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quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Em muitas igrejas, a mensagem de justificação — como ter uma relação certa com Deus — é pregada inúmeras vezes. Todavia, muito pouco é dito sobre a santificação — como viver depois que você se converte. Nas igrejas luteranas em que fui criada, parecia que sempre estávamos lidando com a Reforma — todo sermão era sobre a justificação pela fé. Logo após minha conversão, falando com minha tia-avó Alice, mulher temente a Deus e inteligente, comentei em tom de frustração que não precisávamos ouvir a mensagem básica da salvação pela fé todos os domingos.

Seus olhos se iluminaram ao me encarar por trás dos óculos de aro de arame, quando respondeu pacientemente: "Mas sempre precisamos nos lembrar, querida, por que a graça é tão contrária às nossas tendências humanas".

Claro que ela tinha razão, mas ainda é verdade que a maioria das igrejas é forte em ensinar acerca da conversão, mas fraca em ensinar sobre como viver depois da conversão. Pense na analogia: Em certo sentido, nosso nascimento físico é o acontecimento mais importante de nossa vida, porque é o começo de tudo. Ainda em outro sentido, é o acontecimento menos importante, porque é apenas o ponto de partida. Se alguém falasse todos os dias sobre a tremenda importância de termos nascido, acharíamos muito estranho. Já que entramos no mundo, a tarefa essencial é crescer e amadurecer. E é por isso mesmo que nascer de novo é o primeiro passo necessário em nossa vida espiritual, porém não deveríamos focar nossa mensagem constantemente em como ser salvo. É crucial que as igrejas incentivem as pessoas à maturidade espiritual e equipem os santos para cumprir a missão que Deus nos deu no mandato cultural.

Cada um de nós tem um papel a desempenhar no cultivo da criação e na execução das normas de Deus para uma sociedade justa e humanitária. Por pura necessidade, grande porcentagem de nosso tempo é dedicada a administrar negócios, lecionar em escolas, publicar jornais, tocar em orquestras e tudo que for necessário para manter uma civilização em desenvolvimento. Mesmo quem trabalha no "serviço cristão em tempo integral" precisa limpar a casa, cuidar dos filhos e cortar a grama. E imperativo que entendamos que ao realizarmos estas tarefas, não estamos fazendo trabalho inferior ou de segunda categoria em prol do Reino. Somos agentes da graça comum de Deus quando fazemos seu trabalho no mundo.

Nancy Pearsey
In: Verdade Absoluta
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Estou lendo Em Guarda, de William Lane Craig, publicado pela Edições Vida Nova. Na medida que avançar na leitura, vou comentando e eventualmente fazendo algumas citações.

Falando dos jovens que abandonam a fé no ensino secundário, que pode chegar a 40% deles, Craig aponta a falha da igreja, que

Em vez de fornecer a eles um bom treinamento na defesa da fé cristã, nós ficamos envolvidos em lhes proporcionar experiências de louvor carregado de emoção, ficamos nos preocupando com suas necessidades e em entretê-los. Não é à toa que eles se tornam presas fáceis para um professor que racionalmente ataca a sua fé.

Esse preparo dos jovens não é papel apenas da igreja, mas também, e principalmente, dos pais, que por sua vez também precisam terem sido preparados para isso:

Os pais devem fazer mais do que apenas levar seus filhos à igreja e ler histórias da Bíblia para eles. Pais e mães devem ser bem treinados em apologética para que sejam capazes de explicar aos filhos, desde pequenos e cada vez com maior profundidade, porque cremos naquilo que cremos. 

No livro Em Guarda, Craig contribui para esse preparo dos pais, ensinando como argumentar em favor da fé cristã.

Para concorrer ao sorteio de dois exemplares do livro, leia as instruções, clicando AQUI!.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011


RIBEIRO, S. Calvinismo e Adventismo: cinco divergências soteriológicas. Kerygma, 4, may. 2011. Disponível em: <http://www.unasp-ec.com/revistas/index.php/kerygma/article/view/93>. Acesso em: 22 Nov. 2011.

