Popular Posts

Blogger templates

Blogger news

Blogroll

About

Blog Archive

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Pesquisar

domingo, 30 de setembro de 2012

A maneira de aplicar esta ordenança, segundo a Escritura, é por submergir o corpo inteiro sob a água. E sendo um sinal, tem que corresponder com o que ele significa, que é o seguinte: primeiro, o lavamento da alma inteira no sangue de Cristo; segundo, os benefícios comunicados aos santos pela morte, sepultamento e ressurreição de Cristo; terceiro, uma confirmação da fé, que assim como certamente o corpo está sepultado sob a água e se levanta outra vez, assim também os corpos dos santos se levantarão pelo poder de Cristo, no dia da ressurreição, para reinar com Cristo.

Artigo 40
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sábado, 29 de setembro de 2012
"Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". 1Co 1:30
Assim, Cristo Se tornou santificação para os crentes. Ó quão grande privilégio é esse! Para serem transformados de feras em santos e, apesar de terem uma natureza diabólica, serem feitos co-participantes da natureza divina; serem trasladados do reino de Satanás, para o reino do Filho amado de Deus — que benção. Para serem despojados do velho homem, que é corrupto, e vestidos do novo homem, que é criado à semelhança de Deus na justiça e na verdadeira santidade — que bênção indizível! Fico atônito ao contemplá-la. 

É com razão que o apóstolo exorta os crentes a se regozijarem no Senhor; realmente têm motivo para regozijar-se sempre, sim, até mesmo no leito da morte; porque o reino de Deus está dentro deles; são transformados de glória em glória pelo Espírito do Senhor. Este bem pode ser um mistério humanamente falando, pois é um mistério até mesmo para o próprio homem espiritual — um mistério que não consegue sondar. Vocês não ficam freqüentemente com os olhos ofuscados, ó filhos de Deus, ao contemplarem seu próprio brilho, quando a lâmpada do Senhor raia, e seu Redentor levanta sobre suas almas a luz da Sua bendita face? Vocês não ficam atônitos quando sentem o amor de Deus derramado nos seus corações pelo Espírito Santo, e quando Deus estende o cetro dourado da Sua misericórdia, convidando-os a pedir o que querem, o que lhes será dado? Aquela paz de Deus, que guarda e governa o seu coração, não excede os últimos limites de seu entendimento? E a alegria que vocês sentem, não é indizível? Não é cheia de glória?

Estou convicto que sim; e na sua comunhão secreta, quando o amor do Senhor se derrama nas suas almas, vocês estão inundados ou, para usar a frase do apóstolo: "cheios de toda a plenitude de Deus". Não estão prontos a exclamarem, juntamente com Salomão: "E será que o Senhor habitará mesmo com os homens? Como é que seremos assim Teus filhos e filhas, ó Senhor Deus onipotente!".

Se vocês são filhos de Deus, e sabem o que é ter comunhão com o Pai e com Seu Filho; se vocês andam por fé, e não por vista, tenho certeza de que esta é freqüentemente a linguagem dos seus corações.

George Whitefield
In: Cristo: sabedoria, justificação, santificação, redenção
sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A maior benção da salvação, da qual nós cristãos já desfrutamos em alguma medida no presente e desfrutaremos plenamente na eternidade é contemplar a glória de Deus em Cristo! A maior benção da salvação não é a justificação, a regeneração, a adoção, a santificação e nem mesmo a glorificação, quando nossos corpos serão transformados para serem semelhantes ao de Cristo. Não, a maior benção da salvação é o próprio Deus!

A glória de Deus em Cristo é algo muito mais espetacular do que qualquer paisagem que você já tenha visto! Ela é mais estonteante do que as imagens computadorizadas do filme Avatar! E nós já podemos contemplar essa glória neste mundo, aqui e agora! Ainda não podemos vê-lO com os olhos do corpo, mas já podemos vê-lo com os olhos do entendimento, através de Sua revelação nas Escrituras.

Contemplar a glória de Cristo deve ser a maior busca do cristão neste mundo; deve ser o combustível de sua adoração. Nós vemos essa busca e anelo pela glória de Deus em diversos salmos, onde os salmistas expressam que o próprio Deus é o maior bem que possuem.

André Aloísio
In: Exposição de 2Co 4:6. Se preferir, ouça na íntegra o sermão A Salvação do Cristão é Gloriosa.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Essa declaração de Francis Schaeffer, em uma de suas cartas pessoais, é tão importante que decidi traduzi-la e postá-la aqui, enquanto estou às voltas com minha mudança para Natal. Boa leitura e boas reflexões!
"Acredito que, quando a Bíblia diz que Deus é o Deus da verdade, essa afirmação é muito mais profunda do que geralmente alcançamos. Está dito ali que Deus é a verdade no sentido de que é o Deus da realidade - que há apenas um Deus e uma realidade. E quem não conhece Deus nem a realidade que advém desse conhecimento (inclusive o mundo tal como Ele fez e tal como é agora debaixo do pecado) não tem Deus e vive em um universo que de fato não existe, um universo não verdadeiro no sentido profundo de não real. Creio que foi isso o que levou a filosofias como o existencialismo e o positivismo lógico. E mais, acredito que esse universo de 'não Deus' e de irrealidade é um produto da 'grande mentira' do pai da mentira, o Diabo: uma completa perversão."
Letters of Francis A. Schaeffer
Traduzido e publicado por Norma Braga
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Tanto Deus como o diabo estão envolvidos em nossas tentações e lutas. Devemos entender seus diferentes propósitos:

Temos de distinguir entre o que Deus quer e o que Satanás deseja. Tanto Deus como Satanás estão envolvidos ativamente em nossas tentações, mas é claro que têm propósitos radicalmente opostos. Enquanto o Senhor tem um propósito benevolente em cada ato, o objetivo do diabo é sempre destruir. Satanás queria destruir Jó; Deus desejava prová-lo.

