Popular Posts

Blogger templates

Blogger news

Blogroll

About

Blog Archive

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Pesquisar

sábado, 30 de abril de 2011


Via: Voltemos ao Evangelho
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Como o corpo veste roupas e os ossos estão cobertos de pele tendo o coração no seu interior, assim estamos nós, alma e corpo, vestidos com a bondade de Deus. A nossa alma é amada por Ele de modo tão maravilhosos que ninguém pode compreendê-lo. O que equivale a dizer que nenhuma criatura pode plenamente compreender o quanto e com que doçura e ternura o nosso Criador nos ama. Portanto, com Sua graça e ajuda, podemos respeitar e temer esse amor e eternamente maravilhar-nos diante desse elevado, excessivo e inestimável amor que o Deus todo-poderoso nos dá por Sua bondade. Aquele que tudo criou por amor, pelo mesmo amor tudo mantém e manterá para sempre.

Juliana de Norwich
In: Biblioteca de C. S. Lewis
quarta-feira, 27 de abril de 2011
O reino de Satanás, no entanto, é um reino parasita. Um parasita é um organismo que é totalmente dependente de outro organismo vivo. Um parasita não tem os meios e a capacidade de existir por eficácia dos seus próprios meios e métodos. O visgo só pode viver em uma árvore e viver dela; ele não pode tirar sustento para a vida somente do solo e do ar. Os parasitas podem ser prejudiciais para o ser do qual se alimentam e, em muitos casos causam a sua morte (e. g., vermes intestinais nos humanos, vermes nematóides nos cachorros). O reino de Satanás é parasita porque não pode viver independentemente. Ele é total e completamente dependente do reino cósmico de Yahweh. Satanás, como um ser criado, não é autônomo; ele tira todos os aspectos essenciais da sua existência e atividades de sua fonte, o Criador e Governador do reino cósmico. Porque Satanás é, desse modo, totalmente dependente, tem sido dito que Deus é responsável por ele, pelo mal e seus efeitos. As Escrituras negam isto; mas permanece o fato de que Satanás e seu reino dependem de Yahweh e de todo o seu reino cósmico para existir e para manter seu reino parasita. As Escrituras revelam este fato quando demonstram que Satanás tem limitações; a ele é dado um espaço; ele só pode ir até onde o Deus Soberano indica.

Gerard Van Gronigen
In: Criação e Consumação, p. 128-9
terça-feira, 26 de abril de 2011
Os estudiosos dizem que a Carta de Paulo aos Romanos é a cordilheira do Himalaia de toda a revelação bíblica. Se Romanos é a cordilheira do Himalaia, então, Romanos 8 é o pico do Everest.  Em Romanos 8.29,30 Paulo faz cinco afirmações gloriosas, que são o fundamento da certeza da nossa salvação.
1. Deus nos conhece de antemão (Rm 8.29). Antes de Deus lançar os fundamentos da terra, acender as estrelas no firmamento e chamar à existência as coisas que não existiam, Deus já havia colocado o seu amor em nós, e nos conhecido como seu povo amado. O verbo conhecer tem o mesmo significado de “amar”. O amor de Deus é eterno, imutável e incondicional. Ele nos amou em Cristo, seu Filho amado, desde toda a eternidade.
2. Deus nos predestina para a salvação (Rm 8.30). Não fomos nós que escolhemos a Deus, foi ele quem nos escolheu. Nós amamos a Deus porque ele nos amou primeiro. Deus nos predestinou não porque previu que iríamos crer em Cristo, cremos em Cristo porque ele nos predestinou. A fé não é causa da eleição divina, é sua consequência. Eu não fui eleito porque cri, eu cri porque fui eleito. Deus não nos predestinou porque previu que iríamos ser santos. Nós fomos eleitos não por causa da santidade, mas para sermos santos e irrepreensíveis. A santidade não é a causa da eleição, mas seu resultado. Deus não nos elegeu para a salvação porque previu nossas boas obras, mas fomos criados em Cristo Jesus para as boas obras. As boas obras não são a causa da predestinação, mas sua consequência. A nossa salvação é obra exclusiva de Deus para que toda a glória pertença a Deus.
3. Deus nos chama com santa vocação (Rm 8.30). Aqueles a quem Deus conhece e predestina, a esses também Deus chama e chama eficazmente. Há dois chamados: um externo e outro  interno; um geral e outro específicio; um dirigido aos ouvidos e outro dirigido ao coração. Jesus diz que as suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem. A voz de Deus é poderosa. Os eleitos de Deus podem até resistir a essa voz temporariamente, mas não finalmente. O mesmo Deus que nos elege na eternidade, tira as vendas dos nossos olhos, o tampão dos nossos ouvidos, retira o nosso coração de pedra e nos dá um coração de carne. Ele mesmo opera em nós o querer e o realizar, abrindo nosso coração, dando-nos o arrependimento para a vida e a fé salvadora.
4. Deus nos justifica conforme sua graça (Rm 8.30). Aos que Deus conhece, predestina e chama, também justifica. A justificação é um ato e não um processo. Acontece fora de nós, no tribunal de Deus, e não em nós. A justificação não tem graus, todos os que creem em Cristo estão justificados de igual modo diante do tribunal de Deus, por causa do sacrifício substitutivo de Cristo.  Aqueles que estão justificados estão quites com a justiça de Deus e com as demandas da lei de Deus. Não pesa sobre eles mais nenhuma condenação. Toda a infinita justiça de Cristo é deposita em sua conta.
5. Deus nos glorifica para a bem-aventurança eterna (Rm 8.30). Aqueles que são amados e predestinados na eternidade e salvos no tempo desfrutarão da bem-aventurança eterna. Embora, a  glorificação dos salvos seja um fato futuro, que se dará na segunda vinda de Cristo, na mente de Deus e nos decretos de Deus já é um fato consumado. Aqueles que crêem em Cristo e estão guardados nele têm a garantia do céu. Nada nem ninguém poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo. O apóstolo Paulo diz que aquele que começou a boa obra em nós, há de completá-la até o dia de Cristo Jesus. Que Deus seja louvado por tão grande salvação!
Hernandes Dias Lopes
Via: Hospital da Alma
segunda-feira, 25 de abril de 2011
"Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer." Rm 9:13-18

No artigo Romanos 9:13-18 e a Predestinação o professor reafirma sua tese de que "todos são predestinados para a salvação", sobre a qual eu disse que a implicação lógica é o universalismo. Como defender uma eleição universal sem cair na salvação universal? Só vejo uma saída: deturpar o sentido de predestinação, reduzindo-a de um decreto eterno, imutável e infalível a mero anseio, um simples almejar que pode ser frustrado pela vontade soberana do homem. Este é o caminho trilhado por Leandro Quadros, que afirma "só se perderá quem assim o escolher", ou seja, "na cruz, Cristo devolveu o livre-arbítrio do ser humano para poder decidir" se continuará predestinado ou não.

