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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Em protesto ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), publicado desde 2007 no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie contra o PL 122/2006 (conhecido como “lei anti-homofobia”), um grupo de ativistas organizou uma manifestação no dia 24 de novembro de 2010, por volta das 18h, em frente à universidade. Com previsão de mais de três mil participantes, o evento contou somente com cerca de 400, que se postaram diante dos portões da instituição, na Rua Itambé. Em seguida, o grupo deslocou-se do Mackenzie para a Avenida Paulista com um número já bastante reduzido, conforme anunciado por diversos veículos de comunicação como a Globo News, a Folha de São Paulo, a CET, o site da UOL e dezenas de outros sites informativos. Na universidade, as aulas transcorreram normalmente.

A oposição da IPB ao projeto de lei se baseia não só no senso comum e em análises jurídicas especializadas (que consideraram o projeto “inconstitucional”), mas sobretudo nos princípios cristãos que norteiam tanto a denominação quanto o Mackenzie. Não há novidade nisso: quando se matriculam na instituição, os alunos assinam o contrato de serviços educacionais, em que há uma cláusula explicando esse caráter confessional. Isso não significa perseguição a quem não subscreve essas bases cristãs, muito pelo contrário: não há registro na história da universidade de casos de discriminação de qualquer tipo, seja contra alunos homossexuais, seja contra alunos que professam outras religiões, ou nenhuma. Todos têm acesso aos mesmos benefícios, como bolsas de estudo.

No entanto, desde o momento em que a publicação do texto da IPB no site do Mackenzie foi “descoberta” pelos ativistas neste ano, a igreja, a universidade e a pessoa de seu Chanceler têm sido duramente atacados e acusados de “homofobia”. Filmados em vídeo, os manifestantes pediam a demissão do Chanceler, cuja foto foi estampada em diversos sites homossexuais acompanhada de palavras de ódio. A virulência que caracterizou essas expressões de indignação, mesmo antes da aprovação do projeto, confirma o quanto é perigoso que a sociedade se veja refém de uma minoria militante, que procura impor seus pontos de vista por meio de pressão e difamação, não admitindo que pessoas, igrejas e organizações cristãs simplesmente afirmem ser a conduta homossexual um pecado.

Para detalhar melhor sua postura bíblica — que se fundamenta no amor, não no separatismo, e prega o respeito a todos —, cristãos que partilham da mesma visão sobre o homossexualismo se uniram para elaborar o manifesto “Universidade Mackenzie: Em Defesa da Liberdade de Expressão Religiosa”. O texto foi reproduzido em cerca de oito mil sites cristãos e conservadores, recebendo mais de 36 mil citações na internet. Traduzido para idiomas como alemão, espanhol, francês, holandês e inglês, foi postado em sites de diversos países estrangeiros, como Estados Unidos, França, Alemanha e Portugal. Centenas de manifestações de solidariedade à postura do Mackenzie foram veiculadas em diversos meios, inclusive no conhecido blog de Reinaldo Azevedo (articulista da revista Veja), um dos comentaristas políticos mais lidos e respeitados do país. Respondendo às acusações de “homofobia” com argumentos sólidos e bíblicos, os cristãos creem que sua postura contribuiu para que a manifestação de repúdio ao documento da IPB tenha recebido tão pouca adesão do público.

Nós, cristãos, estamos alegres e gratos por todo o apoio recebido e pelas orações do povo de Deus em favor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e de seu Chanceler, o Rev. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Instamos o povo de Deus a que se una também em súplicas e intercessões para que o Deus todo-poderoso derrame seu Espírito Santo sobre a igreja evangélica neste país. Necessitamos com urgência de um avivamento, de forma que o Cristo crucificado seja exaltado, os crentes sejam santificados, a Escritura Sagrada seja pregada com liberdade, pecadores se convertam e nosso país seja transformado, para a glória do Deus trino da graça.

Este pronunciamento é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.
Para ampla divulgação.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
"Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" 2Tm 1:9
Matias Borba é um jovem assembleiano de 28 anos, que mantem o blog Encontro com a Bíblia, no qual apresenta os "princípios do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo".  Não o conheço pessoalmente, mas lembro-me de cruzar com ele nos corredores do blogspot. Em 2009 ele publicou um sucinto mas interessante artigo sob o título "Predestinação e Livre-Arbítrio". O tom do artigo não é polêmico, e portanto minhas considerações aqui não tem a intenção de polemizar, mas analisar algumas afirmações feitas por ele, sem com isso desmerecer o trabalho que ele faz ou descaracterizar o todo de sua doutrina, que em boa parte é a minha também.

Diferentemente do usual em artigos dessa natureza, Matias apresenta uma definição clara, tanto de livre-arbítrio como de predestinação. Sobre o primeiro, ele diz que é "capacidade de escolha, decidir entre uma coisa e outra" e que por isso "poder da escolha está com o homem, e que Deus não interfere nisto". Este é, seguramente, o maior equívoco de seu artigo, como abordarei mais adiante. Sobre o outro termo ele afirma que a "palavra predestinação procede do grego "proorizo"" e que "o termo significa "destinar por antecipação", no que acerta em cheio.

Voltemos à idéia de livre-arbítrio expressa por Matias. Ele o concebe como poder irrestrito de escolha, no qual "Deus não interfere", se por não poder ou não querer não somos informados. Dessa forma, não fica lugar para a graça de Deus, embora ele a mencione. Pois se Deus não interfere na escolha do homem, que tem a capacidade de escolher igualmente entre a morte e a vida, entre a salvação e a perdição, qual o papel do Espírito Santo no processo de conversão? A idéia se parece tanto com pelagianismo que não seria de se ofender caso alguém a classificasse assim.

Contudo, o ensinamento da Bíblia vai em direção oposta. Jesus disse de forma inequívoca que "ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer" (Jo 6:44) e outra vez "por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido" (Jo 6:65). Isto está em perfeita harmonia com a avaliação do apóstolo, de que "não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus" (Rm 3:11). Mesmo após sua conversão Paulo continuava reconhecendo "não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus" (2Co 3:5). Se a capacidade do crente de pensar em alguma coisa proveitosa vem de Deus, como dizer que Deus não interfere na escolha que o pecador faz? Também neste caso é verdade que "Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2:13).

