Popular Posts

Blogger templates

Blogger news

Blogroll

About

Blog Archive

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Pesquisar

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Um pastor chamado Tupirani Lores escreveu um artigo chamado Predestinação II (Livre-Arbítrio), no qual, além da doutrina, ataca a pessoa de João Calvino. O que segue é uma "resposta" de Calvino ao referido pastor, retirado de citações de sua obra. As palavras de Calvino estão em itálico.

Soli Deo Gloria

---

[Prezado pastor Tupirani,]

"O homem que mais progride na piedade é também o melhor discípulo de Cristo, e o único homem que deve ser tido na conta de genuíno teológo é aquele que pode edificar a consciência humana no temor de Deus".

Fui impelido à necessidade de continuar a falar sobre este fato abominável; de homens que insistem em resistir às Escrituras, e continuam a emprestar a boca para o serviço de satanás. O primeiro satanista deste contexto foi um tal de João Calvino...

"É indubitável que a nós compete cultivar a unidade da forma a mais séria, porque Satanás está bem alerta, seja para arrebatar-nos da Igreja, ou para nos desacustumar-nos dela de maneira furtiva. Esta unidade será um fato, caso ninguém procure agradar a si próprio mais que lhe é direito; ao contrário disso, se todos tivermos um só e o mesmo alvo, a saber: estimularmo-nos uns aos outros ao amor, não permitiremos que a emulação floreça, exceto no campo das boas obras. Certamente que o menosprezo direcionado a algum irmão, a rabugice, a inveja, a supervalorização de nós mesmos, bem como outros impulsos nocivos, claramente demonstram, ou que nosso amor é gélido ou que realmente não existe".

...que se achando o máximo, enveredou para o inferno, quando achou que poderia interpretar a Bíblia utilizando-se de textos fora dos seus contextos e, logicamente, aplicando-os como pretextos, visando exaltar a si mesmo.

"O ser humano tropeça em muitas mesquinhas dificuldades, principalmente quando ouve o que a Escritura ensina acerca da predestinação. A predestinação divina se constitui realmente num labirinto do qual a mente humana é completamente incapaz de desembaraçar-se. Mas a curiosidade humana é tão insistente que, quanto mais perigoso é um assunto, tanto mais ousadamente ele se precipita para ele. Daí, quando a predestinação acha-se em discussão, visto que o indivíduo não pode conter-se dentro de determinados limites, pois, mergulha nas profundezas da impetuosidade. Que esta seja a nossa regra sacra: não procurar saber nada mais senão o que a Escritura ensina. Onde o Senhor fecha os seus próprios lábios, que nós igualmente impeçamos nossas mentes de avançar sequer um passo a mais."

Certa vez (mais ou menos por volta de 1560), esse cidadão que citei, cujo nome não acho digno de ser rememorado, deturpou por completo o aparecimento da palavra predestinação (no primeiro estudo você pode conferir os textos bíblicos e analisar a verdade).

"Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e governado pela secreta providência de Deus, uma multidão de homens presunçosos se ergue contra mim alegando que apresento a Deus como sendo autor do pecado. Outros tudo fazem para destruir o eterno propósito divino da predestinação, pelo qual Deus distingue entre os réprobos e os eleitos."

Por descobrir que Deus é onisciente, e sabe todas as coisas, este hipócrita, que outrora foi verdadeiro, agora, passa a divulgar que, uma vez que Deus conhece o futuro, então Ele já teria determinado quem iria ou não ser salvo. Está na cara que este degenerado não freqüentou um banco de escola bíblica; pois caso contrário, qualquer criança lhe teria dito; que um fato é Deus saber, e outro extremamente diferente é Ele determinar.

"Quando atribuímos presciência a Deus, queremos dizer que todas as coisas sempre estiveram e continuam estando sob Seus olhos, de modo que para o Seu conhecimento não há nada que seja futuro ou passado."

"Certamente a graça de Deus só merece ser exaltada em nossa eleição se for gratuita. Ora, não seria gratuita se Deus, ao escolher os Seus, atribuísse algum valor às obras de cada pessoa eleita. Daí se vê que o que Cristo disse aos seus discípulos é verdade aplicável a todos os crentes. Disse Ele: 'Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros'. Com isso Ele não somente exclui todos os méritos anteriores, mas também quer dizer que eles não tinham nada em si mesmos que desse motivo para serem escolhidos, pois Ele se antecedeu a eles com a Sua misericórdia."

Este assassino, cujo nome me entedia, criou um tribunal de inquisição, e assassinou várias pessoas que não aceitavam sua loucura, foi mais um Nero, Hitler, ou Herodes da vida. Como pode alguém que se diz discípulo do cristianismo querer conquistar o mundo pela espada? Certamente será apenas mais um para alimentar as chamas do inferno.

"Embora Deus declare que executará a vingança contra nossos inimigos, não temos o direito de nutrir sede de vingança quando somos injuriados. Os fiéis não devem ser vistos como a expressar algum desejo de serem saciados com a visão do derramamento de sangue humano."

"Toda vez que a punição visar à vingança, ali se manifestará a ira e a maldição de Deus, as quais nunca são dirigidas contra os Seus fiéis."

"Os mestres precisam aprender que esse gênero de moderação deve ser sempre usado nos atos de reprovação, para que não se firam os brios dos homens no uso de excessiva austeridade."

"Mas Cristo, em Mateus 25:32, com justa razão alega ser seu, com toda propriedade, o ofício peculiar de separar as ovelhas dos cabritos; e por isso nos admoesta que devemos suportar os maus, e que não está em nosso poder corrigí-los, até que as coisas se tornem amadurecidas e chegue o tempo de purificar a Igreja."

Bem, pela História, taí o que eu tenho a dizer sobre este fulano; e também aos seus modernos discípulos tais como (apóstolo Dr. Phd, Dhd...M.A; Reverendo A.C. etc...). Homens que maquiavelicamente, tem omitido, fraudulosamente, que a Doutrina para a Igreja, está Exclusivamente, em Mateus, Marcos, Lucas, e João.

"Ora, nosso saber não deve ser outra cousa senão abraçar com brandura e docilidade e, certamente, sem restrição, tudo quanto foi ensinado nas Sagradas Escrituras."

"A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso do modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem das Escrituras, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentado a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. Nunca escrevi nada com ódio de alguém, mas sempre coloquei fielmente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus."

Bem, como é possível que nem todos leiam os mesmos livros que eu, considero mais óbvio citar aquilo que está ao alcance de todos (Bíblia).

"A verdadeira humildade é o desprezo sincero do nosso próprio coração, um autodesprezo procedente de uma real de nossa misério e pobreza, pelo que o nosso coração se abate."

Quando em Gênesis cap. três é dito ao homem que ele não deveria tocar em determinada árvore, e ele o faz; pergunto aos sábios predestinados. Isto revelou ou não, que tanto homem quanto mulher, possuíam o livre arbítrio?

"Agora não nascemos tais como Adão fora inicialmente criado, senão que somos a semente adulterada do homem degenerado e pecaminoso."

"Adão, em sua queda, foi despojado da justiça original, sua razão foi obscurecida, sua vontade pervertida, e que, sendo reduzido a este estado de corrupção, trouxe filhos ao mundo semelhantes a ele em caráter."

E quando Deus os expulsou do paraíso, fica claro, que exerceu sobre eles castigo e juízo, onde também em Gn. 3.15 fez a primeira promessa de um Salvador. Ora, que loucura! Deus exerceu juízo e castigo sobre quem não tinha liberdade de escolha, que Deus mais injusto! Adão e Eva deveriam ter se defendido e jogado na face de Deus a seguinte expressão. Tu não tens o direito de nos castigar; pois não nos deste o direito de escolha (livre arbítrio). Tu nos predestinaste a este erro, como queres castigar-nos?

