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sexta-feira, 30 de abril de 2010
De fato, precisamos reconhecer que, mesmo por detrás das novas tendências e dos ventos de doutrina, há sempre uma ponta de boa intenção. Como no caso do teísmo aberto, por exemplo, objeto de análise desta obra, que é uma corrente teológica em que existe um claro esforço apologético no sentido de tornar Deus “mais humano” aos olhos dos incrédulos, sobretudo na questão da explicação da existência do sofrimento no mundo.

No entanto, mesmo reconhecendo que esse esforço é louvável, reafirmamos que boas intenções não bastam, quando se trata de entender a Palavra de Deus. Por isso, toda nova tendência teológica precisa passar pela prova da verdade e responder a uma pergunta crucial: essa nova teologia está de fato fundamentada na Palavra de Deus?

Fonte: Prefácio do livro "Teísmo Aberto", publicado pela Vida Nova
quinta-feira, 29 de abril de 2010


Ele dá mais graça quando as cargas se tornaram maiores,
Ele envia mais força quando os trabalhos aumentam;
À aflição adicionada, Ele acrescenta a Sua misericórdia,
Às provações multiplicadas, a Sua paz multiplicada.
Quando [você] esvazia [seu] estoque de resistência,
Quando a [sua] força tem falhado antes do dia terminar,
Quando [você] chega ao término de [seus] recursos acumulados,
A totalidade do [seu] Pai ao dar está apenas começando.
O Seu amor não tem nenhum limite;
A Sua graça não tem nenhuma medida,
O Seu poder não tem nenhum limite conhecido para os homens;
Pois de Suas riquezas infinitas em Jesus,
Ele dá, e dá e dá novamente!

Annie Johnson Flint
Hymns for the Family of God
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Talvez isto não seja percebido, porque, se tudo o que você conhece é a nossa cultura, não pode perceber que há alguma coisa errada. Quando se lê apenas revistas em quadrinhos, não é de se estranhar que não haja qualquer boa literaturaem casa. Quem vive onde não há estações, não sente saudades das cores do outono. Quem assiste a cinqüenta comerciais de televisão, todas as noites, talvez esqueça que existe uma coisa chamada sabedoria. Na maior parte de sua programação, a televisão é trivial. Raramente ela inspira grandes pensamentos ou fortes sentimentos com vislumbres de grandes verdades. Deus é a Realidade absoluta e suprema, que modela todas as coisas. Se Ele obtém algum tempo de transmissão, é tratado como uma opinião. Não há reverência. Não há tremor. Deus e tudo que Ele pensa a respeito do mundo está ausente da televisão. Alienadas de Deus, todas as coisas se encaminham a ruína.

John Piper
In: Penetrado pela Palavra
terça-feira, 27 de abril de 2010
Desde meu primeiro contato com aquilo que é chamado de visão “aberta” sobre Deus, procuro ajudar a desfazer o equívoco desse novo jeito de refletir acerca de Deus. Tenho procurado fazer tudo o que posso para defender o verdadeiro caráter de nosso glorioso Deus e a verdadeira fé que tanto prezamos como cristãos, em face dessa visão reduzida sobre Deus e a nossa fé. Pela glória de Deus e pelo bem dos cristãos, a visão aberta precisa ser encarada por aquilo que é e avaliada com cuidado por cristãos com mentalidade bíblica. Estou confiante que, quando tal avaliação tiver sido feita, os seguidores do Deus vivo e verdadeiro verão essa divindade aberta como um impostor e não como o verdadeiro Deus que alguns afirmam ser ele.

O tratamento que dispensamos a essa perspectiva aberta neste livro não é nada exaustivo. Todavia, oferece uma visão geral e interação com essa posição que são suficientes para que os leitores entendam as características básicas do movimento, bem como alguns de seus problemas mais sérios. Meu diálogo mais extenso e desenvolvido com o teísmo aberto está disponível em outra publicação da Crossway, God’s Lesser Glory: The Diminished God of Open Theism [A reduzida glória de Deus: o Deus diminuto do Teísmo Aberto].

Escrevo este livro consciente de que porções significativas do movimento evangélico estão dispostas a validar a legitimidade do teísmo aberto. Importantes editoras evangélicas e instituições educacionais mantêm a visão de que o teísmo aberto deveria ser considerado como uma “opção evangélica”, mesmo que jamais seja amplamente aceita. Divirjo dessa opinião. Minha visão é de que o teísmo aberto é errado e prejudicial à fé a tal ponto que não há razão para que possa ser tolerado pela igreja evangélica. Os dias atuais certamente não são conhecidos por bases firmes ou limites bem definidos. Muito pelo contrário, vivemos em uma era que gosta de ser definida mais pelo que temos em comum no centro de nossa fé do que por doutrinas que nos distinguem. Em muitas questões sobre as quais divergimos, eu também recomendaria tolerância e discussão prolongada e contínua. Entretanto, o teísmo aberto foi longe demais. Sua visão sobre Deus é muito pequena.

O entendimento que o teísmo aberto tem sobre Deus diminui a glória e perfeição dele; a visão que tem sobre a fé leva ao desespero. Não podemos ficar negligentemente de braços cruzados e permitir que os defensores dessa visão influenciem a próxima geração de evangélicos sem serem contestados.

(...)

Que Deus se agrade em promover a glória de seu nome e sustentar a fé e esperança de seu povo. Até o ponto em que a crítica aqui fornecida ajudar a trazer mais entendimento sobre o Deus verdadeiro e maior confiança nele, eu serei o primeiro a render a Deus todo louvor. Pois somente a ele pertence toda a glória, agora e para sempre. Amém.

Bruce A. Ware
segunda-feira, 26 de abril de 2010
TheWor2

Pense numa Bíblia que reúna diversas versões e traduções, inclusive as línguas originais, além de referências cruzadas e diversos dicionários, comentários bíblicos, devocionais, livros, gráficos, etc. E tudo isso de graça. Esta Bíblia existe e você pode tê-la no seu computador: chama-se The Word.

The Word é um software completo para estudos bíblicos e entre os seus recursos estão:

1. Comparação fácil e rápida entre diversas traduções da Bíblia

2. Pesquisa de palavras e expressões na Bíblia toda, inclusive em hebraico e grego, permitindo o uso de operadores (“and”, “or”, “xor”, “near”) e curingas (“*”, “?”) expressando os resultados em percentuais de ocorrência em cada livro da Bíblia.

3. É possível destacar textos da Bíblia e de outros recursos, como se estivesse utilizando canetas marca-textos

4. Possibilita criar listas de versículos, além das facilidades de copiar para área de transferência e copiar para qualquer outro editor de textos

5. As referências cruzadas são intuitivas e é possível exibi-las após cada versículo da Bíblia, bastando posicionar o cursor sobre elas para que o texto seja mostrado.

6. Outro recurso sensacional é que se você vir uma referência bíblica num site ou num documento pdf e quiser saber o que diz o verso, basta selecionar a referência e copiar. Se The Word estiver rodando, imediatamente abre uma janela pop-up onde o mouse está posicionado e exibe a passagem bíblica.

7. Você pode adicionar ou subtrair módulos conforme você desejar. Cada vez que uma nova tradução ou novo comentário for publicado, você pode ampliar sua biblioteca.