Este artigo é uma avaliação metodológica do trabalho de TCC acima. Não entro aqui no mérito das diferenças entre calvinismo e adventismo, tarefa para outro momento, quando e se Deus permitir.

O trabalho define o problema a partir de uma situação hipotética, na qual “uma pessoa que aceitou a Cristo na adolescência e durante toda sua vida procurou viver de acordo com a Bíblia e após morrer é condenada a queimar e gemer eternamente no lago de fogo, não porque ela tenha pecado e não se arrependido, mas simplesmente porque Deus não a escolheu previamente”. A partir dessa situação o autor extrai o seguinte problema a ser resolvido pelo trabalho: “Perdemos mesmo nosso livre arbítrio nas escolhas espirituais?”.

A simples leitura dessa parte demonstra que o problema não tem nada a ver com a contextualização feita. Do ponto de vista do autor, se a pessoa “aceitou a Cristo”, “procurou viver de acordo com a Bíblia” e “se arrependeu de seus pecados”, ela tem livre-arbítrio. E se apesar de tudo isso Deus a condena “porque não a escolheu previamente”, então o problema a ser abordado não é se o homem perdeu ou não seu livre-arbítrio, e sim se a eleição divina é determinante ou não para a salvação de alguém, a despeito dele exercer seu livre-arbítrio.

A inconsistência metodológica se acentua quando a partir desse problema o bacharelando em teologia define o objetivo do trabalho como sendo “propor um contraste entre as principais idéias soteriológicas do Calvinismo e do Adventismo”. Ora, o objetivo de qualquer trabalho acadêmico é oferecer uma resposta à questão formulada como problema. Para que seja coerente, o objetivo deve derivar diretamente do problema, do contrário, alcançado o objetivo, corre-se o risco de ainda se ficar sem a resposta esperada. Como o problema e o objetivo controlam todo o trabalho a ser desenvolvido, uma vez mal definidos, o trabalho como um todo fica comprometido.

Apesar de não explicitado, o trabalho pretende provar a hipótese de que o homem manteve seu livre-arbítrio depois da Queda. Era de se esperar que o autor definisse claramente livre arbítrio, assim como os outros termos teológicos utilizados ao longo do trabalho. Porém resulta vã qualquer busca de um significado preciso para o termo, pelo contrário, o conceito de livre arbítrio varia ao longo do trabalho e às vezes assume significados claramente contraditórios. Por exemplo, num momento ele diz que o livre-arbítrio é “soberano” (p.27), noutro que é “relativo” (p. 31) e ainda noutro que é “limitado” (p.18).

O autor revela descuido também nas referências bibliográficas. No corpo de seu trabalho são citadas algumas obras não listadas nas referências bibliográficas e de uma das referências do final não se encontra uso no trabalho. Esses deslizes não chegam a comprometer o estudo. Porém, realmente grave é a forma com que o autor se utiliza das fontes. Por exemplo, ao dizer que mesmo após a Queda o “adventismo afirma que o homem é chamado por Deus a estabelecer uma direção e mantê-la, não desviando de seu caminho, assim levando-o a salvação, porém, o homem pode exercer sua livre e soberana escolha de aceitar ou não andar”, apela a Derek Kidner, em Gênesis, p.57-8. O problema é que a frase é um comentário de Kidner ao capítulo 2 de Gênesis, portanto, antes da Queda.

E ao contrário do que dá a entender o autor, Kidner diz explicitamente que “desde o momento da Queda, os efeitos mortais do pecado constituem um dos principais temas de Gênesis, mostrando sua imediata força repulsora entre o homem e Deus, seu crescente domínio do homem, culminando na depravação geral” (p.37). Sobre a obra salvadora, Kidner diz que “é Deus, e não o homem, quem busca” (idem).