"Em nossa própria época, vemos tantos caracteres profanos que exibem uma desmedida audácia escudados na certeza de que a mão de Deus jamais os alcançará. Não só buscam a impunidade, mas fundamentam as suas esperanças de êxito em seus malfeitos e se animam em intensificar a perversidade nutrindo a opinião de que excorgitarão uma via de escape da própria adversidade."

"A maior desonra que alguém poderia lançar sobre Seu nome é a de contestar a Sua justiça."

Bem, e quanto à promessa de um Salvador, eu pergunto aos predestinados. Para que um Salvador (João 3.16), para alguém que já é predestinado a salvação ou a condenação? Que redundância inútil.

"Ele pagou o resgate com o seu santo e precioso sangue, porque não existe nenhum outro preço que possa satisfazer à justiça de Deus."

Para que servem os mandamentos, se eu não tenho escolha quanto a segui-los ou não; de que me servem, uma vez que segundo os predestinados, eu posso roubar, matar, assassinar (como Calvino), e ate estuprar; pois serei salvo mesmo assim...Para que mandamentos?

"Não se pode encontrar nenhum mortal que possa cumprir as exigências da lei, ou todos devem perecer no juízo ou devem buscar refúgio em Sua misericórdia. (...) Mas, de onde vem isso, senão do fato de que, quando o Senhor acolhe um homem à aliança da Sua graça, Ele não esmiúça as suas obras avaliando-as segundo os seus méritos, mas as aceita por uma benignidade paternal, sem que elas sejam dignas de aceitação?"

"Pela lei Deus exige o que lhe é devido, todavia não concede nenhum poder para cumprí-la. Entretanto, por meio do evangelho os homens são regenerados e reconciliados com Deus através da graciosa remissão de seus pecados, de modo que Ele é o ministério da justiça e da vida."

Por que as Escrituras falam de bênção e de maldição (Deut.28)?

"Os profetas, para demonstrar melhor a bondade de Deus, usaram benefícios terrenos como figuras, como imagens representativas, mas, entretanto, quiseram com esses quadros elevar os corações acima da terra e dos elementos deste mundo e deste século corruptível, e induzí-los a meditar na felicidade da vida espiritual."

"Os eleitos, tanto quanto os réprobos, estão sujeitos aos castigos temporários que pertencem somente à carne. A diferença entre os dois casos está unicamente no resultado; pois Deus converte aquilo que em si mesmo é um emblema de sua ira em meios de salvação de seus próprios filhos."

Em Ezequiel 18.4, diz que, a alma que pecar, esta morrerá.

"Como a morte espiritual não é outra coisa senão o estado de alienação em que a alma subsiste em relação a Deus, já nascemos todos mortos, bem como vivemos mortos até que nos tornamos participantes da vida de Cristo."

Em Ezequiel 18.23, O Senhor diz, que não tem prazer na morte do perverso, e que deseja que ele se converta. Em Ezequiel 18.32 diz, não tenho prazer na morte de ninguém, convertei-vos e vivei. (como nasceria alguém predestinado ao inferno?).

"O acesso a salvação a ninguém é vetado, por mais graves e ultrajantes que sejam os seus pecados."

"Deus tem no coração a salvação de todos os homens, porquanto Ele chama todos os homens para o conhecimento de Sua verdade..."

Em Ezequiel 33, temos o desfecho definitivo de que a doutrina da predestinação é a última cartada satânica dentro dos Templos, para a destruição definitiva dos valores morais e cristãos. Este capítulo é a grande chamada ao arrependimento, doutrina que não está detida ao Antigo Testamento(lógico); mas é uma doutrina Universal, ou seja; em todo tempo, de gênesis a apocalipse, Deus chama o homem ao arrependimento. João Batista o pregou (Mateus 3.8). Jesus o pregou (Marcos 1.15), e ainda diz para crermos no Evangelho, ou seja, Mateus, Marcos, Lucas, e João.

"Os homens são incapazes de sentir os seus pecados a menos que sejam levados pela força a conhecer-se por si mesmos. (...) Porque a aflição é a autêntica mestra que leva os homens ao arrependimento para que se condenem a eles mesmos diante de Deus e, sendo condenados, aprendam a odiar aqueles pecados nos quais anteriormente se banhavam."

"O arrependimento não está no poder do homem."

Quero finalizar este breve comentário, porém mais do que suficiente para livrar os sinceros do inferno, com uma instrução simples e lógica. Não existe doutrina, regra, ou mandamento para a Igreja de Jesus Cristo, que não tenha sido dados por Ele mesmo; pois Ele é o fundador e sustentador da Igreja, portanto, as regras, após estudo, têm que ser encontradas exclusivamente em Mateus, Marcos, Lucas, e João.

"Aquelas epístolas que o Senhor quis que fossem indispensáveis à sua Igreja, Ele as consagrou por Sua providência para que fossem perenamente lembradas. Saibamos pois, que o que foi deixado nos é suficiente, e que a sua insignificância não é acidental; senão que o cânon da Escritura, o qual se encontra em nosso poder, foi mantido sob controle através do grandioso conselho de Deus".

Permitam-me só mais umas breves palavras, se é que a podem suportar. Este que vos escreve já se curvou diante do pau e da pedra, já acendi velas nas pedreiras, já passei madrugadas inteiras batendo cabeça prá barqueiro, pomba-gira, tranca-rua e outras coisas mais. Podem dizer-me afinal de contas a que eu sou predestinado?

"O fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita, pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos."

Em apoc 12.11 diz que a Igreja venceu, e mostra porque venceu; só que eu pergunto. Se venceu é porque lutou, guerreou, se esforçou (Josué cap 1), ou porque ficou de braços cruzados descansando na sua cômoda predestinação? Porque Apoc. fala de galardão? Por que Jesus diz, ao que vencer herdará todas as coisas? Por que nos manda ser fiéis até a morte e pregar?

"Uma recompensa se encontra reservada para as boas obras, sim, mas não com base nos méritos, e, sim, com base na livre e expontânea generosidade divina, e mesmo essa graciosa recompensa das obras não ocorre senão depois de sermos recebidos na graça por meio da misericórdia de Cristo."

Tal qual Elias e os profetas de baal, também eu, estou pronto para aceitar qualquer desafio de quem quer que seja e em qualquer lugar ou tempo, para provar que tal doutrina é mais uma grande arma de satanás. Confio somente no Sangue do Cordeiro e na Palavra do testemunho.(meu desafio esta lançado).

"Orgulho ou autoglorificação é a causa e ponto de partida de todas as controvérsias, quando cada um, reivindicando para si além de sua capacidade, está ávido em ter outros sob seu poder."

[João Calvino]

---

Apesar do desafio lançado, quando recebeu a montagem acima ele respondeu simplesmente:
Querido, é claro que não tenho tempo para ler tudo que me mandaste, e também não sinto incentivo algum, visto nenhum dos seus textos possuirem referencias bíblicas. Só queria alertar-te. Ao invés de seres discípulo de Calvino, tente achar Jesus, este pode te levar para o céu. poupe seu tempo não tente mudar minha opinião, breve estarei na televisão, e acredite.
VOCÊ NEM IMAGINA QUEM SOU EU...E A MINHA MISSÃO!!! Valorize seu tempo e sua vida.
Fazer o que...
terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Se ainda não leu, leia a primeira parte de Dízimo: uma breve história.

Período interbíblico

Como vimos, no Antigo Testamento não tivemos uma uniformidade na forma e na regularidade da entrega do dízimo. No período que vai de Malaquias ao Novo Testamento o dízimo continua sendo a principal fonte de renda dos sacerdotes e levitas.