O professor baseia a predestinação universal em Efésios 1:5, que como já tive a oportunidade de demonstrar, não se refere à humanidade como um todo, mas apenas aos eleitos.

Ele recomenda uma abordagem que inclui:

  • análise da perícope (9-11);

  • atentar para as palavras-chave "eleição" e "coração endurecido"; e

  • relacionar os fatos de que Paulo fala do povo de Israel, a Palavra de Deus não falhou, Israel errou, era rebelde e desobediente, mas Deus não o rejeitou, a justiça não procede das obras, mas de Deus, não há distinção entre judeus e gentios, Deus conheceu de antemão o seu povo e alguns de Israel foram cortados.

Suponho que o professor tenha seguido esse esquema para concluir que "Deus não faz ninguém ser vaso de ira", mas "as pessoas se tornam vasos de ira" e que Deus permitiu "que todos, judeus e gentios fossem pecadores para que todos recebessem misericórdia".

Sem entrar no mérito do método proposto, o fato é que as premissas do professor Leandro não apoiam, necessariamente, as suas conclusões. Um típico caso de non sequitur (falácia na qual as conclusões não seguem as premissas). O mais grave, no entanto, é que ele sequer toca nas questões levantadas por Paulo. O que ele faz, na verdade, é evitar a passagem bíblica de Rm 9:13-18, as quais só aparecem no título do artigo! Ao invés de usar o contexto para lançar luz sobre a passagem em análise, ele o usou como cortina de fumaça, para desviar a atenção das verdades ali expressas.

Num próximo artigo seguirei a primeira recomendação do professor, que é analisar Romanos 9 à luz da perícope, agora vou me deter na segunda: prestar atenção nas palavras "eleição" e "coração endurecido".

A palavra eleger/escolher e seus cognatos são recorrentes na Bíblia. Na passagem em questão aparece na expressão "para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme" (Rm 9:11). A palavra traduzida eleição é εκλογην (eklogen), derivada do verbo εκλεγομαι (eklegomai) que significa basicamente selecionar. A palavra em si já pressupõe "tomar uma parte do todo", o que é confirmado pelo seu uso no Novo Testamento.

Na eleição dos doze a Bíblia diz que Jesus "chamou seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos" (Lc 6:13) e mais tarde Jesus diria "não falo de todos vós; eu conheço aqueles que escolhi" (Jo 13:18). Jesus também disse "eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia" (Jo 19:19) e Pedro ressaltou "irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem" (At 15:7). Lucas registra que "Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada" (Lc 10:42) e que "os convidados escolhiam os primeiros lugares" (Lc 14:7). Paulo diz aos coríntios que "Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes" (1Co 1:27). 

Os negritos (meus) em todas essas passagens e em muitas outras que poderíamos citar, chama a atenção para o fato de que a escolha de uns implica rejeição de outros. Portanto, afirmar que a eleição é universal é corromper o significado da palavra eleição, além de requerer a invenção de um livre-arbítrio mais forte que a vontade de Deus para evitar a salvação universal.

O irmão Leandro chama nossa atenção também para a expressão coração endurecido, creio que ele estava se referindo à frase "a quem quer endurece" (Rm 9:18). A palavra endurecer é σκληρυνει (sklerunei) derivado de σκληρoς (skleros), de onde vem nossa palavra esclerosado. A tradução em português é fiel ao texto grego, pois o verbo está na voz ativa do presente do indicativo. Portanto, o grego afirma que Deus age ativamente para endurecer o coração de Faraó.

Além disso, essa verdade concorda com o testemunho das Escrituras, que afirmam tanto que Deus endurece a Faraó (Ex 4:21; 7:3; 9:12; 10:20,27 e 11:10), quanto que Faraó endurece a si mesmo (Ex 8:15; 8:32 e 9:34). Os calvinistas convivem bem com paradoxos, assim afirmamos tanto que Faraó endureceu a si mesmo quanto que Deus endureceu a Faraó, pois é isso que a Bíblia diz. A compreensão exata de como se dá essa concorrência é que nos escapa, mas não justifica a rejeição da doutrina.

De qualquer modo, analisando o sentido neotestamentário de eleição e a forma verbal de endurecer, não podemos fugir da conclusão de que Deus escolhe muitos dentre a totalidade de perdidos e ativamente decide condenar justamente o demais pelas suas más obras.

Soli Deo Gloria
domingo, 24 de abril de 2011
Pela distinção anterior, devemos necessariamente considerar o grande segredo do conselho de Deus; pois a semente da Palavra de Deus deita raízes e frutifica unicamente naqueles que o Senhor, pela sua eterna eleição, predestinou para serem seus filhos e os herdeiros do Reino celestial. Para todos os outros que, pelo mesmo conselho de Deus, antes da constituição do mundo foram reprovados, a clara e evidente predicação da Verdade não pode ser senão um cheiro de morte que conduz à morte.

Agora bem, a razão de que o Senhor seja misericordioso com uns e exerça o rigor de sua justiça com outros, somente Ele a conhece, já que quis ocultá-la a todos, e isto por mui justos motivos. Pois nem a dureza de nosso espírito poderia suportar tão grande claridade, nem nossa pequenez poderia compreender tão grande sabedoria. De fato, todos os que pretendem chegar até ali, e não queiram reprimir a temeridade de seu espírito, experimentarão a verdade do que diz Salomão: quem pretenda investigar a Majestade de Deus, será esmagado pela sua glória.