Quando trata da predestinação, Matias define proorizo corretamente, mas penso que desvia um pouco o foco do objeto da predestinação ao explicar o que "segundo a Bíblia o que é determinado por antecipação". Ele afirma que predestinado é "meio pelo qual deveríamos ser salvos", citando em apoio Ef 1:5: "e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade". Notemos aqui que os objetos da predestinação somos nós ("nos predestinou") e a finalidade foi a adoção para si mesmo, o que não pode ser distinguido da salvação, pois nenhum salvo deixará de ser adotado e nenhum filho de adoção deixará de ser salvo. Lembrando, ainda, que a mesma passagem afirma que fomos "predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade" (Ef 1:11).

Ele afirma, ainda, que fomos "predestinados para sermos conforme a imagem de Deus: (Rm. 8.29)", no que acerta novamente. Mas aqui também precisa ser dito que aqueles que foram predestinados para serem conformados à imagem de Jesus são indistinguíveis dos que foram predestinados para serem salvos. Além disso, este não é todo o propósito de Deus para os predestinados, pois o apóstolo segue descrevendo as ações de Deus no predestinado até que ele seja glorificado, ou seja, introduzido na glória.

Uma palavra final precisa ser dita sobre a expressão utilizada por Matias para descrever a predestinação crida pelos reformados: predestinação fatalista. Esta expressão, recorrente em escritos arminianos, jamais é utilizada por calvinistas, mas é intencionalmente utilizada por aqueles que procuram mal-representar nossa fé. Não sei se é o caso do Matias, mas o fato é que predestinação e fatalismo são conceitos diferentes. O que os dois conceitos tem em comum é o elemento de certeza. Tanto o fatalismo, como o determinismo cristão tem como certo alguns fatos. Mas a causação de um e outro são totalmente diferentes.

O fatalismo presume que há uma força impessoal, mecânica ou até aleatória por trás de todos os eventos. Assim, tudo o que acontece, ocorre de acordo com uma necessidade cega. Já a predestinação presume que existe um Deus pessoal, infinitamente sábio para planejar todos os eventos para Seu propósito e todo poderoso para executar todas as coisas planejadas, para Sua glória. Rotular a predestinação conforme crida historicamente pela igreja e defendida pelos reformadores e calvinistas modernos de fatalista é acusá-los de ateísmo. E ateus não somos.

Soli Deo Glória
domingo, 28 de novembro de 2010
A Garantia Não Induz à Negligência

Nem a renovada confiança na perseverança produz imoralidade, nem produz falta de interesse pela piedade naqueles que foram postos de pé após a queda de Adão, mas produz um muito maior interesse por observar cuidadosamente os caminhos do Senhor, os quais ele antecipadamente preparou. Eles observam estes caminhos de modo que ao caminhar por eles possam manter a certeza da sua perseverança, a fim de que por seu abuso da bondade paternal de Deus, a face do gracioso Deus não torne novamente para longe deles, resultando em sua queda em uma grande angústia de espírito (porque a divindade contemplada em sua face é mais doce que a vida, mas sua retirada é mais amarga que a morte).

Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. 2Co 7:10

Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. Ef 2:10

Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. Sl 63:4

E já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenhas; porque escondes de nós o teu rosto, e nos fazes derreter, por causa das nossas iniqüidades. Is 64:7

Eles entraram a pelejar contra os caldeus, mas isso é para os encher de cadáveres de homens, que feri na minha ira e no meu furor; porquanto escondi o meu rosto desta cidade, por causa de toda a sua maldade.
sábado, 27 de novembro de 2010
Há algum tempo, uma irmã muito amada me dirigiu a pergunta colocada como título deste post. O que segue é a resposta que lhe dei na ocasião.
 
Deixe-me responder da seguinte maneira, e por favor não pense que estou evitando dar uma resposta direta (o que farei em seguida). Há uma condição e uma promessa para a salvação, e elas são gerais e se aplicam tanto a eleitos como a não eleitos. A condição é ir a Cristo, que entendo como uma metáfora de crer em Sua pessoa e confiar em Sua obra. Todos, eleitos e não eleitos precisam crer se quiserem ser salvos. A promessa é que todos os que forem a Cristo não serão lançados fora, e é estendida a todos, eleitos e não eleitos. Em outras palavras, a salvação é oferecida sincera e graciosamente a todos. Mas sabemos, pela experiência e pelo testemunho bíblico que nem todos se salvam. Porém, se me permite dizer, a pergunta a ser feita não é "por que uns se perdem?" e sim "por que muitos se salvam?".

Apesar da condição ser a mesma para todos e a promessa ser dirigida a todos, as chances de um não eleito ser salvo é zero. Todos os calvinistas que são coerentes crêem assim. Antes que nos mergulhem num barril de piche e nos façam rolar em penas de galinha e nos obriguem a atravessar o deserto cacarejando, deixe-me dizer que os arminianos que são coerentes também crêem dessa mesma maneira. Senão vejamos. 

Com exceção dos arminianos que foram além da linha vermelha da ortodoxia, todos dizem crer na presciência divina, inclusive fazem ela ser a causa da predestinação. Pois bem, se Deus é presciente, então desde a eternidade passada Ele viu quem iria ser salvo e quem iria para o inferno. Para fins didáticos, chamemos os que ele anteviu como os que iriam se salvar de "eleitos" e os que Ele anteviu no inferno de "não eleitos". Quais as chances de uma pessoa que está no grupo dos não eleitos pular para o outro grupo? Zero, a menos que se reduza a onisciência divina à falibilidade. Portanto, quer gostemos da idéia, quer não, alguns não tem nenhuma chance de se salvar, e dizer que Deus não tem nada a ver com isso força a conclusão de que Ele também não tem nada a ver com a salvação dos eleitos (ou antevistos como crentes).

