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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
O tempo é medido, e ele é semelhante em ambas extremidades; começa com um dia, e terminará com um dia. Por isso “tarde e manhã” foram usadas para expressar o primeiro dia, assim como o julgamento universal é chamado de o último dia. A Eternidade é a fonte de água da qual ele surge, e a enchente para qual ele deságua. A mais longa duração do tempo é curta, e seu maior prolongamento chega ao final. Um dado momento mal é conhecido, e já se torna passado. 
Alguns momentos, que duram um minuto, quando começamos a desfrutar, também já acabaram; deste modo, uma hora voa, um dia se apressar em chegar ao fim e, um ano (assim como esse ano) chega ao seu último dia. Assim, portanto, no final do ano, comerciantes fazem seus balanços financeiros, ajustam seus livros contábeis, e então pergunto a mim mesmo: Que benefício meus dons trouxeram nesses doze meses? Porque, qualquer que seja minha opinião, o tempo não é dos menores dons, e mais um ano foi adicionado à minha conta.

Que benefício meus dons trouxeram nesses meses? Tempo não é dos menores dons e outro ano foi adicionado à minha conta.
Milhares que vieram ao mundo depois de mim foram chamados à eternidade antes de mim; não é isso uma voz clamando para que eu viva melhor cada momento de minha vida? Aqueles que pouco refletem sobre o tempo são os mesmos que pensam ainda menos na eternidade. Mas se olho para o mundo vindouro, verei a grande importância de cada momento do meu tempo, o qual juntamente com o tempo a mim dado deve preparar-me para o imutável estado eterno.

Ó precioso tempo desperdiçado, que nunca mais terei de volta! Agora esse ano se foi, e nunca retornará; o que, então, fiz para a glória de Deus nesse ano que passou? Ah! ele se foi de mim como o vazio, apesar de ele brilhar nesse momento com muitas misericórdias, como um céu estrelado. Ah! eu disse vazio? Não, pior! Pois enquanto Seu amor e misericórdias brilharam ao meu redor como o Sol do meio-dia, meus pecados cresceram em grande número, como os átomos do Sol!

Agora esse ano se foi, e nunca retornará; o que, então, fiz para a glória de Deus nesse ano que passou?
Esse é o último dia do ano; e como avaliarei cada momento dele? Considerarei como o último dia da minha vida? Nada, a não ser a presunção, me bajula dizendo que viverei mais um dia. Devo considerar cada dia como meu último, pois alguns tiveram seu último dia em dias que pouco temeram que o fosse, como eu pouco temo que esse seja; no melhor dos casos, algum dia logo será meu último, quando talvez essa mesma expectativa perniciosa não terá sido dissipada de minha alma. Portanto, é sábio estar preparado para a morte. Pensar que a morte está longe e que não será surpreendido quando ela vier repentinamente? Sempre a espere, e você não ficará aterrorizado quando ela se aproximar. Assim, devo olhar para cada dia como meu último, de forma que quando meu último dia vier, não seja inesperado, nem me surpreenda despreparado.

Mas, que pesar! Esse ano me concedeu mais espetáculos lamentáveis de pecado que a minha vida inteira. Ouvi o nome divino blasfemado, vi pecados em locais de honra e todas as formas de perversidade cometidas. Ó, por migalhas os homens jogam suas almas fora! E como posso, indiferente, ver o pecado em todos os seus aspectos horrendos e o estrago terrível que causa nas almas imortais!

Mas que a divina providência preserve-me desses objetos de prazer, e que eu, pela graça, não me esqueça do que ouvi e vi! Também a paciência, pertencente a Deus, é notável. Porque quando pensamos em quanta impiedade é cometida em todo o mundo – em público e na vida privada, por grandes e pequenos, em terra e no mar – e ainda, que essa rebelião contra o Céu não começou ontem, mas vem desde a queda de Adão por mais de cinco mil anos, é difícil entender como o mundo ainda não foi entregue às chamas! Mas essa paciência cuja duração é surpreendente, deve afinal dar lugar a justiça, cuja execução será terrível.

Mas enquanto estou meditando em meu tempo fugaz, a meia-noite chega, e já estou em outro ano. Então, adeus para sempre 2012¹! E hei de lembrar-me que, por esse “adeus”, olho minha vida caminhando para seu fim, e que estou avançando para outro estágio, mais perto da eternidade – sem saber se um dia, ou um mês, ou um ano, ou dois, ou mais – serão outorgados a mim.

Olho minha vida caminhando para seu fim, e lembro que estou avançando para outro estágio, mais perto da eternidade.