Baste-nos pensar em nosso interior que esta dispensação do Senhor, embora oculta para nós, é contudo santa e justa. Pois se Deus quiser perder todo o gênero humano, teria o direito de fazê-lo e nos que afasta da perdição, somente podemos admirar sua soberana bondade. Reconheçamos, pois, que os eleitos são os vasos de sua misericórdia —e bem está que assim seja!—, e que os reprovados são os vasos de sua cólera, a qual é, não obstante, justa. Dos uns e dos outros tomemos ocasião e argumento para exaltar sua glória.

Do resto, não pretendamos —como acontece a muitos—, para confirmar a certeza de nossa salvação, penetrar no céu e averiguar o que Deus, desde a eternidade, decidiu fazer por nós, pois esta indagação não servirá senão para agitar-nos angustiadamente e perturbar-nos miseravelmente. Contentemo-nos, pelo contrário, com o testemunho por meio do qual Ele nos tem confirmado suficiente e amplamente esta certeza. Pois já que em Cristo são escolhidos todos os que foram predestinados para a vida, ainda antes de ter sido estabelecidos os fundamentos do mundo, em Cristo também nos foi apresentada a prenda de nossa eleição, se é que a recebemos e a abraçamos pela fé.

E que buscamos na eleição senão ser participes da vida eterna? E nós temos esta vida em Cristo, que era a Vida desde o começo e que nos é proposto como vida para que todos os que crêem nEle não pereçam, mas tenham a vida eterna. Se, pois, possuindo a Cristo pela fé, possuímos também a vida nEle, não temos por que pesquisar por mais tempo o conselho eterno de Deus; pois Cristo não é tão só um espelho no qual nos é apresentada a vontade de Deus, senão um penhor pelo qual essa vontade de Deus nos é selada e confirmada.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sábado, 23 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Em algumas igrejas da prosperidade, ou do tipo “religiosas”, a esposa do pastor é tratada como a primeira dama, com quantidades extravagantes de poder e respeito. Entretanto, na maioria das igrejas menores, a esposa do pastor é tratada como a “última dama”, com quantidades miseráveis de amor e consideração. Como resultado disso, ela é a última mulher a se sentar à mesa nas refeições da igreja, porque estava na cozinha preparando tudo, a última a ouvir o sermão de seu marido porque estava sendo abordada pelas outras esposas carentes, a última pessoa a ser cuidada quando está passando por necessidades, porque está sempre cuidando dos outros primeiro, e a última pessoa a receber a atenção exclusiva de seu marido, porque o telefone dele está sempre tocando, com alguém do outro lado que decidiu aleatoriamente que é mais importante que ela.


Mark Driscoll
quarta-feira, 20 de abril de 2011

Via: Soberana Graça
terça-feira, 19 de abril de 2011
Como os que buscam a igualdade entre homens e mulheres revogam a força de Efésios 5:22, “Esposas, sejam submissas aos seus maridos, assim como ao Senhor”? Simples: Eles olham apenas para o verso 21, que diz, “Estejam sujeitos um ao outro no temor de Cristo.” Então eles dizem, “É claro que as esposas devem ser submissas aos seus maridos, mas os maridos também devem submeter-se às esposas.”

O resultado disso é o que eles chamam de “submissão mútua”, “e em seu ponto de vista isto quer dizer que não há liderança ou autoridade única do marido no casamento. Eles redefinem “submissão” como "consideração, cuidado, uma atitude de amor um para com o outro, colocando o interesse da outra pessoa acima do seu próprio.”

Certamente ninguém faz objeção às idéias de consideração mútua, ou cuidado, ou amor! Elas são claramente ensinadas no Novo Testamento. Mas estas idéias são, de fato, o que o verso, Efésios 5:21, quer dizer?


Wayne Grudem
domingo, 17 de abril de 2011
O Pai misericordioso nos oferece seu Filho pela Palavra do Evangelho. E pela fé nós o abraçamos e o reconhecemos como dom de Deus para nós. É verdade que a Palavra do Evangelho chama a todos os homens a que participem de Cristo; porém muitos, cegados e endurecidos pela incredulidade, desprezam esta graça tão extraordinária. Unicamente os fiéis gozam, pois, de Cristo; somente os fiéis o recebem como enviado a eles. Não rejeitam Àquele que lhes foi dado; seguem Àquele que os chamou.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sábado, 16 de abril de 2011
O terceiro mandato que foi dado envolve a expressão em forma de resposta da humanidade ao relacionamento que Deus estabelecera entre si próprio e os portadores de sua imagem. 

Primeiro, Deus criou o homem e a mulher num estado de bondade, inteireza e liberdade. Deus viu tudo que ele tinha feito e hinneh-tôb me' ôd (eis que era muito bom). O macho e a fêmea foram feitos de acordo com o intento e propósito de Deus; eles correspondiam a seu padrão de excelência. Eles eram completos; nenhum aspecto adicional ser-lhes-ia acrescentado; eles eram capazes de ser e fazer o que Deus pedia deles, o que Deus ordenava. Eram livres, tendo sido criados à imagem de Deus - livres para viver e agir de acordo com a natureza e características que Deus lhes havia dado. O homem e a mulher eram tudo que Deus pretendia que fossem. Eles tinham que ser o que tinham sido feitos para ser; tinham que fazer o que Deus os tinha feito para fazer. Eles não tinham nada a ganhar; já tinham todos os direitos, privilégios e bênçãos da família real de Deus. Foram feitos para ser filhos e filhas do Rei soberano; deveriam cumprir suas tarefas reais para as quais foram equipados. Assim, não existia nada para o qual tornar-se merecedor. Existia tudo para eles manterem e conservarem.

Segundo, Deus pretendeu que o homem e a mulher permanecessem em um relacionamento íntimo e pessoal com ele. Deus desejava a solidariedade que procede do vínculo de vida e amor que ele tinha estabelecido. Deus queria a comunhão com seus vice-gerentes. Deus queria que estivessem dispostos a corresponder em resposta a tudo que tinha feito por eles e a tudo que ele desejou. Três aspectos específicos deverão ser mencionados a esse respeito. Deus veio caminhar no jardim com o homem e a mulher. Deus se fez imediatamente, diretamente, pessoalmente e intimamente disponível. Deus estabeleceu o sétimo dia como um dia de descanso, no qual ele e a humanidade não iriam dirigir a atenção para os desafios do cosmos, e sim, cada um para o outro. Deveria ser um tempo determinado a cada período de sete dias para o exercício do vínculo de vida/amor que os unia. Deus ordenou que esse tempo deveria ser separado semanalmente para o exercício dos relacionamentos amorosos e comunhão íntima, pelos quais o vínculo de vida e amor poderia ser sustentado e enriquecido.