Porém, é necessário dizer que Deus não coloca obstáculos diante dos não eleitos para que não possam ir a Cristo. Nenhum não eleito nasce mais indisposto para a salvação que um eleito. E nenhum eleito nasce com uma disposição natural para crer de que o não eleito foi privado. Aqui também a pergunta a ser feita é por que muitos crêem e não por que muitos morrem na incredulidade, pois o extraordinário não é perder-se, e sim salvar-se.

Soli Deo Gloria
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Lendo as notícias de ontem sobre o protesto em frente ao Mackenzie fiquei feliz e espantado. Feliz porque o ato transcorreu sem violência e até onde fui em minha leitura, sem maiores transtornos que os tradicionais "congestionamento e confusão no trânsito".

Mas espantei-me com alguns fatos. Um deles é o desencontro entre o que dizia a nota publicada pelo Chanceler Augustus Nicodemus Lopes e contra o que protestavam os cerca de 500 manifestantes. Minha avó diria "tanto barulho por tão pouco". Não que o texto publicado pelo Augustus não fosse relevante. Era e é, além de oportuno, apesar de ser de 2007. Mas o estardalhaço me pareceu desproporcional. De qualquer forma, eles fizeram uso da liberdade de consciência e de expressão, defendida na nota divulgada.

Outra coisa que me chamou a atenção é que nenhum dos manifestantes entrevistados, nos jornais e sites que li, fizeram menção a algum trecho do documento. Uma das entrevistadas diz "estamos indignados". Ou comentou "nos sentimos ofendidos com o texto publicado pelo chanceler. Esse é um ato de resposta. Lutamos por liberdade". Ora, a liberdade que eles já tem, tanto que a usaram para gritar "abaixo o chanceler!". Representativa de muitos que ali estavam é Soninha Francine, jornalista e política, que "embora não conhecesse o conteúdo da manifestação de Augustus Nicodemus Gomes Lopes, foi "gritar junto" porque ficou sabendo que haveria um protesto contra a homofobia". Dããã!

Agora, espantado mesmo fiquei ao ler a notícia no site da Igreja Universal, o R7. Diferentemente de outros sites, que fizeram uma cobertura até que isenta e imparcial, o canal do bispo mais uma vez fez das dele. Depois da manchete, o site "informava" que "Chanceler do Mackenzie discorda de projeto que criminaliza violência contra gays". No corpo da notícia, dizia que "o ato foi marcado depois que o chanceler e reverendo da instituição, Augustus Nicodemus Gomes Lopes, divulgou na internet uma carta se colocando contrário à aprovação do PLC (Projeto de Lei da Câmara), que propõe a criminalização de atos de violência física e verbal contra pessoas homossexuais". Em nenhum outro site se fazia a insinuação de que Augustus Nicodemus é contra a criminalização da violência contra homossexuais.

Segue abaixo a nota que causou todo esse barulho:

Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia

"Leitura: Salmo
O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.

Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:

“Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.
Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “. . . desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo”.

Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie"

Sites que li:

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/11/manifestantes-caminham-ate-local-onde-homossexuais-foram-agredidos.html

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,grupo-protesta-contra-posicao-de-universidade-de-sp,644818,0.htm

http://gestao.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2010/11/protesto-diante-do-mackenzie-pede-combate-a-homofobia-em-sp

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/universitarios+protestam+contra+texto+sobre+homofobia+em+sp/n1237838427773.html

http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=100000371833

http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/11/jovens-protestam-contra-homofobia-em-frente-ao-mackenzie-em-sp.html

http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/estudantes-fazem-protesto-contra-a-homofobia-emfrente-a-uma-universidade-particular-de-sp-20101124.html
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O que é pior de tudo é defender o cristianismo não por ele ser verdadeiro, mas por que ele poderia ser benéfico. Por volta do fim de 1938 vivemos uma onda de renascimento que nos deveria ensinar que a tolice não é prerrogativa de algum partido político ou de alguma comunidade religiosa, e que a histeria não é privilégio dos ignorantes. O cristianismo expresso tem sido vago, o fervor religioso tem sido um fervor pela democracia. Não pode gerar nada melhor que um nacionalismo disfarçado e tipicamente hipócrita, acelerando nosso avanço para o paganismo que dizemos abominar.

Justificar o cristianismo porque ele favorece uma fundamentação da moralidade, em vez de mostrar a necessidade da moralidade cristã a partir da verdade do cristianismo, é uma inversão muito perigosa; e podemos refletir que boa parte da atenção dos estados totalitários tem sido dedicada, com uma firmeza de propósito que nem sempre se encontra nas democracias, a fornecer à sua vida nacional uma fundamentação de moralidade - talvez o tipo errado, mas numa dose muito maior.

Não é o entusiasmo, mas sim o dogma que diferencia uma sociedade cristã de uma pagã.

T. S. Eliot
Extraído de: A biblioteca de C. S. Lewis
terça-feira, 23 de novembro de 2010
No Brasil - e talvez em outros lugares também - muitas pessoas estão dizendo: "Experimentem Jesus, experimentem Deus!" Levianos, experimentadores, provadores é o que eles são. São como um coelho que conta com doze buracos de saída, para que, caso um seja obstruído, possa fugir pelo outro! Não! Da cruz não há lugar para fugir. Ninguém pode "experimentar" Jesus. Ele não está ã disposição de ninguém para ser testado. Cristo não está sob teste. Você está. Eu estou. Ele não! Deus O ressuscitou de entre os mortos e para sempre confirmou Sua deidade e O selou e entronizou à Sua mão direita como Senhor e Cristo. Entregue tudo a Ele e notará que sua vida começará a ser elevada. Você florescerá de maneira maravilhosa.

A. W. Tozer
In: Cinco votos para receber o poder espiritual
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito" Ef 5:18

O encher-se do Espírito marca a diferença entre uma vida cristã medíocre e insonsa e outra rica e plena de significado. Sem esse enchimento, o crente não viverá a realidade da vida cristã em sua plenitude, pensará que aquilo que já experimentou é tudo o que poderia experimentar. Por isso, o encher-se do Espírito é como um rio que separa a mediocridade da plenitude espiritual.