Os livros apócrifos do período fazem freqüente menção aos dízimos (1Macabeus 3:49; 10:31; 11:35; Judite 11:13). O Eclesiástico ordena “consagra os dízimos com alegria” (Eclesiástico 35:11), prometendo que o Senhor “recompensar-te-á tudo sete vezes mais” (Eclesiástico 35:13). O livro de Tobias dá testemunho de Tobit, da tribo de Naftali, que "dirigia-se ao templo do Senhor em Jerusalém, onde adorava o Senhor Deus de Israel, oferecendo fielmente as primícias e os dízimos de todos os seus bens. De três em três anos, dava aos prosélitos e aos estrangeiros todo o seu dízimo" (Tobias 1:6-7).

Porém, assim como no período do Antigo Testamento os judeus frequentemente deixaram de entregar o dízimo, alguns sacerdotes tomaram medidas para assegurar o seu sustento. Como os agricultores não eram considerados confiáveis no sentido de cumprir com esta obrigação religiosa, bandos eram enviados para tirarem os dízimos à força das eiras.

Neste período o dízimo sofreu algumas modificações. Inicialmente, eram sujeitos às leis do dízimo apenas os frutos da agricultura e dos animais. Mas o Mishná e o Talmude definiram que “tudo o que é utilizado para alimentação, que é cuidado e cresce sobre o solo é susceptível ao dízimo”. Por isso, os fariseus dos dias de Jesus davam dízimo de hortaliças como a hortelã e o cominho.

Os rabinos definiram cuidadosamente uma época sagrada quando as coisas deveriam ser dizimadas – havia um tempo certo para que gado, frutos da terra e das árvores fossem apresentados aos sacerdotes.

Além disso, ao dízimo foi acrescido um imposto per capita de meio siclo por ano, para sustentar o templo e seus ministros. O imposto era cobrado não apenas dos judeus da palestina, mas também dos que viviam na diáspora.

Mesmo depois da destruição do templo os rabinos destacavam a importância do dízimo. Diziam que era um dos meios pelo qual o mundo foi criado e uma das formas pela qual os israelitas escapavam da sorte dos ímpios. Os rabinos também decidiram que o dízimo que antes era destinado aos pobres, deveria ser todo ele entregue aos oficiais do templo.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
domingo, 25 de janeiro de 2009
9. Então, Deus exige do homem, em sua lei, o que este não pode cumprir. Isto não é injusto?

R. Não, pois Deus criou o homem de tal maneira que este pudesse cumprir a lei (1). O homem, porém, sob instigação do diabo e por sua própria rebeldia, privou a si mesmo e a todos os seus descendentes destes dons (2).

(1) Gn 1:27; Ef 4:24. (2) Gn 3:4-6; Rm 5:12; 1Tm 2:13,14.

10. Deus deixa sem castigo esta desobediência e rebeldia?

R. Não, não deixa, porque Ele se ira terrivelmente tanto contra os pecados em que nascemos como contra os que cometemos, e quer castigá-los por justo julgamento, agora, nesta vida, e na futura (1). Ele mesmo declarou: "Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las" (Gálatas 3:10)(2).

(1) Gn 2:17; Êx 20:5; Êx 34:7; Sl 5:5; Na 1:2; Rm 1:18; Rm 5:12; Ef 5:6; Hb 9:27. (2) Dt 27:26.

11. Mas Deus não é também misericordioso?

R. Deus na verdade é misericordioso(1), mas também e justo (2). Por isso, sua justiça exige que o pecado, cometido contra a suprema majestade de Deus, seja castigado também com a pena máxima, quer dizer, com o castigo eterno em corpo e alma (3).

(1) Êx 20:6; Êx 34:6,7. (2) Êx 20:5; Êx 23:7; Êx 34:7; Sl 7:9. (3) Na 1:2,3; 2Ts 1:9.

Leia também as perguntas do terceiro domingo do Catecismo de Heidelberg.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Glorifique a Deus com sua mente, coração e espírito.

O movimento pentecostal-carismático trouxe grande vitalidade à vida da igreja. Esse movimento do início do século XX, porém, também continha um forte elemento de anti-intelectualismo que fez com que, desde então e até hoje, muitos cristãos desvalorizem a razão. Este livro examina as raízes do anti-intelectualismo e explora as bases bíblicas e históricas dessa tendência, mostrando a importância do dom divino do intelecto em termos de fé e prática.

Nañez mostra como a razão humana nos ajuda tanto a entender e interpretar a Palavra de Deus, as doutrinas cristãs e a vida espiritual, como nos fornece argumentos para defender o evangelho. Ele apresenta o que a Bíblia ensina sobre a mente e explora os acontecimentos do século XIX, a história do pentecostalismo e os falsos juízos populares sobre o intelecto em relação à fé cristã.

Este livro oferece um comentário excepcionalmente útil para o ensino nos dias atuais e também observações perspicazes sobre as conseqüências trágicas de as igrejas abandonarem o zelo intelectual responsável. Especialmente digno de nota é que o autor mantém suas convicções pentecostais com integridade.

PS.: Concluí a leitura desse livro e postarei uma resenha em breve.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Ajith Fernando*

A filosofia do pluralismo acha-se no âmago do pensamento do movimento da Nova Era e também dalgumas das teologias alegadamente cristãs. Encaixa-se bem, também, com o pensamento budista e hinduísta.

Aqui, não estamos falando do pluralismo que permite a existência de diferenças políticas, étnicas e culturais, numa sociedade ou igreja. Creio que aquele tipo de pluralismo seja saudável tanto para a igreja quanto para a sociedade. Pelo contrário, estamos no referindo aqui a “um posicionamento filosófico” que reconhece mais que um princípio ulterior e que, portanto, alega que não nos é possível dizer que qualquer sistema individual de pensamento é a verdade absoluta. Donald Carson o descreve como “um posicionamento que insiste que a tolerância é obrigatória, posto que nenhuma correnteza no mar da diversidade tem o direito de assumir a precedência sobre todas as demais correntezas.” Diz que “na esfera religiosa, nenhuma religião tem o direito de se declarar certa a si mesma, e as outras, falsas. O único credo absoluto é o credo do pluralismo.”

Talvez o pluralista moderno mais conhecido seja o teólogo presbiteriano britânico, João Hick, que agora está na Escola Pós-graduada Claremont, na Califórnia. Na década de 1970 conclamou a uma revolução copernicana na nossa teologia das religiões. Diz: “Copérnico reconhecia que é o Sol, e não a Terra, que está no centro, e que todos os corpos celestes, inclusive nossa própria Terra, giram em torno dele.” Aplica essa analogia à nossa abordagem às religiões. Diz que os cristãos têm conservado Cristo ou o cristianismo no centro, e considerado as demais religiões no seu relacionamento com o cristianismo. Pelo contrário, diz Hick: “Precisamos nos dar conta de que o universo das religiões centralizase em Deus, e não no cristianismo nem em qualquer outra religião. Ele é o Sol, a fonte originária da luz e da vida, a quem todas as religiões refletem das suas próprias maneiras diferentes.”

Nos seus escritos posteriores, Hick tem modificado um pouco essa posição. Agora, não é mais a Deus que coloca no centro, mas aquilo que chama de “o Real.” Assim, Hick se permite incluir no seu “sistema solar” das religiões os budistas Theravada que não levam em conta o divino no seu sistema religioso. Segundo essa idéia, os muçulmanos apreenderiam o Real como pessoal, ao passo que os hindus o apreenderiam como impessoal.

Por contraste com esse tipo de pluralismo, existe o inclusivismo. Essa opinião, que tem sido proposta por teólogos católicos romanos, tais como Karl Rahner, Hans Küng, e Raimundo Panikkar, está conquistando popularidade também nos círculos protestantes. Nesse sistema, a salvação é considerada como sendo somente por meio de Cristo. Entretanto, Cristo podia empregar outros meios para salvar, e não apenas aqueles que exigem que o Evangelho seja ouvido. Exemplos de semelhantes meios são chamados, segundo a linguagem católica romana típica, os sacramentos doutras religiões. Rahner descreveu os membros salvos doutras religiões como “cristãos anônimos.” Küng se refere às religiões não-cristãs como o modo “usual” da salvação, ao passo que o cristianismo é um modo “muito especial e extraordinário” da salvação.