Terceiro, Deus colocou diante do homem e da mulher, no estabelecimento do seu serviço no reino, o privilégio de comer livremente de todas as árvores do jardim e o privilégio de honrá-lo não comendo de uma única árvore - a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9, 16-17). A conseqüência de não honrar a Deus nesta matéria seria severa. O vínculo de vida/amor seria cortado. A comunhão amorosa seria quebrada. O vínculo da vida não iria operar. O homem e a mulher iriam morrer. Contudo, o homem e a mulher eram tudo o que foram projetados para ser. Eles não tinham nada a merecer. Nenhuma recompensa foi dada. Deus não disse: "Se vocês obedecerem, vocês ganharão...". O homem e a mulher eram o que Deus pretendeu que fossem. Eles tinham a habilidade, o privilégio e a oportunidade de ser o que Deus os tinha feito para ser.

Este terceiro mandato pode ser chamado do mandato da comunhão. A comunhão deveria ser exercida no andar com Deus diariamente, conversar intimamente com ele, e expressar amor, honra, devoção e louvor enquanto se fosse enfrentando os desafios e privilégios de cada dia. A cada sétimo dia, esta comunhão deveria ser expressa da maneira mais completa e rica possível.

Gerard Van Groningen
In: Criado e Consumação, Vol I
sexta-feira, 15 de abril de 2011
O segundo mandato pode ser citado como sendo o mandato social. Este mandato pôde ser dado porque Deus criou a humanidade à sua imagem e semelhança e como macho e fêmea. O relacionamento tinha que ser visto como um de igualdade diante de Deus. Mas, para cumprir o mandato, a fêmea tinha que cumprir seus papéis decretados como ajudadora apropriada, parturiente e mãe cuidadora. O macho tinha que cumprir seus papéis reconhecendo a fêmea como carne de sua carne e osso de seus ossos. Ele tinha que trabalhar com ela como agente real mas também tinha que servir como cabeça, deixando seus pais, tomando a mulher e se unindo a ela; e assim eles poderiam ser frutíferos como parceiros casados equivalentes. Este mandato provê a base divinamente ordenada para o casamento, para a família restrita e a família extensiva - os clãs, as nações e a comunidade da humanidade de todo o mundo.

Gerard Van Groningen
In: Criação e Consumação, Vol I
quinta-feira, 14 de abril de 2011
O primeiro mandato que foi dado tem sido corretamente citado como sendo o mandato cultural. Era para o homem e a mulher exercitarem suas prerrogativas reais governando sobre o cosmos, desenvolvendo-o e simultaneamente mantendo-o. Todas as formas de vida na terra foram, de forma específica, colocadas sob a supervisão dos vice-gerentes humanos. Com esta responsabilidade, veio o privilégio de usar as plantas, seus frutos e sua semente para manter a vida e a energia para realizar as tarefas reais. A humanidade poderia responder obedientemente ao mandato cultural para a glória de Deus por causa da sua criação à imagem e semelhança de Deus. Deus, através da exposição deste mandato, colocou a humanidade em um relacionamento singular com o cosmos. Na realidade, foi um relacionamento de governador sobre o domínio cósmico. Mas este governo envolvia trabalho. O trabalho é, conseqüentemente, tanto um privilégio real como também uma responsabilidade.

Gerard Van Groningen
In: Criação e Consumação, Vol. I
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Que os homens nos considerem como ministros de Cristo... 1Co 4:1

Parece que todos desejam ser reconhecidos como ministros. Até ministro de louvor inventaram, para que o que canta não seja apenas músico, cantor ou adorador, mas "ministro", e por conta disso, digno de reconhecimento. Numa leitura rápida do texto em epígrafe parece que estão seguindo o exemplo de Paulo em suas reinvidicações, pois ao que tudo indica ele está exigindo que "os homens nos considerem como ministros de Cristo". Será?
Primeiro, devemos considerar o termo usado por Paulo para "ministro". A palavra grega usada é hupereta. A palavrinha esquisita significa, literalmente, "remador inferior" ou "remador subordinado". É um termo de origem militar que servia para distinguir, numa embarcação de guerra, o soldado dos que ficavam no andar de baixo, remando sob o comando de um líder, ao som de um tambor. A ideia, pois, não é de alguém à frente ou acima de outros, mas ao contrário, de pessoas que fazem um trabalho invisível, num nível inferior aos demais tripulantes. Sendo Corinto uma cidade portuária, o termo era bem conhecido dos leitores originais de Paulo.
Tendo compreendido o significado do termo, podemos considerar o motivo pelo qual Paulo o escolheu (ele tinha outras opções, como doulos, diakonos, therapon, etc.). Em suas próprias palavras, ele explica: "apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro" (1Co 4:6). Prossegue o apóstolo em sua repreensão dizendo "quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido" (1Co 4:7).
Os crentes de Corinto pareciam muito senhores de si mesmos, julgando-se melhores que os outros. "Já estais fartos! já estais ricos! sem nós reinais!" (1Co 4:8) foram as palavras duras de Paulo para os membros daquela igreja. Para mostrar o absurdo do orgulho deles é que o apóstolo escolhe um termo que indica uma posição servil e não de destaque. A indireta paulina fica explícita quando ele diz "Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis" (1Co 4:10). Ao invés de gritar palavras de ordem diante das pessoas, o ministério de Paulo consistia de trabalho servil: "E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos" (1Co 4:12).
Charlton Heston como hupereta no filme Ben Hur