Deus busca nossa purificação e reconciliação. Deseja que estejamos satisfeitos com Ele. Quer que aceitemos com alegria a vontade revelada. Em síntese: deseja nosso bem. Seu objetivo declarado é nos transformar na imagem de Cristo, a fim de trazer muitos filhos à glória. Deus deseja fazer uma obra em nosso coração, que durará para sempre. Seu propósito é nos ensinar que o pecado é destrutivo e que, em contraste, a justiça é boa e causa um excelente impacto nas pessoas.

O maior anseio de Satanás é separar nossa alma da comunhão com o Senhor. Ele procura dividir e destruir. Quer espalhar as ovelhas de Deus e separá-las do pastor. Se somos cristãos, nossa alma pertence ao Senhor, mas ainda podemos ser corrompidos. Satanás talvez não tenha como nos possuir, mas gostaria imensamente de nos destruir.

Se permitirmos, ele interrompe nossa comunhão, reduz nossa afeição para com Deus e enche nossa vida com pecado. Essa, pelo menos, é a sua intenção. Ele deseja que caiamos em sua armadilha, a fim de nos prender e paralisar. Ele quer que nos tornemos o mais semelhante possível a ele, em sua rebelião e independência.

Isso nos possibilita um ambiente perfeito para declarar nossa lealdade a Cristo e nos alinhar com a vontade de Deus. Somente somos purificados por meio do fogo das tentações e provações. Lembre-se: tudo o que Deus faz em nossa vida é para aumentar nossa alegria, se não nessa vida, com certeza na que está para vir.

Erwin Lutzer
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Se você perguntar: "Por que todos os homens não tem essa fé, pelo menos, todos os que concebem que a fé é algo tão feliz? Por que eles não creem de imediato?".

Respondemos (fundamentados na hipótese da Escritura): "A fé é uma dádiva de Deus". Nenhum homem é capaz de operá-la em si mesmo. Ela é uma obra da onipotência. Elas não requer menos poder que o de avivar uma alma morta que o para levantar um corpo que repousa na sepultura. É uma nova criação, e ninguém pode criar uma nova alma, a não ser Aquele que criou os céus e a terra.

John Wesley
In: Um apelo sincero aos homens de razão e religião
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
“Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” Ef 1:4-5

Ante a clareza do texto acima em afirmar a eleição, um irmão pergunta se “não estaria o apóstolo Paulo fazendo referência exclusiva aos apóstolos ou outro ‘subgrupo’ entre os que serão salvos”. A implicação é de que os objetos da eleição seria uma classe de crentes e não todos os salvos. Portanto, quem Paulo tinha em mente ao escrever essas palavras?

Alguns argumentam que Paulo está falando da igreja como uma coletividade, sem consideração para com os indivíduos como tais. O argumento baseia-se no fato de que Paulo usa o pronome na primeira pessoa do plural. Uma resposta para esse argumento pode ser lido em meu artigo Eleição Corporativa.

A hipótese de que Paulo poderia estar se referindo a uma parte dos salvos não me havia sido sugerido ainda para essa passagem, mas já recebi para outras, como João 15, que não será considerado aqui. Vamos então, à luz do contexto, avaliar se é possível que Paulo tenha em mente, não os salvos em geral, mas um sobgrupo deles, como os apóstolos.

No primeiro capítulo de Efésios o apóstolo ora se refere a si mesmo como “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus”, ora se refere “aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus” (1:1). Mas na maioria das vezes ele usa o pronome na primeira pessoa do plural, incluindo-se nas bênçãos recebidas. A questão é quem mais ele inclui, os demais apóstolos, os crentes de Éfeso ou os crentes em geral? Creio que é este último caso, pela natureza das bênçãos descritas.

Ser “abençoado com toda sorte de bênção espiritual” (1:3) não parece algo restrito a algum grupo de salvos apenas, mesmo uma elite como os apóstolos. Ser “santos e irrepreensíveis perante Ele” (1:5) não é distintivo dos apóstolos, como também não o é “a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados” (1:7), nem o ser “feitos herança” (1:11) e “selados com o Santo Espírito da promessa” (1:13). Não existe nenhum grupo entre os crentes a quem se possa atribuir com exclusividade essas bênçãos. Assim, sendo, não há razão suficientemente para concluir que “nos escolheu nele antes da fundação do mundo” (1:4) e “nos predestinou para ele” (1:5) se refira a alguns e não à universalidade dos crentes.

Também não há que se pensar que Paulo estivesse incluindo apenas a ele próprio e aos efésios nessas bênçãos. Quando ele fala de algo que diz respeito a ele e não a toda à igreja, usa a primeira pessoa do singular. Quando se refere a algo específico dos efésios, usa a segunda pessoa do plural. É o caso, por exemplo, do verso 15: “Também eu, tendo ouvido da fé que há entre vós no Senhor Jesus”. Além disso, há que se considerar que a carta que conhecemos como dirigida aos Efésios talvez seja uma carta-circular, enviada a mais de uma igreja. Aponta para isso o fato da palavra Éfeso não constar em alguns manuscritos e a ausência de saudações pessoais, comuns nas epístolas paulinas.

