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sábado, 27 de novembro de 2010
Há algum tempo, uma irmã muito amada me dirigiu a pergunta colocada como título deste post. O que segue é a resposta que lhe dei na ocasião.
Deixe-me responder da seguinte maneira, e por favor não pense que estou evitando dar uma resposta direta (o que farei em seguida). Há uma condição e uma promessa para a salvação, e elas são gerais e se aplicam tanto a eleitos como a não eleitos. A condição é ir a Cristo, que entendo como uma metáfora de crer em Sua pessoa e confiar em Sua obra. Todos, eleitos e não eleitos precisam crer se quiserem ser salvos. A promessa é que todos os que forem a Cristo não serão lançados fora, e é estendida a todos, eleitos e não eleitos. Em outras palavras, a salvação é oferecida sincera e graciosamente a todos. Mas sabemos, pela experiência e pelo testemunho bíblico que nem todos se salvam. Porém, se me permite dizer, a pergunta a ser feita não é "por que uns se perdem?" e sim "por que muitos se salvam?".
Apesar da condição ser a mesma para todos e a promessa ser dirigida a todos, as chances de um não eleito ser salvo é zero. Todos os calvinistas que são coerentes crêem assim. Antes que nos mergulhem num barril de piche e nos façam rolar em penas de galinha e nos obriguem a atravessar o deserto cacarejando, deixe-me dizer que os arminianos que são coerentes também crêem dessa mesma maneira. Senão vejamos.
Com exceção dos arminianos que foram além da linha vermelha da ortodoxia, todos dizem crer na presciência divina, inclusive fazem ela ser a causa da predestinação. Pois bem, se Deus é presciente, então desde a eternidade passada Ele viu quem iria ser salvo e quem iria para o inferno. Para fins didáticos, chamemos os que ele anteviu como os que iriam se salvar de "eleitos" e os que Ele anteviu no inferno de "não eleitos". Quais as chances de uma pessoa que está no grupo dos não eleitos pular para o outro grupo? Zero, a menos que se reduza a onisciência divina à falibilidade. Portanto, quer gostemos da idéia, quer não, alguns não tem nenhuma chance de se salvar, e dizer que Deus não tem nada a ver com isso força a conclusão de que Ele também não tem nada a ver com a salvação dos eleitos (ou antevistos como crentes).
Porém, é necessário dizer que Deus não coloca obstáculos diante dos não eleitos para que não possam ir a Cristo. Nenhum não eleito nasce mais indisposto para a salvação que um eleito. E nenhum eleito nasce com uma disposição natural para crer de que o não eleito foi privado. Aqui também a pergunta a ser feita é por que muitos crêem e não por que muitos morrem na incredulidade, pois o extraordinário não é perder-se, e sim salvar-se.
Soli Deo Gloria
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