A esta altura, fica claro que a idéia que Paulo fazia de ministério vai muito longe da idéia moderna. Ao pretender ser reconhecido como ministro de Cristo, Paulo esperava que os homens o vissem não sob o brilho de palco, mas no andar inferior e mal iluminado de um navio. Ao invés de estar "fazendo ministração durante o louvor", ele se via como um remador subordinado ao ritmo monótono de comando "remem, remem, remem". Em vez de comandar o exército de Deus, ele se colocava num nível abaixo até mesmo do recruta menos qualificado. E queria ser reconhecido pelos demais tripulantes como pertencendo a essa classe inferior.
Será que Paulo estava apenas fazendo um discurso com o fim de chocar seus leitores, mas que na realidade ele considerava que sua condição de ministro de Cristo o posicionava acima de outros irmãos? Não é o caso, uma vez que ele declara "porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens" (1Co 4:9) e "até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todo" (1Co 4:13). Se um apóstolo é visto assim, que dizer de um ministro moderno?
Será que os que buscam ser reconhecidos como ministros disso ou daquilo, estão dispostos a descer ao andar de baixo? Estariam dispostos a ser reconhecidos, não como a elite do culto ou da igreja, mas como aqueles aos quais o Senhor escolheu para humilhá-los para o bem da igreja? Somente os que assumem a posição de servos e não de senhores da igreja, que trocam o estrelismo pelo serviço anônimo e desinteressado é que são, de fato, ministros de Cristo.
Soli Deo Gloria
terça-feira, 12 de abril de 2011
Nosso Pastor divino procurou por sua ovelha perdida por trinta e três anos, de forma tão dolorosa e tão espinhosa que transbordou o sangue de seu coração e lá deixou sua vida. Agora, a pobre ovelha segue-o por meio da obediência a seus mandamentos ou do desejo (ainda que algumas vezes débil) de obedecê-lo, chamando-o e suplicando sinceramente por sua ajuda.

Seria possível que agora ele se recusasse a dar-lhe seu olhar vivificador? Ele não a ouviria e a poria sobre seus ombros divinos, regozijando-se com isso com todos seus amigos e com os anjos do céu? Pois se nosso Senhor não parou de procurar de forma extremamente diligente e amorosa pelo pecador cego e surdo, a dracma perdida do evangelho, até que o encontrasse, como seria possível que ele abandonasse aquele que, como a ovelha perdida, clama e chama por seu Pastor?

Lorenzo Scupuli
domingo, 10 de abril de 2011
Se a injustiça e a transgressão de todos nós estão demonstradas pelo testemunho da Lei, não é assim com o fim que caiamos no desespero e de que, perdida toda esperança, afundemos na ruína.

O apóstolo nos diz que todos estamos condenados pelo juízo da Lei, para que toda boca se feche que todo o mundo fique sob o juízo de Deus. porém, ele mesmo ensina em outra parte que Deus encerrou a todos na incredulidade, não para perdê-los ou para deixá-los perecer, senão para ter misericórdia de todos.

Assim sendo, o Senhor, depois de ter-nos prevenido, por meio da Lei, de nossa debilidade e de nossa impureza, nos consola com a confiança em seu poder e em sua misericórdia, e isso em Cristo, seu Filho, pelo qual Ele se nos revela a nós como benévolo e propício.

Pois embora na Lei Deus não aparece mais que como o remunerador de uma perfeita justiça —da qual estamos totalmente privados—, e por outra parte como o Juiz íntegro e severo dos pecados, em Cristo, ao contrário, seu rosto resplandece cheio de graça e de doçura; e isto para com os miseráveis e indignos pecadores, pois nos deu este exemplo admirável de seu amor infinito, entregando por nós seu próprio Filho, e nos abriu, nEle, todos os tesouros de sua clemência e bondade.

João Calvino
In: Breve instrução cristã
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Posso estar enganado, mas parece que há uma certa insistência em que o atirador que matou 12 crianças na escola de Realengo seja um fundamentalista islâmico. Veja este vídeo.

Talvez seja apenas impressão minha. Mas quando ouvi falar na triste tragédia, liguei a TV e ouvi que o senador José Sarney chamou o assassino de terrorista. Voltei para a internet e vi a notícia no UOL dando conta de que a Irmã de atirador diz que ele era ligado ao Islamismo. A mesma notícia dizia que a carta deixada pelo atirador apresentava conteúdo “fundamentalista islâmico”. Conclusão: o assassino era um terrorista islâmico.

Mas procurei o áudio da entrevista com a irmã do rapaz e nele quem sugere que ele estava envolvido com o islamismo é o jornalista, e não a irmã, que na verdade foi bastante evasiva sobre tudo, o que é natural dadas as circunstâncias. Pelas palavras dela, eu não concluiria que o rapaz tivesse ligado ao islã.

Porém, os sites de notícias evangélicos foram rápidos em divulgar que se tratava de um terrorista islâmico. O Gnotícias, do Gospel+, trouxe a enorme manchete Atirador que matou crianças em Realengo seria radical islâmico. Este seria primeiro atentado terrorista no Brasil. No corpo da notícia, a afirmação bastante sensacionalista de que "um fato pouco divulgado é que o atirador seria um radical islâmico, fato confirmado pela irmã do assassino em entrevista a Band News FM. No corpo do atirador foi encontrado uma carta com alto teor fundamentalista islâmico, onde o assassino anuncia suas intenções e motivos para a chacina em Realengo".

Outro jornal, o Notícias Gospel, diz que "os trechos da carta revelam que o assassino tinha possíveis ligações com o Islamismo, pois ele fala sobre o perdão de Deus e também sobre a volta de Jesus e a ressurreição dos mortos". Se isso indica motivação religiosa, então temos que admitir que era um fanático cristão, pois nada mais cristão e protestante do que falar sobre o perdão de Deus e sobre a volta de Jesus. Já o blog Olhar Cristão apresenta 10 evidências de que Wellington Bezerra de Oliveira era um fanático islâmico. As evidências, é claro, são ridículas. As melhores não passam de estereótipos.

Algumas reflexões sobre isso. Primeiro, não faz diferença para as vítimas e seus familiares,  e não deveria fazer para nós, se o assassino era muçulmano, cristão, ateu ou o que seja. A tragédia é, em si mesma, tão triste que qualquer motivação que o assassino tenha tido perde qualquer importância. Nada justificaria, nem explicaria ou amenizaria a dor dos que perderam seus filhos ou viveram a tragédia.