8. Você pode customizar a aparência, alterando a localização dos recursos na tela como preferir, além de adicionar skins para deixar The Word com a cara que desejar.

9. O programa suporta diversos idiomas, inclusive o português. Infelizmente, ainda são poucos os recursos em português, mas há quatro Bíblias em Português(*) - duas brasileiras e duas de Portugal. Mas se inglês não for um grande problema, são dezenas de recursos e acredito que se o número de usuários da língua portuguesa aumentar, teremos mais recursos.

10. Se quiser carregar a Bíblia por aí, pode. A The Word é portable, ou seja, você pode instalar num pendrive e abrir em qualquer computador.

Como dissemos, tudo isso é sem nenhum custo, The Word é totalmente free. Existem alguns módulos, como comentários e Bíblias mais modernas que são pagos, mas a maioria é totalmente grátis. Nenhum recurso de funcionalidade da Bíblia é bloqueado, não é exibido banner e após alguns meses de uso você vai receber um único pedido de donativo do criador do software.

Clique aqui para baixar The Word. Caso tenha alguma dificuldade não se acanhe em perguntar. E em outros posts estaremos dando dicas para você instalar, customizar e usufruir dos recursos dessa Bíblia.

Soli Deo Gloria

Visite minha página de Módulos TheWord.
domingo, 25 de abril de 2010
A Punição Que a Justiça de Deus Requer

Deus não é somente supremamente misericordioso, mas é também supremamente justo. Sua justiça requer (como ele tem revelado de si mesmo na Palavra) que os pecados que cometemos contra sua infinita majestade sejam punidos com punições tanto temporais quanto eternas, da alma bem como do corpo. Nós não podemos escapar destas punições a menos que seja dada satisfação à justiça de Deus.

Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. Ex 34:6-7

E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Rm 5:16

Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. Gl 3:10

A Satisfação Dada por Cristo

Entretanto, já que nós mesmos não podemos dar esta satisfação ou nos libertar da ira de Deus, Deus em sua infinita misericórdia nos deu como garantia o seu Filho unigênito, que foi feito pecado e maldição por nós, em nosso lugar, na cruz, de modo a poder dar satisfação por nós.

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Jo 3:16

Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Rm 5:8

Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus. 2Co 5:21

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro. Gl 3:13
sábado, 24 de abril de 2010
O decreto de Deus tem a mais estreita relação com o conhecimento divino.Há em Deus,como vimos, um conhecimento necessário, que inclui todas as causas e resultados possíveis. Este conhecimento fornece o material para o decreto; é a fonte perfeita da qual Deus extraiu os pensamentos que Ele desejava objetivar. Deste conhecimento de todas as coisas possíveis, Ele escolheu, por um ato da Sua vontade perfeita, levado por sábias considerações, o que desejava levar à realização, e assim formulou o Seu propósito eterno. O decreto de Deus é, por sua vez, o fundamento do Seu livre conhecimento, ou scientia libera. É o conhecimento das coisas conforme se realizam no curso da história.

Enquanto que o conhecimento necessário de Deus precede logicamente ao decreto, o Seu conhecimento livre segue-se logicamente a ele. Deve-se sustentar isto contra todos os que crêem numa predestinação condicional (como os semipelagianos e os arminianos), desde que eles tornam as predeterminações de Deus dependentes da Sua presciência. Algumas das palavras utilizadas para denotar o decreto divino indicam um elemento de deliberação do propósito de Deus. Seria um erro inferir disto, porém, que o plano de Deus resulta de alguma deliberação que implica falta de perspicácia ou hesitação, pois é simplesmente uma indicação do fato de que não há decreto cego de Deus, mas somente propósito inteligente e deliberado.

Louis Berkhof
In: Teologia Sistemática
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Os que buscam tornar-se crentes poderão argüir: "Se eu não estiver entre os eleitos de Deus, então não importa o quanto eu deseje ser salvo, pois jamais o serei". 

Esse pode parecer um argumento plausível, mas na verdade é um grande erro. Deixe-me ilustrar o que quero dizer. Suponhamos que um alimento é repentinamente apresentado a um homem faminto. Teria sentido ele dizer: "Não sei se Deus pretende que eu seja alimentado por este determinado alimento. Por isso, não importa o quanto eu o deseje, não posso comê-lo". Não seria muito mais sensato dizer: "Tenho um forte apetite. O alimento é o meio de satisfazer o meu apetite. Portanto, eu comerei este alimento".

Ora, Cristo é o pão da vida, o alimento das nossas almas. Este alimento celestial é provido pela graça oferecida no evangelho e livremente apresentado a todos os que têm fome, sem exceção. Que teria de fazer, então, o pecador espiritualmente despertado senão, sendo habilitado pelo Senhor, tomar, comer e viver para sempre? Os pecadores não são encorajados a crer em Jesus em troca de saberem que são eleitos. Não, as novas da misericórdia de Deus são dirigidas aos pecadores considerados como prontos para perecerem. Todos, sem exceção, que conhecem sua situação perigosa e sentem sua incapacidade, são convidados, sem demora, a aceitarem as bênçãos espirituais, antes mesmo de pensarem a respeito de sua eleição. Assim, esta verdade não deve aterrorizar um despertado ou qualquer pessoa que tenha consciência de seu pecado. Os que estão indiferentes a respeito de suas almas, ou têm elevada opinião sobre sua própria bondade, de qualquer maneira jamais se inco­modarão com a eleição!

A. Booth
quinta-feira, 22 de abril de 2010
O que é crescimento espiritual? O que é maturidade espiritual? O que é caminhar no Senhor? Temo que tenhamos idéias embaralhadas sobre isto. Muitos pensam que maturidade espiritual é um conhecimento mais abrangente da doutrina cristã, uma compreensão mais larga da verdade das Escrituras, uma ampla expansão do conhecimento das coisas de Deus; e muitas destas características são registradas como marcas de crescimento, desenvolvimento, maturidade espiritual. Amados, não é nada disso. A marca distintiva do verdadeiro desenvolvimento e maturidade espiritual é esta: que nós tenhamos crescido bem pouco e que o Senhor Jesus tenha crescido muito mais. A alma madura é aquela que é pequena a seus próprios olhos, mas em cujos olhos o Senhor Jesus é grande. Isto é crescimento. Nós podemos saber muitas coisas, podemos ter uma maravilhosa compreensão da doutrina, do ensino, da verdade, até mesmo das Escrituras, e ainda ser espiritualmente muito pequenos, muito imaturos, muito infantis. (Há muita diferença entre ser infantil e ser semelhante a uma criança). O crescimento espiritual real é somente isto: eu diminuo, Ele cresce. É o Senhor Jesus se tornando mais. Vocês podem testar o crescimento espiritual através disto.

Theodore Austin Sparks
In: Cristo, tudo em todos
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O pecado é sempre pecado aos olhos divinos, quer estejamos consciente dele ou não. Pecados cometidos por ignorância precisam de expiação tanto quanto os conscientes. Deus é santo, e ele não rebaixará seu padrão de justiça ao nível da nossa ignorância. Ignorância não é inocência.

Na verdade, ignorância é mais culpada agora do que na época de Moisés. Nós não temos desculpas pela nossa ignorância. Deus tem revelado clara e plenamente sua vontade. A Bíblia está em nossas mãos, e não podemos alegar ignorância de seu conteúdo, exceto para condenar-nos por nossa preguiça. Ele tem falado, e por sua palavra seremos julgados.

