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segunda-feira, 31 de março de 2014
Jesus fala com a cidade de Jerusalém. A cidade que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados. Jesus disse: “Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas, mas vós não quisestes” (Mt 23:27).

A ilustração aqui é esta: Uma galinha tem seus pintinhos ao seu redor mas, voando lá no alto há uma águia que vai mergulhar e pegar um dos pintinhos e o matar. A galinha vem correndo para os seus pintinhos, abre suas asas e os pintinhos correm e se refugiam debaixo das asas da sua mãe que fecha as asas para protegê-los. Lá está tudo completamente escuro e os pintinhos não podem ver nada e estão seguros junto ao corpo seguro e aquecido da mamãe. O mundo de perigo está longe deles e eles não podem ver o perigo porque a mamãe vai resolver tudo. Os pintinhos estão dependendo de sua mãe e se sentem completamente seguros. Jesus fala como uma pessoa divina e infinita e diz que vai abrir suas asas infinitas e reunir cidades inteiras até os confins da terra; Jesus tem a capacidade de reunir todos debaixo de suas asas infinitas.

Isso é a grande benignidade do Senhor Jesus que é manifestada e declarada na pregação do Evangelho. Não é uma proclamação que revela Seu propósito eterno de salvar a todas as pessoas, pelo contrário, é uma declaração de Sua vontade revelada. É uma proposta condicional. Quando os pecadores confiarem em Cristo, o Senhor estará disposto e preparado para salvá-los. Se rejeitarem a Cristo e não demonstrarem desejo de vir até Ele, no dia do juízo uma parte da condenação deles será porque viram e ouviram tamanha benignidade tendo o evangelho sido colocado à sua frente e tendo-lhes sido feito o convite de vir a Cristo, mas o rejeitaram. Eles serão condenados por causa desta rejeição também. 

Paulo diz em Romanos 1:21 que eles serão condenados por causa do pecado da ingratidão: “porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu”. Você não é ingrato para com um ato que não é misericordioso, mas a ingratidão acontece quando alguém fez um ato de misericórdia, um ato de benignidade para com você e você não lhe é grato.

Sherman Isbell
In: A bondade de Deus e a relutância humana
domingo, 30 de março de 2014
Cremos que o Pai, por seu Verbo - quer dizer: por seu Filho -, criou, do nada, o céu, a terra e todas as criaturas, quando bem Lhe aprouve [l]. A cada criatura Ele deu sua própria natureza e forma e sua própria função para servir ao seu Criador. Também, Ele ainda hoje sustenta todas essas criaturas e as governa segundo sua eterna providencia e por seu infinito poder, para elas servirem ao homem, a fim de que o homem sirva a seu Deus.

Ele também criou bons os anjos para serem seus mensageiros e servirem aos eleitos [2]. Alguns deles caíram na eterna perdição [3], da posição excelente em que Deus os tinha criado, mas os outros, pela graça de Deus, perseveraram e continuaram em sua primeira posição. Os demonios e os espíritos malignos são tão corrompidos que são inimigos de Deus e de todo o bem [4]. Como assassinos, com toda a sua força, estão a espreita da igreja e de cada um de seus membros, para demolir e destruir tudo com sua astúcia [5]. Por isso, por causa de sua própria malícia, estão condenados a maldição eterna e aguardam, a cada dia, seus tormentos terríveis [6].

Neste ponto, rejeitamos e detestamos o erro dos saduceus que negam a existência de espíritos e de anjos [7]; também o erro dos maniqueus que dizem que os demônios têm sua origem em si mesmos e são maus por natureza; eles negam que os demônios se corromperam.

1 Gn 1:1; Gn 2:3; Is 40:26; Jr 32:17; Cl 1:15,16; lTm 4:3; Hb 11:3; Ap 4:11. 2 Sl 103:20,21; Mt 4:11; Hb 1:14. 3 Jo 8:44; 2Pe 2:4; Jd :6. 4 Gn 3:1-5; lPe 5:8. 5 Ef 6:12; Ap 12:4,13-17; Ap 20:7-9. 6 Mt 8:29; Mt 25:41; Ap 20:10. 7 At 23:8.

Confissão de Fé Belga
Artigo 12
sábado, 29 de março de 2014
Todo estudante das escrituras sabe que Deus exige que se adore somente a Ele. Adorar a qualquer outro ser ou coisa constitui idolatria (Ex 20:3-6; Dt 6:13-15). Jesus reconheceu essa verdade durante Sua vida terreba. Lembre-se que, quando foi tentado por Satanás, Cristo respondeu: "Está escrito: 'ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás'" (Mt 4:10). De modo que teria sido desonesto que Jesus tivesse aceitado adoração dos homens a menos que Ele fosse Deus e, portanto, merecedor dessa adoração.

O certo é que Jesus aceitou ser adorado como somente Deus deve ser adorado. Os sábios do Oriente, quando vieram ver o Rei que havia nascido, "prostrando-se, O adoraram" (Mt 2:11). Os discípulos que estavam a ponto de perecer no mar da Galileia e foram resgatados pelo Senhor "vieram e Lhe adoraram, dizendo: 'verdadeiramente és Filho de Deus'" (Mt 14:33). O cego de nascimento a quem jesus curou, também se prostrou e adorou o Senhor (Jo 9:38). As mulheres a quem Jesus se manifestou depois de Sua ressurreição, "abraçaram seus pés e o adoraram" (Mt 28:9). Antes de Sua ascenção à glória, Jesus se reuniu com Seus discípulos no Monte das Oliveiras e eles O adoraram (Lc 24:52).

