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segunda-feira, 10 de setembro de 2012
“Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna.” 2Tm 2:10
John Wesley é um herói da fé. Isso se deve mais ao que ele fez do que ao que escreveu, embora ele tivesse escrito muito e bem. Mas especialmente no que discordava do calvinismo, ele poderia ter feito melhor. Um exemplo é a seguinte citação retirada de um sermão dele:
“Se existe a eleição, toda a pregação é vã. É desnecessária aos que são eleitos, pois, com ela ou sem ela eles serão infalivelmente salvos. Portanto, o fim da pregação - salvar as almas - é destituído de sentido em relação a eles; e é inútil àqueles que não são eleitos, pois, possivelmente, não poderão ser salvos. Estes, quer com a pregação ou sem ela, serão infalivelmente condenados... Portanto é esta uma prova simples de que a doutrina da predestinação não é uma doutrina de Deus, porque torna desnecessária a ordenança de Deus, e Deus não está dividido contra si mesmo” (A Livre Graça).
É muito fácil perceber a fragilidade da “prova simples” apresentada pelo grande evangelista. A prova consiste em dizer “se existe eleição, toda a pregação é vã”, pois ela seria “desnecessária aos que são eleitos” e “inútil aos que não são eleitos”, pois os primeiros serão “infalivelmente salvos” e os últimos “infalivelmente condenados”. Para invalidar a prova wesleyana basta demonstrar o seguinte:

1. A eleição é um fato bíblico incontestável. As palavras eleição, eleitos e escolhidos relacionada à salvação, ocorrem diversas vezes no Novo Testamento (Mt 22:14; 24:24; Mc 13:20,22; Rm 8:33; 9:11; 11:5; Ef 1:11; Cl 13:12; 1Tm 5:21; 2Tm 2:10; Tt 1:1; 1Pe 1:1-2,10; Ap 17:14). Paulo escreve que “Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Ef 1:4). Dos tessalonicenses ele disse “sabemos, irmãos, amados de Deus, que ele os escolheu” (1Ts 1:4) e por isso reconhecia que devia “sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito e a fé na verdade” (2Ts 2:13). Nada mais precisaria ser dito, pois a premissa de John Wesley mostra-se falsa. Porém, vamos dar mais dois passos.

2. A pregação é necessária para o eleito ser salvo. A afirmação de que a pregação do evangelho é desnecessária para a salvação é falaciosa. Pois na mesma Bíblia que declara que Deus elege, Jesus ordena que o evangelho seja pregado. Sendo a eleição um fato, a pregação não pode ser vã, embora alguns prefiram considerá-la nula a reconhecer a eleição soberana e graciosa. A eleição não é a salvação, mas é para a salvação, “porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos” (1Ts 2:13). E o meio que Deus escolheu para chamar os seus eleitos é a fé, e esta vem pela pregação do evangelho. Paulo foi feito “apóstolo de Jesus Cristo para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade, fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o Deus que não mente prometeu antes dos tempos eternos” (Tt 1:1-2). É por causa disso que ele disse “tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna” (2Tm 2:10). Portanto, longe de ser vã, a pregação é requerida para a salvação do eleito.

3. A pregação ao não eleito não é inútil. O propósito mais elevado da pregação do evangelho não é a salvação do homem, mas a glória de Deus. Daí a mensagem ser chamada de “o evangelho da glória do Deus bendito” (1Tm 1:11), embora seja fato que “o deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4:4), Deus é glorificado quando o evangelho é anunciado, ainda que nenhum ouvinte o aceite. Por isso devemos pregar a todos, indistintamente, sabendo que Cristo “por nosso intermédio exala em todo lugar a fragrância do seu conhecimento; porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles fragrância de vida” (2Co 2:14-15). Se o Senhor tem Seus eleitos e nos ordena a pregar a todos, então há um propósito na pregação ao não eleito e Deus é glorificado nisso.

Isto considerado, vê-se que a argumentação de John Wesley contra a eleição graciosa e soberana não se sustenta.

Soli Deo Gloria

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