E, todavia, permanece o fato de que somos ignorantes de muitas coisas, e o erro e a culpa são nossos. E isso não minimiza a enormidade do nosso delito. Pecados cometidos por ignorância precisam do perdão divino, assim como a oração do Senhor nos mostra claramente aqui. Aprenda, então, quão alto é o padrão de Deus, quão grande é a nossa necessidade, e louve-o por uma expiação de suficiência infinita, que limpa de todo pecado.

A. W. Pink
In: Os sete brados do Salvador na cruz
terça-feira, 20 de abril de 2010
O homem pode alterar, e muitas vezes altera os seus planos, por varias razões. Pode acontecer que, ao fazer o seu plano, lhe tenha faltado seriedade quanto ao propósito, que não tenha realizado plenamente o que o plano envolvia, ou que lhe tenha faltado poder para levá-lo a cabo. Mas em Deus coisa nenhuma desse tipo é concebível. Ele não tem deficiência em conhecimento, veracidade e poder. Portanto, não tem necessidade de mudar o Seu decreto devido a algum engano ou à ignorância, nem por falta de capacidade de executa-lo. E não o mudará, porque Ele é o Deus imutável e porque é fiel e verdadeiro. Jó 23.13, 14; Sl 33.11; Is 46.10; Lc 22.22; At 2.23.

Louis Berkhof
In: Teologia Sistemática
segunda-feira, 19 de abril de 2010
O avivamento é marcado pela presença de Deus. Uma pessoa que relembrava, em 1930, os 25 anos passados após o despertamento que ocorreu em Gales em 1904, sentiu-se incapaz de descrever adequadamente a obra de Deus. E assim disse: “Foi o universal, inescapável sentimento da presença de Deus”. O evangelista Wilbur Chapman muito quis orar com o renomado homem de oração, John Hyde, que esteve em Londres, no início do século passado. Um amigo conseguiu juntar os dois homens no mesmo quarto para orar. Durante minutos, reinou o silêncio. Mas Hyde não dormia. De repente, ele falou: “Ó, Deus”. Com isso o quarto se encheu da presença do Senhor como a glória encobriu os discípulos na transfiguração, ou como aconteceu com Isaías quando entrou no templo e viu o “Senhor assentado num trono alto e exaltado”. Assim acontece nos avivamentos.

Dr. Russel Shedd
In: Avivamento & Renovação, Shedd Publicações
domingo, 18 de abril de 2010

A Atitude Adequada com Relação à Eleição e à Reprovação



Àqueles que se queixam sobre a graça de uma eleição imerecida e sobre a severidade de uma justa reprovação, respondemos com as palavras do apóstolo: Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? (Rm.9:20), e com as palavras de nosso Salvador: Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? (Mt.20:15). Nós, contudo, com reverente veneração por estes mistérios, clamamos com o apóstolo: Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém (Rm.11:33-36).

Os homens de entendimento dirão comigo, e o homem sábio que me ouvir: Jó falou sem conhecimento; e às suas palavras falta prudência. Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos. Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras. Jó 34:34-37

Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Rm 9:20

Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? Mt 20:15

O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. Rm 11:33-36
sábado, 17 de abril de 2010
Não é surpresa que a igreja seja o que é hoje, pois lhe têm sido dados filosofia e entretenimento. Por meio delas, um ministro pode, por enquanto, atrair e segurar uma multidão; mas não pode edificar; a tarefa dos pregadores é edificar, não atrair multidões. Nada edifica a não ser a inadulterada Palavra de Deus. Não há autoridade fora dela; e ela não pode de modo algum ser modificada ou nivelada para se adaptar à moda da ciência moderna, ou a alguns supostos “resultados confirmados da crítica” que está sempre em modificação. É o “eterno Evangelho” e é: a “Eterna Palavra”, a mesma que Paulo e os demais apóstolos pregaram, a mesma Palavra que os Reformadores protestantes pregaram, os Puritanos, e os grandes pregadores de duzentos anos atrás, como também Spurgeon no último século, sem qualquer modificação que fosse. É pelo fato disso ter sido tão amplamente esquecido nos últimos cem anos que as coisas hoje estão como estão.

Martin Lloyd-Jones
In: Jornal “Os Puritanos” Ano III Nº 3
sexta-feira, 16 de abril de 2010

Porque Cristo comprou-nos com Seu sangue, nós pertencemos totalmente a Ele (1 Coríntios 6:19-20). Levando isso em conta, Ele espera que reconheçamos Sua posse legítima por não retermos nada para nós mesmos. Cristo, como nosso Mestre, tem o direito de dispor de todas as nossas posses (Mateus 19:21). Cristo é o Dono; como Seus mordomos, nós somos apenas empregados. Considere o testemunho de tais discípulos piedosos como Martinho Lutero, John Wesley e David Livingstone. Martinho Lutero uma vez disse, “Eu segurei muitas coisas em minhas mãos e eu perdi tudo. Mas tudo que eu investi nas mãos de Deus eu ainda possuo”. “Eu avalio todas as coisas”, disse Wesley, "apenas pelo preço que elas obterão na eternidade”. Semelhantemente, Livingstone declarou, “eu não invisto nenhum valor em qualquer coisa que eu possuo, exceto em relação ao Reino de Deus”. Estes homens verdadeiramente abandonaram tudo pela causa de Cristo – e suas vidas falam para este dia!

John Barnett
In: Alegria de uma família cheia da Palavra
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Não importa o quão corrupto um pecador pode ser, se ele deseja crer no Senhor Jesus como Salvador, ele será instantaneamente salvo. Uma vez salvo e regenerado, ele deve procurar desenvolver essa nova vida nele e servir ao Senhor fielmente a fim de que possa obter a recompensa. Ele é salvo por meio da obra de Cristo, ele é recompensado pelas suas próprias obras. Ele é salvo por meio da fé; ele é recompensado pelas obras. Deus quer salvar um pecador indigno, mas Ele não recompensa um crente indigno. Antes que alguém conheça ao Senhor, se ele quer reconhecer a si mesmo como pecador, e se ele vir ao Senhor Jesus e crer na Sua morte substitutiva na cruz, ele será salvo e a benção eterna será garantida para ele. Mas, de acordo com as Escrituras, depois de ter sido salvo ele será colocado por Deus na carreira da vida para que ele possa trilhá-la. Se ele vencer, será recompensado. Se ele for derrotado, não será recompensado. No entanto ele não perderá a vida eterna por causa da sua derrota. Pois a salvação é eterna. Aqui nós encontramos o mais equilibrado ensinamento, a perfeita verdade. Infelizmente, algumas pessoas conhecem apenas a salvação. Eles se contentam com meramente terem sido salvos e não se importam com a recompensa.