É importante notar que em nenhuma das ocasiões mencionadas houve protesto algum por parte de Jesus. Aquele que havia vindo cumprir a Lei haveria violado o primeiro mandamento do Decálogo se tivesse sido um simples homem. A realidade é que Cristo aceitou ser adorado porque, como Deus, Ele é digno de tal honra.

E. L. Carballosa
La deidad de Cristo
Tradução: Cinco Solas
domingo, 23 de março de 2014
Cremos e confessamos, também, que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, desde a eternidade. Ele não foi feito, nem criado, nem gerado; mas procede de ambos [1].

Na ordem, Ele é a terceira pessoa da Trindade, de igual substância, majestade e glória do Pai e do Filho, verdadeiro e eterno Deus, como nos ensinam as Sagradas Escrituras [2].

1 Jo 14:15-26; Jo 15:26; Rm 8:9. 2 Gn 1:2; Mt 28:19; At 5:3,4; lCo 2:10; 1Co 6:11; 1Jo 5:6.

Confissão de Fé Belga
Artigo 11
sábado, 22 de março de 2014
Embora desejando não dever nada a ninguém, por isso, com sincera apreciação do que é nobre nestas tentativas, estou plenamente firme em minha convicção de que nenhuma ajuda deve ser esperada deste quartel. Uma Teologia que virtualmente destrói a autoridade das Santas Escrituras como um livro sagrado; que nada vê no pecado exceto uma falta de desenvolvimento; que reconhece Cristo como nada mais que um gênio religioso de importância central; que vê a redenção como simples reversão de nosso modo subjetivo de pensar; e que se satisfaz num misticismo dualisticamente oposto ao mundo do intelecto, - uma Teologia como esta é semelhante a uma represa cedendo diante do primeiro assalto da maré invasora. É uma Teologia sem controle sobre o povo, uma quase religião, absolutamente impotente para restaurar até mesmo a uma firmeza temporária nessa triste vacilante vida moral.

Abraham Kuyper
In: Calvinismo.
sexta-feira, 21 de março de 2014
As Escrituras nos dizem três coisas a respeito da natureza de Deus. Primeira, "Deus é espírito" (João 4:24). No grego não há artigo indefinido. Dizer "Deus é um espírito" é sumamente repreensível, pois O coloca na mesma classificação de outros seres. Deus é "espírito" no sentido mais elevado. Como é "espírito", é incorpóreo, não tem substância visível. Tivesse Deus um corpo tangível, não seria onipresente, estaria limitado a um lugar; sendo "espírito", enche os céus e a terra. Segunda, "Deus é luz" (1 João 1:5), o que é oposto às trevas. Nas Escrituras as "trevas" representam o pecado, o mal, a morte; a "luz" representa a santidade, a bondade, a vida. "Deus é luz" significa que Ele é a soma de todas as excelências. Terceira, "Deus é amor" (1 João 4:8). Não é simplesmente que Deus ama, porém que ê amor mesmo. O amor não é meramente um dos Seus atributos, mas sim Sua própria natureza,

Muitos hoje falam do amor de Deus, mas são completamente alheios ao Deus de amor. Comumente se considera o amor divino como uma espécie de fraqueza amável, uma certa indulgência boazinha; fica reduzido a um sentimento enfermiço, modelado nas emoções humanas. Pois bem, a verdade é que nisto, como em tudo mais, os nossos pensamentos precisam ser formulados e regulados por aquilo que é revelado nas Escrituras Sagradas. Que há urgente necessidade disto transparece não só na ignorância que geralmente prevalece, mas também no baixo nível de espiritualidade atual que lamentavelmente se evidencia entre os cristãos professos. Quão pouco amor genuíno a Deus existe! Uma das principais razões disso é que os nossos corações pouco se ocupam com o Seu maravilhoso amor por Seu povo. Quanto melhor conheçamos o Seu amor — sua natureza, sua plenitude, sua bem-aventurança — mais os nossos corações serão impelidos a amá-1O.

1. O amor de Deus é imune de influência alheia. Queremos dizer com isso que não há nada nos objetos do Seu amor que possa colocá-lo em ação, e não há- nada na criatura que possa atraí-lo ou impulsioná-lo. O amor que uma criatura tem por outra deve-se a algo existente nelas; mas o amor de Deus é gratuito espontâneo e não causado por nada nem por ninguém. A única razão pela qual Deus ama alguém acha-se em Sua vontade soberana: "O Senhor não tomou prazer em vós,  nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vos éreis menos em número do que todos os povos: mas porque o Senhor vos amava" (Deuteronômio 7:7-8), Deus amou o Seu povo desde a eternidade e, portanto, a criatura nada tem que possa ser a causa daquilo que se acha em Deus desde a eternidade. Seu amor provém dEle próprio: "... segundo o seu próprio propósito..." (2 Timóteo 1:9).

"Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro" (1 João 4:19). Deus não nos amou porque nós O amávamos, mas nos amou antes de nós termos uma só partícula de amor por Ele. Se Deus nos tivesse amado em resposta ao nosso amor, então o Seu amor não seria espontâneo; mas visto que Ele nos amou quando nós não O amávamos, é claro que o Seu amor não foi influenciado. Para que se honre a Deus, e se firme o coração do Seu Filho, é altamente importante que entendamos com absoluta clareza esta verdade preciosa. O amor de Deus por mim e por todos e cada um dos que são "Seus" não foi movido nem motivado por coisa nenhuma em nós. Que havia em mim que atraiu o coração de Deus? Absolutamente nada. Ao contrário, porém, havia tudo para O repelir, tudo na medida para levá-lO a detestar-me — sendo eu pecador, depravado, corrupto, sem "nenhum bem" em mim.

"O que existia em mim que merecesse estima
ou desse algum prazer ao Criador?
Fosse assim mesmo, ó Pai, eu sempre cantaria
por veres algo bom em mim, Senhor."

2. É eterno. Necessariamente, Deus é eterno, e Deus é amor; portanto, como Deus não teve princípio, Seu amor também não teve. Mesmo concedendo que esse conceito transcende o alcance das nossas frágeis mentes, contudo, quando não podemos compreender, podemos inclinar-nos em adoração. Como é claro o testemunho de Jeremias 31:3: "... com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí"! Que bem-aventurança saber que o grandioso e santo Deus amava o Seu povo antes do céu e a terra terem sido chamados à existência, que Ele pusera o Seu coração neles desde toda a eternidade! Esta é uma prova clara de que o Seu amor é espontâneo, pois Ele os amou eras sem fim, antes de sequer existirem!

A mesma verdade preciosa é exposta em Efésios 1:4-5: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade; e nos predestinou..." (ou, na versão empregada pelo autor, "Havendo-nos predestinado em amor"). Que de louvores isto deveria evocar de cada um dos Seus filhos! Que tranqüilidade para o coração saber que, uma vez que o amor de Deus por mim não teve começo, certamente não terá fim! Se é certo que "de eternidade a eternidade" Ele é Deus, e é "amor", então é igualmente certo que "de eternidade a eternidade" Ele ama a Seu povo.

3. É soberano. Isso também é evidente em si mesmo. Deus é soberano, não deve obrigação a ninguém; Ele é Sua própria lei e age sempre de acordo com a Sua vontade dominadora. Assim, pois, se Deus é soberano e é amor, infere-se necessariamente que o Seu amor é soberano. Porque Deus é Deus, faz o que Lhe agrada; porque é amor, ama a quem Lhe apraz. Eis a Sua própria afirmação expressa: "... amei Jacó e aborreci Esaú" (Romanos 9:13). Em Jacó não havia mais razão do que em Esaú para ser objeto do amor divino. Ambos tinham os mesmos pais e, gêmeos que eram, nasceram na mesma hora. Contudo, Deus amou um e aborreceu o outro. Por que? Porque assim Lhe aprouve.

A soberania do amor de Deus infere-se necessariamente do fato de que nada do que há na criatura o influencia. Portanto, afirmar que a causa do Seu amor está em Deus é outro modo de dizer que Ele ama a quem Lhe apraz. Por um momento, suponha o oposto. Suponha que o amor de Deus fosse governado por outra coisa que a Sua vontade, caso em que Ele amaria seguindo alguma norma e, amando por alguma norma, Ele estaria subordinado a uma lei do amor e, então, longe de ser livre, Deus seria governado por uma lei. "Em amor nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo" — o quê? Alguma virtude que previu neles? Não. O que, então? — "...  segundo o beneplácito de sua vontade" (Efésios  1:4-5).

4. É infinito. Em Deus tudo é infinito. Sua essência enche os céus e a terra. Sua sabedoria não sofre nenhuma limitação, porquanto Ele conhece todas as coisas, do passado, do presente e do futuro. Seu poder é ilimitado, pois não há nada difícil demais para Ele. Assim, o Seu amor é sem limite. Há nele uma profundidade que ninguém consegue sondar; há nele uma altitude que ninguém consegue escalar; há nele uma largura e um comprimento que desdenhosamente desafiam a medição feita por todo e qualquer padrão humano. É declarado belamente em Efésios 2:4: "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou". A palavra "muito" aqui faz paralelo com a expressão "... Deus amou... de tal maneira..." (João 3:16), Diz-nos que o amor de Deus é tão transcendental que não pode ser avaliado.

"Nenhuma língua pode expressar plenamente a infinidade do amor de Deus, e nenhum intelecto pode compreendê-lo: '... excede todo o entendimento...' (Efésios 5:19). As idéias mais amplas que nossa mente finita possa conceber acerca do amor divino, estão infinitamente abaixo da sua verdadeira natureza. O céu não se acha tão distante da terra como a bondade de Deus está além das mais elevadas concepções que somos capazes de formular dela. A bondade divina é um oceano que se avoluma e se torna mais alto do que todas as montanhas de oposição nos que são objetos dela. E uma fonte da qual dimana todo o bem necessário aos que a ela estão ligados" (John Brine, 1743).