Consideremos, porém, dois versos que parecem contrariar o que foi defendido até aqui. “A fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa” (1. 12-13). Há um contraste entre o “nós, os que de antemão esperamos em Cristo” e o “vós... tendo nele também crido”. É pouco provável que o contraste seja entre os apóstolos e os crentes de Éfeso. Possivelmente a referência é aos judeus, quanto à esperança messiânica, ou ao judeus cristãos, que foram os primeiros a crer em Cristo e os crentes gentios. Seja como for, não creio que se possa afirmar uma dicotomia das bênçãos espirituais referidas entre judeus e gentios, pois de ambos o Senhor fez um só povo, a Igreja.

Concluindo, creio que não há complicações maiores no texto, além da incomensurabilidade das bênçãos descritas. Paulo escreve aos Efésios e descreve as bênçãos espirituais aos salvos, inclusive a eleição e predestinação.

Soli Deo Gloria
domingo, 23 de setembro de 2012

O batismo é uma ordenança do Novo Testamento, estabelecido por Cristo, para ser administrado sobre pessoas que professam fé, que são discípulos, os quais por sua confissão de fé devem ser batizados e depois participar da Ceia do Senhor.

Artigo 39
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sábado, 22 de setembro de 2012
Esta é uma carta escrita por Laura Gaultney Black para seus 3 filhos de 4, 7 e 9 anos. Aos 32 anos de idade, Laura descobriu que tinha câncer de mama quando estava grávida de sua terceira filha. Ainda grávida, ela sofreu uma mastectomia e teve sua filha via cesariana ainda com 33 semanas de gravidez, a fim de começar imediatamente a quimioterapia. O câncer de Laura foi curado. Porém, 8 meses mais tarde, ele retornou e se espalhou para outros órgãos, como o pulmão. Durante 5 anos, Laura lutou contra esse inimigo silencioso que aos poucos a matava. Durante esses 5 anos, Laura esperou por um milagre de Deus, sabendo que não existia nada na medicina que pudesse curá-la. Diariamente, ela orava e pedia que Jesus a concedesse o privilégio de criar seus 3 filhos, mas que a vontade dEle fosse feita, e não a dela. Como uma serva boa e fiel, Laura combateu o bom combate. Com dignidade, ela completou a carreira e guardou a fé. Deus não concedeu o milagre que ela tanto pediu, mas como uma filha obediente ela foi fiel até a morte. Dois dias antes de morrer, Laura escreveu em seublog, “chegou a hora de terminar essa corrida do câncer”, e morreu dizendo “eu terminei, mas eu não desisti”.
Num mundo em que o Evangelho tem sido usado como produto de barganha para ganho e benefício próprio, o testemunho dessa irmã de fé é um encorajamento, como também um tapa na cara de todos nos cristãos que vivem esperando de Deus uma vida confortável, cheia de saúde, riqueza e felicidade. Como Laura disse nessa carta, viveremos estas coisas plenamente quando estivermos na presença de Deus. Hoje, Laura entende completamente o que agora só entendemos em parte.
Marcela Soares Arledge

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A soteriologia reformada tem muito em comum com outras soteriologias evangélicas, mas possui certas ênfases distintas. Entre essas ênfases estão as seguintes:

1) O fator decisivo para a determinação de quem será salvo do pecado não é uma decisão dos seres humanos envolvidos,  mas a graça soberana de Deus – ainda que a decisão humana tenha papel significativo no processo.

2) A aplicação da salvação ao povo de Deus tem suas raízes no decreto eterno de Deus, segundo o qual ele escolheu seu povo para a vida eterna não com base em qualquer mérito da parte desse povo, mas somente pelo próprio prazer de Deus.

3) Embora todos que escutam a mensagem do evangelho sejam convidados a aceitar Cristo e sua salvação, e são honestamente conclamados a tal aceitação, a graça salvadora de Deus, no sentido mais estrito da palavra, não é universal,  mas particular, sendo concedida só aos eleitos de Deus (aqueles que foram escolhidos por Deus em Cristo para a salvação).

4) A graça salvadora de Deus é, assim, eficaz e impossível de ser perdida. Isso não quer dizer que, deixados por si mesmos, os crentes não possam desviar-se de Deus, mas, pelo contrário, significa que a vontade de Deus não permite que seus escolhidos percam a salvação. A segurança espiritual dos crentes, portanto, depende, principalmente, não de que eles se segurem em Deus, mas de que Deus os segura.

5) Embora a aplicação da salvação ao povo de Deus envolva, nos aspectos mais distintos da regeneração, no seu sentido mais restrito, vontade humana e obras, ainda assim a aplicação é, principalmente, obra do Espírito Santo.

Essas ênfases distintas formam a soteriologia reformada. Embora realce a soberania da graça de Deus na aplicação da salvação, a teologia reformada não nega a responsabilidade humana no processo de salvação.

Salvos pela Graça
Anthony A. Hoekema
quinta-feira, 20 de setembro de 2012

2) Deus não é tão soberano assim — Para os seguidores desse neologismo teológico, só pode haver pleno relacionamento entre Deus e o homem se o Criador construir a História com o auxílio do homem, no sentido de o homem ter o poder de frustrar Deus e mudar as decisões divinas. O futuro só pode ser construído a partir da conjunção entre Deus e as decisões humanas. Segundo eles, Deus se adapta à vontade e às decisões dos homens, e não pode realizar tudo que deseja, só com o auxílio do homem. O homem é o sujeito da História. A História não está sob o controle divino totalmente. Conforme as decisões dos homens, Deus vai definindo como será a História. O futuro, como diziam Moltman e Pannenberg, está em aberto, até mesmo para Deus (sic)!