¹ Adaptação para nossos dias. Para James Meikle (autor) era 1758.
domingo, 30 de dezembro de 2012

Desejamos dar a Deus o que é dele, e ao governo o que é do governo, e a todo homem o que lhe pertence, tratando de manter limpa a consciência, sem ofender a Deus ou ao homem. E se alguém tomar o que professamos como heresia, nós continuaremos a adorar o Deus de nossos Pais, crendo em todas as coisas que são escritas na Lei e nos Profetas e Apóstolos, e nossas almas aguardarão a destruição de toda heresia e opinião que não seja a de Cristo, permanecendo consistentes, irremovíveis, sempre abundando na obras do Senhor, sabendo que nossa ocupação não é vã no Senhor.

Artigo 53
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho (Hb 1.1-2).

Deus tomou a iniciativa, ao longo da História, de comunicar-se com o homem. Sua revelação mais completa foi Sua penetração na história da humanidade na pessoa de Jesus Cristo. Aqui, em termos de personalidade humana que nós podemos entender, Ele viveu entre nós. Se eu quisesse comunicar o meu amor a uma colônia de formigas, como poderia fazê-lo da maneira mais eficiente? Indubitavelmente o melhor seria tornar-me uma formiga. Somente desta forma a minha existência e a minha personalidade poderiam ser transmitidas completa e eficientemente. Isso foi o que Deus fez conosco. Nós somos, como diz habilmente J. B. Phillips, “o planeta visitado.” A melhor e a mais clara resposta à pergunta como sabemos que Deus existe é que Ele nos visitou. Os outros indícios são meras pistas ou sugestões. O que as confirma concludentemente é o nascimento, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

Paul Little
In: Você pode explicar sua fé?
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
O meu amigo, rev. Ilton Goncalves, publicou um post sobre a dignidade de um mal disparo em um duelo. O conceito ali expresso me levou a outro desdobramento, visto que em tempos idos o duelo era aceito como forma de se resolverem querelas pessoais. O grande desafio, portanto, era que fosse certeiro o disparo. Mas quem fizesse o mal disparo não perderia a dignidade por ter aceitado as regras do jogo. O respeito lhe era devido pela "honradez" de não fugir da raia. Embora tenha feito um mal disparo, cumpriu com altivez os critérios.

No campo dos duelos verbais - o debate - a concepção é a mesma e pode ser definida como honestidade intelectual. Mesmo que a causa não seja boa, quem a defende precisa defendê-la com dignidade, sem apelar para a fraude retórica ou mesmo para ilações infundadas ou ainda para a desqualificação do oponente. É jogo sujo. Infelizmente, as rede sociais estão cheias desse tipo de comportamento. A retórica fraudulenta predomina em detrimento da consistência, as ilações e conjecturas são as mais absurdas e descabidas, sem obedecer a nenhuma lógica  e, se não bastasse, na falta de "bons tiros certeiros", o próximo passo é desqualificar o outro lado da mesa.

Por outro lado, quem recusa a causa, quem a combate, precisa recusá-la e combatê-la com dignidade, sem humilhar o outro, sem rir-se da fragilidade de seus argumentos ou mesmo assumir ares arrogantes como se fosse "o senhor da rua". Afinal, o debate não tem como finalidade trocar farpas, denegrir o oponente, polemizar pelo simples desejo de ser polêmico, expor a verve só para ser aplaudido. O debate visa, entre outros pontos, trazer luz sobre um tema e, para quem ainda não percebeu, mostrar que a verdade é cristalina. Portanto, não é de bom tom pisar sobre o perdedor.

Ter postura sensata permite que ambos os lados ensinem preciosas lições a quem assiste, não só quanto ao tema do debate, mas também na área do comportamento, bem como garante, ao final, a oportunidade de os debatedores tomarem juntos um bom café na primeira padaria da esquina que enseja a manutenção do diálogo e a consolidação de uma amizade.

Regra geral, os brasileiros são muito ruins nisso.

Geremias do Couto
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Ontem fui numa festa de aniversário. Fui meio que constrangido, pois não tinha convite. Mas como parecia ser uma festa familiar e de amigos próximos, acho que não houve convites formais, então fui chegando. Para minha surpresa, ouvi alguém dizer que a festa era para mim, para comemorar o meu aniversário!

Claro que ficaria menos surpreso se eu tivesse nascido na data de ontem! Mas nasci numa época e num dia totalmente diferente. Estranhei que pessoas que gostassem de mim a ponto de me oferecer uma festa de aniversário não se preocupassem com a data em que realmente nasci, mas aproveitassem a data de aniversário de um meu desafeto.