Pensadores evangélicos tais como Sir Norman Anderson e, mais radicalmente, Clark Pinnock e John Sanders também vêem a possibilidade da salvação à parte do conhecimento explícito do Evangelho de Cristo. Entendem que nossa atitude de arrependimento e de fé é um meio que medeia a salvação através da graça de Deus, em Cristo.

A opinião cristã tradicional a respeito das religiões do mundo é chamada exclusivismo. Nesse caso, o Evangelho cristão é considerado a única verdade ulterior, e a aceitação desse Evangelho é a única maneira pela qual as pessoas possam ser salvas.

FERNANDO, Ajith. A supremacia de Cristo. São Paulo: Shedd Publicações.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Ocorre que, não há um só verso em toda a Bíblia que declare Maria estando em alguma das posições dadas a ela pelo Catolicismo Romano, seja como medianeira, intercessora, advogada ou qualquer outra função perante a humanidade. Ela, assim como qualquer outra pessoa que morreu em Cristo, nada pode fazer por nós, os vivos. Maria foi uma mulher como tantas outras na Bíblia, é claro que sua atitude serviu de exemplo para nós e foi uma mulher abençoada por Deus, e o máximo que a Bíblia se refere a ela é "bem-aventurada", ou seja: "muito feliz" e "bendita entre as mulheres".

Leia o que a Bíblia diz sobre Maria
terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Há um cântico, por sinal muito bonito, que numa certa altura diz:

Eu não morrerei
enquanto o Senhor não cumprir em mim,
todos os sonhos
que Ele mesmo sonhou prá mim

Não pretendo fazer uma crítica dessa música especificamente, mas refletir sobre a afirmação de que Deus sonha. Pois acredito que temos que ser cuidadosos com o que afirmamos a respeito da divindade. Não devemos ficar aquém nem ir além do que Deus mesmo diz sobre Si mesmo.

Num sentido denotativo, sonho é a "representação em nossa mente de alguma coisa ou fato, enquanto dormimos". E a Bíblia diz que Deus não dorme (Sl 121:4), logo, neste sentido Deus não sonha. Mas a linguagem dos cânticos é conotativa, então sonhar tem significados como "ilusão, utopia, fantasia", "idealizar coisas irrealizáveis" e "alimentar a imaginação". Definitivamente, Deus não fica aspirando, imaginando ou fantasiando coisas a nosso respeito. Salvo uma rasteira de minha memória, em lugar algum a Bíblia diz que Deus sonha sobre nós ou que seja.

Por outro lado, a Bíblia afirma que Deus decreta. Davi disse "falarei do decreto do Senhor" (Sl 2:7) e Paulo também fez referência ao "decreto de Deus" (Rm 1:32). Um decreto é uma lei irrevogável, editada sem discussão dos interessados. Esta é a idéia transmitida por Isaías, quando escreve "este é o conselho que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Pois o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o invalidará? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar atrás?" (Is 14:26).

Por que as pessoas tem facilidade em aceitar uma idéia extrabíblica sobre Deus e relutam tanto em aceitar as declarações que a Bíblia faz sobre o Soberano de toda a terra?

Soli Deo Gloria
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Deus trata conosco em sua Palavra em termos de pecado e redenção, excluindo de modo apriorístico toda a bondade humana no que tange à sua salvação. Ora, se alguém fosse bom no sentido absoluto da Palavra, esse alguém sequer precisaria vir a Cristo. Para quê tenho que receber o perdão dos pecados, se eu sou bom? Os bons não estão por aí em busca de perdão. Aliás, é por isso que existem muitos "bons" pais de família, "bons" cidadãos, tudo "gente boa", mas que não querem compromisso com Cristo. Segundo eles dizem, o evangelho é para os bêbados, as prostitutas e os drogados, e é por isso que o inferno estará cheio de "gente boa" (pode ter certeza).

Leonardo G. Silva
In: Sobre os bons, os maus, e o paradoxo da Nova Criação de Deus
domingo, 18 de janeiro de 2009
6. Mas Deus criou o homem tão mau e perverso?

R. Não, Deus criou o homem bom (1) e à sua imagem (2) , isto é, em verdadeira justiça e santidade, para conhecer corretamente a Deus seu Criador, amá-Lo de todo o coração e viver com Ele em eterna felicidade, para louvá-Lo e glorificá-Lo (3).

(1) Gn 1:31. (2) Gn 1:26,27. (3) 2Co 3:18; Ef 4:24; Cl 3:10.

7. De onde vem, então, esta natureza corrompida do homem?

R. Da queda e desobediência de nossos primeiros pais, Adão e Eva, no paraíso (1). Ali, nossa natureza tornou-se tão envenenada, que todos nós somos concebidos e nascidos em pecado (2).

(1) Gn 3; Rm 5:12,18,19. (2) Sl 51:5; Jo 3:6.

8. Mas nós somos tão corrompidos que não podemos fazer bem algum e que somos inclinados a todo mal?

R. Somos sim (l) , se não nascermos de novo pelo Espírito de Deus (2).

(1) Gn 6:5; Gn 8:21; Jó 14:4; Jo 15:14,16,35; Is 53:6; Tt 3:3. (2) Jo 3:3,5; 1Co 12:3; 2Co 3:5.

Aprenda mais sobre a nossa miséria e a lei de Deus, lendo as questões do segundo domingo e sobre a justiça e misericórdia de Deus com as lições do quarto domingo do Catecismo de Heidelberg
sábado, 17 de janeiro de 2009
Os rótulos geralmente são confusos, especialmente quando o conteúdo da embalagem muda. Suco de uva pode virar vinagre com o passar dos anos na adega, porém o rótulo não muda junto com as mudanças na substância. O mesmo vale para o termo “evangélico”.

Desde o “Ano do Evangélico”, correspondente ao bicentenário de nossa nação (no caso os EUA) em 1976, o termo - pelo menos na América do Norte - veio a identificar aqueles que salientam um determinada marca da política, uma abordagem moralista e freqüentemente legalista da vida, e certo tipo de imitação, “cafona” de estilo de evangelismo. Para alguns o termo compreende o emocionalismo que eles vêem na televisão religiosa. Para outros, hipocrisia e justiça própria. E aí há as memórias que muitos de nós, que fomos criados como evangélicos, temos: ambientes familiares fortes e cuidadosos; um senso de pertencer a um mesmo lugar, com os amigos que gostam de conversar das “coisas do Senhor”.

Independente do seu passado, é importante entender o significado do termo “evangélico”.

As pessoas só começaram a usar o rótulo no século XVI, designando aqueles que abraçaram o Evangelho que havia - num sentido bem real - sido recuperado pela Reforma Protestante naquele século. “Evangélico” vem de “evangel”, que é o termo grego para “evangelho”. Deste modo, os “evangélicos” eram luteranos e calvinistas que queriam recuperar o evangel e proclamá-lo dos altos dos telhados. Era uma designação empregada para colocar os Protestantes num agudo contraste com os Católicos Romanos e “seitas”. Mas para entender por que estes Protestantes pensavam que eram realmente aqueles que recuperaram o verdadeiro e bíblico Evangelho, temos que entender o que era aquele evangelho.

O “Evangel”

A Reforma era uma coleção de “solas” - esta é a palavra latina para “somente”. Eles vibravam ao dizer “Sola Scriptura!“, significando, “Somente as Escrituras”. A Bíblia era a “única regra para fé e prática” (Westminster) para os reformadores. Você vê que a igreja acreditava que a Bíblia era totalmente inspirada e infalível, mas a igreja era o único intérprete infalível da Bíblia. Os Reformadores acreditavam que a Tradição era importante e que os Cristãos não a deveriam interpretar por eles mesmos, mas que todos os cristãos sejam clérigos ou leigos, deveriam chegar a um comum entendimento e interpretação das Escrituras juntos. A Bíblia não deveria ser exclusivamente deixada aos “espertos”, mas isso nunca significou para os Reformadores que cada cristão deveria presumir que ele ou ela pudessem chegar a interpretações da Bíblia sem a orientação e assistência da Igreja.