Watchman Nee
In: Ajuda ao Apocalipse
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O cristão vivo é o consagrado. É nossa distância do céu que nos torna tão insípidos: é o fim que vivifica todos os meios, e mais vigoroso será nosso movimento, se observamos esse fim com freqüência e de forma clara. Como os homens trabalham de forma incansável e se aventuram sem medo, quando pensam em um prêmio proveitoso! Como o soldado arrisca sua vida, e o marinheiro enfrenta tormentas e ondas; como eles, cheios de alegria, circundam a terra e o mar, e nenhuma dificuldade os intimida, quando pensam em um tesouro incerto e perecível! Quanta vida seria acrescentada nos esforços do cristão se ele antecipasse com freqüência esse tesouro eterno! Corremos devagar, e esforçamo-nos de forma indolente, porque nos importamos muito pouco com o prêmio! Quando o cristão saboreia constantemente o maná velado, e bebe dos rios do Paraíso de Deus, como esse manjar e néctar divinos acrescentam vida a ele!

Richard Baxter (1615-1691)
terça-feira, 13 de abril de 2010
Romanos 8:30: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”.

Ao declarar-se a eterna segurança do povo de Deus, talvez seja mais claro falar de sua preservação que – como se costuma fazer – de sua perseverança. Perseverança significa contínuo apego a uma crença apesar do desencorajamento da oposição. A razão por que os crentes perseveram na fé e na obediência, contundo, não está na força de sua própria dedicação, mas em que Jesus Cristo, através do Espírito Santo, os preserva.

João nos diz que Jesus Cristo se comprometeu com o Pai (Jo 6.37-40) e diretamente com seu povo (Jo 10.28-29), no sentido de guardá-lo, de modo que esse povo nunca perecerá. Na sua oração por seus discípulos, depois de terminar a Última Ceia, Jesus pediu que aqueles que o Pai lhe tinha dado (Jo 17.2, 6, 9, 24) fossem preservados para a glória. Cristo continua a interceder por seu povo (Rm 8.34; Hb 7.25), e é inconcebível que sua oração em favor deles fique sem resposta.

Paulo celebra a presente e futura segurança dos santos no amor onipotente de Deus (Rm 8.31-39). Ele se regozija na certeza de que Deus completará a boa obra que começou na vida dos crentes (Fp 1.6; conforme 1Co 1.8-9; 1Ts 5.23-24, 2Ts 3.3; 2Tm 1.12; 4.18).

A Confissão de Westminster diz:
“Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, eficazmente chamados e santificados pelo seu Espírito, não podem cair do estado de graça, nem total nem finalmente; mas, com toda certeza, hão de perseverar nesse estado até o fim e estarão eternamente salvos” (XVII.1).
Os regenerados são salvos perseverando na fé e na vida cristã até o fim (Hb 3.6; 6.11; 10.35-39), como Deus os preserva. Esta doutrina não significa que todos aqueles que já professaram ser cristãos serão salvos. Os que tentam viver a vida cristã baseados em sua própria capacidade decairão (Mt 13.20-22). A falsa profissão de fé por parte de muitos que dizem a Deus “Senhor, Senhor” não será reconhecida (Mt 7.21-23). Os que buscam a santidade do coração e o amor ao próximo e, assim, mostram terem sido regenerados por Deus, adquirem o direito de se considerarem crentes seguros em Cristo. A crença na perseverança propriamente entendida não nos leva a uma vida descuidada e à presunção arrogante.

Os regenerados podem mostrar-se relapsos e cair em pecado. Quando isso ocorre, eles se opõe à sua nova natureza e o Espírito Santo os convence do seu pecado (conforme Jo 16.8) e os compele a arrepender-se e a serem restaurados à sua condição de justificados. Quando os crentes regenerados mostram o desejo humilde e grato de agradar a Deus, que os salvou, o reconhecimento de que Deus se comprometeu a guardá-los salvos para sempre aumenta esse desejo.

Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 1331.
Via: Marcio Melânia, do grupo Textos Reformados
segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" Is 53:4-5

cruz1 No capítulo 53 de seu livro, Isaías nos apresenta uma descrição do Messias em seu estado de humilhação. Ele "não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos" (Is 53:2) e "foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca" (Is 53:7). Apesar da aparente fraqueza, o Senhor não era uma vítima indeveza, mas um substituto voluntário, para sofrer na cruz o castigo a nós devido. Todas as bênçãos que hoje desfrutamos fluem do Calvário, pela morte de Jesus. Isso inclui a cura de nossas enfermidades.

O texto diz que Jesus "tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si" e que "pelas suas pisaduras fomos sarados". Ao ser levantado na cruz, o senhor proveu o que era necessário para que nossas enfermidades fossem tiradas. Mas que tipo de doença o profeta tem em mente?

Cura para nossas enfermidades físicas

Após curar com seu toque um leproso e com sua palavra o criado de um centurião, Jesus entra na casa de Pedro e encontra a sogra deste acamada e ardendo em febre. Ele "tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se, e serviu-os" (Mt 8:15). Já no final da tarde "trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos" (Mt 8:16).
É interessante notar o comentário do evangelista, ao explicar as curas que Jesus havia realizado. Segundo ele, Jesus curou os enfermos "para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças" (Mt 8:17). Para Mateus, a cura de doenças físicas e a libertação de espíritos malignos eram cumprimento da profecia sobre o Messias.

Cura para a doença do pecado

O pecado é usualmente descrito na Bíblia como uma doença. Uma das representações mais fortes do pecado é a lepra, com suas terríveis consequências físicas e sociais. Portanto, embora o Senhor fosse movido por compaixão a curar as mais diversas doenças físicas, a cura da alma da chaga do pecado é sua obra principal.

Pedro ecoa Isaías quando descreve a crucificação dizendo "quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente" (1Pe 2:21). Continua o apóstolo "levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados" (1Pe 2:22). Fica claro que Pedro aplicava a cura profetizada por Isaías à enfermidade do pecado, entendendo-a como conversão a Deus, "porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas" (1Pe 2:23).

Os dons de curar

Contudo, a compreensão de Mateus e de pedro não são conflitantes, ambos enfatizam um aspecto da obra do Senhor no Calvário, ênfases que são complementares. Jesus não quer apenas curar o corpo, deixando a alma enferma. Tampouco terá prazer em salvar a alma, sem se preocupar com a cura do corpo. A mesma preocupação deve ter a igreja, priorizando a salvação eterna, mas sem negligenciar a cura para as diversas doenças a que as pessoas são acometidas.

Talvez um indício dessa amplitude da cura esteja na referência paulina aos dons espirituais. Ao se referir à cura o apóstolo usa o plural, referindo-se aos "dons de curar" (1Co 12:9,28). O Senhor é o Deus que nos sara, tanto física como especialmente espiritualmente. E isso porque Jesus, na cruz, adquiriu saúde para nós.

Soli Deo Gloria
domingo, 11 de abril de 2010
A salvação dos filhos dos crentes

Desde que nós devemos fazer julgamentos sobre a vontade de Deus a partir da sua Palavra, a qual testifica que as crianças dos crentes são santas, não por natureza, mas pela virtude da graciosa aliança na qual elas juntamente com seus pais estão inseridas, os pais consagrados não devem duvidar da eleição e da salvação das suas crianças que Deus tenha chamado desta vida ainda na infância.

