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quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O que é pior de tudo é defender o cristianismo não por ele ser verdadeiro, mas por que ele poderia ser benéfico. Por volta do fim de 1938 vivemos uma onda de renascimento que nos deveria ensinar que a tolice não é prerrogativa de algum partido político ou de alguma comunidade religiosa, e que a histeria não é privilégio dos ignorantes. O cristianismo expresso tem sido vago, o fervor religioso tem sido um fervor pela democracia. Não pode gerar nada melhor que um nacionalismo disfarçado e tipicamente hipócrita, acelerando nosso avanço para o paganismo que dizemos abominar.

Justificar o cristianismo porque ele favorece uma fundamentação da moralidade, em vez de mostrar a necessidade da moralidade cristã a partir da verdade do cristianismo, é uma inversão muito perigosa; e podemos refletir que boa parte da atenção dos estados totalitários tem sido dedicada, com uma firmeza de propósito que nem sempre se encontra nas democracias, a fornecer à sua vida nacional uma fundamentação de moralidade - talvez o tipo errado, mas numa dose muito maior.

Não é o entusiasmo, mas sim o dogma que diferencia uma sociedade cristã de uma pagã.

T. S. Eliot
Extraído de: A biblioteca de C. S. Lewis

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