5. E imutável. Como em Deus "... não há mudança nem sombra de variação" (Tiago 1:17), assim o Seu amor não conhece mudança nem diminuição. O verme Jacó dá-nos enfático exemplo disto: "Amei Jacó", declarou Jeová, e, a despeito de toda a sua incredulidade e obstinação, Ele nunca deixou de amá-lo. João 13:1 oferece-nos outra bela ilustração. Precisamente naquele noite um dos apóstolos diria "... mostra-nos o Pai..."; outro O negaria soltando maldições; todos se escandalizariam por causa dEle e O abandonariam. Todavia, "... como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até ao fim". O amor divino não se rende às vicissitudes. O amor divino é "... forte como a morte ... as muitas águas não poderiam apagar este amor..." (Cantares de Salomão 8:6-7). Nada nos pode separar dele: Romanos 8:35-39.

"Seu amor não se mede e não conhece fim,
nada pode mudá-lo, nem seu curso.
Eternamente o mesmo, sem cessar dimana
do manancial eterno."

6. É santo. O amor de Deus não é regulado por capricho, paixão ou sentimento, mas por princípio. Exatamente como a Sua graça reina, não às suas expensas, mas "pela justiça" (Romanos 5:21), assim o Seu amor nunca entra em conflito com a Sua santidade. Que "Deus é luz" (1 João 1:5) se menciona antes de dizer-se que "Deus é amor" (1 João 4:8). O amor de Deus não é mera fraqueza boazinha, nem brandura efeminada. As Escrituras declaram: "... o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho" (Hebreus 12:6). Deus não tolerará o pecado, mesmo em Seu povo. O Seu amor é puro, e não se mistura com nenhum sentimentalismo piegas.

7. É pleno de graça. O amor e o favor de Deus são inseparáveis. Esta verdade é exposta claramente em Romanos 8:32-39. O que é esse amor, do qual,nada nos pode -separar, percebe-se facilmente pelo propósito e alcance do contexto imediato: é aquela boa vontade ou beneplácito e graça de Deus que O determinou a dar Seu Filho pelos pecadores. Esse amor foi o poder impulsivo da encarnação de Cristo: "... Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito..." (João 3:16). Cristo morreu, não para fazer com que Deus nos amasse, mas porque Ele amava o Seu povo. O Calvário é a suprema demonstração do amor divino. Leitor cristão, sempre que você for tentado a duvidar do amor de Deus, volte ao Calvário.

Há aqui, pois, farta causa para confiança e paciência sob a aflição debaixo da mão de Deus. Cristo era amado pelo Pai, porém Ele não foi eximido de pobreza, humilhação e perseguição. Cristo teve fome e sede. Assim, quando Cristo permitiu que os homens cuspissem nEle e O golpeassem, isso não foi incompatível com o amor de Deus por Ele. Portanto, que nenhum cristão questione o amor de Deus quando passar por aflições e provações. Deus não enriqueceu a Cristo na terra com prosperidade temporal, pois Ele não tinha "... onde reclinar a cabeça" (Mateus 8:20). Mas Deus Lhe deu o Espírito sem medida (João 3:34). Aprenda o cristão, pois, que as bênçãos espirituais são os principais dons do amor divino. Que bênção saber que, ao passo que o mundo nos odeia, Deus nos ama!

A. W. Pink
In: Os Atributos de Deus.
domingo, 16 de março de 2014
Cremos que Jesus Cristo, segundo sua natureza divina, é o único Filho de Deus [1], gerado desde a eternidade. Ele não foi feito, nem criado - pois, assim, Ele seria uma criatura, - mas é de igual substância do pai, co-eterno, "o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser" (Hebreus 1:3), igual a Ele em tudo [2].

Ele é o Filho de Deus, não somente desde que assumiu nossa natureza, mas desde a eternidade [3], como os seguintes testemunhos nos ensinam, ao serem comparados uns aos outros:

Moisés diz que Deus criou o mundo [4], e o apóstolo João diz que todas as coisas foram feitas por intermédio do Verbo que ele chama Deus [5]. O apóstolo diz que Deus fez o universo por seu Filho [6] e, também, que Deus criou todas as coisas por meio de Jesus Cristo [7]. Segue-se necessariamente que aquele que é chamado Deus, o Verbo, o Filho e Jesus Cristo, já existia, quando todas as coisas foram criadas por Ele. O profeta Miquéias, portanto, diz: "Suas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Miquéias 5:2); e a carta aos Hebreus testemunha: "Ele não teve princípio de dias, nem fim de existência" (Hebreus 7:3).

Assim, Ele é o verdadeiro, eterno Deus, o Todo-poderoso, a quem invocamos, adoramos e servimos.

1 Mt 17:5; Jo 1:14,18; Jo 3:16; Jo 14:1-14; Jo 20:17,31; Rm 1:4; Gl 4:4; Hb 1:1; lJo 5:5,9-12. 2 Jo 5:18,23; Jo 10:30; Jo 14:9; Jo 20:28; Rm 9:5; Fp 2:6; Cl 1:15; Tt 2:13; Hb 1:3; Ap 5:13. 3 Jo 8:58; Jo 17:5; Hb 13:8. 4 Gn 1:1. 5 Jo 1:1-3. 6 Hb 1:2. 7 1Co 8:6; Cl 1:16.