Segundo, que pessoas horríveis nós somos se nos servirmos desse tipo de coisa para mostrar que somos melhores que os outros. O cristianismo não se torna mais virtuoso porque alguns muçulmanos se explodem em ônibus ou chacinam crianças em escolas. Como não fica pior se a pessoa que faz esse tipo de coisa disse que ouviu a voz de Jesus mandando ele fazer a obra de Deus. Temos uma verdade a proclamar e esta verdade não rotula as pessoas como boas ou más conforme a religião que professa ou que faz em nome dela. Segundo a verdade que pregamos, todas as pessoas (nós inclusive) são más e Deus é o único bom, que nos salva por Sua bondade.

Terceiro, ligar por suposições a pessoa à religião islâmica não favorece a causa do evangelho. Os que nos ouvirem exacrar os fundamentalismo islâmico logo estarão levantando suas vozes contra o fundamentalismo religioso, que é o rótulo aplicado a todos que procuram viver de acordo com a moral bíblica, e não apenas aos que entram em escolas e matam meninas. Logo, o fato da carta insinuar motivação religiosa, tornará mais alto e mais forte o discurso do que se opõem à religião cristã. Detectores de metais em escolas e cerceamento da liberdade religiosa serão debatidos conjuntamente.

E, finalmente, espanta-me o pouco compromisso com a verdade demonstrado por aqueles que dizem seguir a Verdade. Fico com a impressão de que, desde que os alvos sejam mulçumanos ou testemunhas de jeová (a mãe do rapaz era dessa seita) não há problema em se faltar com a verdade ou, no mínimo, apresentar suposições como fatos. Não creio que deveria ser assim. Melhor esperar o trabalho de investigação, mesmo que para isso se perca visitas ao site por não aparecer nas pesquisas sobre o assunto.

Pode ser que as investigações demonstrem que o rapaz era ligado ao islã. Pode ser que não. Espero que não seja, e espero também que os cristãos não acabem incitando o ódio religioso pela divulgação de boatos e suposições precipitadas.

Soli Deo Gloria
quinta-feira, 7 de abril de 2011


Dica de Jonas Madureira, via Facebook.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
O nosso conhecimento de Deus sempre se baseia na revelação. Quando vimos a conhecer a Deus, é ele que toma a iniciativa. Ele não espera passivamente que venhamos a descobri-lo, mas ele mesmo se faz conhecido. Além disso – ao menos no contexto pós-Queda – esta revelação é graciosa, é pela graça; não a merecemos, mas Deus no-la dá como um “favor” que nos concede como parte da sua misericórdia redentora (Êx 33.12s.; 1Cr 28.6-9; Pv 2.6; Is 33.5s.; Jr 9.23s.; 31.33s.; Mt 11.25-28; Jo 17.3; Ef 4.13; Fp 1.9; Cl 1.9s.; 3.10; 2Tm 2.25; 2Pe 1.2s.; 2.20; 1Jo 4.7). 

Esse processo não envolve a revelação só no sentido objetivo (i. é., Deus criando o mundo e inspirando a Bíblia para que o revelem a um coração aberto); também envolve a revelação no sentido subjetivo, o que a Bíblia chama “iluminação” – a obra do Espírito Santo que abre o nosso coração para que reconheçamos, entendamos e usemos corretamente a sua verdade (2Co 4.6; Ef 1.18; Hb 6.4; 10.32; cf. 1Ts 1.5). Assim, a
origem do conhecimento é trinitária. O Pai conhece tudo e todos, e revela a verdade a nós pela graça de seu Filho mediante a obra do Espírito em nosso coração. Note-se que cada pessoa da Trindade está envolvida no processo de conhecimento (cf. 1Sm 2.3; Sl 73.11; Is 11.2; 28.9; 53.11; Mt 11.25s.; Ef 1.17; Cl 2.3). É, pois, tudo de Deus, tudo de graça. Conhecemos Deus porque primeiro ele nos conheceu como seus filhos (cf. Êx 22.12; 1Co 8.1-3; Gl 4.9).

terça-feira, 5 de abril de 2011
Há uma tendência de dividir a Igreja entre grupos especiais. É comum separar os espirituais dos não-espirituais, os santos dos não-santos e os ungidos dos não-ungidos. Essas linhas divisórias são, na maioria das vezes, frutos de idéias humanas sem nexo com a Bíblia. O corpo de Cristo difere do modus vivendi que reina na sociedade, a Igreja é santa. O viver em santidade não pode levar o cristão a se auto-classificar com "um ser especial", pois todos aqueles que experimentaram o novo nascimento, são santificados em Cristo (1Co 6.11) e o Espírito Santo passa a habitar nessa nova criatura (Rm 8.1 e 1Co 6.15-20). Sendo assim todo cristão nascido "da água e do Espírito" é um ungido de Deus (cf. 2Co 1.21-22). O fato do cristão ser ungido por Cristo com o Espírito Santo, denota uma separação para o serviço divino, assim como os objetos no Antigo Testamento eram separados na utilização litúrgica no templo. A unção está totalmente ligada ao processo de santificação e serviço. Como John L. Mackenzie escreveu: "É evidente que uma pessoa ou coisa era ungida com a intenção de torná-la sagrada." (1) A principal obra do Espírito Santo no crente é a santificação, e santidade está totalmente ligada ao serviço cristão; Jesus foi ungido par servir em seu ministério terreno (At 10.38). A rotulação de "ungido" em pessoas específicas dentro da igreja é biblicamente errado, pois a unção, como lembra o pastor Paulo Romeiro: "não é privilegio de um grupo". Alguns pastores adeptos da confissão positiva e outras distorções doutrinárias costumam apelar para o Salmo 105.15, todas as vezes que são questionados. Sempre dizem: "não toqueis nos ungidos de Deus" e ainda contam testemunhos de pessoas que desafiaram a autoridade de "mestres da fé" e morreram. Tudo isso não passa de pressão psicológica. Esses tele-profetas confundem o conceito de unção do Novo Testamento com do Antigo Testamento, pois na Velha Aliança, somente reis e sacerdotes eram ungidos, mas hoje, todo salvo é um rei e sacerdote, uma habitação da Trindade (1Pe 2.9 e Ap 1.6). Portanto, não há categorias de crentes de primeira classe. Esses que auto se proclamam de "ungidos", normalmente se comportam como infalíveis e até divinos, quanta soberba!