0 principal ponto de “Sola Scriptura” então, era este: Não deveria ser permitido à Igreja fazer regras ou doutrinas fora das Escrituras. Não existem novas revelações, nem papas que ouvem diretamente a voz de Deus, e nada que a Bíblia não apresente deveria ser ordenado aos cristãos.

0 segundo “sola” era “solo Christus“, “Somente Cristo”. Isto não queria dizer que os Reformadores não criam na Trindade - pois o Pai e o Espírito Santo eram igualmente divinos, mas que Cristo, sendo o “Deus-Homem” e nosso único Mediador, é o “Homem de frente” para a Trindade. “Aquele que me vê a Mim, vê ao Pai que me enviou”, disse Jesus. Num tempo em que meros seres humanos estão tomando o lugar de Cristo como Mediador entre Deus e cristãos, os reformadores proclamaram juntamente com Paulo: “Há somente um Deus e um Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Tim. 2: 5). Eu cresci em igrejas onde tínhamos “apelos ao altar” e esta pode ser a coisa mais próxima que nós cristãos modernos temos do “chamado ao altar” medieval, a missa. Em nossas igrejas, o pastor atuaria como mediador, vendo nossa mão levantada “enquanto cada cabeça está baixa e cada olho fechado”, e nós iríamos para a frente onde ele estava, o chamado “altar” e repetiríamos uma oração após ele. Então ele afirmaria que, tendo “feito a oração”, nós agora estaríamos salvos. Eu me lembro de ter sido “salvo” novamente, e novamente. Quando me senti culpado após uma particular e desagradável noite de sábado, lá ia eu novamente ao altar. Cristãos medievais estavam sempre apavorados até a morte, por ver que poderiam morrer com pecados não confessados e assim iriam para o inferno. Assim, a missa era uma oportunidade de “estar em dia com Deus” e de “encher a banheira” que tinha tido um vazamento por causa do pecado.

Os reformadores, porém, diriam àqueles dentre nós que vivem ansiosos quanto ao fato de estar ou não dentro do favor de Deus, ou se estamos cedendo demais ou obtendo vitória: “Somente Cristo!” É a Sua vida e não a nossa, que conta para a nossa salvação; foi a Sua morte sacrificial e ressurreição vitoriosa que nos assegurou vida eterna. Porque Ele “entregou tudo”; o Seu mérito cobre totalmente o nosso demérito.

E isso nos traz ao próximo “sola” - “sola gratia” (Somente a Graça!) Roma acreditava na graça; de fato, a Igreja insistia que, sem a graça, ninguém poderia ser salvo. Só que a graça era o tipo de “um pó mágico” que ajudava a pessoa a viver uma vida melhor - com a ajuda de Deus. Os reformadores, em contrapartida, diziam que a graça não é uma substância que Deus nos dá para vivermos uma vida melhor, mas sim uma atitude em relação a nós, aceitando-nos como justos por causa da santidade de Cristo, e não nossa.

Por isso eles lançaram o quarto “somente” (sola), que sabemos ser “sola fide” (somente a fé). Considerando que somos salvos somente pela graça, como obtemos essa graça? Roma argumentava que essa graça era distribuída pela igreja através dos vários métodos que os “altos escalões” haviam inventado. Fé mais amor, ou fé mais boas obras, ou alguma coisa assim, tornou-se a fórmula para a salvação. Os reformadores ao contrário, insistiam que do início ao fim, “salvação é obra do Senhor” (João 2: 9). “0 Espírito dá vida; o homem em nada colabora” (João 6: 55). “Não depende da decisão, nem do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus” (Rom 9: 16). Assim a fé em si mesma é um dom da graça de Deus e não se pode dizer dela que seja “a coisa” que nós fazemos na salvação: Pois nós não somos nascidos da vontade da carne ou da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:13).

No minuto em que uma pessoa olha para “Cristo somente” para sua salvação, dependendo da Sua vida santa e sacrifício substitutivo na cruz, naquele exato momento ela ou ele é justificado (posto em posição de justiça, declarado justo, santo, perfeito). A própria santidade de Cristo é imputada (creditada) na conta do crente, como se ele ou ela tivessem vivido uma vida perfeita de obediência - mesmo enquanto aquela pessoa continua a cair repetidamente no pecado durante sua vida. 0 Cristão não é alguém que está olhando no espelho espiritual, medindo a proximidade de Deus pela experiência e progresso na santidade, mas é antes alguém que está “olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé”( Heb. 12: 2). Resumindo, é o estilo de vida de Cristo, não o nosso, que atinge os requisitos de Deus, e é por Ele que a justiça pode ser transferida para nossa conta, pela fé (olhando somente para Cristo).

Finalmente, os reformadores disseram que tudo isso significa que Deus é quem tem todo o crédito. “Soli Deo Gloria” (Somente a Deus seja a Glória) era a forma que eles colocavam - nosso último “sola”, que quer dizer, “A Deus somente seja a Glória” Um evangélico, portanto, era centrado em Deus; alguém que estava convencido de que Deus havia feito tudo e que não restava nada que o homem considerasse seu a não ser seu próprio pecado. Isto não apenas transformou radicalmente a vida devocional dos crentes que o abraçaram, mas toda a estrutura social também.

Numa velha taverna do século XVII em Heidelberg, na Alemanha, lê-se no alto “Soli Deo Gloria!” Johann Sebastian Bach, o famoso compositor, assinou todas as suas composições com aquele slogan da Reforma. Do mesmo modo, um outro compositor, Handel, declarou, “Que privilégio é ser membro da igreja evangélica, saber que meus pecados estão perdoados. Se nós fossemos deixados à mercê de nós mesmos, meu Deus, o que seria de nós?” Grandes e nobres vidas requerem grandes e nobres pensamentos, e a soberania e a graça de Deus são, para o crente, grandes e nobres pensamentos. Os reformadores disseram a Roma o que J.B.Philipps, o tradutor inglês da Bíblia, disse à igreja contemporânea: “O Deus de vocês é muito pequeno”.

A Reforma, a qual produziu o termo “evangélico”, também recuperou a doutrina bíblica do “sacerdócio universal de todos os santos” e a noção bíblica do chamado e vocação. A igreja tinha dividido os cristãos em primeira classe (aqueles que serviriam no “ministério cristão em tempo integral”) e segunda classe (aqueles que estavam empregados em serviços “seculares”). Os reformadores concediam, por direito, que todos os cristãos são sacerdotes e são, por isso, ministros de Deus, independente de estarem varrendo uma sala para a glória de Deus, moldando uma peça de cerâmica, defendendo um cliente na corte, curando um paciente, ordenhando uma vaca, ou conduzindo uma congregação no louvor. Não há o “secular” e o “sagrado” - Deus criou o mundo inteiro e fez a vida neste mundo como algo inseparável de nossa própria humanidade.

Como nós ajustamos as coisas hoje?

A questão, é claro, é se “evangélico” hoje significa o que significou há quinhentos anos.

Em primeiro lugar, muitos dos evangélicos de hoje têm uma visão das Escrituras inferior à que a igreja de Roma tinha no século XVI. Instituições evangélicas de peso duvidam da confiabilidade da Bíblia e de sua infalibilidade - a menos, claro, que se trate daquilo que eles já decidiram que é verdade. Outros acreditam que a Bíblia é inerrante, porém acrescentam novas regras e revelações ao cânon. “A Bíblia é suficiente”, nos aconselhariam os reformadores. Os sermões, com muita freqüência, são “pop-inspiracionalistas” discursos superficiais de “Como criar filhos positivos” ou “Como ter uma auto-estima” em detrimento de sérias exposições das Escrituras. De acordo com o Gallup, “Os EUA são um país de iletrados bíblicos”, ainda que 60 milhões deles se consideram “evangélicos”.