Isso contraria frontalmente o ensino bíblico. Diminui Deus e exalta o homem. O ser humano tem autonomia para tomar suas decisões, mas nenhuma decisão humana pode mudar aquilo que já foi estabelecido por Deus (Is 46.10). Há a vontade permissiva e a vontade soberana de Deus. O homem pode tomar decisões e mudar contextos até onde isso não contrarie o que já foi determinado pelo Criador. Deus é o Senhor da História, não o homem.

3) Deus não conhece o futuro - O Teísmo Aberto acredita que Deus não conhece o futuro. Os adeptos dessa teoria se dividem entre dois argumentos. Uns dizem que Deus não pode conhecer o futuro porque o futuro não existe. Logo, é impossível alguém ter presciência. Por conseguinte, o futuro está aberto até para Deus (sic). Outros teístas abertos afirmam que mesmo que Deus tenha o poder de saber o futuro, Ele o ignora porque escolheu não saber o que virá (sic). Assim, o futuro, também nessa perspectiva, está em aberto para Deus.

Pinnock afirma: “As decisões ainda não feitas não existem de forma alguma para serem conhecidas por Deus. Elas são potenciais, mas para serem realizadas e não já reais. Deus pode predizer muito do que faremos, mas não tudo, porque algumas dessas decisões permanecem ocultas no mistério da liberdade humana (...) O Deus da Bíblia exibe uma abertura’ para o futuro que a visão tradicional da onisciência simplesmente não pode acomodar” (De Agostinho a Armínio, Pinnock, pp. 25 e 26).

Um elemento importante desse pensamento é a crença de que Deus não está fora do tempo, vendo o passado, o presente e o futuro como se fossem uma só coisa para Ele. Para o Teísmo Aberto, Deus está dentro do tempo e sujeito a ele. O tempo, segundo eles, é uma realidade que antecede o Criador ou coexiste com Ele. Porém, a Bíblia afirma que Deus é Eterno e transcendente (Is 57.15). Ele não teve começo e não terá fim, e o tempo foi criado por Ele (Sl 90.2). Deus sabe de tudo antes de tudo acontecer. Ele não está preso ao tempo (SI 102.27).

4) Deus se arrisca — Deus se arriscou ao criar seres livres e racionais. Ele não sabia que decisões os anjos e os homens tomariam depois de criados, e ainda hoje o Criador se arrisca com suas criaturas, pois ignora as escolhas futuras delas. Isso é simplesmente ridículo. A Bíblia diz que Cristo é “o Cordeiro de Deus imolado antes da fundação do mundo” (lPe 1.19-20; Ap 13.8). Deus já sabia de tudo que iria acontecer e de antemão elaborou o Plano da Salvação. Deus não foi e não é pego de surpresa!

5) Deus comete erros, aprende e muda — Segundo o Teísmo Aberto, como Deus desconhece o futuro, Ele aprende com as realidades à medida que elas vão acontecendo. O Deus da Teologia Relacionai é vulnerável, comete erros, aprende com eles e muda de posição. Deus muda seus planos constantemente.

Por isso, os adeptos desse pensamento ensinam que é errado afirmar que quando a Bíblia fala que Deus “arrependeu-se” está usando um antropomorfismo. Para eles, Deus arrependeu-se mesmo. Ele mudou de idéia. Deus é mutável. Ele é totalmente passível de influências do ser humano.

Porém, a Bíblia diz claramente que Deus não se arrepende e Ele não muda (Nm 23.19-20 e Ml 3.6). O “arrependimento” de Deus é antropomorfismo mesmo. Ou seja, são expressões humanas para tentar explicar ao ser humano Deus e suas manifestações. Ele não é como o ser humano.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Clique na imagem para visitar o site da Editora
Aqueles que o Espírito chama efetivamente, Ele faz com que se desesperem de si mesmos. Eles são levados a compreender que não há poder neles mesmos, a não ser fora dos caminhos do pecado e da miséria nos quais estão mergulhados. E como são incapazes de se ajudarem, então eles compreendem que são totalmente indignos de serem ajudados. 

Deus pode justamente permitir que permaneçam onde caíram e, não fosse a Sua intervenção, cairiam cada vez mais até não poderem mais ser recuperados. O pecador pode valer-se de suas boas obras, esperando com isso reconciliar-se com Deus por causa daquilo que ele tem feito de errado, entretanto é levado a ver que suas melhores obras estão tão misturadas com o pecado que, não fosse a justiça e a intercessão de Cristo, estas seriam verdadeiras abominações.

Agora ele está abatido no seu interior. Ele não tem confiança na carne (Fl 3:3). Ele não pode fazer nada por si mesmo. Não pode alegar que tenha direitos a ter algo feito em seu favor, mas ele deve esperar a graça de Deus para tudo. Baseado nisso, ele clama pelos caminhos do Senhor (Sl 130:1). Ele percebe que está afundando e clama: "Dasprofundezas a ti clamo, ó Senhor. Senhor salva-me ou perecerei. Estou à beira do inferno e cairei, a menos que a mão da misericórdia me segure". Ele implora com Efraim: "Salva-me, e serei salvo". E como o mal do pecado se torna manifesto à sua vista, assim a bondade de Deus é, em alguma medida, revelada pelo Espírito. 