"E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti." Gn 17:7

"Quanto a mim, este é o meu concerto com eles, diz o SENHOR: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca da tua posteridade, nem da boca da posteridade da tua posteridade, diz o SENHOR, desde agora e para todo o sempre." Is 59:21

"Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso SENHOR chamar." At 2:29

"Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; doutra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos." 1Co 7:14
sábado, 10 de abril de 2010

Problemas do pedobatismo

Um problema do pedobatismo é que pessoas podem fazer parte da igreja sem fé consciente. Por serem incluídas na igreja quando criança, quando crescerem podem permanecer incrédulas e continuarem pertencendo à igreja. O pedobatismo consistente terá que aceitar que uma pessoa batizada na infância deve ser considerada cristã até que dê evidência em contrário. Ao invés de se buscar frutos dignos de arrependimento, busca-se evidências de apostasia. Porém, o que se espera com a pregação do evangelho é a conversão e não o desvio dos ouvintes.

Uma segunda consideração, ligada à primeira, é que o pedobatismo baseado na aliança requer duas maneiras de proclamar o evangelho: aos não batizados para crerem e se juntarem ao povo da aliança e aos batizados para se arrependerem porque já fazem parte da aliança. A implicação é que se teria dois evangelhos, uma para batizados e outros para não batizados. Como fica a unidade do evangelho, uma vez que o conteúdo da pregação deve ser sempre o mesmo? 

Um terceiro ponto é que, ao contrário do ensinou Calvino, o batismo infantil desvaloriza a graça de Deus, por reduzir o cristianismo a um fenômeno puramente social. Na prática, ocorre uma secularização do batismo, onde pais descrentes "aprontam o bebê" para o batismo por mero costume ou convenção social. Sem contar que em alguns países a pessoa se torna cidadã por ser batizado numa igreja estatal. Ou seja, o batismo infantil pode ser praticado sem referência alguma à graça de Deus.

A resposta à objeção acima nos leva ao quarto item da nossa lista de problemas provocados pela prática do batismo infantil. Afirma-se que o batismo infantil só é administrado a filhos de pais crentes. Isto significa que o batismo de uma criança não se baseia no amor de Deus, nem no fato de que Jesus abençoou as crianças e nem mesmo na certeza de que a graça precede a fé, mas no fato de que tem determinados pais. E na prática, decidir quais pais são cristãos é mais difícil do que avaliar quem pede o batismo alegando fé consciente.

O quinto problema de nossa lista tem a ver com a pedocomunhão. A maoria das igrejas que batizam os filhos de crentes por considerar que o batismo é sucedâneo da circuncisão não recebem esses mesmos filhos à mesa da comunhão. Ora, mais certo que o batismo substitui a circuncisão é de que a ceia do Senhor substitui a páscoa. E a família inteira comia da páscoa, o único requisito era que todos os homens tivessem sido circuncidados. Portanto, por que não administrar a ceia a quem já recebeu a "circuncisão cristã"?

Novamente, a resposta oferecida, que a ceia do Senhor requer capacidade de discernimento, o que é definido a partir da cerimônia chamada de confirmação, traz seus problemas a reboque. A prática tem fundamento bíblico igual a zero e entrou no protestantismo da mesma forma que o batismo infantil: via catolicismo romano. A origem da confirmação ou crisma vem do fato que o batismo era essencial para a salvação e deveria ser realizado por um bispo, o que nem sempre era possível. Então o batismo era administrado por outra pessoa e quando o bispo visitasse a paróquia confirmava o mesmo, ocasião em que a pessoa "recebia" o Espírito Santo. Os reformadores não compreenderam ou não ligaram para essa origem torta da prática, mas a adotaram como um rito de iniciação à mesa do Senhor.

Conclusão

Em conclusão artigo, reafirmo que por não estar fundamentado em proposições bíblicas, por ter se estabelecido não antes do terceiro século como prática da igreja e ainda assim amalgamadao com erros soteriológicos, por ter sido questionado, embora mantido pelos reformadores magisteriais, por depender de argumentos teológicos baseados em premissas que não levam necessariamente à conclusão que o confirmem e por apresentar mais dificuldades que soluções é que eu não adoto o batismo infantil.

Contudo, isto não significa que eu não aceito como irmão em Cristo ou que defenda o rabatismo aqueles que foram batizados em uma igreja evangélica quando crianças, muito pelo contrário. O batismo de adulto para mim é uma prática bíblica, mas não um dogma de fé que deva separar irmão em Cristo.

Soli Deo Gloria
sexta-feira, 9 de abril de 2010

Argumentos teológicos

Com exceção da igreja romana e a grega, além de uma parte dos anglicanos, os defensores do batismo  infantil não afirmam que ele produz a regeneração ou assegura a salvação. Portanto, a discussão do batismo infantil passa ao largo da salvação em si, pois se entre os batizados na infância há os que jamais irão crer, também há entre os que se batizam mediante profissão de fé os que são meros professos. Portanto, a menos que se defenda a regeneração batismal, o batismo infantil não é, de forma alguma, necessário à salvação. Aliás, foi uma visão equivocada de batismo e salvação que deu origem à prática generalizada do batismo infantil.

Em minha avaliação pessoal, o mais persuasivo dos argumentos pedobatistas é o da aliança da graça, do qual o batismo seria o sinal visível. Uma fragilidade inicial desse argumento, contudo, é que o mesmo é relativamente novo, tendo sua origem em Lutero e Zwinglio e seu desenvolvimento em Calvino e Knox, não sendo encontrado antes deles, mesmo retrocedendo até os pais apostólicos. O ponto principal desse argumento é a continuidade das duas alianças, na verdade, a existência de uma única aliança da graça, com mudança apenas dos sinais exteriores. O pedobatismo se fundamenta no fato de que as crianças eram incluídas nas bênçãos da antiga aliança. Sendo a nova aliança a mesma e única aliança da graça, os filhos dos crentes também estão incluídos na mesma e portanto não há razões para não serem batizados. 

Registre-se, porém, que rejeitar o pedobatismo baseado na doutrina da aliança não significa rejeitar a doutrina da aliança em si. Assim como nem todo pedobatista é aliancista, muitos credobatistas o são, inclusive este que vos escreve. Cremos em uma única aliança da graça, aceita pela fé tanto no Antigo como no Novo Testamento, mas discordamos do batismo infantil, por ser um passo além do que a teologia permite ou exige.

Aliança de Deus com Abraão tinha dois elementos distintos, a posse da terra numa unidade nacional ("À tua descendência darei esta terra" Gn 12:7) e uma descendência espiritual ("em ti serão benditas todas as famílias da terra" Gn 12:3). Vemos estes aspectos desdobrados nas fases da aliança abraâmica. Na primeira, Deus lhe diz "olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência" (Gn 15:5), apontando para os crentes de todas as nações. Neste aspecto, a aliança é unilateral e nada é exigido de Abraão, que apenas "creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça" (Gn 15:16). Já no aspecto nacional da aliança, é introduzida a exigência de obediência "anda em minha presença e sê perfeito" (Gn 17:1) seguida da promessa "te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão" (Gn 17:8). Aqui a aliança não é unilateral, pois diz "esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado" (Gn 17:10) e a reação do patriarca foi "e circuncidou a carne do seu prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus falara com ele" (Gn 17:23).

Portanto, a circuncisão não está associada à descendência espiritual de Abraão, mas à descendência física, a nação de Israel a quem foi dada a terra prometida. A circuncisão é o sinal da entrada na teocracia, e não na descendência espiritual. Para estes, não há sinal visível, senão a fé, pois Paulo diz "portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós" (Rm 4:16). Anteriormente Paulo já havia dito "Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão. E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada" (Rm 4:10-11).