Em segundo lugar, muitos evangélicos modernos também não acreditam que Cristo é suficiente. Às vezes pessoas muito boas e nobres substituem Cristo como nosso único Mediador, assim como o Espírito Santo. Enquanto louvamos o Espírito juntamente com o Pai e o Filho, o Filho tem este papel único de nosso único advogado e Mediador. Não devemos olhar para a obra do Espírito nos nossos corações, mas para a obra de cristo na cruz. Às vezes, nós temos mediadores humanos que não são o Deus-Homem Jesus Cristo. Precisamos de outras coisas pelo meio, como a figura do pastor no “apelo” do altar ao qual me referi anteriormente. Não muito tempo atrás eu vi um tele-evangelista de sucesso tirando o fone do gancho e informando seus telespectadores que “esta é sua conexão com Deus”. Uma banda secular, “Depeche Mode”, canta sobre “Seu próprio Jesus Pessoal” que pode ser contactado ao se pegar no fone e fazendo sua confissão. Enquanto estivermos neste assunto, também deveríamos mencionar que foi a venda de indulgências de John Tetzel (redução do período no purgatório em troca de valores em dinheiro) que inspirou as “Noventa e Cinco Teses “de Lutero, desencadeando a Reforma. “Quando a moeda bate no cofre”, o coro cantava, “uma alma do purgatório é vivificada”. Será que isso realmente é diferente da venda da salvação que temos visto na televisão cristã, rádio, e mesmo em muitas igrejas? Dinheiro e salvação têm sido distorcidos para serem uma coisa só no meio de muitos de nós. “Eles vendem salvação a você”, canta Ray Stevens, “enquanto eles cantam ‘Amazing Grace’ (’Graça Maravilhosa’)”.

Muitos evangélicos hoje crêem que “Somente a Graça” (sola gratia) é algo como livre-arbítrio, uma decisão, uma oração, uma ida até a frente, uma segunda bênção, algo que nós façamos por Deus que nos dará confiança de sermos alvo do Seu favor. Doutrinas como eleição, justificação e regeneração são discutidas quase que nunca, porque elas mostram o quadro de uma humanidade que é incapaz e nem ao menos pode cooperar com Deus em matéria de salvação. Se nós formos salvos é Deus e Deus somente que deverá faze-lo.

E sobre “Somente a Fé” (sola fide)? Muitos evangélicos acham que a fé não é suficiente. Se um indivíduo crê em Cristo e daí sai e o anuncia, será que a fé é suficiente? Alguns insistem que a fé mais a entrega, ou a fé mais a obediência, ou fé mais um sincero desejo de servir ao Senhor servirão como uma fórmula. 0 fato de que os evangélicos hoje lutam com estas questões indica que nós não ouvimos o “som seguro” de “Somente a Fé” em nossas igrejas. Fé é suficiente porque Cristo é suficiente.

Como se comparariam os evangélicos de hoje com os seus predecessores em matéria de “Somente a Deus seja a Glória”? Auto-estima, glória-própria, centralidade do “eu” parecem dominar a pregação, ensino e a literatura popular do mundo evangélico. Os evangélicos de hoje sabem muito pouco do grande Deus dos reformadores - um Deus que faz tudo conforme o Seu agrado, em relação aos céus e às pessoas sobre a terra e “que faz tudo conforme o conselho da Sua vontade” (Dn. 4; Ef. 1: 11). Os evangélicos hoje, refletindo sua cultura e sociedade mais ampla, estão intimidados por um Deus que é Deus. Porém que outro Deus é digno de confiança? Em poucas palavras, que outro Deus existe? Louvar ao Deus de uma experiência pessoal ou o Deus de preferência pessoal é louvar um ídolo. Os reformadores levaram isso a sério, e aqueles que quiserem ser evangélicos genuínos também devem faze-lo.

Conclusão

Muitas pessoas se perguntam por que o povo da “Reforma” parece bravo. Ninguém quer estar ao redor de pessoas bravas - e eu não gostaria de ser conhecido como uma pessoa “brava”. Mas precisamos encarar o fato de que estes são tempos de grande infidelidade para o povo de Deus. A nós foi dada uma fé rica, com Cristo no centro. Porém trocamos nossa rica dieta por um saco de pipocas e estamos mal nutridos. Se os evangélicos terão a mesma saúde espiritual que tiveram em épocas passadas, eles terão que voltar para as verdades que fazem de “evangélicos” “evangélicos”. A Bíblia - nosso único fundamento; Cristo - nossa única esperança; Graça - nosso único evangelho; Fé - nosso único instrumento; a Glória de Deus - nosso único alvo; o Sacerdócio de todos os santos - nosso único ministério. Este evangelicalismo original ainda é suficiente para fazer, mesmo de nossas menores vitórias, algo muito grande.

Jornal “Os Puritanos” Ano V - No.3
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Deus é o governador de um governo moral. Desse modo, dirige todos os atos dos homens rumo ao fim que ele estabeleceu. É nesse ponto que o judaísmo é mais acentuadamente contrastado com o paganismo. Este tanto deifica quanto mescla a divindade com a natureza. Assim, não há lugar para um Deus que conhece todas as coisas e provê antecipadamente. Por outro lado, o judaísmo vê em todas as coisas não os atos fortuitos de um destino cego e inexorável, mas as dispensações de uma Providência sábia e benigna. Ele não conhece nenhum evento que não tenha sido predeterminado por Deus. Uma preordenação divina decide a escolha de uma homem quanto à sua mulher e qualquer outros passos importantes de sua vida.

Kaufmann Kohler
In: Jewish Theology
terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A missão que constitui a razão da minha existência é espalhar uma paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas, para que todos tenham a única verdadeira alegria. Se eu cair morto, morrerei executando a minha missão. Se eu viver mais vinte anos, espero que no final ainda esteja cumprindo esta missão. Penso que é por isto que você existe também. Você não precisa usar minhas palavras, mas é por esta razão que todos nós estamos neste planeta Terra. A menos que partilhe desta paixão pela supremacia de Deus, sua vida não será para a glória de Deus.

John Piper

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Algumas pessoas pedem dicas para comprar uma Bíblia de estudo. São várias as opções no mercado, então ao invés de indicar uma em específico, listo as principais características de uma boa Bíblia de estudo pessoal. Você verá que não tem muito a ver com as Bíblias comerciais existentes no mercado.

1. Letras grandes

Se você vai estudar a Bíblia, irá lê-la frequentemente. Então a principal características é que ela seja de fácil leitura, ou seja, que não canse a vista. É bom que você verifique o tamanho e o tipo da fonte, além da cor do papel, para ver se proporciona uma leitura confortável.

2. Margens grandes

Bíblia pequena geralmente implica letra pequena e margens pequenas. Se você vai estudar a Bíblia, deverá fazer anotações nas margens. Por isso as margens devem ser de tamanho tal que permitam o registro de observações, descobertas e pontos de vista.

3. Ausência de notas

Um dos principais obstáculos a um estudo proveitoso do texto bíblico é a existência de notas. Elas competem em autoridade com o texto e produzem preconceitos. Você deve estudar o que a Bíblia diz e não o que alguém diz sobre o que a Bíblia diz.

4. Sem subtítulos

Isto não é de importância fundamental, mas se você encontrar Bíblias que não tragam subtítulos, é melhor. Pois estes também acabam por te levar ao texto com uma idéia pré-concebida, às vezes não tão precisa. Por exemplo, no texto com a oração que o Senhor ensinou, às vezes encontramos o título "A oração do Senhor", quando a oração do Senhor está em João 17.