E, portanto, ele decide se tornar um convertido, não somente pela necessidade, porque dessa maneira ele seria extrema e eternamente miserável, mas também por escolha, porque esse é o caminho para a verdadeira felicidade. E este desejo de ser convertido é como se fosse o primeiro sopro da operação do Espírito em todos aqueles que Ele chama efetivamente para voltarem-se para Deus, como também são as muitas outras maneiras como o Senhor chama os pecadores à conversão, muitas das quais tornaram-se sem efeito, porque aqueles que foram chamados são surdos, desobedientes e rebeldes.

Nathaniel Vincent
In: Os puritanos e a conversão

Assim, talvez seja melhor perguntarmos o que é mais necessário nos púlpitos evangélicos. Em primeiro lugar, claro, está o evangelho. E nossos púlpitos estarão cheios do evangelho quando estiverem cheios da Bíblia. Precisamos de sermões que exponham o livro das boas novas da obra de Cristo em nosso favor.
Há, contudo, mais uma coisa faltando: coragem. É seguro dizer que a maioria dos membros de igreja na maioria das igrejas evangélicas ouviu pelo menos a boa notícia de que Jesus veio para salvar pecadores. É ainda mais certo que todos que ouvem a pregação da Palavra em uma igreja evangélica estão cientes de que são pecadores. É absolutamente certo, no entanto, que ninguém está suficientemente consciente da profundidade, da abrangência e do poder do seu pecado, nem suficientemente consciente da profundidade, da abrangência e do poder da graça de Deus. Não sabemos nem do que fomos salvos e não para o que fomos salvos.
É por isso que precisamos de coragem. Precisamos de pastores que vão aos púlpitos já tendo visto e usado a Bíblia como um espelho para seus próprios pecados. Precisamos de pastores que, pela graça de Deus, veem seus próprios pecados pelo que eles são, e que pregam confiantes no conhecimento de que seu rebanho não é nem mais nem menos pecador do que ele é. Conhecendo seu pecado, ele prega contra o seu pecado. Ele não se esconde dele, mas o apresenta para que todos vejam. Porque ele está falando para o seu próprio pecado, outros podem ouvi-lo. Porque seus pecados são os mesmos daqueles que estão sob seu cuidado, ele fala para os pecados dos outros.
R. C. Sproul
Tradução: Alex Daher
In: iPródigo
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
“Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs?” (Sl 2:1). Porque não reconhecem a soberania de Deus, nem a Jesus Cristo como Rei sobre todos. A humanidade é inimiga de Deus, e como tal odeia o fato de que Deus é soberano sobre toda a terra e que Cristo tem toda autoridade, no céu e na terra. De bom grado se submetem a tiranos do mundo, mas desprezam o jugo do Senhor. Por isso que “os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido” (Sl 2:2). Cada vez mais leis ímpias são promulgadas e Estados tornam-se anticristãos. Sejam pessoas comuns, ou autoridades do povo, a disposição é uma só: “Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (Sl 2:3). Porém, isso não passa de imaginação inútil, pois a providência divina sobre tudo e sobre todos é um fato que independe da sanção do povo ou de governos. Ninguém tem poder de veto, tampouco pode pedir contas Àquele cujo domínio se estende à toda Criação.

“Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles” (Sl 2:4). Deus faz troça do motim dos povos, da arrogância dos reis e de seus delírios libertários, ridículos que são. Não obstante, a rebelião é uma afronta à Sua autoridade, e não ficará impune. No devido tempo “lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará” (Sl 2:5). Não quiseram sujeitar-se à Providência amorosa, chegará o momento em que estarão diante do Juiz irado e furioso. Agora gritam palavras de ordem para livrarem-se do senhorio de Cristo, mas então ouvirão Deus dizer “Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião” (Sl 2:6). Não, Jesus não é Senhor porque seus súditos o elegeram para governar. Seu reinado foi constituído por Deus. Nenhum homem coroou Jesus, Sua coroa foi colocada em Sua cabeça por Seu Pai.

“Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Sl 2:7), disse o Pai ao constituí-lo Rei no monte santo. Como Filho, tinha direito à herança. “Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão” (Sl 2:8). Jesus se referiu diversas vezes àqueles que o Pai lhe havia dado, referindo-se a eles como escolhidos, eleitos, Suas ovelhas. Estes, quando chamados se submeteriam voluntária e sem reservas ao Seu senhorio. Mas outros continuariam imaginando coisas inúteis, tentando manter uma autonomia que nunca tiveram, embora se iludissem quanto a serem independentes de Deus. Para estes, a palavra é dura: “Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl 2:9).

“Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra” (Sl 2:10), é o conselho dado. Noutras palavras, não se deixem levar pela vontade corrompida do povo, aceitem a instrução que Deus dá na Santa Escritura. E quanto a vocês, povos, “servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor” (Sl 2:11). O que isso significa senão reconhecer o domínio de Cristo sobre a seu mundo, sua vida e seus corações, antes que Sua oferta de salvação se transforme no derramar de Sua justa ira? “Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira” (Sl 2:12).

“Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam” (Sl 2:12). Sim, em meio a povos que se amotinam e sob reis que se revoltam, existe um povo que colocam sua confiança para esta vida e sua esperança na vida futura, em Deus e no Seu Cristo. Estão são chamados bem-aventurados, não importa se o mundo os odeia ou se governos os perseguem. São súditos de um reino sempiterno e aguardam ansiosamente o dia em que “dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34).