A conclusão do estudo adventista é que “os ‘Cinco Pontos do Calvinismo’ não tem base bíblica”. Nada surpreendente, uma vez que na metodologia o autor já anunciava: “pretenderemos (sic) mostrar as fragilidades do Tulip calvinista”. E claro, conclui “também que os ‘Cinco Pontos do Adventismo’ têm base bíblica”. Se a conclusão não é de se estranhar, o mesmo não se pode dizer de como o autor chegou a ela. Façamos uma breve análise estatística para percebermos o inusitado da conclusão.

O  autor lista 115 passagens bíblicas que dão ou aparentam dar apoio aos cinco pontos calvinistas. E refere-se a 30 passagens que dão ou aparentam dar apoio aos cinco pontos adventistas, sendo que nenhuma delas traz a expressão livre-arbítrio ou assemelhada. E para mostrar a fragilidade hermenêutica calvinista, trata (se com êxito ou não, análise posterior pode dizer) de 11 passagens “pseudo-calvinistas”. É só fazer as contas: a “dianteira” calvinista é de 85 passagens bíblicas. Mesmo se excluirmos as 11 que ele refutou ou intentou fazer, ainda sobra um considerável peso de evidência bíblica pró-calvinismo.

Soli Deo Gloria
domingo, 27 de novembro de 2011
A promessa que acompanha o mistério da Ceia aclara com evidência por que tem sido instituído e a que fins tende.

Este mistério nos confirma que o corpo do Senhor tem sido entregado por nós numa única vez, e isto de modo tal que agora é nosso e o será também perpetuamente; pois o sangue do Senhor foi derramado por nós uma única vez e de modo que Ele será sempre nosso.

Estes sinais são o pão e o vinho, sob os quais o Senhor nos apresenta a verdadeira comunhão de seu corpo e de seu sangue. E esta uma comunhão espiritual, para a qual bastam os laços do Espírito Santo, já que não requer a presença de sua carne sob o pão, ou a de seu sangue sob o vinho. Pois ainda que Cristo, elevado para o céu, deixou esta morada terrena na que nós estamos ainda como peregrinos, contudo nenhuma distância pode diminuir seu poder com o qual alimenta os seus de si mesmo, e lhes concede, ainda estando distanciados dEle, desfrutar de sua comunhão de um modo muito íntimo.

E isto no-lo ensina o Senhor na Ceia de um modo tão verdadeiro e manifesto que devemos possuir, sem a mais mínima dúvida, a plena certeza de que Cristo nos é apresentado ali com todas suas riquezas, com maior realidade que se o vissem os nossos olhos, e os toucassem nossas mãos.

O poder e a eficácia de Cristo é tão grande que não só outorga na Ceia a nossos espíritos uma confiança segura na vida eterna, senão que além da certeza da imortalidade de nossa carne; pois está já vivificada com sua carne imortal e participa, de alguma forma, de sua imortalidade. Por isso o corpo e o sangue estão representados sob o pão e o vinho, para que aprendamos não só que são nossos, senão que também são vida e alimento. Assim, quando vemos o pão consagrado em corpo de Cristo, devemos pensar imediatamente nesta semelhança; assim como o pão alimenta e conserva a vida de nosso corpo, assim também o Corpo de Cristo é o alimento e a proteção de nossa vida espiritual. E quando se nos apresenta o vinho como símbolo de seu sangue, devemos também considerar que recebemos espiritualmente do sangue de Cristo os mesmos benefícios que proporciona o vinho ao corpo.

E assim, do mesmo modo que este mistério nos ensina quão grande é a generosidade divina conosco, da mesma maneira nos insta também a não sermos ingratos ante uma bondade tão manifesta, exortando-nos a louvá-la como convém e a celebrá-la com ações de graças.