5. Com referências cruzadas

Referências cruzadas indicam passagens paralelas. São bastante úteis para você comparar Escritura com Escritura, obtendo o ensino geral das Escrituras sobre um determinado tema.

6. Com concordância

Um concordância ajuda você a encontrar passagens bíblicas que você já leu, a partir de algumas palavras que você lembra que estão no texto. Também é útil para estudo de grandes temas da Bíblia

7. Tradução verdadeira

Deixei por último a dica mais importante. A escolha de uma boa tradução é fundamental. O primeiro critério é que seja de fato uma tradução verdadeira e não uma paráfrase. Embora as paráfrases como a Bíblia na Linguagem de Hoje, a Bíblia Viva e Cartas para Hoje sejam de fácil leitura, são uma interpretação e não uma tradução propriamente dita. Entre as traduções, considero as melhores para estudo, embora não sejam de tão fácil leitura, a Almeida Corrigida Fiel e Almeida Revista e Corrigida. Outras boas opções são a Almeida Revista e Atualizada e a Nova Versão Internacional.

Bom estudo!
domingo, 11 de janeiro de 2009
3. Como você conhece sua miséria?

R. Pela lei de Deus (1).

(1) Rm 3:20.

4. O que a lei de Deus exige de nós?

R. Isto Cristo nos ensina num resumo, em Mateus 22:37-40: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. " Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (1).

(1) Lv 19:18; Dt 6:5; Mc 12:30,31; Lc 10:27.

5. Você pode observar esta lei perfeitamente?

R. Não, não posso (1) , porque por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo (2).

(1) Rm 3:10,20,23; 1Jo 1:8,10. (2) Gn 6:5; Gn 8:21; Jr 17:9; Rm 7:23; Rm 8:7; Ef 2:3; Tt 3:3.

Leia também as questões do Primeiro Domingo e do Terceiro Domingo do Catecismo de Heidelberg.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Durante 53 anos de um ministério incansável, Wesley chamou a si mesmo de "homem de um livro só" — a Bíblia. Ele escreveu, todavia, mais de 200 livros, editou uma revista, compilou dicionários em quatro línguas — tudo escrito a mão. Ele percorreu a Inglaterra a cavalo, num total de 250.000 milhas. Durante anos, fez uma média de 20 milhas diárias e muitas vezes andava 50 a 60 e até mais milhas por dia, parando para pregar ao longo do caminho. Ele pregou 40.000 sermões — raramente menos que dois por dia e às vezes sete, oito ou até mais.

Aos 83 anos queixou-se de que não podia ler nem escrever mais de 15 horas por dia sem que os olhos doessem. Lamentou não poder pregar mais que duas vezes por dia, e confessou sua crescente tendência de permanecer na cama até as 5.30 da manhã. Aos 86 continuava levantando-se nessa hora para orar.

Qual o segredo da sua tremenda energia ou, mais ainda, o segredo do selo continuado de Deus sobre o seu ministério? As anotações da sua agenda nos dias 3 e 15 de outubro de 1738 evidenciam os seus anseios por uma experiência mais profunda. Os historiadores apontam para uma ocasião, seis meses depois do seu novo nascimento. Ouçam as palavras dele, escritas no diário: "Segunda-feira, 1º de janeiro de 1739. Os srs. Hall, Kinchin, Ingham, Whitefield, Hutchins e meu irmão Charles estiveram presentes à nossa festa de confraternização em Fetter-lane, com cerca de 60 de nossos irmãos. Às três da manhã aproximadamente, enquanto continuávamos em oração, o poder de Deus veio poderosamente sobre nós, a ponto de muitos clamarem por júbilo e outros tantos caírem no chão. Tão logo nos recobramos um pouco desse temor e surpresa com a presença de Sua majestade, falamos todos juntos: 'Te louvamos, ó Deus, reconhecemos que Tu és o Senhor'".

Wesley Duewel
In: Em chamas para Deus
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Dois homens subiram ao templo. Mesa preparada, era culto de Ceia.

O celebrante lê a Bíblia e diz:

"Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice..."

O primeiro homem examinou sua vida nos últimos 30 dias. Passou em revista cada atitude, cada ato, cada palavra. Até seus pensamentos foram examinados. E nada descobriu que o tornasse indigno de participar da Ceia do Senhor. Assim, comeu do pão e bebeu do cálice do Senhor.

O outro homem também examinou seu coração. Pesou suas atitudes, seus atos, palavras e pensamentos. E, triste, descobriu que nada em sua vida o habilitava para partipar da comunhão do Corpo e do Sangue. Cada aspecto de sua vida e retrocedendo até onde sua memória alcançava, depunha contra ele. Assim, comeu do pão e bebeu do cálice do Senhor.

Apenas um dos homens participou dignamente, discernindo o Corpo do Senhor.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Hoje em dia, nós simplesmente entramos e conversamos com eles e damos-lhes três perguntas exploratórias e perguntamos-lhes se eles querem orar uma oração e pedir para Jesus entrar em seus corações e os fazemos duas vezes mais filho do diabo, que nunca mais voltarão a serem abertos ao Evangelho por causa da mentira religiosa que nós, como evangélicos, temos vomitados de nossas bocas.

Paul Washer
In: Terceira acusação
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
"Mas alguns dizem: 'A doutrina da predestinação é prejudicial à utilidade da pregação'. Como se fosse contrária à pregação do Apóstolo: O Doutor dos Gentios não proclamou tantas vezes a predestinação na fé e na verdade e por acaso desistiu de pregar a palavra de Deus? Por ter dito: 'É Deus quem opera em vós o querer e o operar, segundo a sua vontade' (Fp.2.13), não exortou a querermos e a fazermos o que é do agrado de Deus? Ou por ter dito: 'Aquele que começou em vós a boa obra há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus' (Hb.1.6), deixou de aconselhar as pessoas a começar e a perseverar até o fim?

E o próprio Senhor ordenou aos homens que cressem, quando diz: 'Crede em Deus, crede também em mim' (Jo.14.1), e nem por isso é falsa a sentença nem vã a afirmação, quando diz: 'Ninguém pode vir a mim', ou seja, ninguém pode crer em mim, 'se isto não lhe for concedido pelo Pai' (Jo.6.66). Visto ser verdadeira esta afirmação, não é vão aquele preceito.

Portanto, por que julgamos a doutrina da predestinação, que a Escritura divina proclama, como prejudicial à pregação, aos mandamentos, à exortação e à correção, que aparecem tantas vezes na mesma Escritura?"

Bibliografia: A Graça II (O Dom da Perseverança), Agostinho de Hipona, Editora Paulus
Fonte: Teologia e Vida
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Profecia é vista comumente como "predição do futuro". Alguns entendem que somente deve ser considerada profecia aquela que contiver algum elemento preditivo. Porém, entendo que a previsão do futuro não é essencial à profecia ou que a existência de predição torna um pronunciamento uma profecia.

Uma profecia é um pronunciamento inspirado de um profeta ou, no Novo Testamento, de alguém que possua o dom de profecia. O conteúdo deste pronunciamento tanto pode ser a predição de algo que ainda vai acontecer, como a declaração da vontade ou propósito de Deus. Embora, uma profecia possa ser preditiva, nem sempre o é, e tendo a acreditar que geralmente não seja. Entenda que não estou negando que uma profecia pode se referir a um evento futuro, mas afirmando que não é preciso que haja predição para que se caracterize um pronunciamento inspirado como profecia.

Para entender o que seja profecia, comecemos verificando o que a Bíblia diz sobre profetas. A primeira pessoa a quem a Bíblia diz ser profeta é Abraão, quando Deus disse "restitui a mulher a seu marido, pois ele é profeta e intercederá por ti, e viverás..." (Gn 20:7). Ninguém pensa em Abraão como profeta, pois estamos condicionados a associar profetas a previsões.