Vinculado à teologia da aliança está o argumento do batismo como sucedâneo da circuncisão. Baseiam-se no fato de que em ambos os Testamentos existem sinais que acompanham as respectivas alianças. Embora distintos, os sinais correspondem um ao outro, circuncisão e batismo. A base bíblica para o argumento do batismo como sucedâneo da circuncisão é Cl 2:11-13, que diz: 
"No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas". E como dois tipos de pessoas eram circuncidadas no Antigo Testamento, adultos convertidos à fé de Israel e meninos filhos de judeus, assim também adultos convertidos ao cristianismo e filhos de pais crentes devem ser batizados.

É inegável que a passagem menciona circuncisão e batismo. Porém, não é feita nenhuma relação entre eles, seja de contraste ou de similaridade. Tampouco o texto sugere que um é sucedâneo de outro. Paulo fala da circuncisão e fala do batismo, mas não estabelece nenhuma relação entre um e outro. A comparação não é feita entre a circuncisão e o batismo, e sim entre circuncisão da carne e circuncisão de Cristo e depois entre batismo e sepultamente e ressurreição de Jesus.  Paulo está falando de duas circuncisões. A primeira é física, a segunda é espiritual, "não feita por mão". Uma era exterior, a outra interior. Uma limita-se a um pedaço do prepúcio, a outra tira fora a natureza pecaminosa, expressa na frase "corpo do pecado da carne". Uma é de Abraão ou Moisés, a outra é de Cristo. Pela comparação feita, fica claro que o correspondente neotestamentário da circuncisão não é o batismo, e sim a regeneração, o que aliás é previsto ainda no Antigo Testamento e confirmado no Novo Testamento.

Porque "todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração" (Jr 9:26), Moisés e os profetas já proclamavam "circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração"  (Dt 10:16) e "circuncindai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios do vosso coração" (Jr 4.4). Como a conversão é demandada do homem, porém só possível pela operação divina, assim também a circuncisão espiritual foi prometida, nas palavras "o SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas" (Dt 30:6). O Novo Testamento entende a incircuncisão de coração como a natureza pecaminosa do homem, pois os "homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo" (At 7:51), assim a circuncisão espiritual é a regeneração "circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus" (Rm 2:29). O correspondente neotestamentário da circuncisão não é o batismo, e sim o novo nascimento. "A circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne" (Fp 3:3).

É assim, por exemplo, que os judeus messiânicos entenderam a questão. O Jewish New Testament Commentary parafraseiam a passagem dizendo "vocês gentios foram circuncidados espiritualmente, uma vez que esta é uma circuncisão feita não por mãos humanas... mas pelo Messias" e interpretam "não significa que o batismo substituiu a circuncisão, que os judeus messiânicos podem batizar os seus filhos ao invés de circuncidá-los. Pelo contrário, é que, espiritualmente, os três requisitos para iniciação do gentio prosélito - circuncisão, batismo e sacrifício - agora são cumpridos quando se confia e se une ao Messias". Matthew Henry diz que "em Cristo nós somos circuncidados com a circuncisão feita sem mãos, pela obra da regeneração em nós, isto é, a circuncisão espiritual ou cristã... é a lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo". John Gill diz que a regeneração é a "circuncisão interna, o antítipo e a perfeição da circuncisão na carne". O Dicionário da Bíblia de Almeida declara que a circuncisão "significa a circuncisão espiritual, que resulta numa nova natureza, a qual é livre do poder das paixões carnais e obediente a Deus (Jr 4:4; Rm 2:29; Cl 2:11; Fp 3:3)", no que concorda com várias outras obras de referência consultadas. Até mesmo Calvino, em sua defesa do batismo infantil nas Institutas reconhece que "espiritualmente, já fostes circuncidados no tocante à alma e ao corpo. Tendes, pois, a manifestação da realidade que é muito superior à sombra" e explicando "qual é o verdadeiro sentido desta circuncisão carnal" diz que os os anabatistas afirmam que a "circuncisão foi uma figura da mortificação, não do batismo; o que, certamente, de muito bom grado admito". Em outra parte ele diz "a circuncisão, que denotava a regeneração...".

Mas e a referência a batismo no verso 12? Não implica que ele é o equivalente à circuncisão na dispensação da graça? Penso que não. Já vimos que Paulo não relaciona circuncisão e batismo na passagem, mas compara as duas coisas com outras. A "circuncisão de Cristo" não é uma referência à sua circuncisão aos oito dias de vida, mas à sua morte na cruz. Foi na cruz que Cristo fez o "despojo do corpo dos pecados da carne". Então Paulo relaciona a circuncisão com a morte de Cristo. Dando prosseguimento ao seu raciocínio, faz referência ao batismo, relacionando-o não à morte de Cristo, e sim ao sepultamento e ressurreição. O batismo não é uma representação da morte de Jesus, a Ceia o é mais apropriadamente. Então, para afirmar que os gentios já estavam completos (plenificados) pela morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, Paulo refere-se tanto à circuncisão quanto ao batismo, sendo que a primeira aponta para a morte e o segundo ao sepultamento e ressurreição. Ele não coloca circuncisão e batismo relacionados entre si, nem como equivalentes ou sucedâneos.

Como eu disse acima, os argumentos da aliança e consequentemente do batismo como substituto da circuncisão são os mais sólidos na defesa do batismo de infantes. Porém, eles padecem de pouco apoio escriturísticos, uma teologia bíblica desautoriza o grosso de suas conclusões. Pois nem a teologia da aliança torna necessária o batismo infantil, nem a circuncisão é o antecedente bíblico do batismo, se o tema for desenvolvido a partir de uma teologia bíblica.

Além de depender de uma teologia desenvolvida com a finalidade de justificar o que a Bíblia não prescreve, nem a história prova ter sido a prática apostólica ou da igreja pós-apostólica, a teologia pedobatista acaba por trazer vários problemas, como veremos a seguir.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
O reformadores e o batismo infantil

Martinho Lutero, no auge da Reforma em 1523, escreveu "no futuro, tenciono não permitir que qualquer pessoa tome a comunhão, salvo aqueles que tiverem sido entrevistados e corretamente respondido acerca de sua fé pessoal. O resto será excluído", o que não era outra coisa senão o que os emergentes anabatistas pediam que ele fizesse. Uma igreja de crentes, porém, pedia batismo de crentes. Por isso Lutero cedeu à advertência de seu amigo Melâncton: "pense no rompimento se tivéssemos em nosso meio duas categorias: os batizados e os não batizados. Se o batismo fosse suspenso, veríamos o surgimento de uma forma de vida abertamente pagã para a maioria das pessoas". Na época, parecia certo estabelecer igrejas por força de lei e o batismo de crentes ameaçava isto. "Eles não permitem o batismo de crianças. Dessa forma, põem um fim à autoridade secular", era a acusação contra os anabatistas.