Sem a pretensão de aprofundar este importante tema, gostaria de refletir um pouco sobre este enchimento, começando com o que o precede.

O esvaziamento prévio é necessário

Paulo alerta "não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução". Chama atenção duas coisas aqui: a embriaguez (ou intoxicação) e a dissolução (ou desperdício). O vinho aqui não é o determinante, pois a pessoa pode se intoxicar com outra bebida ou substância e pode viver dissolutamente de forma abstêmica. O ponto de interesse aqui é o que controla a pessoa e por conseguinte determina suas atitudes e comportamento.

Penso que podemos considerar neste ponto o que enche a pessoa e a domina. No verso 22 do capítulo 4 Paulo ensina "quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano". Nada é mais embriagante que o próprio eu. O homem é inclinado naturalmente a envenenar-si de si mesmo.

Os resultados disso é uma vida caracterizada pela sonolência ao invés de iluminação (v.14), nesciedade em lugar de sabedoria (v.15), desperdício de tempo e insensatez ao invés de compreensão e realização da vontade do Senhor (v.16-17). Quando a natureza do homem está no controle, ele cambaleia como se estivesse vencido pelo vinho.

O enchimento é um mandamento

Por isso o encher-se do Espírito não é algo facultativo, mas um mandamento do Senhor. O esvaziar-se de si mesmo não é uma prerrogativa, mas uma necessidade para que "haja espaço" a ser ocupado pelo Espírito Santo.

Além disso, não é uma ordem a ser cumprida uma vez para a vida toda. É uma ordem que precisa ser seguida várias vezes, assim como os israelitas precisavam colher o maná diariamente e as virgens precisavam de suprimento extra de azeite, nós precisamos continuamente ser cheios do Espírito, na medida em que nossas reservas diminuem.

Ser cheio significa que todo nosso ser é tomado pelo Espírito. Ao invés de sermos dominados pelo nosso velho eu ou nos entregarmos ao controle externo das substâncias e coisas inebriantes, passamos a ser plenificados do Espírito, que passa a nos controlar e determinar nossas atitudes e ações.

O resultado é adoração e serviço

Vimos que há duas realidades separadas pelo encher do Espírito Santo. É uma ponte que vai da nesciedade e insensatez para a sabedoria e compreensão da vontade de Deus. Apesar disso, sabedoria e compreensão não são a finalidade do enchimento, mas meios para alcançar outros propósitos.

O primeiro e principal deles é nos levar à adoração apropriada. Paulo emenda o encher-se do Espírito com "falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (v.19-20). Não percamos isto de vista: o própósito principal de Deus ao nos encher com Seu Espírito é receber de nós uma melhor adoração.

Apontando para este propósito último temos o serviço ao nosso irmão. Percebemos isso na expressão "sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo" (v.21). Quando finalmente nos enchemos do Espírito, nos esvaziamos de nós mesmo e ao invés de servirmos aos nossos interesses, preocupamo-nos em ser úteis aos nossos irmãos.

Enchei-vos do Espírito é um imperativo e uma necessidade, se quisermos viver plenamente a realidade de Deus para nossas vidas.

Soli Deo Gloria
 
PS.: Publicado originalmente no 5Calvinistas.
sábado, 20 de novembro de 2010
A mão do Pai é o lugar da segurança eterna. Naquela mão o Salvador encomendou seu povo, e ali eles estão para sempre seguros. Disse Cristo, referindo-se aos eleitos: “Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai” (Jo 10.29). Aqui então está o fundamento da confiança do crente. Aqui está a base de nossa segurança.

Assim como nada podia prejudicar Noé quando a mão de Jeová havia trancado a porta da arca, também nada pode tocar o espírito do santo pego pela mão de onipotência. Ninguém pode arrancá-los de lá. Fracos somos em nós mesmos, porém “guardados pelo poder de Deus”, é a declaração segura da escritura sagrada: “guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1Pd 1.5, ARA).

Os adeptos formais que parecem correr bem por um tempo podem ficar fatigados e abandonar a corrida. Aqueles que são movidos pela excitação carnal de um “encontro de reavivamento” agüentam somente por um tempo, pois “não têm raiz em si mesmos”. Aqueles que confiam no poder de suas próprias vontades e resoluções, que abandonam maus hábitos e prometem agir melhor, amiúde fracassam, e seu último estado é pior que o primeiro. Muitos que são persuadidos pelos bem intencionados, mas ignorantes, aconselhadores para “juntar-se à igreja” e “viverem a vida cristã” com freqüência apostatam da verdade. Mas todo espírito que nasceu de novo está eternamente a salvo na mão do Pai.

A. W. Pink
In: Os sete brados do Salvador na cruz
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”.Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.
Para ampla divulgação.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
O Blog Voltemos ao Evangelho também está disponibilizando para leitura online ou download em PDF o E-Book "Cinco Solas: devocionais de aplicação pessoal". Além disso, tem um bônus especial, que não vou dizer o que é, para que você vá até lá e descubra.