Na segunda vez que a palavra profeta ocorre na Bíblia, fica mais claro o seu significado. "Disse o Senhor a Moisés: vê que te constituí como Deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será teu profeta" (Ex 7:1). Na explicação que Deus dá a Moisés, temos a definição divina para profeta: "Ele falará por ti ao povo; ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus" (Ex 4:16). Portanto, profeta nada mais é que um porta-voz, alguém que fala por outrem.

Falando de Jesus como profeta, Deus enfatizou a idéia de alguém que empresta sua voz a outro, e não de alguém que prevê o futuro. O Senhor disse "suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar" (Dt 18:18). Jesus reconheceu o cumprimento da profecia em sua vida, dizendo "eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar" (Jo 12:49).

Como vimos, a idéia de que profeta é quem faz prognósticos não é correta, ainda que este também possa anunciar coisas ainda por vir. O que caracteriza um profeta é aquilo que ele faz, vale dizer, anunciar as palavras de Deus usando palavras humanas. Veremos agora que o objetivo do profeta não é predizer, mas fazer o povo voltar-se para Deus.

Sobre o profeta João Batista o anjo disse "converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus" (Lc 1:16), em seu ministério profético Samuel disse ao povo "se é de todo o vosso coração que voltais ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o coração ao Senhor, e servi a ele só, e ele vos livrará das mãos dos filisteus" (1Sm 7:3), através de Isaías o Senhor disse "torna-te para mim, porque eu te remi" (Is 44:22) e através de Jeremias "se voltares, ó Israel, diz o Senhor, volta para mim" (Jr 4:1). Mais tarde, o próprio Jeremias proclamou "esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o Senhor" (Lm 3:40).

Outro profeta, Oséias, convidava dizendo "vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará" (Os 6:1) e a mensagem contundente de Joel foi "convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto" (Jl 2:12), à qual Amós ajuntou "buscai-me e vivei" (Am 5:4). Até o último profeta do Antigo Testamento a mensagem era "tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos" (Ml 3:7).

A essência das profecias fica estabelecida quando lemos que "o Senhor advertiu a Israel e a Judá por intermédio de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Voltai-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, segundo toda a Lei que prescrevi a vossos pais e que vos enviei por intermédio dos meus servos, os profetas" (2Re 17:13). Por outro lado, a mero fato de uma predição se cumprir não é prova bastante de que seja uma profecia. "Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma" (Dt 13:1-3). A prova definitiva de que se trata de uma profecia é se ela converte os corações ao Senhor, e não que contenha previsões que se cumprem.

Para finalizar, uma última observação. Quando Paulo refere-se ao dom de profecia, não destaca seu caráter preditivo, mas alude que aquele "que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando" (1Co 14:3). Mais adiante, ele acrescenta que a profecia possibilita a "todos aprenderem e serem consolados" (1Co 14:31) e não a tomarem conhecimento de acontecimentos futuros.

Soli Deo Gloria
domingo, 4 de janeiro de 2009
1. Qual é o seu único consolo, na vida e na morte?

R. O meu único fundamento é meu fiel Salvador Jesus Cristo (l). A Ele pertenço, em corpo e alma, na vida e na morte (2) , e não pertenço a mim mesmo (3). Com seu precioso sangue Ele pagou (4) por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio do diabo (5). Agora Ele me protege de tal maneira (6) que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo (7). Além disto, tudo coopera para o meu bem (8). Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me garante a vida eterna (9) e me torna disposto a viver para Ele, daqui em diante, de todo o coração (10).

(1) 1Co 3:23; Tt 2:14. (2) Rm 14:8; 1Ts 5:9,10. (3) 1Co 6:19,20. (4) 1Pe 1:18,19; 1Jo 1:7; 1Jo 2:2,12. (5) Jo 8:34-36; Hb 2:14,15; 1Jo 3:8. (6) Jo 6:39; Jo 10:27-30; 2Ts 3:3; 1Pe 1:5. (7) Mt 10:29,30; Lc 21:18. (8) Rm 8:28. (9) Rm 8:16; 2Co 1:22; 2Co 5:5; Ef 1:13,14. (10) Rm 8:14; 1Jo 3:3.

2. O que você deve saber para viver e morrer neste fundamento?

R. Primeiro: como são grandes meus pecados e minha miséria (1). Segundo: como sou salvo de meus pecados e de minha miséria (2). Terceiro: como devo ser grato a Deus por tal salvação (3).

(1) Mt 9:12; Jo 9:41; Rm 3:10; 1Jo 1:9,10. (2) Lc 24:46,47; Jo 17:3; At 4:12; At 10:43; 1Co 6:11; Tt 3:3-7. (3) Sl 50:14,15; Sl 116:12,13; Mt 5:16; Rm 6:12,13; Ef 5:10; 2Tm 2:15; 1Pe 2:9,12. Veja também Mt 11:28-30; Ef 5:8.

Vá para as perguntas do Segundo Domingo do Catecismo de Heidelberg.
sábado, 3 de janeiro de 2009
O Catecismo de Heidelberg é um dos mais importantes documentos produzidos pelos cristãos reformados. Apesar de ser um documento oficial da Igreja Reformada Alemã é a mais ecumência das declarações produzidas pelos protestantes reformados. Redigido por Caspar Oliviano e Zacarias Ursinos a pedido de Frederico III, foi adotado oficialmente em 19 de fevereiro de 1563.

O seu conteúdo é uma exposição, na forma tradicional de perguntas e respostas dos catecismos, do Credo dos Apóstolos, dos Sacramentos, dos Dez Mandamentos e do Pai Nosso. Na sua estrutura interna, segue o plano da Epístola aos Romanos: o pecado e a miséria humana, a redenção em Cristo e a gratidão do homem expressas em obras e obediência. Era usado para instrução de jovens a ministros do evangelho.

Bullinger afirmava que "jamais foi composto um catecismo melhor", Karl Barth dizia que "o Catecismo de Heidelberg é um documento que oferece o conhecimento evangélico comum... caracteriza o sentido positivo da Reforma" e Alderi de Souza Mattos escreveu que ele "tem sido uma fonte de conforto, encorajamento e alimento espiritual para muitas gerações de cristãos em vários continentes. Ele não só tem proporcionado inspiração a homens e mulheres que enfrentam pressões externas e lutas interiores, mas também tem sido um poderoso incentivo ao diálogo e à aceitação mútua entre diferentes grupos e tradições cristãs".

Neste ano de 2009, a partir de amanhã e sempre aos domingos, o Cinco Solas trará as perguntas e respostas do Catecismo de Heidelberg, para conhecimento, estudo, edificação e comentários dos freqüentadores deste espaço.

Comece seu estudo do Catecismo de Heldelberg, clicando aqui.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
"...eis que tudo se fez novo" 2Co 5:17

Em 2008 tive o privilégio de contar com suas visitas, comentários, críticas e sugestões ao Cinco Solas. Sou grato a Deus por isso e queria que você soubesse disso.

Eu também tive o privilégio de receber seus emails, interagir com você em fóruns, ler e participar de seu blog e em tudo isso fui grandemente abençoado. Por isso louvo a Deus por sua vida.

Nessa interação, muitas vezes concordamos, outras tantas discordamos e em outras mais discordamos e concordamos. Mas o que resultou para mim não foi apenas o calor da convivência humana, ainda que virtual, mas a luz de novos conhecimentos, novas perspectivas, que moldaram a minha visão de mundo, consolidando às vezes o que eu já pensava ou me levando a revisar meu ponto de vista.


Sendo assim, o que eu posso desejar para mim em 2009? Apenas que pessoas maravilhosas como você continuem comigo nesta curta mas prazerosa jornada para a glória.


Para você, desejo todas as bênçãos de Deus. Que a boa vontade de Deus se cumpra na sua vida e que Sua vida esteja alinhada com a vontade dEle.


Feliz 2009!