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segunda-feira, 28 de março de 2011
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. Rm 8:29-30
Chegamos ao último artigo da série que considerou as cinco bênçãos de Deus "para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Rm 8:28). Depois de havermos discorrido sobre Deus conhecer de antemão, predestinar, chamar e justificar os Seus, consideremos a declaração "aos que justificou, também glorificou" (Rm 8:30) e a maravilhosa certeza que ela encerra. O que significa ser glorificado por Deus?
O termo utilizado é derivado de dexazo, que pode ser traduzido "tornar glorioso, adornar com lustre, vestir com esplendor; conceder glória a algo, tornar excelente" (Strong). O termo, ainda segundo esse erudito, vem da raiz doxa que quando aplicado aos crentes refere-se à "condição de gloriosa bem-aventurança à qual os cristãos verdadeiros entrarão depois do retorno do seu Salvador do céu". Portanto, glorificação é o estado final dos crentes, no qual seremos semelhantes a Cristo: "amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1Jo 3:2). No mesmo capítulo 8 Paulo já havia se referido à "glória que em nós será revelada" (Rm 8:18) afirmando que "se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória" (Rm 8:17).
A surpresa fica por conta de que, embora essa glorificação seja futura, pois no presente somente "nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (Rm 5:2), Paulo na passagem em foco a considera como já realizada: "aos que predestinou, também glorificou" (Rm 8:30). O verbo está no aspecto aoristo, que não leva em consideração o tempo passado, presente ou futuro, embora a tradução no passado simples satisfaça a maioria dos casos. O elemento de certeza é reforçado pelo modo indicativo, o qual implica que uma ação realmente ocorreu, ocorre ou ocorrerá. Portanto, a glorificação, ainda que futura, era tão inexoravelmente certa para Paulo que ele a expressa como se já tivesse ocorrido! De fato, sendo a corrupção da natureza humana vencida no chamamento eficaz e toda culpa pelo pecado eliminada na justificação, nada mais pode se interpor entre o regenerado e a glória! Paulo estava convencido, e nós também podemos estar, "de que Aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Fp 1:6).
"Que diremos, pois, diante dessas coisas?" (Rm 8:31). Que podemos ter absoluta certeza de nossa salvação. Não cabe aqui a mais ínfima desconfiança de que um crente, uma vez salvo, venha ao final ser vencido e condenado. "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31), vale dizer, se Deus, começando na eternidade, nos "predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8:29) e no presente "age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Rm 8:28), como deixaria perecer alguém por quem Cristo morreu? "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?" (Rm 8:32).
Romanos 8:29-30 é a corrente dourada da graça, a qual não pode ser quebrada por nenhuma força da terra ou do inferno. Um indivíduo que foi conhecido desde a eternidade por Deus, que foi predestinado a ser feito à imagem de Jesus, que foi chamado de forma sobrenatural e poderosa pelo Espírito Santo em tempo oportuno, que teve lançado a seu crédito a perfeita justiça de Cristo, será inevitavelmente recebido na glória por Deus. Aleluia!
Soli Deo Gloria
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