Não preciso recomendar o VE. Acredito que todos já o conhecem e sabem do valor do trabalho que é feito, somente para a glória de Deus. Então, apenas deixo esta nota, para que você aproveite o material que está sendo disponibilizado. E se por acaso ainda não conhece, veja o que está perdendo.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O trecho seguinte foi extraído do livro "Diante da porta estreita" de Charles Spurgeon. Você pode ler o livro todo no blog do Projeto Spurgeon ou então baixá-lo em PDF para seu computador. Custo? Zero!
Qual, então, é o seu pecado querido? É alguma injustiça grosseira? Então muita vergonha deve fazê-lo parar com ele. É o amor a mundo, ou medo dos homens, ou desejo de enriquecer injustamente? Certamente, nenhuma dessas coisas o livraria da inimizade entre você e Deus, nem de Sua desaprovação. É um amor humano, que está comendo como um câncer o seu coração? Pode qualquer criatura se comparar ao Senhor Jesus? Não é idolatria permitir que qualquer coisa terrena se compare por um instante com o Senhor Deus? "bem", diz um, "para que eu desista do pecado particular pelo qual eu estou cativado, seria para mim uma grande perda nos negócios, arruinaria minhas estimativas, e diminuiria minha utilidade de várias formas". Se é assim, você tem o seu caso identificado com as palavras do Senhor Jesus, que lhe convida a lançar fora o olho, e cortar fora a mão ou pé, e lançá-lo de ti, ao invés de seres todo lançado no inferno. É melhor entrar na vida com um olho, com os piores resultados, que manter todas as suas esperanças, e ficar fora de Cristo. Melhor ser um crente coxo do que um pecador pulando. Melhor estar nos piores estados da vida no exército de Cristo que liderar o grupo e ser o grande oficial sob o comendo de Satanás. Se você ganhar a Cristo, não terá grande importância o que você perder. Não há dúvida que muitos tiveram de sofrer o que os deixou mancos e coxos nesta vida; mas se eles entraram assim na vida eterna, eles foram grandes ganhadores.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Deus é zeloso de Sua glória e não a dará a ninguém. Ele não irá nem mesmo compartilhar Sua glória com quem quer que seja. É muito natural, diria eu, que as pessoas esperem que talvez seu serviço cristão lhes dê uma oportunidade de demonstrar seus talentos.

Verdadeiramente querem servir ao Senhor, mas também querem que os demais saibam que estão servindo ao Senhor. Elas querem ter reputação entre os santos. Este é um terreno muito perigoso: buscar reputação entre os santos. Já é ruim o bastante procurar reputação no mundo, mas é pior procurar reputação entre o povo de Deus. Nosso Senhor desistiu de Sua reputação, e devemos fazer isso também.

Meister Eckhart certa ocasião pregou um sermão sobre a purificação que Cristo fez no templo. Disse ele: "Ora, nada havia de errado com aqueles homens que vendiam e compravam ali. Nada havia de errado em trocar dinheiro ali; aquilo tinha de ser feito. O pecado deles se resumia no fato de fazerem isso para ter lucro. Eles ganhavam certa porcentagem ao servirem ao Senhor". E então Eckhart fez a aplicação: "Quem quer que sirva por uma comissão, por um pouquinho de glória que possa tirar desse serviço, é um comerciante, e deve ser expulso do templo".

Concordo plenamente com isso. Se você está servindo ao Senhor e, quase sem perceber - talvez inconscientemente mesmo -, espera obter uma pequena comissão de cinco por cento, cuidado! Isso irá espantar o poder de Deus de seu espírito. Você precisa determinar que nunca irá aceitar qualquer glória, mas cuidar para que Deus a receba toda.

A. W. Tozer
In: Cinco votos para obter poder espiritual
domingo, 14 de novembro de 2010
A garantia da salvação como um incentivo à santidade

Esta garantia de perseverança, contudo, longe de fazer os verdadeiros crentes [se tornarem] orgulhosos e carnalmente seguros de si, é ao invés a verdadeira raiz da humildade, do respeito filial, da genuína piedade, da paciência em todas as lutas, das orações fervorosas, da firmeza no carregar da cruz e no confessar a verdade, e da justa alegria em Deus.

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Rm 12:1

Os teus votos estão sobre mim, ó Deus; eu te renderei ações de graças; pois tu livraste a minha alma da morte; não livrarás os meus pés da queda, para andar diante de Deus na luz dos viventes? Sl 56:12-13

Que darei eu ao SENHOR, por todos os benefícios que me tem feito? Sl 116:12

Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo; o qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. Tt 2:11-14

E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro. 1Jo 3:3
sábado, 13 de novembro de 2010
Sou abstêmio convicto, motivado especialmente por caso de alcoolismo na família e por compreender o dano social causado pelo consumo de bebidas alcoólicas. Portanto, este texto não pretende ser uma apologia a nada, exceto talvez ao equilíbrio bíblico, tendo em conta a advertência: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4:2). A obediência aos mandamentos começa por não ficar aquém nem ir além de onde a própria Bíblia vai.

Fiz uma busca rápida por vinho no Novo Testamento e a encontrei em cerca de 30 versículos. Algumas palavras importantes são estudadas a seguir.

Oinos

Esta palavra aparece 33 vezes em 25 versículos (em alguns versículos ocorre repetidamente), e é traduzida “vinho” em todas as ocorrências pela Revista e Atualizada. Que vinho [oinos] contém álcool fica claro na seguinte passagem: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18). A Septuaginta usa oinos para traduzir os hebraicos yayin, chemer, ieqev, sove, asis, shekar, shemer e tirosh, indistintamente.

Quanto ao vinho usado na última ceia, não é dito de que tipo era, visto que a palavra vinho não ocorre nesse contexto. De qualquer forma, as igrejas apostólicas celebravam a ceia com vinho inebriante, pois é dito que “ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague 1Co 11:21. Note que em suas repreensões à forma desordenada na qual a igreja corintiana celebrava a ceia do Senhor, Paulo não inclui o tipo de vinho utilizado.

Interessante notar, também, que Jesus foi acusado de bebedor de vinhos [oinopotes]: “Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Lc 7:34). Em uma passagem da primeira epístola de Pedro, bebedices é tradução de um termo derivado de oinos [oinophlugia]: “Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias” 1Pe 4:3

A conclusão é de que o termo mais comumente traduzido vinho no Novo Testamento refere-se a uma bebida capaz de causar embriaguez se consumida em grande quantidade. É possível que o vinho feito por Jesus em Caná e o utilizado na última ceia fossem do mesmo tipo consumido comumente pelos judeus de seus dias, que bebido puro e em grande quantidade era embriagante. No caso da ceia em Corinto, é-nos permitido concluir que a mesmo continha álcool, pois ninguém se embriaga com suco de uva.