Então comecei a olhar em volta e reparei na decoração, que pretendia ser temática. Mas não vi muita coisa que lembrasse a minha vida. Aquela árvore parece sugerir que nasci debaixo de uma, mas não foi o caso. A meia vermelha pregada na porta e envolta em ramo de pinheiro não me faz lembrar de nada da minha infância. Também não consigo perceber o que tem a ver comigo aqueles dois sinos, as velas, o gorro vermelho...

Fui interrompido pelo grito de "vamos revelar o amigo secreto". Pela animação, parecia ser uma coisa interessante. E era. Uma pessoa pegava um presente e dizia "meu amigo secreto é..." e dizia o nome de alguém, que corria abraçá-la e receber o presente. Às vezes se fazia um suspense, dando dicas engraçadas sobre a pessoa, enquanto os demais tentavam adivinhar quem era. E a pessoa presenteada era a próxima a entregar um presente. Fiquei curioso de quem iria chamar meu nome... mas os presentes se acabaram e não recebi nenhum. Estranho, se era uma festa feita para mim...

Notei também que nem todos ficaram satisfeitos com o presente recebido ou com a pessoa que o deu. Como passava despercebido na festa, ouvi comentários sussurrados, do tipo "dei um presente de tantos reais e veja o que ganhei" e "típico dela fazer esta desfeita". Parece que a troca de presentes não foi tão amigável como o nome sugeria.

Nova chamada, nova reunião, agora em volta da mesa. Olhei a quantidade de comida e a quantidade de pessoas e avaliei que outro tanto de pessoas poderia chegar sem aviso e que teria comida mais que suficiente. Lembrei de que o inverso acontecia comigo, geralmente tinha multidão para comer e peixinhos minguados para dividir. E se recolhia o que sobrava, para não desperdiçar nada.

Mas ali, por mais que as pessoas comessem, e como comiam!, não davam conta da quantidade e variedade de pratos. Na ânsia de provar de tudo, sempre deixavam sobras, que eram jogadas fora para arrumar lugar no prato para outras iguarias. Pensei se não poderiam ter convidado as pessoas que vi no caminho para a festa e que pareciam não ter nada para colocar na mesa.

Aos poucos, o barulho de pratos e talheres foi diminuindo e a quantidade e altura das risadas aumentando. Percebi a causa disso, a bebida que tomavam em grandes quantidades. E acho que foi ela que provocou a primeira palavra que alguém não gostou de ouvir e que resultou numa discussão.

Antes que a discussão terminasse em briga, resolvi ir embora. Saí em silêncio, mas mesmo que gritasse um adeus, não seria notado. Que festa de aniversário mais estranha foi essa! Ano que vem não voltarei lá.
domingo, 23 de dezembro de 2012

É um dever pagar a todo homem tudo o que lhe é divido, seja honra, conduta ou impostos. Nossas posses, bens e corpos devem ser submetidos ao poder civil no Senhor. Este deve ser reconhecido, reverenciado e obedecido com piedade. Não só porque ele nos pode castigar, senão pelo bem de nossa consciência. E finalmente, cada homem deve ser honrado e considerado como é apropriado, por razão de sua idade, estado social e condição.

Artigo 52
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Novo Testamento, como também o Velho, registra muitos casos da operação divina em pessoas fisicamente enfermas. O Movimento Pentecostal, inspirado pelo Espírito Santo, lembrou-se de que Jesus prometera à Igreja “estes sinais seguirão aos que crerem. Em meu nome expulsarão domônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc.16:17-18). Lembrou-se também das muitas e importantes curas e milagres operados pelos apóstolos no livro de Atos, e das promessas contidas nas epístolas, especialmente que “Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e eternamente” (Hb.13:8). Lembrou-se de tomar ao pé da letra a recomendação de Tiago: “Está alguém em vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg.5:14,15). 

Portanto, aceitamos a cura divina como privilégio do crente, sem sermos contra a ciência médica, que grandemente serve à humanidade em aliviar o sofrimento e prolongar a vida. A cura divina, a nosso ver, é uma provisão divina  oriunda da redenção em Cristo. Quando Jesus curou a sogra de Pedro e expulsou demônios de muita gente, Ele o fez “Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaias: “Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças” (Mt.8:17). O que Ele fez com os pecados, também fez com as enfermidades. Pedro disse: “Pelas suas feridas fostes sarados” (1Pe.2:24).

Multidões em nossos dias,  incluindo o autor destas linhas, podem dizer que experimentaram esse poder divino, pelo Espírito Santo, que cura toda a sorte de enfermidades. Tem havido casos tão espetaculares quanto aqueles registrados na Bíblia.