Confissão de Fé Belga
Artigo 10
quarta-feira, 12 de março de 2014
Hoje, ouvi de uma pessoa - muito simpática, atenciosa e certamente seguidora de Cristo - o seguinte comentário a respeito de um culto por que participamos durante a manhã: "Aqui há uma boa valorização da Palavra e da doutrina, mas a liturgia é muito 'fechada' e o Espírito Santo não tem liberdade para agir" (parafraseando). Estávamos em uma paróquia protestante.

Essa declaração me fez recordar as inúmeras semelhantes que já ouvi, geralmente, de irmãos carismáticos. "Este culto é muito mecânico", "tanta doutrina atrapalha o agir do Espírito Santo", "aqui não há espaço para o Espírito trabalhar", etc. Mas será que essas declarações estão corretas à luz da Escritura? Será que tais afirmações são portadoras de uma compreensão acurada sobre o Espírito de Deus, sobre a instrumentalidade da Palavra e sobre a teologia do culto? A resposta é: não. E eis algumas razões que justificam meu parecer.

Primeiramente, Deus é um ser todo-poderoso. Ele é onipotente. Nada e ninguém pode limitá-lo, cerceá-lo, restringi-lo, manietá-lo, conduzi-lo, impedi-lo, atrasá-lo ou influenciar sua operação de qualquer maneira, em qualquer nível. Isaías 46.10 diz: "... Meu propósito permanecerá em pé, e farei tudo o que me agrada", e no v. 11 completa: "Do oriente convoco uma ave de rapina; de uma terra bem distante, um homem para cumprir o meu propósito. O que eu disse, isso eu farei acontecer; o que planejei, isso farei". E Deus diz, em Isaías 43.13: "Agindo eu, quem o pode desfazer?”. Diante desses poderosos testemunhos bíblicos e, lembrando que o Espírito Santo é Deus, resta ainda algum espaço para defendermos uma posição na qual o Espírito - o próprio Deus - está limitado por alguma situação em particular? É claro que não! Como poderia o Deus criador de todas as coisas, inclusive da nova vida aos pecadores espiritualmente mortos, ver-se "limitado" por qualquer coisa? Uma obra muito mais difícil de ser concebida pela mente humana, a de dar nova vida a pessoas mortas em seus pecados e delitos (Ef 2.1), nós conseguimos aceitar pela fé, por que não haveríamos de aceitar o fato de que nada pode impedir e nem mesmo dificultar a operação do Santo Espírito de Deus? Segue-se que o Espírito opera quando quer, como quer, independentemente de nossa permissão[1]. Liturgias mais elaboradas e menos "intuitivas" não restringem o agir do Espírito Santo de maneira alguma. Nem circunstancialmente nem ontologicamente o Espírito do Senhor é ou pode ser limitado.

Em segundo, a Palavra de Deus, bem como a doutrina por ela revelada são os principais e maiores instrumentos de santificação do qual o Espírito se vale para operar nos corações e mentes dos regenerados. Jesus, em João 15.3 diz: "Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado". O texto de Efésios 6.17 nos diz que a Palavra é a espada do Espírito, o instrumento empregado por Ele. A segunda carta de Pedro diz: "Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça" (1.4); e sabemos que as mencionadas promessas, neste contexto, são figuras para toda a Palavra de Deus. Pedro também diz: "Agora que vocês purificaram a sua vida pela obediência à verdade..." (1Pe 1.22); lembrando também que a verdade objetiva só pode ser encontrada na Escritura Sagrada, como revelação especial de Deus para nós. Portanto, uma conclusão é inevitável aqui: a Palavra de Deus não somente NÃO atrapalha o agir do Espírito Santo como, justamente ao contrário, o consolida e torna eficaz. Um crente só é santificado pela instrumentalidade da Palavra sob a operação do Espírito. Um crente só é aperfeiçoado na consciência do evangelho mediante a Palavra de Deus, que imprime significado e promove contraste objetivo na interpretação dos fatos e conceitos. Logo, a carga doutrinária de um culto está diretamente ligada às possibilidades de transformação VERDADEIRA de caráter nas pessoas. Um culto repleto de atividade musical, manifestações emotivas e participações livres e espontâneas podem agradar a uns que carecem de uma maior "interatividade", por assim dizer, mas não são eficientes para a operação de santificação dos salvos e, portanto, não podem ser considerados como verdadeiros cultos a Cristo. Uma verdadeira e transformadora reunião precisa ser, do início ao fim, pautada e imbuída na Palavra do Senhor, com forte conteúdo doutrinário e sólido ensino na sã doutrina.

Portanto, voltando à afirmação de que um culto bem organizado liturgicamente e fundamentado no ensino inibe o agir do Espírito Santo, concluímos que tal assertiva é deveras equivocada. Com efeito, essas características não apenas não podem limitar a operação do Espírito Santo como são os verdadeiros conduintes da ação santificadora da Terceira Pessoa. Correndo o risco de me repetir, reafirmo algo em que venho insistido: não existe vida espiritual à parte da Escritura como ferramenta de aperfeiçoamento empregada pelo Espírito.
____________
Notas

1. O fato de o Espírito Santo ser soberano em seu agir não significa que não exista ummodus operandi passível de identificação em suas operações, segundo a Escritura. Deus é absolutamente soberano, porém, revelou a nós as formas usuais pelas quais opera.