Finalmente, este Sacramento nos exorta a unir-nos uns com outros do mesmo modo que se unem entre sim os membros de um mesmo corpo. Nenhum incentivo mais poderoso e mais eficaz se nos podia dar para promover e excitar entre nós uma mútua caridade como o de que Cristo, ao dar-se a nós, nos convide só com seu exemplo a dar-nos e consagrar-nos uns aos outros, senão que, fazendo-se comum a todos, nos faz também a todos um em si mesmo.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Receber a Cristo, não é somente, como alguns comentadores afirmam equivocadamente, receber sua doutrina; embora seja certo que sua doutrina deva ser recebida, e que o resto está implícito nisso. Mas quando o entendimento aquiesce em receber  o evangelho, a vontade, de comum acordo, igualmente o recebe; e receber a Cristo inclui ambos. Esta é a verdadeira fé justificadora dos eleitos de Deus. 

Não se trata, portanto, de uma recepção passiva, como a madeira recebe o fogo, e as nossas almas recebem as graças do Espírito; mas, sim, de uma recepção moral ativa. Receber a Cristo como Cristo, como o Messias ungido, e como nosso Salvador e Senhor, é crer que ele é tudo isso, e consentir que ele seja tudo isso para nós, e confiar nele, e confiar-nos a ele como tal. Se vocês acreditam sinceramente que o evangelho é verdadeiro, esta fé tem que ser suficientemente forte para vos levar à determinação de confiarem a felicidade de vocês à esta fé, e a abdicarem a tudo pela esperança que é colocada diante de vocês. Se Cristo, na sua relação como pleno e perfeito Salvador, for recebido de coração por vocês; se vocês anuírem à oferta do evangelho, e estiverem verdadeiramente desejosos de ser dele, fé não é apenas mencionada como “receber a Cristo”, mas é também freqüentemente expressa em termos de “querer Cristo”. 

Portanto, a promessa é para todos quantos quiserem; e aos ímpios é negado terem parte em Cristo, porque não querem que ele reine sobre si; e isto, porque não são crentes verdadeiros ou discípulos de Cristo. Se vocês, portanto, anuírem em ter a Cristo como  Salvador, mestre e Senhor, devem, necessariamente, depender dele e confiar inteiramente nele, como tal; devem confiar nele para libertação da culpa, do poder e da condenação do pecado, e para vivificação, fortalecimento, e perseverança na graça, e para a vida eterna; devem confiar-se a ele, como  discípulos, para aprender dele, seguros de que ele ensinará a vocês infalivelmente o caminho da felicidade; e devem entregar-se a ele seguros de que ele vos governará em verdade e retidão para a salvação, e vos defenderá dos inimigos destruidores. 

É nisto que consiste a fé, ou receber a Cristo Jesus, o Senhor.

Richard Baxter
Conselho a crentes fracos
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Durante o tempo do ministério de Jesus, os próprios discípulos às vezes falharam no entendimento do AT e até de seus ensinos (v. Mt 15.16; Mc 4.10-13; 6.52; 8.14-21; 9.32; Lc 18.34; Jo 8.27; 10.6). Embora isso algumas vezes se deva ao fato de que eles simplesmente precisavam esperar por eventos adicionais na história da redenção, e especialmente na vida do próprio Cristo (v. Jo 12.16; 13.7; cf. Jo 2.22), houve também ocasiões em que isso aconteceu devido à própria falta de fé deles ou à sua dureza de coração (Lc 24.25). Além disso, houve momentos na igreja primitiva quando os cristãos não entenderam ou não concordaram com os ensinos do AT ou a respeito das cartas escritas pelos apóstolos: observe o processo de crescimento em entendimento quanto às implicações da inclusão dos gentios na igreja (culminando em “muita discussão” [At 15.7] no Concílio de Jerusalém em Atos 15), e observe o entendimento errôneo que Pedro teve desse assunto em Gálatas 2.11-15. De fato, no decorrer de toda a história da igreja, as discordâncias doutrinárias têm sido muitas, e o progresso na resolução dessas diferenças doutrinárias foi muitas vezes lento.