Lowrense Olson
Ênfases do movimento pentecostal
In: O Espírito Santo e o Movimento Pentecostal
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Rua Direita, em Damasco, Síria.
Fonte: Holman Illustrated Bible Dictionary
Paulo, em seu orgulho e conhecimento, tinha rejeitado a Jesus porque homem algum poderia ser pendurado no madeiro a menos que tivesse sido amaldiçoado. Agora, à medida que enfrentava o seu pecado, ele via, com uma intuição irresistível, que Jesus deveras sofrera uma maldição sobre a cruz, mas não a dele; era a maldição de Paulo e de todos os homens.

Cada hora passada em cegueira na casa de Judas, cada dia do restante de sua vida, revelaria um pouco mais da largura, do comprimento, da altura e da profundidade das boas novas, mas o coração estava seguro delas, agora e para sempre: o amor de Cristo, "o Filho de Deus que me amou e a si mesmo se deu por mim". Paulo podia, instantaneamente, ser tratado como alguém que jamais pecou, ser recebido com amor e confiança. Quanto mais ele olhava com olhos cegos para o brilho da luz, tanto mais distinto se apresentava o fato revelado naquele instante na estrada de Damasco: o perdão era uma dádiva, inteira e perfeita, porque era o próprio Cristo.

Não podia ser merecido. Mérito humano algum podia superar o pecado humano; mas, ao possuir a Cristo, Paulo tinha tudo.

John Pollock
In: O apóstolo Paulo

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Lema Morávio
"Nosso Cordeiro Venceu: vamos seguí-lo!"

No dia 13 de agosto de 1727, Deus derramou um profundo avivamento sobre um grupo de checos refugiados, na Saxônia, atual Alemanha, chamado de Morávios. Com o Conde Nikolaus Zinzendorf (retrato) à frente daquela comunidade que vivia no vilarejo de Hernhut, nasceu ali uma obra missionária sem precedentes desde os primeiros séculos. Dali, saíram centenas de crentes apaixonados por Jesus. Foram enviados para a Espanha, Itália, África do Sul, São Tomé e Príncipe e até para o Brasil, além de tantas outras regioes. Impactaram sociedades, plantaram igrejas e certamente fizeram muito mais do que a história conseguiu registrar.

Já no fim desse movimento missionário, Zinzendorf se sentiu desafiado a enviar um missionário para alcançar os esquimós no Alasca. Ele relatou que certa noite sonhou com Jesus, e que nesse sonho o Senhor o instruía a enviar o oleiro. O oleiro era um homem de meia-idade, crente no Senhor Jesus, mas de personalidade pacata e que não demonstrava capacidade de liderança até então.

Zinzendorf o chamou e lhe expôs seu sonho e sua preocupação com os esquimós. Antes que o oleiro se manifestasse, o conde acrescentou que, se aquele desafio fosse aceito por ele, infelizmente ele não poderia contar com uma equipe para acompanhá-lo, pois não dispunha de outros missionários. Não haveria também meios de sustentá-lo financeiramente, pois tinha usado todos os recursos para o sustento de outros obreiros. Por fim, cria que talvez nem voltasse, já que o Alasca no século XVIII certamente era uma das regiões mais isoladas e inacessíveis do planeta. Em outras palavras, ele deveria ir só, sem sustento e sem a garantia de voltar. Sem dúvida, esse foi um convite missionário desprovido de atrativos.

Aquele oleiro permaneceu em oração por dois minutos e, por fim, levantou o rosto e respondeu: “Se o senhor conseguir me dar um par de sandálias usadas, amanhã cedo eu partirei”. O conde lhe deu as sandálias.

A história não relata, mas aquele homem certamente não possuía calçados.

No outro dia, Zinzendorf foi à casa dele procurá-lo. Mas chegou tarde, o oleiro já havia partido logo bem cedo, para jamais voltar.

Hoje, de todos os esquimós da Terra, mais de 50% são convertidos ao Senhor Jesus. Isso porque um homem, do qual nem sequer sabemos o nome, pediu apenas um par de sandálias usadas para seguir a Jesus e espalhar o evangelho até o distante Alasca.

Autor Desconhecido
domingo, 16 de dezembro de 2012

E mesmo que as coisas mudem, nós devemos continuar na comunhão cristã, não abandonando nossa prática, senão andando em obediência a Cristo, na confissão e propagação da fé acima mencionada, ainda que seja no meio de provas e aflições, não considerando nossos bens, terras, esposas, filhos, pais, irmãos e até nossas vidas como de grande valor, para que possamos terminar nosso caminho com alegria, lembrando-nos sempre que devemos obedecer a Deus em lugar dos homens.

Baseando-nos no mandamento, comissão e promessa de nosso Senhor e Mestre, Jesus Cristo, quem tem poder no céu e na terra, quem também prometeu que se guardássemos os mandamentos que ele nos deu, ele estaria conosco até o fim do mundo, e quando havermos terminado nossa carreira e tendo guardado a fé, Ele nos dará uma coroa de justiça que foi guardada para todos os que amam sua manifestação, o mesmo a quem temos que explicar a razão de nossas ações, porque não há nenhum homem que nos possa perdoar.