Gleukos

Em Atos 2:13 a Revista e Corrigida traduz gleukos como mosto, um suco doce de uva espremida: “Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!” (At 2:13.) Tecnicamente, mosto é o vinho ainda não totalmente fermentado. De qualquer forma, deveria ser embriagante, visto que a Revista e Atualizada traduz “cheios de mosto” como “embriagados”. A própria expressão dos ouvintes requeria que eles estivessem alterados.

Oxos

Outra palavra traduzida por vinho é oxos: “deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber” (Mt 27:34). Era uma mistura de vinho azedo ou vinagre e água que os soldados romanos estavam acostumados a beber. De fato, a palavra só ocorre nos Evangelhos e somente no episódio da crucificação de Jesus (Mt 27:34, 48; Mc 15:36; Lc 23:36; Jo 19:29-30), sendo traduzida mais comumente como vinagre. Logo, este seguramente não era o vinho utilizado na última ceia, na ceia do Senhor da igreja primitiva e nem mesmo o vinho consumido normalmente pelos judeus nos dias de Jesus.

Sikera

É uma palavra traduzida como bebida forte na única vez que ocorre: “Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno” (Lc 1:15). Não era vinho, mas uma bebida forte e intoxicante. Era um produto artificial, feito de uma mistura de ingredientes doces, derivados de grãos ou legumes, ou do suco de frutas (tâmara), ou de uma decocção do mel.

Methe

A palavra beberrão, bêbado, bebedices, etc. deriva de methe que significa embriaguez bebedeira, intoxicação: “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais” (1Co 5:11. Ver ainda 1Co 6:10). Methe e seus derivados estão associados ao consumo excessivo de bebidas. E este excesso é claramente proibido nas Escrituras, como por exemplo Ef 5:18 onde a proibição não é quanto ao consumo de vinho [oinos], mas à embriaguez [methusko], pois como demonstrado acima, Jesus bebia vinho (Lc 7:34, citado acima), mas o irmão beberrão deveria ser evitado (1Co 5:11, citado acima). Não há uma proibição do tipo “não beberás vinho”. Parece que o ensino bíblico é mais no sentido da moderação. Por exemplo, nas descrições dos requisitos para os oficiais da igreja, a proibição é quanto ao excesso: “É necessário, portanto, que o bispo seja... não dado ao vinho” (1Tm 3:2-3), “semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam... não inclinados a muito vinho” (1Tm 3:8) e “quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam... não escravizadas a muito vinho” (Tt 2:3).

A proibição geral é quanto ao embriagar-se, não quanto ao consumo em si, feito com moderação. É neste sentido que temos advertências do tipo “não vos embriagueis com vinho” (Ef 5:18), “acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da... embriaguez” (Lc 21:34), “Andemos dignamente... não em orgias e bebedices” (Rm 13:13), pois “não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5:21).

Ao lado disso, há a recomendação do experiente Paulo ao jovem Timóteo para que este bebesse um pouco de vinho, devido a seus problemas de saúde. “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1Tm 5:23) É interessante aqui observar duas coisas, a quantidade e a finalidade. Era para tomar “um pouco” de vinho e “por causa” de seus problemas gástricos, ou seja, com finalidade terapêutica.

Concluindo, se alguém me perguntar o que eu acho sobre o crente beber com moderação, direi que o mesmo deve evitar, pelas razões que expressei na introdução. Mas se alguém me perguntar se a Bíblia proíbe ao crente beber de forma moderada, para ficar em paz com minha consciência, direi que não. Pois de fato ela não o faz. Ela proíbe a embriaguez, mas não o consumo moderado.

Soli Deo Gloria
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Há muitos vagabundos religiosos no mundo que não querem estar amarrados a coisa alguma. Eles transformaram a graça de Deus em libertinagem pessoal. As grandes almas, entretanto, são aquelas que se aproximam reverentemente de Deus compreendendo que em sua carne não habita bem algum. E sabem que, sem a capacitação dada por Deus, quaisquer votos feitos seriam quebrados antes de o sol se pôr. Não obstante, visto que crêem em Deus, com reverência assumem certos votos sagrados. Esse é o caminho para o poder espiritual.

A. W. Tozer
In: Cinco votos para obter poder espiritual
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão." Mc 16:15-18

Na primeira parte deste artigo, fiz considerações sobre as afirmações e questionamentos do irmão Heitor Alves, que vê dificuldades para os pentecostais em Mc 16:17-18. Segundo ele, embora a passagem fique longe de provar o cessacionismo, tampouco é favorável ao contemporanismo. Após ter abordado de forma negativa, respondendo aos argumentos do Heitor, trato agora positivamente o mesmo trecho, expondo as razões porque vejo nele apoio à doutrina pentecostal.

Em seu arrazoado, o irmão Heitor insinuou que os pentecostais ignoram deliberadamente o verso 18, supostamente por ele apresentar dificuldades a eles. Como vimos, não é o caso. Porém, em sua argumentação, o irmão tomou apenas os versos 17 e 18, ligando os sinais ao dom de línguas, ao invés de relacionar todos à proclamação e aceitação do evangelho. Por isso, em nossa análise, consideraremos também os versos 15 e 16, além do 20, mais adiante.

Em síntese, o que a passagem contém é uma ordem de Jesus acompanhada de uma promessa. A ordem é pregar o evangelho a toda criatura, a promessa é de que sinais acompanhariam aqueles que cressem. Não há motivos para limitar os sinais em cinco, nem para igualá-los em termos de importância ou frequência, menos ainda torná-los obrigatoriamente simultâneos. Tais sinais poderiam ser chamados simplesmentes de "sinais e maravilhas", sem especificações limitantes.

A questão de interesse aqui é: esses sinais estão limitados aos dias dos apóstolos ou podem ocorrer nos dias de hoje? As evidências textuais apontam em qual sentido? E outras passagens relevantes corroboram qual posição? Creio que devemos procurar responder a estas questões e não nos debatermos sobre frequências, espontaneidade e simultaneidade de ocorrências.