Soli Deo Gloria
domingo, 16 de setembro de 2012

O sustento dos oficiais acima mencionados deve ser livre e voluntário, não por uma lei imposta à Igreja, segundo é estabelecido por Cristo, que os que pregam o Evangelho devem viver também por ele.

Artigo 38
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sábado, 15 de setembro de 2012
"Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". 1Co 1:30
A totalidade da justiça pessoal de Cristo é imputada a eles e considerada como deles. Sendo capacitados pela fé a firmar-se em Cristo, Deus Pai apaga suas transgressões, como se fossem uma nuvem espessa; dos seus pecados e iniqüidades não Se lembra mais; são feitos justiça de Deus em Jesus, que é o fim da lei para a justiça de todo aquele que crê. 

Em certo sentido, Deus agora não vê neles nenhum pecado; a aliança das obras é inteiramente cumprida neles; são realmente justificados, absolvidos e considerados justos aos olhos de Deus; são perfeitamente aceitos no Amado; estão completos nEle; a espada flamejante da ira de Deus, que antes girava em todas as direções, agora é removida, e livre acesso é dado à árvore da vida; são capacitados a estender o braço da fé, colher o fruto, e viver para todo o sempre. 

É daí que o apóstolo, consciente deste privilégio abençoado, irrompe nessa linguagem triunfante: "é Cristo quem justifica, quem condenará?" O pecado condena? A justiça de Cristo liberta os crentes da culpa do pecado; Cristo é seu Salvador, e Se tornou uma propiciação pelos seus pecados; quem, portanto, intentará acusação contra os eleitos de Deus? A lei condena? Ora, tendo a justiça de Cristo imputada a eles, estão mortos para a lei, a qual era aliança de obras; Cristo a cumpriu para eles, e no seu lugar. A morte os ameaça? Ora, não precisam temer. O aguilhão da morte é o pecado, a força do pecado é a lei; mas Deus lhes deu a vitória, imputando a eles a justiça do Senhor Jesus.

George Whitefield
In: Cristo: sabedoria, justiça, santificação e redenção
quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Apenas imagine se Jó, Paulo e o rei Saul estivessem em uma cruzada de libertação nos nossos dias. Provavelmente seria dito a eles que tudo o que precisavam fazer era repreender Satanás; afinal, ele é um adversário derrotado! O que, no entanto, passaria despercebido era o propósito de Deus na luta. Muitas vezes os crentes buscam uma libertação rápida, quando o Senhor deseja um arrependimento duradouro.

Deus tem diferentes propósitos em nossos conflitos com os demônios. Para alguns, o objetivo é levar-nos ao arrependimento; para outros, é um meio de aperfeiçoamento; para diversos, é uma provação. É simplista demais e errado dizer que sempre podemos repreender Satanás e assim nos livrar dos seus propósitos. Deus pode enviá-lo a nós, tão certo quanto fez com Jó. O que podemos dizer com convicção é que não precisamos ceder à sedução de Satanás para nos levar ao pecado.

Erwin Lutzer
quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Palavras danosas ou vãs bloqueiam o avivamento e entristecem o Espírito mais do que talvez percebamos. Elas destroem o efeito espiritual que tinha sido alcançado e torna necessário, a cada culto dominical, captar novamente a postura devocional que se perdeu durante a semana. Dessa forma somos compelidos a constantemente repetir o trabalho da semana anterior para recuperar o terreno perdido por causa de conversas negativas.

Não é desejável que tenhamos o hábito de conversar sobre questões religiosas sempre que nos encontremos com nossos amigos. Não há o que mais demonstre a nossa leviandade do que o descuidado com que discutimos assuntos relativos à nossa fé. Digo que não temos que conversar mais sobre assuntos religiosos do que sobre outros temas - conversar por conversar pode ser tão enfadonho e maçante como qualquer outra conversa corriqueira e, o que é pior, pode tornar-se uma fala insincera e sem sentido.

O ideal é termos uma palavra pura, natural e cheia de amor em todo o tempo, quer estejamos falando de coisas terrenas, quer de celestiais.

A. W. Tozer
In: Este mundo: lugar de lazer ou campo de batalha?
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
“Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna.” 2Tm 2:10
John Wesley é um herói da fé. Isso se deve mais ao que ele fez do que ao que escreveu, embora ele tivesse escrito muito e bem. Mas especialmente no que discordava do calvinismo, ele poderia ter feito melhor. Um exemplo é a seguinte citação retirada de um sermão dele:
“Se existe a eleição, toda a pregação é vã. É desnecessária aos que são eleitos, pois, com ela ou sem ela eles serão infalivelmente salvos. Portanto, o fim da pregação - salvar as almas - é destituído de sentido em relação a eles; e é inútil àqueles que não são eleitos, pois, possivelmente, não poderão ser salvos. Estes, quer com a pregação ou sem ela, serão infalivelmente condenados... Portanto é esta uma prova simples de que a doutrina da predestinação não é uma doutrina de Deus, porque torna desnecessária a ordenança de Deus, e Deus não está dividido contra si mesmo” (A Livre Graça).
É muito fácil perceber a fragilidade da “prova simples” apresentada pelo grande evangelista. A prova consiste em dizer “se existe eleição, toda a pregação é vã”, pois ela seria “desnecessária aos que são eleitos” e “inútil aos que não são eleitos”, pois os primeiros serão “infalivelmente salvos” e os últimos “infalivelmente condenados”. Para invalidar a prova wesleyana basta demonstrar o seguinte:

1. A eleição é um fato bíblico incontestável. As palavras eleição, eleitos e escolhidos relacionada à salvação, ocorrem diversas vezes no Novo Testamento (Mt 22:14; 24:24; Mc 13:20,22; Rm 8:33; 9:11; 11:5; Ef 1:11; Cl 13:12; 1Tm 5:21; 2Tm 2:10; Tt 1:1; 1Pe 1:1-2,10; Ap 17:14). Paulo escreve que “Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Ef 1:4). Dos tessalonicenses ele disse “sabemos, irmãos, amados de Deus, que ele os escolheu” (1Ts 1:4) e por isso reconhecia que devia “sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito e a fé na verdade” (2Ts 2:13). Nada mais precisaria ser dito, pois a premissa de John Wesley mostra-se falsa. Porém, vamos dar mais dois passos.