A fim de ajudar as pessoas a evitar erros na interpretação da Escritura, muitos professores de Bíblia têm desenvolvido “princípios de interpretação”, ou orientações para encorajar o crescimento na habilidade de interpretar a Escritura corretamente. A palavra hermenêutica (do grego hermeneuõ, “interpretar”) é o termo mais técnico para esse campo de estudo: Hermenêutica é o estudo dos métodos corretos de interpretação (especialmente a interpretação da Escritura).

Outro termo técnico muitas vezes usado nas discussões sobre a interpretação bíblica é exegese, termo que se refere mais à prática real de interpretar a Escritura, não às teorias e princípios a respeito de como isso deveria ser feito: Exegese é o processo de interpretar o texto da Escritura. Conseqüentemente, quando alguém estuda os princípios de interpretação, isso é chamado “hermenêutica”, mas quando a pessoa aplica esses princípios e começa realmente a explicar o texto bíblico, ele está fazendo “exegese”.

A existência de muitas discordâncias a respeito do significado da Escritura no decorrer de toda a história nos lembra que a doutrina da clareza da Escritura não implica ou sugere que todos os crentes haverão de concordar em todos os ensinos da Escritura. Não obstante, ela nos diz algo muito importante — que o problema sempre repousa não na Escritura, mas em nós mesmos. Afirmamos que todos os ensinos da Escritura são claros e passíveis de ser entendidos, mas também reconhecemos que as pessoas muitas vezes (por causa de seus defeitos) entendem erroneamente o que está claramente escrito na Escritura.
 
Portanto, à medida que as pessoas crescem na vida cristã, adquirindo mais conhecimento da Escritura conforme gastam tempo estudando-a, haverão de entendê-la melhor. A doutrina da clareza da Escritura diz que a Escritura é passível de ser entendida, não que todos a entenderão igualmente.
 
Wayne Grudem
In: Teologia Sistemática
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Até agora, consideramos quatro tendências seculares que ameaçam subjugar a comunidade cristã. Em face dessas tendências, somos chamados a um inconformismo radical, não a um conformismo medíocre. Diante do desafio do pluralismo, devemos ser uma comunidade de verdade, declarando a singularidade de Jesus Cristo. Diante do desafio do materialismo, devemos ser uma comunidade de simplicidade, considerando que somos peregrinos aqui. Diante do desafio do relativismo, devemos ser uma comunidade de obediência. Diante do desafio do narcisismo, devemos ser uma comunidade de amor.

Não devemos ser como caniços agitados pelo vento, dobrando-nos diante das rajadas da opinião pública; mas tão inabaláveis quanto pedras em uma correnteza. Não devemos ser como peixes que flutuam na corrente do rio (como diz Malcolm Muggeridge, “somente peixes mortos nadam com a corrente”); devemos nadar contra ela, contra a tendência cultural. Não devemos ser como camaleões, que mudam de cor de acordo com o ambiente; devemos nos opor de forma visível ao ambiente em que estamos.

Não devemos ser como caniços agitados pelo vento, dobrando-nos diante das rajadas da opinião pública, mas tão inabaláveis quanto pedras em uma correnteza. Então, a que os cristãos devem se assemelhar, se não devemos ser como caniços, peixes mortos ou camaleões? Será que a Palavra de Deus é totalmente negativa, nos dizendo simplesmente para não sermos moldados à forma daqueles que estão no mundo ao nosso redor? Não. Ela é positiva. Devemos ser como Cristo, “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).

John Stott
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Em que consiste a liberdade do pecador? Essa pergunta é naturalmente sugerida por aquilo que dissemos acima. O pecador é livre no sentido de não ser forçado de fora. O pecador nunca é forçado a pecar. Porém, não é livre para praticar ou o bem ou o mal, porquanto o coração mau que nele reside sempre o impulsiona para o pecado. Passamos a ilustrar o que temos em mente.