No texto, seguir é tradução do verbo parakolouthéō, formado por para, "próximo" e akolouthéō, "seguir". Portanto, o sentido aqui é de acompanhar. Estes sinais acompanharão a proclamação e a aceitação do evangelho. O verbo está no futuro do indicativo. O tempo aponta para frente na história da igreja e não apenas à situação presente. E o modo indicativo apresenta uma ação como real, não como contingente, possivel ou mera intencionalidade. Assim, não é possível diminuir a força da afirmação sem violentar o sentido natural do texto.

Quando Jesus afirmou "estes sinais seguirão aos que crerem", não limitou de forma alguma a duração desses sinais. Como o crer aí se refere à pregação do evangelho, a interpretação natural é que enquanto o evangelho fosse pregado e pessoas cressem nele, sinais acompanhariam a fé em Jesus. Agora, observemos a ordem de Jesus: "ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura". A proclamação do evangelho é uma obra inacabada, nem todo mundo foi alcançado, nem toda criatura ouviu, logo, supor que os sinais cessaram é concluir equivocadamente que o evangelho não precisa mais ser proclamado.

Os cristãos presenciaram sinais acompanhando os que criam. Marcos mesmo registra que "eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram" (Mc 16:20). Mais tarde, o escritor de Hebreus confirma que "testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade" (Hb 2:4). A própria Bíblia de Genebra, afirma que "todas as coisas preditas aqui (exceto veneno mortal) são registradas no Novo Testamento, especialmente em Atos" e acrescenta "histórias de alguns apóstolos sobreviventes que teriam sido forçados a beber veneno são encontradas na literatura cristã primitiva, fora da Bíblia", provavelmente uma referência à Eusébio que escreveu que José Barsabás foi forçado a beber veneno e não morreu.

No texto paraleo de Mateus lemos "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém." (Mt 28:18-19). Aqui, ao invés de sinais, temos a promessa da presença do Senhor, o que nos remete à frase marcana "cooperando com eles o Senhor" através da confirmação pelos sinais. E aqui temos não uma indicação, mas uma declaração da duração dessa presença e cooperação do Senhor:  "todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28:19). Isto é especialmente significativa se levarmos em conta a possibilidade de que Mateus escreveu seu evangelho tendo diante de si o de Marcos.

No prólogo de Lucas, o Senhor promete "ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24:49). No segundo volume de sua obra Lucas registra as palavras de Jesus dizendo "recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1:8). Como vimos acima, a pregação do evangelho não chegou até aos confins da terra, portanto, o poder ainda se faz necessário, se não mais, pelo menos igual na igreja primitiva.

Creio que se tomarmos Marcos 16:15-20 em seu sentido natural, a conclusão será, inevitavelmente, que os sinais acompanhariam a proclamação do evangelho até os confins da terra e até o último eleito ser alcançado. E se compararmos a passagem com seus paralelos em Mateus, Lucas e Atos, essa conclusão é corroborada e depois provada com os relatos da igreja primitiva e menções nas epístolas.

Lutero entendia assim essa passagem. Em seu primeiro sermão sobre a Ascenção de Jesus,  chegando a Mc 16:17-18, disse "devemos permitir que estas palavras continuem e não ocultá-las longe, como alguns têm feito, dizendo que esses sinais eram manifestações do Espírito no início da era cristã e que agora eles têm cessado. Isso não está certo, pois o mesmo poder está na igreja ainda. Mesmo que não seja exercido, não é isso que importa, nós ainda temos o poder de fazer tais sinais".

Portanto, se Marcos 16 representa alguma dificuldade, representa para a causa cessacionista que é, no mínimo, extra-bíblica.
domingo, 7 de novembro de 2010
Dúvidas Acerca da Garantia da Salvação

Entretanto, a Escritura testifica que os crentes têm que contender nesta vida com várias dúvidas da carne, e que sob severa tentação eles nem sempre experimentam esta total garantia de fé e certeza de perseverança. Mas Deus, o Pai de toda consolação, não os deixa serem tentados além do que podem suportar, mas com a tentação ele também provê o escape (I Co.10:13), e pelo Espírito Santo revive neles a garantida de sua perseverança.

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação. 2Co 10:13

Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. 1Co 10:13
sábado, 6 de novembro de 2010
O crescimento espiritual não tem nada a ver com a nossa posição em Cristo, Deus nos vê através de Seu Filho como se já fossemos perfeitos. Somos completos nEle, conforme Colossenses 2:10. Foram-nos dadas "todas as cousas que conduzem à vida e à piedade" (II Pedro 1:3). Somos novas criaturas (II Coríntios 5:17).

O crescimento espiritual nada tem a ver com o favor de Deus. Deus não nos ama mais à medida em que nos tornamos mais espirituais. Às vezes os pais ameaçam seus filhos: "Se você fizer isso, Deus não vai mais gostar de você". Que ridículo! O amor de Deus não é condicionado ao nosso comportamento. Quando ainda éramos fracos, injustos, pecadores e inimigos (Romanos 5:6-10), Deus provou Seu amor por nós enviando-nos Seu Filho para morrer pelos nossos pecados. Deus não nos ama mais apenas porque crescemos.

O crescimento espiritual nada tem a ver com o tempo. Não se mede crescimento espiritual pelo calendário. É possível uma pessoa ser cristã durante meio século e ainda permanecer um bebê espiritual. A revista Time fez uma reportagem sobre uma pesquisa realizada entre universitários que freqüentaram a Escola Dominical durante muitos anos. De acordo com eles, Sodoma e Gomorra eram amantes, os Evangelhos foram escritos por Mateus, Marcos, Lutero e João; Eva foi criada de uma maçã, e Jezabel era a jumenta do rei Acaz. Talvez pessoas aposentadas respondessem de maneira ainda pior!

O crescimento espiritual nada tem a ver com o conhecimento. Uma pessoa pode conhecer muitos fatos, ter muitas informações, mas isso não é o mesmo que ter maturidade espiritual. A não ser que o conhecimento resulte na sua conformidade a Cristo, ele será inútil. Para ter valor, este conhecimento tem que
transformar a vida.