2. A pregação é necessária para o eleito ser salvo. A afirmação de que a pregação do evangelho é desnecessária para a salvação é falaciosa. Pois na mesma Bíblia que declara que Deus elege, Jesus ordena que o evangelho seja pregado. Sendo a eleição um fato, a pregação não pode ser vã, embora alguns prefiram considerá-la nula a reconhecer a eleição soberana e graciosa. A eleição não é a salvação, mas é para a salvação, “porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos” (1Ts 2:13). E o meio que Deus escolheu para chamar os seus eleitos é a fé, e esta vem pela pregação do evangelho. Paulo foi feito “apóstolo de Jesus Cristo para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade, fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o Deus que não mente prometeu antes dos tempos eternos” (Tt 1:1-2). É por causa disso que ele disse “tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna” (2Tm 2:10). Portanto, longe de ser vã, a pregação é requerida para a salvação do eleito.

3. A pregação ao não eleito não é inútil. O propósito mais elevado da pregação do evangelho não é a salvação do homem, mas a glória de Deus. Daí a mensagem ser chamada de “o evangelho da glória do Deus bendito” (1Tm 1:11), embora seja fato que “o deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4:4), Deus é glorificado quando o evangelho é anunciado, ainda que nenhum ouvinte o aceite. Por isso devemos pregar a todos, indistintamente, sabendo que Cristo “por nosso intermédio exala em todo lugar a fragrância do seu conhecimento; porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles fragrância de vida” (2Co 2:14-15). Se o Senhor tem Seus eleitos e nos ordena a pregar a todos, então há um propósito na pregação ao não eleito e Deus é glorificado nisso.

Isto considerado, vê-se que a argumentação de John Wesley contra a eleição graciosa e soberana não se sustenta.

Soli Deo Gloria
domingo, 9 de setembro de 2012

Os ministros antes mencionados, chamados pela Igreja onde administram, devem continuar em seu chamamento, segundo a ordenança de Deus e com diligência devem alimentar o rebanho de Cristo que lhes é encomendado, não por lucro, senão livremente.

Artigo 37
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Crentes estão unidos a Cristo em Deus pelo Espírito. Essa união é uma ação unilateral de Deus, na qual aqueles que estavam mortos são vivificados, aqueles que viviam nas trevas começam a ver a luz e aqueles que estavam escravizados ao pecado são libertos para serem amados e para amar. Quando se fala em “união”, deve ficar claro que o ser humano é meramente receptivo, sendo objeto da ação graciosa de Deus. Essa é a condição e o estado de todos os santos verdadeiros.

A comunhão com Deus, no entanto, é distinta da união. Aqueles que estão unidos a Cristo são chamados para responder ao amor atrativo de Deus. Enquanto a união com Cristo é algo invariável, a experiência que uma pessoa tem da comunhão com Cristo pode oscilar. Essa é uma distinção teológica e empírica importante, pois protege a verdade bíblica de que somos salvos pela livre e radical graça divina. Além do mais, essa distinção também protege a verdade bíblica de que os filhos de Deus têm um relacionamento com o seu Senhor e de que há coisas que os crentes podem fazer para contribuir ou atrapalhar tal relacionamento.

Quando um crente lida confortavelmente com o pecado (pecados propositais ou de omissão), isso invariavelmente afeta seu nível de intimidade com Deus. Não é que o amor do Pai aumente ou diminua por seus filhos de acordo com suas ações, pois seu amor é constante. Não quer dizer que Deus se afasta de nós, mas nós nos afastamos dele. O pecado isola o crente, fazendo que se sinta distante de Deus. Depois, vêm as acusações – tanto de Satanás como de nós mesmos – que podem fazer o crente preocupar-se e entender que está sob a ira de Deus. Na verdade, no entanto, os santos não estão sob a ira, mas sob a sombra segura da cruz.

Embora a perseverança de um crente na oração, na adoração comunitária e na meditação bíblica não seja o que faz Deus o amar mais ou menos, tais atividades contribuem para promover uma bela experiência de comunhão com Deus. Entregar-se às tentações e negligenciar a devoção a Deus ameaça a comunhão, mas não a união. É essa união que encoraja o crente a retornar do pecado para Deus, que é rápido em perdoar, cheio de compaixão e fiel em seu amor infinito.

Kelly Kapic
In: Comunhão com o Deus Trino
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Todas as pessoas têm um certo conhecimento do bem e do mal; tal coisa elas dizem ser boa e tal coisa má. Mas talvez não existam duas pessoas que possuam exatamente o mesmo padrão do que seja bem e do que seja mal. O que as pessoas fazem é estabelecer um tal padrão do bem que possa incluir a elas próprias, e um tal padrão de mal que as exclua, e inclua outras. 