Paulo Ribeiro
terça-feira, 11 de março de 2014
De maneira objetiva, podemos definir assim:

Cristão é aquele que segue a Jesus Cristo, segundo o Evangelho, e define a Sua pessoa em conformidade com a revelação bíblica. De uma maneira didática, suas crenças devem ser norteadas pelos credos históricos como o Credo Apostólico, Niceno, Atanasiano e de Calcedônia, se não quiser cair em erros doutrinários a respeito da divindade e se perder eternamente.

Protestante é aquele cristão que está convencido dos Cinco Solas (Somente) – Somente a Escritura, Somente Cristo, Somente a Fé, Somente a Graça e a Glória Somente a Deus. Ele não compactua com nada que dilua esses postulados.

Reformado é o cristão protestante que subscreve toda teologia de alguma Confissão de Fé Reformada, que obviamente inclui os Cinco Pontos do Calvinismo, a “Tulip”. A Teologia Reformada é norteada pela doutrina da Aliança.

Calvinista é o qualquer cristão que adere aos Cinco Pontos do Calvinismo, codificados explicitamente pelo Sínodo de Dort, onde defende a Depravação Total, a Eleição Incondicional, a Expiação Limita, a Graça Irresistível e a Perseverança dos Santos. O calvinista (e o reformado) não olha aos seus intuitos lógicos, mas primeiro para a Escritura.

Obviamente, o cristianismo verdadeiro só pode ser visto no Protestantismo Fiel e Ortodoxo. Portanto, nem Catolicismo, nem Adventismo, nem Jeovismo, nem Mormonismo, nem Espiritismo, nem Unicismo, nem Teologia Liberal, nem Universal ou Mundial, são igrejas de Deus.

Autor: Luciano Sena

Nota do Editor.: Não existe nenhuma instituição com autoridade para aprovar definições como as acima, por isso não podem ser tomadas como absolutas. Mas elas expressam o entendimento deste blog.
segunda-feira, 10 de março de 2014
O vídeo abaixo foi postado recentemente no canal YouTube e divulgado no Facebook. Houve quem o considerado um “show” e afirmado “é isso mesmo”. O vídeo é uma sátira dirigida aos calvinistas, e pretende ser engraçado. De minha parte não achei graça nenhuma nele. Eis os motivos:

Mal representa o calvinismo. O calvinismo representado no vídeo não é o calvinismo dos reformadores, nem os das igrejas confessionais, das teologias sistemáticas calvinistas e dos calvinistas modernos. Desconheço qualquer ramo do calvinismo que faça afirmações como algumas das colocadas na boca do “calvinista” do vídeo. Ou o autor do vídeo ignora o que seja e ensine o calvinismo ou então é um mentiroso que não se preocupa em exercer um papel feito pelo Diabo desde o princípio. Nem um caso, nem outro, é motivo para rir.

Ridiculariza o arminianismo. Os arminianos esforçam-se para que o arminianismo seja levado a sério, alguns desejando inclusive ser reconhecidos como membros da comunidade reformada. Mas será difícil que alguém os leve a sério se eles mesmo não se levarem, expondo seus pontos de vista de forma séria e responsável. Para isso, um vídeo como esse não ajuda em nada, se alguém pensar que este é o tipo de resposta que tem a oferecer ao calvinismo.

Inviabiliza um debate sério. É impossível tentar responder seriamente a um vídeo como esse. E é impossível a partir dele evoluir para um troca de ideias sobre os elevados temas das doutrinas da salvação. Só tentar esclarecer as más representações feitas no vídeo já significa dar a ele uma importância que não merece.

Viola o terceiro mandamento. Os motivos acima podem ser relativizados ou mesmo desconsiderados, por serem desimportantes. Porém, no vídeo, o próprio Deus é representado por um dos personagens. Causa repulsa ver a forma como a pessoa do Altíssimo é usada de forma irreverente pelo(s) autor(es) do vídeo. Não se percebe nenhum temor de Deus. Do modo como entendo o mandamento, o nome do Senhor foi tomado em vão, portanto, o vídeo não é apenas sem graça, é pecaminoso.

Não me senti pessoalmente ofendido pelo vídeo. Já estou acostumado com ridicularizações de minha fé e essa nem foi a pior delas. Ofendo-me mais quando calvinistas ridicularizam arminianos. Mas fiquei triste que alguém se desse ao trabalho de publicar uma tolice dessas e indignado em ver o Senhor dos Senhores ser usado para piadas de crentes que pensam ser humoristas.