Artigo 51
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Artigo 7º - Do pecado original 

O pecado original não está em imitar a Adão, como erradamente dizem os Pelagianos, mas é a corrupção da natureza de todo o descendente de Adão, pela qual o homem está muito longe da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal e isto continuamente. 

Artigo 8º - Do livre arbítrio 

A condição do homem, depois da queda de Adão, é tal que ele não pode converter-se e preparar-se pelo seu próprio poder e obras, para a fé e invocação de Deus; portanto, não temos forças para fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus sem a Sua graça por Cristo, predispondo-nos para que tenhamos boa vontade e operando em nós quando temos essa boa vontade. 

John Wesley
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Qualquer pessoa, objeto ou signo, que colocarmos como alvo da fé, confiança e esperança, é um ídolo. O dinheiro, o conforto, o prazer, a glória, a fama; todos ou alguns deles, podem converter-se em deuses para muita gente. Outros depositam fé em coisas inanimadas como cruzes, figa, trevo de quatro folhas (quadrifólio), pedras, búzios, cartas, astros e outras coisas mânticas.

A Reforma tirou parte do cristianismo da idolatria e da iconolatria, mas está havendo um retorno. Igrejas há que acreditam em objetos “carregados” de malignidade (seres e coisas macumbadas ou enfeitiçadas); mas, por outro lado, depositam credibilidade em pessoas capazes de “transferir poderes e benignidade” a coisas naturais, que se tornam, em consequência, “portadores e agentes de bênçãos e milagres.” Assim, surgem ícones “evangélicos” portentosos como água benta, óleo bento, sal grosso abençoado e outros. Muitos “crentes” possuem em casa “relíquias” (ou “ídolos”) supostamente poderosas para espantar o mal e exorcizar o maligno. 

Os dois primeiros mandamentos estão sendo desrespeitados por aqueles que se comprometeram ter as Escrituras como única regra de fé.

Autor Desconhecido
Comentário ao Catecismo de Heidelbeerg
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Jacobus Arminius (1560-1609), ou simplesmente Arminio, foi um teólogo holandês educado em Leiden, Basiléia e Genebra, tendo estudado nessa última cidade sob a orientação de Beza. Retornando à Holanda, serviu como pastor em Amsterdã, antes de se tornar professor em Leiden, em 1603. Armínio questionou algumas suposições básicas da teologia reformada, dando surgimento a uma controvérsia amarga e injuriosa.

O centro da teologia de Armínio residiu em sua visão radical da predestinação. Atacou o supralapsarianismo especulativo de Beza, no tocante à sua falta de cristocentricidade, ou seja, não ser Cristo o fundamento da eleição, mas tão somente a causa subordinada de uma salvação já previamente ordenada, resultando em rompimento entre o decreto da eleição e o concernente à salvação mediante o Cristo encarnado. Essa visão cristocêntrica levou Armínio a inverter a ordem de eleição e graça. 

Para a ortodoxia reformada, a manifestação histórica da graça de Deus era dependente da eleição; para Armínio, ao contrário, a eleição era subsequente à graça. Deus decreta salvar todos os que se arrependem, creem e perseveram. A eleição é condicional à resposta do homem, dependente da presciência que Deus tem de sua fé e perseverança. Não há também que negar a possibilidade de um verdadeiro crente cair totalmente ou finalmente da graça. Consequentemente, não pode haver nenhuma certeza de salvação definitiva. Além disso, Deus dá graça suficiente, de modo que o homem pode crer em Cristo se assim quiser. Para isso, tem livre-arbítrio. Pode crer ou pode resistir à graça de Deus. A graça redentora é universal, e não particular; suficiente, e não irresistível; e é de livre-arbítrio a vontade do homem, e não constrangida, cooperando mais com a graça de Deus do que sendo por ela vivificada. 

Efetivamente, Armínio estava dizendo que Deus não escolhe ninguém, mas, em vez disso, prevê que alguns o escolherão. Era uma posição com raízes pelagianas e patrísticas gregas.

R.W.A. Letham
In: Novo Dicionário de Teologia, verbete Arminianismo.
domingo, 9 de dezembro de 2012

Se Deus nos conceder uma misericórdia, a de mudar os corações das autoridades, para que nos protejam da opressão, maldade, moléstia e feridas, que por muito tempo sofríamos sob a tirania e opressão da hierarquia dos prelados. Agora Deus por sua misericórdia tem feito este presente Rei e o Parlamento maravilhosamente honrados, como instrumentos em sua mão, e tivemos um tempo para respirar. E isto é algo além de nossas esperanças e consideramos que devemos agradecer a Deus para sempre por isto.