Tenho na mão um livro. Solto-o. O que acontece? Ele cai. Em que direção? Para baixo; sempre para baixo. Por quê? Porque, obedecendo à lei da gravidade, seu próprio peso o leva para baixo. Imaginemos, porém, que eu deseje que o livro fique um metro para cima. Então, o que fazer? Preciso erguê-lo. Uma força externa precisa fazê-lo subir. Essa é a relação entre o homem caído e Deus. Enquanto o poder divino o sustenta, ele é impedido de afundar cada vez mais no pecado; retirado esse poder, o homem cai — seu próprio pecado (qual peso) o afunda.

Deus não o empurra para baixo, como eu também não empurrei o livro para baixo. Removidas todas as restrições divinas, todo homem seria capaz de tornar-se e se tornaria um Caim, um Faraó, um Judas. Como, pois, pode o pecador subir em direção aos céus? Por um ato de sua própria vontade? Não. Um poder externo precisa dominá-lo, para então erguê-lo a cada centímetro em sua subida. O pecador é livre, mas em uma só direção — livre para cair, livre para pecar. É conforme afirma a Palavra de Deus: "Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça" (Rm 6.20). O pecador é livre para praticar o que lhe apraz (exceto quando ele é refreado por Deus), mas o seu prazer é cair no pecado.

A. W. Pink
domingo, 20 de novembro de 2011
Deus nos deu o Batismo, primeiro para servir nossa fé nEle, e depois para servir a nossa confissão ante os homens.

A fé olha para a promessa pela que o Pai misericordioso nos oferece a comunhão com seu Cristo para que, revestidos dEle, participemos de todos seus bens.

O Batismo representa em particular duas coisas: a purificação que obtemos pelo sangue de Cristo, e a mortificação de nossa carne que obtivemos por sua morte.

O Senhor mandou que os seus se batizem para remissão dos pecados. E são Paulo ensina que Cristo santifica pela Palavra de vida e purifica pelo Batismo de água a Igreja da qual Ele é o Esposo. São Paulo ensina também que somos batizados na morte de Cristo sendo sepultados em sua morte para andar em novidade de vida.

Isto não quer dizer que a água seja a causa, nem sequer o instrumento da purificação e da regeneração, senão só que recebemos neste Sacramento o conhecimento de estes dons. Se diz que recebemos, obtemos e confessamos o que acreditamos que o Senhor nos dá, já seja que conheçamos estes dons pela primeira vez ou que, conhecendo-os de antes, nos persuadamos deles com maior certeza.

O Batismo serve também a nossa confissão diante dos homens, pois é um sinal pelo qual, publicamente, fazemos profissão de nosso desejo de formar parte do povo de Deus, para servir e honrar a Deus numa mesma religião com todos os fiéis.

E por quanto a aliança do Senhor conosco é principalmente confirmada pelo Batismo, por isso com toda razão batizamos também os nossos filhos[1], pois participam da aliança eterna pela que o Senhor promete que será não só nosso Deus, senão também o de nossa descendência.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã

[1] Neste ponto, humildemente discordamos de João Calvino. Não que neguemos a inclusão dos nossos filhos na aliança, mas que isso implique a necessidade de batizá-los quando bebês.
sábado, 19 de novembro de 2011
Em minha resposta ao seu artigo "Vidas em outros mundos – 1 Coríntios 4:9" deixarei completamente de lado qualquer afirmação sua que não esteja relacionada à seguinte questão "1Co 4:9 ensina que existem extraterrestres imaculado?". Aos leitores que vierem diretamente a esta minha resposta a você, recomendo recorrer ao artigo “Leandro Quadros e os Extraterrestres imaculados” para entender o início da controvérsia. Esclareço também que minha intenção não é especular sobre vida em outros planetas, o que me é indiferente, mas questionar o método leandrino de interpretar a Bíblia, tomando este ponto como exemplo.

1. Dou-me quase por satisfeito que meu artigo lhe tenha feito recuar da afirmação categórica para a admissão de possibilidade. Você afirmou convictamente que “a Bíblia menciona claramente que há vida em outros mundos” e que “realmente existe vida em outros planetas, que não conheceram o pecado”. Mas agora reconhece apenas que “há grande possibilidade” de que existam e sequer faz referência sobre a impecabilidade deles. Parece um recuo, mas é um avanço em direção à verdade bíblica.