Gutierres Siqueira
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Lendo o artigo "Livre-arbítrio não existe" do Diego Rios, (re)li sua transcrição do artigo "O livre-arbítrio não existe: a ciência comprova, você é escravo do seu cérebro". Concordo que, como experimento, o que os cientista fizeram esclarece muito pouco sobre a existência de um "livre-arbítrio moral". Mas fazendo uma busca no site da Super, encontrei o artigo "O futuro já aconteceu", este sim bem interessante.

O artigo traz a seguinte declaração de impacto:
Você sabe o que vai fazer hoje à noite? Faz ideia de como vão ser os seus bisnetos? E o dia da sua morte? Para a ciência, tudo isso já foi resolvido. E seu livre-arbítrio não existe.
Para ilustrar a declaração, o articulista propõe o seguinte exercício de imaginação:
Existe um lugar mágico, onde o tempo não passa no mesmo ritmo pra todo mundo. Nenhum relógio marca a mesma hora. E o futebol é um caos. Enquanto um torcedor vê o Ronaldo deles partindo para a grande área com a bola dominada, outro já viu o gol acontecer. Para alguns, o jogo ainda nem começou; para outros, já aconteceu há 50 anos. Um nó. Num mundo desses, o que ainda é futuro para você já estaria gravado na memória de outro. Seu filho pode nem ter nascido. Mas para o vizinho da direita ele já tem seis anos. Para o da esquerda, 20, e acaba de ser contratado pelo Real Madrid. Quer dizer, você pode ainda nem ter resolvido se vai ou não usar um contraceptivo hoje à noite. Mas não tem o que fazer: em 20 anos vai ser pai de um jogador milionário. Se isso já aconteceu para outra pessoa não tem mais como ser mudado. O que é passado já está escrito, certo? Então o futuro também está. E a liberdade de escolha, a sensação de livre-arbítrio, não passa de ilusão nesse lugar de futuro fixo. As pessoas têm tanto poder para determinar seu amanhã quanto uma pedra tem para escolher o dela. Esse mundo, por sinal, foi desvendado em 1905 por um funcionário público alemão, e, nos últimos anos, vem inspirando algumas das teorias científicas mais radicais da história. Coisas que deixam qualquer ficção no chinelo. Ah, mais dois detalhes: o nome do tal descobridor é Albert Einstein. O do lugar mágico, nem precisa dizer: a gente vive nele.
Recomendo que você leia o artigo completo, onde explicações mais detalhadas e com exemplos são fornecidas. O que segue é minha interpretação da leitura que fiz, juntada com alguma coisa que lembro de quando estudei física na faculdade.

Basicamente, a teoria é a seguinte. Quando estamos sentados, como eu estou agora, nós viajamos no espaço à velocidade da luz. Mas se me levanto e vou até a geladeira, a 5km/h, meu movimento seria a velocidade da luz + 5km/h, o que é impossível, pois nada viaja mais rápido do que a luz. Então, a velocidade que eu caminho é subtraída do tempo, ou seja, o tempo passa mais devagar para mim. Mas para os outros, que continuam parados, o tempo continua correndo. Na prática: eu "viajo para o futuro".

Qual a implicação disso para o livre-arbítrio? "Se isso já aconteceu para outra pessoa não tem mais como ser mudado", diz o artigo. Ou seja, o que é conhecido por alguém, se torna fixo e inalterável. Claro que como nós nos movimentamos a velocidades infinitamente pequenas em relação à velocidade da luz, nosso conhecimento do futuro é totalmente desprezível.

Mas pense em alguém posicionado fora da unidade espaço-tempo. Ou seja, que observe do lado de fora do Universo e não seja afetado pelo tempo. Para esse observador, não existiria passado, presente e futuro, mas apenas um eterno presente, e todos os eventos estariam determinados e fixos. Logo, o futuro não poderia ser mudado, e todas as escolhas que os homens viessem a fazer estão fixadas de forma inalterável.

Os cientistas e os editores da Superinteressante não admitem, mas eu você sabemos que existe um Ser que está acima do tempo e do espaço e que conhece exaustivamente todas as coisas: Deus. Onde isso nos leva? Vejamos:
E aí vem o ponto crucial. Se dá para dizer que o nosso futuro já aconteceu. Que poder a gente tem para escolher como vai ser o dia de amanhã? Onde vai parar nosso livre-arbítrio? "Desaparece. O universo de Einstein, o da Teoria da Relatividade, não aceita a liberdade de escolha. O jeito como as nossas vidas se desdobram, do nascimento até a morte, está mesmo escrito. As escolhas que ainda vamos fazer já estão impressas no tecido da realidade. Tão impressas quanto as escolhas que a gente fez no passado” diz o filósofo especializado em física Oliver Pooley, do Centro de Filosofia da Ciência da Universidade Oxford, na Inglaterra.
Como continuar sendo arminiano diante disso? A única alternativa é torcer para que a teoria dos Multiversos seja verdadeira:
A idéia é que a gente vive numa infinidade de universos, cada um com a sua realidade particular. E o conjunto desses cosmos pode ser chamado de “Multiverso”: um lugar onde tudo o que pode acontecer vai acontecer. Tudo mesmo. Se você encontrou alguém atraente numa festa, por exemplo, e não teve coragem de puxar conversa, pode ter certeza que, em algum universo paralelo, uma cópia sua chegou nela. E levou um fora. Num terceiro, a cantada deu certo. Num quarto mundo paralelo, vocês se casaram. E por aí vai: com um sem-número de universos, as possibilidades da vida também seriam infinitas. (...) Uma hipótese, levantada por Greene, é que nós “pularíamos” entre um e outro universo paralelo cada vez que uma decisão fosse tomada. Tipo: se você resolve cantar aquela pessoa da festa, vai parar em um universo onde essa é a realidade já escrita. Se ela dá bola, vocês partem para um cosmos onde os dois ficam juntos.
Considerando que "nem a Relatividade nem qualquer outra teoria em que uma decisão leva a um só resultado são compatíveis com o livre-arbítrio", como diz o físico inglês David Deutsch, resta aos arminianos apelarem para a teoria dos universos paralelos. Boa sorte a eles.