Soli Deo Gloria


PS.: Creio ser meu dever esclarecer que a pessoa que comentou o vídeo dizendo "Show! É isso mesmo" não é o autor do mesmo, e ele reconheceu que estava errado, se retratou do que disse e fez o que estava ao seu alcance para reparar o erro. A atitude dele deve ser registrada como a de um verdadeiro cristão.
domingo, 9 de março de 2014
Tudo isto sabemos tanto pelo testemunho da Sagrada Escritura [1], como pelas obras das três Pessoas, principalmente por aquelas que percebemos em nós. Os testemunhos das Sagradas Escrituras, que nos ensinam a crer nesta Trindade, se acham em muitos lugares do Antigo Testamento. Não é preciso alistá-los, somente escolhê-los cuidadosamente. Em Gênesis 1:26 e 27, Deus diz: "Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança" etc. "Criou Deus, pois, o homem a sua imagem; homem e mulher os criou".

Assim também em Gênesis 3:22: "Eis que o homem se tornou como um de nós". Com isto se mostra que há mais de uma pessoa em Deus, porque Ele diz: "Façamos o homem a nossa imagem"; e, em seguida, Ele indica que há um só Deus, quando diz: "Deus criou". É verdade que Ele não diz quantas pessoas há, mas o que é um tanto obscuro, para nós, no Antigo Testamento, é bem claro no Novo. Pois quando nosso Senhor foi batizado no rio Jordão, ouviu-se a voz do Pai, que falou: "Este é o meu filho amado" (Mateus 3:17); enquanto o Filho foi visto na água e o Espírito Santo se manifestou em forma de pomba [2].

A1ém disto, Cristo instituiu, para o batismo de todos os fiéis, esta forma: Batizai todas as nações "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). No evangelho segundo Lucas, o anjo Gabriel diz a Maria, mãe do Senhor: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35). Do mesmo modo: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós" (2 Coríntios 13:13)*. Em todos estes lugares, nos é ensinado que há três Pessoas em um só ser divino. E embora esta doutrina ultrapasse o entendimento humano, cremos nela, baseados na Palavra, e esperamos gozar de seu pleno conhecimento e fruto no céu.

Devemos considerar, também, a obra própria que cada uma destas três Pessoas efetua em nós: o Pai é chamado nosso Criador, por seu poder; o Filho é nosso Salvador e Redentor, por seu sangue; o Espírito Santo é nosso Santificador, porque habita em nosso coração.

A verdadeira igreja sempre tem mantido esta doutrina da Trindade, desde os dies dos apóstolos até hoje, contra os judeus, os muçulmanos e falsos cristãos e hereges como Marcião, Mani, Práxeas, Sabélio, Paulo de Samósata, Ário e outros. A igreja antiga os condenou, com toda a razão. por isso, nesta matéria, aceitamos, de boa vontade, os três Credos ecumênicos, a saber: o Apostólico, o Niceno e o Atanasiano; e também o que a igreja antiga determinou em conformidade com estes credos.

1 Jo 14:16; Jo 15:26; At 2:32,33; Rm 8:9; Gl 4:6; Tt 3:4-6; 1Pe 1:2; 1Jo 4:13,14; 1Jo 5:1-12; Jd :20,21; Ap 1:4,5. 2 Mt 3:16.

* Originalmente o texto incluía aqui as seguintes palavras: "E: "há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um" (1 Jo 5:7)". A referência a 1 João 5:7b é duvidosa, porque este texto não se acha nos manuscritos antigos.

Confissão de Fé Belga
Artigo 9
quarta-feira, 5 de março de 2014
1. Um dom espiritual não é um lugar de serviço. O dom é a habilidade, não onde se exerce a mesma. Pode-se ensinar dentro ou fora do âmbito de uma aula formal e em qualquer país do mundo. É possível ajudar na igreja ou no bairro.

2. Um dom espiritual não é um ofício. O dom é a habilidade e se pode exerce-la quer se tenha ou não um ofícia na igreja local. Com relação a isto existe muita confusão quanto ao dom de pastor. O dom é a habilidade de pastorear as pessoas. Isto pode fazer uma pessoa que ocupa o que chamamos, em nossa eclesiologia moderna, o ofício do pastorado. Ou o pode fazer uma esposa ou mãe em casa.

3. Um dom espiritual não é um ministério ou um grupo de idade específica. Não há um dom de ministrar aos jovens ou a crianças. Todas as idades necessitam de serviços de pastores, mestres, administradores, ajudantes, etc. 

4. Um dom espiritual não é uma técnica de uma especialidade. Não há dom espiritual de escrever ou de educação cristã ou de música. Estas são técnicas nas quais se podem usar dons espirituais.

5. Um dom espiritual é diferente de um talento natural. Já temos mencionado que um talento pode ser usado ou não para servir ao corpo de Cristo, enquanto que um dom espiritual o serve positivamente.

Assim, um dom espiritual é uma habilidade dada por Deus para servir ao corpo de Cristo, onde e como Ele quiser e dirigir.

C. C. Ryrie
In: Teologı́a básica
segunda-feira, 3 de março de 2014
A doutrina da redenção é uma das doutrinas mais importantes do sistema da fé. Um erro neste ponto inevitavelmente levará ao erro ao longo de todo sistema de nossa fé.

Agora, vocês estão consciente de que há diferentes teorias da redenção. Todos os cristãos sustentam que Cristo morreu para redimir, mas nem todos os cristãos ensinam a mesma redenção. Temos diferenças quanto à natureza da expiação, e quanto ao plano de redenção. Por exemplo, o arminiano sustenta que Cristo, quando morreu, não morreu como o objetivo de salvar a uma pessoa em particular; e eles ensinam que a morte de Cristo, em si mesma, não garante acima de toda dúvida, a salvação de ninguém. 

