na chamada divina. Inteligência, poder, nobreza, tornam alguém mais habilitado a responder ao chamado? "Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento" (1Co 1:26). Se dependesse do homem, era de se esperar que alguns estivessem melhor qualificados que outros. Mas não, Deus "nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não em virtude das nossas obras, mas por causa da sua própria determinação e graça" (2Tm 1:9).
 
Isso não significa que o homem não tem participação ativa na resposta ao chamado divino? De jeito nenhum. O homem responde com fé e arrependimento ao chamado interno do Espírito Santo. Mas a fé e o arrependimento com os quais respondem são dons de Deus, embora seu exercício seja do homem. Contudo, o fato de que ninguém que não seja chamado interiormente responda com fé, aliado ao fato de que somente os que são chamados sobrenaturalmente pelo Espírito o fazem, demonstra que o fator decisivo na chamada eficaz é a vontade de Deus e não o arbítrio do homem.

Soli Deo Gloria

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