2. Você demonstrou interesse pelo meu conhecimento de grego e pela quantidade de obras de referência que eu tenho. Não tenho conhecimento tal que valha a pena mencionar e minhas fontes são limitadas. Mas posso dizer-lhe que tenho, e consulto, algumas das fontes que citou. Se realmente tiver interesse em minha biblioteca sobre grego, posso informá-lo por email, mas prefiro não fazê-lo aqui.

3. Quanto ao sentido da palavra κοσμω, você diz que se eu tivesse consultado sua lista de léxicos eu “saberia que κοσμω também pode ser traduzido por “universo”. Acho que não leu direito meu post. Lá está escrito literalmente que a “palavra κοσμω no Novo Testamento revela uma variedade de sentidos”, inclusive “o universo”. Portanto, seus léxicos não trouxeram novidade nesse sentido. Eu também disse, e isto repito, que tendo κοσμω “uma variedade de sentidos... o sentido específico deve ser dado pelo contexto” e que “assumir simplesmente que em 1Co 4:9 mundo significa ‘universo’ e que isso mostra ‘claramente que há vida em outros planetas’ é de uma irresponsabilidade exegética enorme”. E seus léxicos não me desmentiram, como veremos:

a) O The Analytical Greek Lexicon, em sua página 238, realmente diz que o termo pode significar “universo material” e “o agregado da existência sensitiva”, embora indique que esse não é o significado primário do termo. De qualquer forma, não nego existência do universo e de outros planetas. A questão em foco é: o termo significa que existem outros planetas habitados por serem imaculados? A obra mencionada não apresenta “vidas inteligentes em outros mundos” como uma possível tradução de κοσμω.

b) Não consegui conferir se no Analytical Lexicon of the Greek New Testament de Baker o termo significa “a soma total de todos os seres criados no céu e na terra”. Mas confio que tenha feito uma citação fiel e a aceito como tal. E como admito que há seres criados no céu (anjos) e na terra, não tenho nenhum problema quanto a esse significado. Teria problema se o Baker dissesse que κοσμω significa “a soma total de seres criados no céu, na terra e em outros planetas”. Mas ele não diz isso, diz?

c) W. C. Taylor, no seu Dicionário do Novo Testamento Grego, à página 121, de fato dá “universo” como tradução possível de κοσμω, denotando “a soma das coisas criadas”, especificando ainda “a terra habitada; os habitantes da terra toda a raça humana”. Citando Thayer ele completa que κοσμω se refere “à massa da humanidade ímpia, alienada de Deus e hostil à causa de Cristo” e ainda ao “padrão da vida pagã”, agora citando Hort. W. C. Taylor não dá como significado possível para κοσμω “seres de outros planetas”.

d) Você também acerta ao citar Léxico do Novo Testamento Grego/Português, de F. Wilbur Gingrich, quando na página 120 ele diz que κοσμω significa “mundo” em vários sentidos, do mais inclusivo “universo, cosmos” citado você, até “o planeta em que vivemos”, “humanidade em geral” e “mundo como sendo hostil a Deus, perdido no pecado, arruinado, depravado”, sentidos ignorados em seu artigo. E não há, nessa obra, nenhuma referência, mesmo que remota, a “seres de outros planetas” e menos ainda a “mundos que não conheceram pecado”.

e) Confirmo que o Vine diz que κοσμω denota “a) a ‘terra’” e dentro dessa significação admite que em Rm 1:20 significa “provavelmente aqui o universo: tinha esse significado entre os gregos devido à ordem observável nele”. Em primeiro lugar você omite a termo “provavelmente” que consta no Vine e que tira o grau de certeza pretendido. Segundo, você omite o motivo pelo qual os gregos referiam-se a κοσμω como o universo. Não era por acreditarem em seres de outros planetas, mas pela ordem observável no cosmo a partir da terra. E terceiro, não passava pela cabeça de Vine endossar uma teoria de habitantes de outro mundo imaculados, haja vista todos seus significados terem como referência a terra: “terra em contraste com o céu”, “o gênero humano”, “os gentios em distinção dos judeus” e “a atual condição dos assuntos humanos”.