Eles creem que Cristo morreu para tornar possível a salvação de todos os homens, ou que fazendo algumas outras coisas, qualquer homem que assim o queira pode alcançar a vida eterna; por conseguinte, estão obrigado a sustentar que se a vontade do homem não cede e não se submete voluntariamente à graça, então a expiação de Cristo é ineficaz. Eles sustentam que não há nada particular nem especial na morte de Cristo. Cristo morreu, dizem eles, tanto por Judas que está no inferno como por Pedro, que se remontou ao céu. Eles creem que para quem tem sido designado para o fogo eterna, houve uma redenção tão verdadeira e real, como para aqueles que se encontram agora diante do trono do Altíssimo.

Mas nós não cremos em nada disso. Nós sustentamos que Cristo, quando morreu, tinha um objetivo em mente, e esse objetivo será cumprido com absoluta segurança, acima de qualquer dúvida. Nós medidos o propósito da morte de Cristo pelo seu efeito. Se alguém pergunta: "qual foi o propósito de Cristo ao morrer?", nós respondemos a essa pergunta por meio de outra: "o que Cristo fez, ou o que fará Cristo por meio de Sua morte?". Pois nós declaramos que a medida do efeito do amor de Cristo, é a medida de Seu propósito. Nós não podemos enganar a nossa razão, pensando que a intenção do Deus Todo-Poderoso pode frustrar-se, ou que o propósito de algo tão grandioso como a expiação, pode falhar por alguma razão.

Sustentamos (não temos medo de dizer o que cremos) que Cristo veio a este mundo com a intenção de salvar "uma grande multidão, a qual ninguém podia contar", e cremos que como resultado disso, cada pessoa por quem Ele morreu, sem nenhuma sombra de dúvida, será purificada do pecado e estará lavada em Seu sangue, ante o trono do Pai. Nós não cremos que Cristo tenha feito uma expiação eficaz por quem está condenado para sempre; não nos atrevemos a pensar que o sangue de Cristo tenha sido derramado sem a intenção de salvar a quem Deus sabia de antemão que não poderiam ser salvos; e alguns deles já estavam no inferno quando Cristo, de acordo com a crença de alguns homens, morreu para salvá-los.

Desta forma acabo de apresentar nossa teoria da redenção, e de sugerir as diferenças que existem entre os dois grandes grupos da igreja que professa a fé. Será minha tarefa demonstrar a grandiosidade da redenção de Cristo Jesus e ao fazer isso, espero ser capacitado pelo Espírito Santo de Deus, para expor a totalidade do grande sistema de redenção, de tal maneira que possa ser entendido por todos nós, ainda que nem todos o possamos aceitar. Pois devem ter em mente que alguns de vocês, talvez, estejam prontos para objetar as coisas que eu afirmo, mas tem de recordar que isto não me afeta. Eu vou ensinar em todo momento essas coisas que eu creio verdadeiras, sem licença e apesar do estorvo de qualquer ser que respire. Vocês tem liberdade de fazer o mesmo em seus próprios lugares, e de pregar seus próprios pontos de vista em suas próprias congregações, da mesma maneira que eu reclamo o direito de pregar as minha convicções, completamente e sem nenhum titubeio.

Charles Haddon Spurgeon
In: A Redenção Particular (Sermão 181)
domingo, 2 de março de 2014
Conforme esta verdade e esta palavra de Deus, cremos em um só Deus [1], que é um único ser, em que há três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo [2]. Estas são, realmente e desde a eternidade, distintas conforme os atributos próprios de cada Pessoa.

O Pai é a causa, a origem e o princípio de todas as coisas visíveis e invisíveis [3]. O Filho é o Verbo, a sabedoria e a imagem do Pai [4]. O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, é a eterna força e o poder [5].

Esta distinção não significa que Deus está dividido em três. Pois a Sagrada Escritura nos ensina que cada um destes três, o Pai e o Filho e o Espírito Santo, tem sua própria existência, distinta por seus atributos, de tal maneira, porém, que estas três pessoas são um só Deus. É claro, então, que o Pai não é o Filho e que o Filho não é o Pai; que, também, o Espírito Santo não é o Pai ou o Filho.

Entretanto, estas Pessoas, assim distintas, não são divididas nem confundidas entre si. Porque somente o Filho se tornou homem, não o Pai ou o Espírito Santo. O Pai jamais existiu sem seu Filho [6] e sem seu Espírito Santo, pois todos os três têm igual eternidade, no mesmo ser. Não há primeiro nem último, pois todos os três são um só em verdade, em poder, em bondade e em misericórdia.

1 1Co 8:4-6. 2 Mc 3:16,17; Mt 28:19. 3 Ef 3:14,15. 4 Pv 8:22-31; Jo 1:14; Jo 5:17-26; 1Co 1:24; Cl 1:15-20; Hb 1:3; Ap 19:13. 5 Jo 15:26. 6 Mq 5:1; Jo 1:1,2.

Confissão de Fé Belga
Artigo 8