O crescimento espiritual nada tem a ver com atividade. Algumas pessoas pensam que crentes maduros são aqueles que estão sempre ocupados. Mas a ocupação no trabalho da igreja não resulta em maturidade cristã, e nem a substitui. Pode até ser um obstáculo ao que é realmente vital e importante na vida do crente. No capítulo sete de Mateus, lemos sobre um grupo que clamará por aceitação da parte de Cristo baseado em obras maravilhosas. Mas Ele os lançará fora. Ocupação não resulta em salvação — menos ainda em maturidade.

O crescimento espiritual nada tem a ver com prosperidade. Algumas pessoas dizem: "Veja só como Deus tem me abençoado. Tenho dinheiro, uma casa maravilhosa, um bom carro e um emprego seguro. Deus tem me abençoado porque eu O tenho honrado." Não acredite nisso. Deus pode ter permitido que você tivesse sucesso — ou até você mesmo pode ter forçado a situação — mas isso não é sinal de crescimento espiritual. Veja II Coríntios 12:7-10.

Minha definição de crescimento espiritual é: prática aliada a posição. Em Cristo sua posição é perfeita. E absoluta. E agora, Deus quer que você reflita essa posição numa experiência progressiva, que é relativa. Tal crescimento é essencial. Pode ser chamado pelo nome que quiser: seguir a justiça (I Timóteo 6:11); ser transformado (Romanos 12:2); aperfeiçoar a santidade (II Coríntios 7:1); prosseguir para o alvo (Filipenses 3:14); ou ser edificado e confirmado na fé (Colossenses 2:7). Este é o alvo de todo crente.

O crescimento espiritual não é místico, sentimental, devocional, psicológico ou resultado de truques secretos. Vem através da compreensão e da prática de princípios dados pela Palavra de Deus. Suas bênçãos infindas encontram-se num depositário divino facilmente aberto por uma série de chaves muito especiais.

John F. MacArthur Jr.
In: Chaves para o crescimento espiritual, Editora Fiel
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Se você recentemente teve a experiência de receber Cristo, você pode ter experimentado momentos em que duvidou da realidade dessa experiência; isto é, você pode ter questionado se foi de fato salvo. Sem a verdadeira certeza da salvação como sólido fundamento, é difícil a um novo cristão crescer e experimentar as coisas profundas da vida cristã. Contudo, a Bíblia diz que é possível saber com certeza absoluta que você é salvo. Como? Veja o que diz 1Jo 5:13:

Estas coisas vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, a vós que credes no nome do Filho de Deus.

Não é "para que penseis", não é "para que tenhais esperança", mas "para que saibais". Não precisamos esperar até morrer para descobrir isso; essa certeza é para desfrutarmos hoje. Como podemos ter certeza da salvação? Há três maneiras:

Deus afirma

A primeira maneira de termos certeza da salvação é a Palavra de Deus. Enquanto a palavra do homem pode não ser confiável, a Palavra de Deus permanece segura e firme. É impossível que Deus minta (Hb 6:18; Nm 23:19). Tudo o que Deus diz permanece firme para sempre (Sl 119:89).

O que Deus disse não é para conjecturar. Sua Palavra não é vaga nem intangível. Ela vem até nós hoje de forma escrita, a Bíblia. 

A Bíblia é a própria Palavra de Deus, inspirada por Ele (2Tm 3:16). Podemos tomar essa Palavra, crer nessa Palavra e confiar nela. 

Que diz Deus, então, sobre a salvação? Ele diz que o caminho da salvação é uma pessoa: Jesus Cristo (Jo 3:16; 14:6; At 10:43; 16:31). Ele diz que todo aquele que crer em Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos e confessar com sua boca que Jesus é o Senhor será salvo. Ele diz que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Rm 10:9-13).

Você fez isso? Você creu em Jesus Cristo e confessou abertamente que Ele é seu Senhor? Você invocou o nome dEle? Se o fez, você é verdadeiramente salvo. Deus diz assim e isso basta.

O Espírito Santo testifica

Não apenas temos exteriormente a Palavra de Deus nos dizendo que somos salvos, mas também temos uma testemunha interior, nos dizendo a mesma coisa. O que a Bíblia nos fala exteriormente, o Espírito confirma interiormente. Primeira de Jo 5:10 diz: "Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si mesmo, o testemunho".

Às vezes, depois de termos recebido Cristo, podemos não nos sentir salvos. Contudo, se conferirmos profundamente em nós, com o nosso espírito, encontraremos uma espeçie de testemunha interior; uma certeza de que somos filhos de Deus. "O próprio Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8:6). Se você duvida que tem essa testemunha interior, tente essa experiência simples: tente declarar com ousadia: "Eu não sou filho de Deus!". Você verá que é muito difícil até mesmo sussurrar essa mentira. Por que? Porque o Espírito Santo em você testifica: "Você é um filho de Deus!".

Nosso amor pelos irmãos é uma prova

A terceira maneira de se ter certeza é pelo nosso amor pelos irmãos e irmãs em Cristo. Primeira de Jo 3:14 diz: "Nós sabemos que já passamos da morte para vida, porque amamos os irmãos". Uma pessoa salva, sem dúvida, sente um tipo de amor pelos que também são salvos. Você sente um desejo de comunhão, de desfrutar Cristo com os outros. Isso é o resultado espontâneo de ser salvo, um dos sinais mais claros de que uma pessoa é salva. Esse amor transcende o "amor" egoísta e barato de hoje em dia. É um amor imparcial - que ama os que são parecidos conosco e os que são diferentes de nós. Essa é a verdadeira unidade e harmonia que o mundo anela. Contudo, ela é nossa quando recebemos Cristo. "Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!" (Sl 133:1). Esse é o testemunho de uma pessoa salva.

Por meio dessas três testemunhas (a Palavra de Deus, o testificar interior do Espírito Santo e nosso amor pelos irmãos) podemos saber e ter certeza de que somos realmente salvos.

Watchman Nee & Witness Lee
In: Elementos básicos da vida cristã.