Zwinglio, por sua vez, chegou a confessar: "nada me entristece mais que ter, no presente, que batizar crianças, pois sei que isto não deve ser feito". Romper com o batismo infantil, porém, significava rebelar-se contra as autoridades civis, pois implicava separação entre Igreja e Estado. Por isso Zwinglio ponderava "se eu parasse de praticar o batismo infantil, perderia o meu gabinete". Ele avaliava que ainda não era o momento, pois "se fosse para batizar conforme as determinações de Cristo, não batizaria antes da idade de discernimento, pois não vejo o batismo infantil descrito ou praticado em parte alguma. Mas, hoje em dia, precisamos praticá-lo, para não ofender nossos companheiros". Mais tarde, pressionado, disse que se confundiu nessa questão, substituiu os argumentos bíblicos que usava em favor do batismo de crentes por    analogias teológicas e como acusador de Félix Manz chegou a recomendar "deixe ele, que fala em afundar na água, que afunde". Manz foi executado por afogamento.

Foi Calvino quem apresentou a melhor defesa do batismo infantil, fundamentando-a na prioridade da graça, argumentando que a graça precede tanto o ato como o sinal do batismo. Para ele, o pedobatismo não coloca o homem numa posição errada, mas coloca Deus na posição certa, a de soberano doador da graça. Casado com a viúva de um ministro anabatista, Calvino compreendia os seus argumentos e se dispôs não só a refutá-los mas a recuperar os seus adeptos ao seus sistema eclesiástico. Defendeu a continuidade da aliança, com a mudança do sinal externo da circuncisão para o batismo e assim como bebês eram circuncidados, bebês deviam ser batizados. Também disse que a mudança de vida sucede o batismo, e não o contrário. Em termos de resultados práticos, Calvino foi muito bem sucedido, pois milhares de anabatistas adotaram o pedobatismo na suíça.

Apesar disso, no ano em que Calvino publicou as suas Institutas Meno Simons, ex-sacerdote católico, era batizado por Obbe Phillips. Tudo começou quando Meno assistiu a execução de um anabatista, "decapitado por renovar o seu batismo". Até então, jamais tinha pensado em "rebatismo". Consultou o seu bispo, depois alguns luteranos e até o próprio Martinho Lutero, e todos reconheciam a ausência do batismo infantil nas Escrituras, mas apresentavam razões diferentes para praticá-lo. Finalmente, Meno deixou-se batizar, registrando em sua autobiografia: "Fui iluminado pelo Senhor; fui convertido. Escapei da Babilônia e cheguei a Jerusalém. Rendendo meu corpo e alma ao Senhor, entreguei-me em suas graciosas mãos". Com seu trabalho subsequente, do qual resultaram as igrejas menonitas e muitos dos ensinos batistas, Meno Simons provou na prática, contra os temores de Lutero e Zwinglio e a dúvida de Calvino, que uma "igreja espiritual" pode ser expressa na prática e que o princípio unificador do batismo e da ceia, refletindo o estado íntimo do crente, é uma alternativa melhor que uma igreja estatal ou sacramental.

Apesar dos reformadores magisteriais serem pedobatistas, isto não pode ser visto como prova de que o batismo infantil é a forma correta. Primeiro porque a ênfase deles era a soteriologia, não eclesiologia. Segundo que o batismo era ligado ao Estado mais que a igreja. Renunciar o batismo era renunciar a cidadania e tanto Lutero como Zwinglio não achavam oportuno romper com isso, pois a Reforma era apoiada pelas autoridades civis. Terceiro, embora os expoentes máximos da Reforma mantivessem a prática do batismo como era na igreja romana, havia antes e durante o tempo deles, os que discordavam disso e praticavam o batismo de crentes. Quem sabe se o que passou para a história como sendo a Reforma Radical não tenha sido a reforma necessária?
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Argumentos históricos

Meus irmãos pedobatistas apelam para a antiguidade da prática em sua defesa. Citam Orígenes, que no século III afirma que "a igreja recebeu dos apóstolos a tradição de batizar até mesmo criança pequenas". Outro a quem se recorre é Policarpo, que a caminho da arena para o martírio em 156 d.C. disse que "por 86 anos tenho servido a ele, e ele em nada me maltratou". Outro citado é Justino Mártir, que no século II faz referência a "muitos homens e mulheres com sessenta e setenta anos que haviam sido discípulos de Cristo desde a infância"Em resposta a isso é preciso dizer, de início, que antigüidade não é prova de correção. O gnosticismo prova isso, pois se introduziu na igreja no final da era apostólica e traços dele se mantém até hoje, mas nem por isso deixa de ser uma heresia. Outro detalhe é que excetuando-se o que Orígenes disse no século III, os dois últimos testemunhos dependem de predisposição para serem aplicados ao batismo infantil. "Servir a ele" e "ser discípulo" são tomados como significando "ser batizado". Já as vozes contrárias ao batismo infantil são mais fortes e mais claras nesse mesmo período da história da Igreja.

Tertuliano, bem antes de Orígenes escreveu "nosso Senhor em verdade diz "deixem vir a mim as crianças". Pois, assim, deixem-nas vir, enquanto estiverem crescendo, aprendendo e sendo ensinadas sobre o reino. Deixem que se tornem cristãs quando tiverem capacidade para conhecer a Cristo (...) Permitam que primeiro aprendam a pedir por salvação, antes que você seja visto lhes dando o que pedem". Para os que poderiam ver nisso uma procrastinação da salvação em si, ele conclui que "a fé, deixada incólume, não duvida de sua salvação".

Já vimos no artigo sobre o credobatismo que no Didaquê o batismo é precedido de ensino e jejum. O que está de acordo com Justino Mártir, morto em 163, que escreveu que o batismo é administrado "a todos que são convencidos e crêem ser verdadeiras as doutrinas da igreja, esforçando-se por ser capaz de viver de modo compatível". O batismo é precedido de oração e jejum por parte dos candidatos e da congregação. Nos dias de Hipólito, que escreveu a Tradição Apostólica, "o batismo é precedido de unção com óleo e oração e seguido de perguntas sobre o credo apostólico, com nova unção com óleo e imposição de mãos por parte dos bispos e orações". Através de Cirilo de Jerusalém o batismo foi adornado com muitas outras práticas, mas ainda se dizia "você que deseja ser batizado, ele está pronto para trazê-lo por meio do Espírito Santo à presença do Pai". Cipriano de Cartago, na metade do século III, foi o primeiro teólogo a afirmar, de forma clara e inequívoca a regeneração batismal e a necessidade do batismo infantil para a salvação.

Embora Alister McGrath diga que devemos manter uma "incerteza genuína com relação às razões históricas, quanto às causas sociais e teológicas dessa prática", a verdade é que se o batismo infantil foi praticado no início da história da igreja, o foi como exceção combatida e não como regra estabelecida. O fato geralmente reconhecido é que nos primeiros trezentos anos da história da Igreja o batismo de crentes era a regra. E mesmo nos séculos IV e princípios do século V, quando o batismo infantil ganhava terreno, havia um contramovimento pela postergação do batismo. O pedobatismo só se impôs como regra na igreja romana a partir de Agostinho, favorecido por uma visão sacramental do mesmo.