Soli Deo Gloria
domingo, 3 de abril de 2011
Eis aqui o modelo de uma vida santa e justa, e incluso uma imagem perfeitíssima da justiça, de modo que se alguém cumprir em sua vida a lei de Deus, a esse nada do que se requer para a perfeição lhe faltará perante o Senhor. Para confirmar isso, Deus promete aos que tenham cumprido sua Lei, não só aquelas grandes bênçãos da vida presente de que se fala no capítulo 26 do Levítico e no capítulo 28 de Deuteronômio, senão também a recompensa da vida eterna. Por outra parte, Deus anuncia a vingança de uma morte eterna contra todos os que não tenham cumprido com suas ações tudo o que foi mandado nesta Lei. Inclusive Moisés, tendo proclamado a Lei, toma por testemunha o céu e a terra de que acaba de propor ao povo o bem e o mal, a vida e a morte.

Mas, embora a Lei indica o caminho da vida, contudo devemos ver de que modo pode aproveitar-nos. Se nossa vontade estiver conformada e submetida à obediência da vontade de Deus, certamente que o mero conhecimento da Lei bastaria para nossa salvação. Mas, como a nossa natureza carnal e corrompida luta em tudo e sempre contra a Lei espiritual de Deus, e não se corrigiu no mais mínimo com a doutrina desta Lei, resulta que esta mesma Lei que tinha sido dada, caso ter achado ouvintes bons e capazes, para a salvação, se converte em orações de pecado e de morte. Pois, como estamos todos convencidos de sermos transgressores da Lei, quanto mais claramente esta Lei nos manifesta a justiça de Deus, com tanta maior clareza nos descobre, por outra parte, nossa injustiça.

Portanto, quanto maior seja a transgressão em que nos surpreenda, tanto mais severo será o juízo de Deus diante do qual ela nos declara culpados; e, uma vez suprimida a promessa de vida eterna, não nos sobra senão a maldição que todos nos corresponde pela Lei.

João Calvino
In: Breve instrução cristã
sábado, 2 de abril de 2011
Prezado Deputado Marco Feliciano,

É com grande preocupação que nós, cristãos comprometidos com o Evangelho de Cristo Jesus e os valores da Reforma Protestante, vemos as suas declarações referentes aos negros africanos e o homossexualismo. Ao se definir como pastor evangélico, o senhor assumiu o compromisso de defender as verdades do Evangelho, conforme ensinado por Cristo Jesus e seus apóstolos, no Novo Testamento. No entanto, seus pontos de vista não condizem com a Verdade que o senhor afirma defender.

Nós, cristãos juntos pelo Evangelho, repudiamos qualquer ensino que associe a maldição lançada a Canaã com o povo africano. Em Gênesis 9:24-27, vemos que a maldição é lançada apenas sobre Canaã, e não sobre os demais filhos de Cam e que ela consistiria na servidão aos filhos de Sem e de Jafé, o que acontece quando o povo de Israel conquista as cidades cananeias por meio de Josué. A exegese de Gênesis 10:16-19 mostra que os cananeus habitaram o Oriente Médio e não a África. Além disso, a leitura do Antigo e do Novo Testamento mostra que os cananeus se misturaram com os judeus e que o próprio Senhor Jesus Cristo é descendente da cananeia Raabe (Mateus 1:5).

Nós, cristãos juntos pelo Evangelho, repudiamos a sua declaração de que "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição". Ao contrário, reafirmamos o ensino da depravação total, ensinado por Paulo em Romanos 3:9-18, que mostra que todos os homens, independente de sua opção ou comportamento sexual, são injustos, inúteis, cheios de amargura e prontos a fazer o mal, andando em caminhos de destruição e miséria. Não são os sentimentos homoafetivos, mas sim a nossa morte espiritual e amor pelo pecado (Efésios 2:1-3) que nos tornam praticantes do ódio, do crime e da rejeição.

Nós, cristãos juntos pelo Evangelho, reafirmamos ao senhor e à sociedade que o ensino bíblico é o de que todos os homens, independente de seu povo, etnia, comportamento sexual ou classe social, estão todos, sem distinção, debaixo da ira de Deus porque todos nós pecamos (Romanos 3:23), sendo por isso, dignos de morte (Romanos 6:23). E é com uma ênfase ainda maior que nos lembramos de que Cristo Jesus se fez maldito no lugar de todo ser humano que, independente de seu povo, etnia, comportamento sexual ou classe social (Gálatas 3:13), se volta para Ele, arrepende-se de seus pecados, crê em Sua ressurreição, confessa a Sua divindade e invoca o Seu nome (Romanos 10:9-12). Esse é o verdadeiro Evangelho!

Não aceitaremos mais que a mais bela verdade já ensinada aos homens seja manchada e distorcida publicamente por quem deveria defendê-la. E, por isso, protestamos contra seus posicionamentos e o exortamos, em nome de Jesus Cristo, a arrepender-se deste pecado.

Cristãos Juntos Pelo Evangelho
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Foi dessa mesma forma que grandes líderes se tornaram servos de Deus. Eles esvaziaram a si mesmos, abandonaram-se completamente, enchendo seu coração com nada mais do que Deus. E ao partirem deste mundo, deixaram aqui registradas suas pegadas para as futuras gerações. Lembram-se da história de Moisés, que abriu mão do direito de ser filho da filha do faraó? O que aconteceu a ele? Tornou-se um profeta de Deus.

Lembrem-se dos apóstolos, que seguiram a Jesus: “Vinde a mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). Diante desse chamado, o que eles fizeram? Deixaram para trás os seus barcos e o modo como haviam vivido até então. E o que ganharam com isso? Eles ganharam o reino do céu.

Nós também devemos abrir mão de tudo. Devemos abrir mão das coisas terrenas em favor das bênçãos eternas. A esse respeito disse bem o missionário Jim Elliot: “Sábias são as pessoas que trocam aquilo que não pode ser mantido por aquilo que não pode ser perdido.”

Será que nossas mãos não estão presas àquilo que já temos de sobra? Será que nunca receberemos as grandes coisas que Deus tem preparadas para nós? Para alcançar as bênçãos que Deus coloca todos os dias em nosso caminho, precisamos apenas abrir as mãos e estender os braços.

Joshua Choonmin Kang
In: O caminho da transformação, editora Vida Nova