Artigo 50
Primeira Confissão Londrina, 1642/44

sábado, 8 de dezembro de 2012
Pessoas completamente mundanas nunca entendem sequer o mundo; elas confiam plenamente numas poucas máximas cínicas não verdadeiras. Lembro-me de que, certa vez, fiz um passeio com um editor de sucesso, e ele fez uma observação que eu ouvira muitas vezes antes; é, na verdade, quase um lema do mundo moderno. Todavia, eu ouvi essa máxima cínica mais uma vez e não me contive: de repente vi que ela não dizia nada. Referindo-se a alguém, disse o editor: "Aquele homem vai progredir; ele acredita em si mesmo".

Lembro-me de que, quando levantei a cabeça para escutar, meus olhos se fixaram num ônibus no qual estava escrito "Hanwell" (NE: nome de um asilo para loucos, nas proximidades). Disse-lhe eu então: "Quer saber onde ficam os homens que acreditam em si mesmos? Eu sei. Sei de homens que acreditam em si mesmos com uma confiança mais colossal do que a de Napoleão ou César. Sei onde arde a estrela fixa da certeza e do sucesso. Posso conduzi-lo aos tronos dos super-homens. Os homens que realmente acreditam em si mesmos estão todos em asilos de lunáticos"

Ele disse calmamente que, no fim das contas, havia um bom número de homens que acreditavam em si mesmos e que não eram lunáticos internados em asilos. "Sim, certamente", retruquei, "e você mais do que ninguém deve conhecê-los. Aquele poeta bêbado de quem você não quis aceitar uma lamentável tragédia, ele acreditava em si mesmo. Aquele velho ministro com um poema épico de quem você se escondia num quarto dos fundos, ele acreditava em si mesmo. Se você consultasse sua experiência profissional em vez de sua horrível filosofia individualista, saberia que acreditar em si mesmo é uma das marcas mais comuns de um patife. Atores que não sabem representar acreditam em si mesmos; e os devedores que não vão pagar".

Seria muito mais verdadeiro dizer que um homem certamente fracassará por acreditar em si mesmo. Total autoconfiança não é simplesmente um pecado; total autoconfiança é uma fraqueza.

G. K. Chesterton
Ortodoxia
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

É o senso de necessidade que lança a alma aos braços de Cristo, no princípio; mas é a percepção de Suas excelências que nos faz achegarmo-nos a Ele, desde então. Quanto mais real Cristo Se torna para nós, tanto mais vamos sendo atraídos pelas Suas perfeições. 

No começo Ele é visto apenas como Salvador; mas, na proporção em que o Espírito Santo continua a destacar diante de nossos olhos aquilo que pertence a Cristo, descobrimos que sobre a Sua cabeça há "muitos diademas" (Ap 19:12). Desde a antigüidade que foi dito: "e o seu nome será: Maravilhoso" (Is 9:6). E o nome de Cristo significa tudo quanto dEle as Escrituras dão a conhecer. "Maravilhosos" são os Seus ofícios, quanto ao seu número, quanto à sua variedade e quanto à Sua suficiência. Ele é o Amigo que nos é mais chegado do que um irmão, que nos ajuda em cada momento de necessidade. Ele é o grande Sumo Sacerdote, que Se deixa comover diante das nossas debilidades. Ele é o nosso Advogado junto a Deus Pai, o qual nos faz a defesa quando Satanás nos acusa.

Nossa grande necessidade é ocuparmo-nos com Cristo, assentarmo-nos a Seus pés, conforme fez Maria, recebendo assim de Sua plenitude. Nosso principal deleite deve ser considerar "atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus" (Hb 3:1); deve ser contemplar as várias relações que Ele mantém para conosco, meditar acerca das muitas promessas que Ele nos tem feito, demorarmo-nos na contemplação de Seu admirável e imutável amor por nós. Ao fazermos assim, haveremos de deleitar-nos no Senhor de tal modo que as vozes de sereia deste mundo perderão todo o seu encantamento em nosso caso.

Ah, prezado amigo, você conhece experiência assim, em sua vida diária? Cristo é, para a sua alma, o principal entre dez milhares? Conquistou Ele o seu coração? Sua principal alegria é ficar sozinho com Ele, a conversar com o Senhor? Caso contrário, a sua leitura e o seu estudo da Bíblia bem pouco lhe tem aproveitado.