Fechando este ponto, lembro que “universo” como possível significado para κοσμω já constava em meu artigo inicial. Chamo a atenção também de que essas obras ficam anos-luz de sugerir vida inteligente e santa em outros planetas. E se alguém quiser notar, o uso que você faz das obras de referências, selecionando e omitindo arbitrariamente o que lhe convém, não é intelectualmente honesto.

4. Eu fiquei tentado a discorrer mais sobre o significado de κοσμω, a partir do que li em minha limitada biblioteca. Poderia contribuir com alguma coisa sobre esse termo nas obras clássicas, na Septuaginta e no Novo Testamento, em especial no uso que Paulo faz dele. Mas eu estaria fazendo o trabalho que você deveria ter feito. Pois apesar de citar 1Co 4:9 como mostrando “claramente” que existem vidas inteligentes e sem pecado em outro mundo e de colocar a referência no título, não apresentou uma análise exegética do texto.

5. Sendo assim, termino com dois desafios. Primeiro, apresente um estudo exegético de 1Co 4:9 e seu contexto que mostre que κοσμω significa vidas em outros mundos em 1Co 4:9 enquanto que nas outras 19 ocorrências nessa carta o sentido é outro. Segundo, apresente obras de referências reconhecidas que indiquem que κοσμω pode significar vida inteligente e sem pecado em outros planetas. Peço apenas que não recorra ao espírito de profecia nem a autores adventistas, por razões óbvias. Se o lema do programa é “se você tem coragem de perguntar, a Bíblia tem coragem de responder”, então tal desafio não é descabido.

Soli Deo Gloria
quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Após a repercussão da proposta da Terceira Via na CGADB, não só nas redes sociais, mas também entre centenas de pastores filiados à instituição, um novo passo foi dado para ajudar na propagação da ideia por todo o país: a criação de um blog, que passou a fazer parte da blogosfera no dia 15 de novembro e pode ser conectado através do seguinte endereço: www.terceiraviacgadb.com.br.
 
Segundo o pastor Geremias do Couto, que tem sido um dos principais motivadores da ideia, com a chegada de novos companheiros, aliada à proporção que a proposta alcançou, era necessário criar um espaço formal para galgar mais uma etapa neste processo de aglutinação das lideranças pastorais que compreendem a necessidade se ter uma nova opção para a presidência da CGADB, além dos nomes já conhecidos e polarizados.

A criação do novo blog teve a colaboração de várias pessoas, que também participaram da campanha pela unidade nas comemorações do Centenário, entre eles o pastor Daladier Lima, de Pernambuco, que será um dos moderadores, e o irmão Elian Soares, de Sergipe, que formatou o “template” e criou a logo para dar uma identidade visual à proposta.

Em sua página de apresentação, o blog se propõe a ser um espaço aberto para discutir a proposta da Terceira Via, ouvir as sugestões e permitir até mesmo o contraditório para que todos tenham a noção clara do que se pretende com essa nova opção para a CGADB. Diversas iniciativas estão previstas, na página inicial, além das seguintes janelas: O Projeto, Propostas, Entrevistas e Movimento de Oração. 

Segundo os responsáveis, o Movimento de Oração é a prioridades das prioridades nesta fase. Ele terá como propósito – afirmam - permitir que as pessoas se inscrevam e, com isso, a Terceira Via na CGADB, a própria instituição e todos os procedimentos previstos até a Assembleia Geral Ordinária, em 2013, estejam cobertos pela oração de milhares de intercessores em todo o país.

Via: Geremias do Couto, por email.