A prática do batismo infantil por parte dos reformadores  também nos é apresentada como uma evidência de que o mesmo é correto. De fato, Lutero, Zwinglio e Calvino continuaram pedobatistas. Mas com a possível exceção deste último, as razões eram mais práticas que teológicas, como veremos a seguir.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Argumentos bíblicos para o batismo infantil 

É um ponto pacífico que não há nenhuma referência bíblica direta ao batismo infantil. Isto não é conclusivo, mas deveria provocar alguma reflexão por parte dos irmãos que o defendem como norma para a igreja. Muitos enxergam indícios bíblicos do batismo de infantes em algumas passagens e temos que levá-los em consideração no estudo do tema.

O mais utilizado certamente são as referências aos "batismos de casas", como os de Lídia (At 16:15), do carcereiro filipense (At 16:33), de Estéfanas (1Co 1:16). Argumenta-se que é inconcebível que em todos esses lares, e outros referidos, não houvesse nenhum bebê e, caso houvesse, a cultura grega e romana demandariam que fossem batizadas junto com o chefe de família. Note-se, de início, que este argumento baseia-se no silêncio. O fato da Bíblia não dizer alguma coisa não prova essa coisa. Devemos considerar, também, que o conceito bíblico de casa não é equivalente à família, pois era bem mais abrangente que pais e filhos e incluía escravos, empregados, subordinados, agregados, etc. Se bebês devem ser batizados porque casas inteiras o foram, então empregados e pessoas sob ordens de crentes  de hoje também podem e devem ser batizados.

Outro argumento bíblico apresentado é a passagem bíblica em que Jesus diz "deixem vir a mim as crianças, não as impeçam" (Mc 10:13-16, cf Mt 18:3; 19:13-15; Lc 18:15-17). Argumentam que o batismo é imperativo para crianças e que os credobatistas são culpados de impedir bebês de irem a Jesus. Porém, a passagem nem de longe está tratando de batismo, e se elas oferecem algum apoio através de paralelo é à prática batista de levar filhos para serem apresentados na igreja. Jesus "impôs-lhes as mãos e as abençoou" (Mc 10:16), não aspergiu água nelas, não as batizou, nem os seus discípulos o fizeram. Acrescente-se também que o termo traduzido criança em Marcos e Mateus tanto pode se referir a bebês como a crianças maiores. É usada, por exemplo, para se referir a uma criança de doze anos (Mc 5:40) e aos próprios apóstolos (Jo 21:15) e embora o termo empregado por Lucas signifique literalmente bebê, o "vinde a mim" parece implicar certa idade.

Ainda uma outra passagem utilizada em apoio do batismo infantil é 1Co 7:14, que diz que o "o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; doutra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos". Sendo os filhos de pais crentes santos, devem ser batizados. Porém, essa visão também cria mais problemas que soluções. Pois neste caso, como o marido descrente também é santificado pela mulher, deveria ser batizado também.

Em resumo dessa seção pode ser dito que enquanto que o batismo de crente é referido diretamente, através de prescrições e exemplos, o pedobatismo carece de qualquer base bíblica sólida, sobrevivendo às custas de referências indiretas fora do contexto de batismo e de pressuposições inseridas onde a Bíblia silencia.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Por que não advogo o batismo infantil, bastante comum em meios reformados? Positivamente, porque creio que o ensino e os exemplos bíblicos implicam o batismo de crentes, conforme demonstrei no artigo "Por que sou credobatista?". Negativamente, porque depois de analisar os argumentos em favor do batismo infantil concluo que são inconsistentes e incapazes de demonstrar que a prática da igreja apostólica era a de batizar recém-nascidos, e que trazem mais prolemas que respostas. No que segue, procuramos analisar os argumentos mais comuns.


Diferentes pedobatismos


O batismo é o primeiro das duas ordenanças ou sacramentos revelados no Novo Testamento. É um ritual comandado por Deus e consiste de um sinal visível da graça de Deus, acompanhado de promessa divina. Há diferenças entre batismo de adultos e batismo de crianças, e diferenças próprias nas concepções dos que adotam este último. Para os católicos romanos e a igreja ortodoxa, o batismo oferece as funções normais ou meios ordenados para a regeneração. Tanto para luteranos como para reformados, o batismo é visto como sinal ou selo do pacto da graça, mas os luteranos afirmam que as crianças não participam da aliança até que sejam batizadas, já os reformados crêem que a aliança precede o batismo. Os metodistas ensinam que todas as crianças foram redimidas por Cristo, e portanto estão aptas ao batismo, apesar de John Wesley não hesitar em rebatizar os que não haviam sido batizados na Igreja da Inglaterra.


Nota: considerando o tamanho do artigo, publicarei em partes, nesta semana.
domingo, 4 de abril de 2010
Reprovação

Além disto, a Sagrada Escritura, muito especialmente, ilumina a eterna e imerecida graça da nossa eleição e a torna mais clara a nós, em que testifica que nem todas as pessoas foram escolhidas, mas que algumas não foram escolhidas ou foram deixadas fora da eterna eleição de Deus. — Aqueles sobre os quais Deus tomou, com base em sua plena soberania, e em seu mui justo, impecável, e imutável juízo, a seguinte decisão: Deixá-los na miséria comum na qual, pelo seu próprio erro, eles mergulharam a si mesmos; e não conceder-lhes a fé salvadora e a graça da conversão; mas finalmente condená-los e eternamente puni-los (tendo sido deixados em seus próprios caminhos e sob seu justo julgamento), não somente por sua incredulidade, mas também por todos os seus outros pecados, de modo a mostrar a sua justiça. E esta decisão de reprovação, de modo algum faz de Deus o autor do pecado (um pensamento blasfemo!), mas ao contrário, o faz o temível, irrepreensível, e justo juiz e vingador.

E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição Rm 9:22

Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz 1Pe 2:8

O qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos. At 14:16

Respostas à Doutrina da Reprovação

Aqueles que ainda não experimentaram ativamente em seu próprio ser a fé vivificante em Cristo ou uma segura confiança em seu coração, a paz de consciência, o zelo pela obediência filial, e a glória em Deus através de Cristo, mas que, todavia, se utilizam dos meios pelos quais Deus tem prometido operar estas coisas em nós: — tais pessoas não devem se alarmar com a menção da reprovação, nem contar a si mesmos entre os reprovados; ao contrário devem continuar diligentemente com o uso destes meios, desejando fervorosamente um tempo de graça mais abundante, e aguardando por ele em reverencia e humildade. Por outro lado, aqueles que desejam seriamente converter-se a Deus, que desejam estar agradando somente a ele, e se livrar do corpo da morte, mas que ainda não são capazes de fazer tal progresso pelo caminho da santidade e da fé como gostariam: — tais pessoas, muito menos, devem temer a doutrina da reprovação, já que nosso misericordioso Deus tem prometido que não irá apagar o pavio fumegante e que não irá quebrar a cana trilhada. Contudo, aqueles que têm-se esquecido de Deus e do seu Salvador Jesus Cristo e têm-se abandonado inteiramente aos cuidados do mundo e aos prazeres da carne: — tais pessoas têm todas as razões para permanecerem temendo esta doutrina, enquanto seriamente não se voltarem a Deus.

Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta. Tg 2:26

Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco. 2Co 1:12

E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação. Rm 5:11

Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne. Fl 3:3

Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Rm 7:24

Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Is 42:3

Não esmagará a cana quebrada, E não apagará o morrão que fumega, Até que faça triunfar o juízo Mt 12:20

E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera Mt 13:22

Porque o nosso Deus é um fogo consumidor. Hb 12:29