A. W. Pink
In: Enriquecendo-se com a Bíblia
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
É sabido por todos nós que em muitas igrejas nossas têm havido distorções, exageros e extravagâncias, principalmente na área dos costumes, com abuso, intolerância e inversão de valores, por parte de quem, por não ter o devido embasamento bíblico e ministerial, criou por si mesmo um sistema de costumes,chamando-os de “doutrina” , quando na realidade, pelo modo como esses obreiros os aplicam, é uma transformação de costume em “ lei”. Bons costumes e práticas devem ser fruto da nossa santificação a Deus, e não meio de santificação.

(...)

Por outro lado, ensinar a doutrina bíblica na igreja, e abolir ou ignorar os bons e santos costumes que adornam a referida doutrina, é contradição, é paradoxo, pois a doutrina sem a sua prática através da vida santa do crente, do seu testemunho, dos bons costumes e práticas, da conduta irrepreensível, da honestidade, é uma contradição, é conflitante, é mistificação. Seria uma salvação anômala, sem renúncia, sem testemunho prático; enfim, um tropeço perante o mundo.

Antonio Gilberto
In: Doutrina Bíblica e Usos e Costumes na Igreja
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Todos os sonetos são do mesmo comprimento. São, por definição, compostos de catorze versos. Escolhi aquele do qual decorei o primeiro verso, que diz: "Devo comparar-te a um dia de verão?". Contei o nú­mero de letras. Há 488 letras nesse soneto. Qual é a probabilidade de, digitando a esmo, conseguirmos todas essas letras na exata seqüência em todos os ver­sos? Conseguiremos o número 26 multiplicado por ele mesmo, 488 vezes, ou seja, 26 elevado à 488ª potência. Ou, em outras palavras, com base no 10, 10 elevado à 690ª potência.

Agora, o número de partículas no universo — não grãos de areia, estou falando de prótons, elétrons e nêutrons — é de 10 à 80ª. Dez elevado à octagésima potência é 1 com 80 zeros à direita. Dez elevado à 690ª é 1 com 690 zeros à direita. Não há partículas suficien­tes no universo com que anotarmos as tentativas. Se­ríamos derrotados por um fator de 10 à 600ª. Se tomássemos o universo inteiro e o convertêssemos em chips de computador — esqueçam os macacos —, cada chip pesando um milionésimo de grama e sendo capaz de processar 488 tentativas a, digamos, um mi­lhão de vezes por segundo, produzindo letras ao aca­so, o número de tentativas que conseguiríamos seria de 10 à 90ª. Mais uma vez, seríamos derrotados por um fator de 10 à 600ª. Nunca criaríamos um soneto por acaso. O universo teria de ser maior, na propor­ção de 10 elevado à 600ª potência. No entanto, o mun­do acredita que um bando de macacos pode fazer isso todas as vezes.

Garry Schroeder
Citado por Antony Few em "Um Ateu Garante: Deus Existe"
Nota: O "teorema do macaco infinito", apresentado sob diversas formas, defende a possibilidade de a vida ter surgido por acaso, usando a analogia de uma multidão de macacos batendo nas teclas de um computador e, em dado momento, acabarem por escrever um soneto digno de Shakespeare.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado” (Rm 7:14)
A passagem de Rm 7:7-25 tem causado não pouca polêmica. A controvérsia gira em torno da identidade da pessoa referida por Paulo: estaria ele falando de si mesmo? Em caso afirmativo, a que período de sua vida ele se refere? Cremos que a passagem é autobiográfica, embora representativa dos crentes em geral. Quanto o estágio de sua vida, entendemos que os versos de 7-13 referem-se à sua experiência pré-conversão e os de 14-25 ao período pós-regeneração. Ou seja, Paulo apresenta sua experiência passada e a presente, sob a perspectiva do um cristão regenerado.

Creio ser essa a interpretação óbvia. Um crente simples, que leia a passagem atentamente mas sem uma carga de teoria, irá concluir que Paulo está falando de sua própria experiência. Este parece ser o sentido natural do texto, sem muita consideração das implicações teológicas do mesmo. Entretanto, sabemos que nem sempre o sentido óbvio de um texto representa com fidelidade o seu significado, mesmo porque ninguém vai a uma passagem da Escritura despido de pressupostos. Por isso não consideramos este argumento decisivo.

O segundo ponto, relacionado com o anterior, é o fato dele ter usado a primeira pessoa do singular. Em Romanos ele usa o pronome ego 16 vezes, seis delas no capítulo 7. Em todas a demais ocorrências de “eu” na carta aos Romanos em referência a Paulo, em nenhuma delas um uso metafórico ou retórico é possível. Assim, exceto se existirem elementos textuais que indiquem isso, não se deve supor que nas ocorrências do capítulo 7 “eu” não se refira ao apóstolo dos gentios.