Por exemplo, o alcoólatra acha que não há muito mal em beber, mas poderia considerar um grande pecado roubar. O ambicioso, que talvez pratique todos os dias alguma fraude ou algum desfalque "no mundo dos negócios", procura justificar-se com o pensamento de que é necessário e normal agir assim nos negócios, "e, para todos os efeitos, não fico bêbado ou praguejo e blasfemo como os outros fazem", diz ele. 

Aquele que é imoral se orgulha de ser generoso e ter um bom coração para com os outros, ou, como se costuma dizer, "não faz nenhum mal aos outros, exceto a si mesmo". O homem honesto, moral, amável e cuidadoso para com sua família, satisfaz a si próprio fazendo o que ele chama de seu dever, e olha ao seu redor e se compadece dos pecadores declarados que vê; mas nunca considera quantos pensamentos maus, quantos desejos pecaminosos já produziu seu coração, mesmo que desconhecidos dos outros. Porém Deus julga o coração, apesar de o homem enxergar apenas a conduta exterior. Assim, cada um se compraz por não estar fazendo algum tipo de mal, e se compara sempre a alguém que tenha cometido algum pecado que ele acha haver conseguido evitar. 

Isso tudo prova que os homens não julgam a si próprios segundo um padrão único do que seja "bem" e do que seja "mal", mas tão somente tomam como sendo "bem" aquilo que mais lhes agrada e condenam os outros. Mas há um padrão, com o qual tudo será comparado, e de acordo com o qual tudo será julgado -- um padrão de justiça; e tudo o que não corresponder a ele será condenado eternamente. Este padrão não é nada menos do que a justiça de Deus. 

Quando alguém começa a descobrir que não é comparando a si próprio com os outros que ele será julgado, mas pela comparação com o próprio Deus, então sua consciência começa a ser despertada para pensar a respeito do pecado como quem está diante de Deus. Aí sim ele se reconhecerá culpado e arruinado; e não tentará justificar a si mesmo apontando para alguém que seja pior, mas ficará ansioso por saber se é possível que Deus, diante de quem ele sabe estar condenado, poderá desculpá-lo ou perdoá-lo. 

J. N. Darby
In: Um Deus Justo e Salvador
domingo, 2 de setembro de 2012

A cada Igreja, Cristo da poder para seu bem-estar, para escolher para si pessoas para os ofícios de Pastor, Mestre, Presbítero e Diácono, os quais são os ofícios designados por Cristo em sua Palavra para a alimentação, governo e edificação de sua Igreja e não há nenhum outro ofício com autoridade.

Artigo 36
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sábado, 1 de setembro de 2012
"Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção." 1Co 1:30
No que, então consiste a sabedoria verdadeira? Se eu lhes perguntasse, talvez alguns responderiam: "em satisfazer a concupiscência da carne, e em dizer à sua alma: come, bebe, e se alegre", essa porém não passa de sabedoria de ignorantes, os quais têm tanto gosto e apetite pelos prazeres sensuais, como o maior epicurista na terra. 

Outros me diriam que a verdadeira sabedoria consiste em adquirir casas e campos e em chamar as terras pelos seus próprios nomes. No entanto, essa não pode ser a verdadeira sabedoria, pois as riquezas freqüentemente criam asas e voam para longe, como uma águia em direção aos céus. Até a própria sabedoria nos assegura que "a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui". Vaidade, vaidade, todas essas coisas são vaidade, pois se as riquezas não abandonam o dono, o dono logo terá que deixar as riquezas, "porque os ricos também devem morrer, e deixar suas riquezas aos outros"; suas riquezas não podem livrá-los do sepulcro, para onde todos nós estamos indo rapidamente.

Mas talvez vocês desprezem as riquezas e os prazeres e, portanto digam que a sabedoria é aquela que se acha nos livros. Contudo é possível que saibam contar o número das estrelas e citar os nomes de todas elas, e ainda permaneçam tolos. Os homens cultos nem sempre são sábios; não, a cultura que geralmente recebemos — tão louvada por todos — torna os homens em meros estultos habilidosos. 

Não querendo deixá-los num suspense, mas intentando humilhá-los ao mesmo tempo, vou mandá-los para uma escola pagã, a fim de aprenderem o que é a sabedoria verdadeira. Conhece-te a ti mesmo era o ditado de um sábio da Grécia; essa certamente era sabedoria verdadeira, e semelhante àquela mencionada no texto, o qual diz que Jesus Cristo Se tornou sabedoria para todos os eleitos. Eles são obrigados a conhecerem a si mesmos, de modo que não tenham um conceito elevado de si próprios. 

Antes estavam nas trevas; agora, são luz no Senhor; e nessa luz, vêem as suas próprias trevas; agora lastimam sua condição de criaturas caídas por natureza, mortas nas transgressões e nos pecados, filhos e herdeiros do inferno, e filhos da ira. Percebem agora que toda a sua justiça é apenas como trapos de imundícia; que não há saúde na sua alma; que são pobres e miseráveis, cegos e nus; e que não há outro nome dado debaixo dos céus, mediante o qual possam ser salvos, senão o de Jesus Cristo. Vêem a necessidade de abraçar o Salvador, e percebem a sabedoria de Deus ao designá-lO para ser Salvador. Além disso, são tornados dispostos a aceitarem a salvação segundo as condições impostas por nosso Senhor, e a recebê-lO como seu tudo; assim Cristo Se lhes torna sabedoria.

George Whitefield
In: Cristo: Sabedoria, justiça,  santificação e redenção