Consideremos também os tempos verbais duas duas subseções. Em 7-13 o tempo remete para um momento anterior ao momento em que se fala. “Eu não teria conhecido”, “despertou”, “eu vivia”, “reviveu”, “eu morri”, “verifiquei”, “tornou”, “me enganou e me matou”, “causou-me a morte” (Rm 7:7-13), etc. A partir do versículo 14 o tempo referido é o presente: “sabemos”, “sou”, “compreendo”, “não faço o que prefiro, e sim o que detesto”, “consinto com a lei”, “habita”, “eu sei”, “está em mim”, “não faço o bem”, “encontro”, “tenho prazer” e “vejo” (Rm 7:14-25). Assumindo como referencial o momento em que escreve a carta, temos que os tempos verbais apontam para duas fases na experiência do apóstolo, uma anterior à sua conversão e outra no momento em que escreve, como convertido.

Além disso, especificamente na porção 14-25, algumas expressões não podem ser aplicadas a pessoas não regeneradas. Por exemplo, “não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Rm 7:15). Mais adiante, explica que a coisa preferida é o bem: “não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:19). Enquanto deseja fazer o bem, “faço o que não quero” (Rm 7:16), diz Paulo. Além de “querer fazer o bem” (Rm 7:21), tal pessoa, no íntimo de seu ser, tem “prazer na lei de Deus” (Rm 7:22). Ora, se isso pode ser afirmado de um pecador irregenerado, então talvez o pecado não tenha afetado a vontade dos homens. A verdade porém é outra: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3:10-12).

Este ponto se torna ainda mais evidente quando consideramos os versos 24-25. Temos aqui o brado “desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24), que só faz sentido se aplicado a um cristão verdadeiro. Que pecador não regenerado tem esse anseio de libertação? E o verso seguinte tem que ser lido em conexão com os precedentes. “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado” (Rm 7:25). Como pode um pecador, sendo escravo segundo a carne do pecado, confessar ser escravo da lei de Deus e dar graças a Deus por Jesus Cristo? O todo da passagem só faz sentido como expressão da luta diária do cristão contra o pecado.

Claro que o texto apresenta dificuldades, se admitido que Paulo está falando de sua situação como cristão regenerado. Uma dessas dificuldades é a expressão “eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado” (Rm 7:14). Isto não parece ser uma representação muito vitoriosa da vida cristã renovada. Mas será que essas dificuldades são insuperáveis, sem violência ao contexto? Creio que não.

O termo “carnal” usado por Paulo é sarkinos ou sarkikos, a depender do manuscrito utilizado. Ambas as palavras tem significados bastante parecidos, mas com ênfase moral distinta. Sarkikos refere-se ao que é controlado pelos desejos errados que dominam a carne. Denota o que é anti-espiritual. Sarkinos, por sua vez, significa “feito de carne”, referindo-se a matéria da qual é composta. Denota o não espiritual. Porém, quando carrega algum sentido ético, é similar a sarkikos. O fato é que Paulo contrasta sarkinos com pneumatikos, espiritual. Em 2Co 3:3, “tábuas de pedra” é constrastada com “tábuas de carne [sarkinos]”, reforçando a ideia de que sarkinos se refere à composição do coração. 

A questão é se um crente regenerado pode ser referido como sendo carnal. Escrevendo aos coríntios Paulo diz “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais [pneumatikos), e sim como a carnais [sarkikos], como a crianças em Cristo” (1Co 3:1). Obviamente eles eram cristãos nascidos de novo, pois são chamados de “irmãos” e “crianças em Cristo”, embora “ainda carnais” (1Co 3:2). Significa que Paulo e os coríntios andavam na carne ou estavam na carne? Não, mas que a carne estava neles.

Assim, cremos que a única maneira de fazermos justiça ao texto de Paulo é mantermos juntos Rm 7:14-25 e Rm 8 como se referindo à experiência de todo cristão, desde a regeneração até a glorificação, e que Paulo representativamente expôs a sua própria experiência. O sentido mais natural da passagem é esse, não obstante as dificuldades teológicas que podem levantar, as quais não são insuperáveis.

Soli Deo Gloria
domingo, 2 de dezembro de 2012

Cremos que as autoridades supremas deste reino são: o Rei e o Parlamento escolhido pelo reino, e que estamos obrigados a nos submeter a todas as leis civis que eles fizeram e tenham ordenado. Devemos defender às autoridades e todas as leis civis feitas por elas, com nosso ser e com nosso patrimônio, ainda que devamos sofrer, por razão de consciência, por não nos submeter às suas leis eclesiásticas com as quais não estamos de acordo.

Artigo 49
Primeira Confissão Londrina, 1642/44