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segunda-feira, 21 de março de 2011
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. Rm 8:29-30

A justificação somente pela fé é considerada a doutrina mais importante do Novo Testamento, é o coração da igreja. Para Lutero, essa é a doutrina pela qual a igreja cai ou permanece em pé. É triste que poucos tenham uma compreensão clara e um entendimento correto dessa verdade bíblica. Devido a isso, ao mesmo tempo que ressalto o fato de que os que foram previamente conhecidos, predestinados e chamados também foram justificados, aproveito para tentar esclarecer este importante aspecto de nossa salvação.
Justificação é o ato pelo qual Deus declara o crente justo diante dele. Dessa afirmação decorre alguns fatos. Primeiramente, a justificação é um ato e não um processo. Deus não nos torna progressivamente justos e então nos aceita, mas num único ato nos considera justos diante Dele para sempre (não confundir aqui justificação e santificação). O segundo ponto é que a justificação é uma declaração e não uma operação de Deus. A justificação é forense, no sentido de que um culpado é declarado inocente diante de um tribunal. Terceiro, a justificação é pela fé somente, pelo que se diz que Deus declara justo aquele que crê. E o que crê é justificado sem nada além da fé, o que não crê não é justificado não importa o que mais faça. E, finalmente, o crente é declarado justo diante de Deus. Embora pecadores, somos justos perante o Senhor.
Um entendimento incorreto da doutrina é a que pensa que Deus simplesmente releva, põe de lado o pecado humano, deixando de atender os requerimentos de Sua santidade e justiça. De fato, a justificação é pela graça, ou seja, não custa nada para nós, pois somos "justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3:24). O texto mostra que a justificação, ainda que gratuita para nós, custou um alto preço para Deus, pois a Seu Filho "Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente" (Rm 3:25-26a). Dessa forma, punindo o pecado em Jesus, Deus torna-se "justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3:26a).
A justificação é, pois, pela graça mediante a fé em Jesus. A fé não é apenas suficiente, mas também necessária. Não fosse pela fé, teria que ser pelas obras da lei. Em verdade, Paulo declara que "os que praticam a lei hão de ser justificados" (Rm 2:13). Apesar de em tese a justificação pelas obras ser possível, na prática "ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3:20) e "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3:23), assim, a única justificação possível é "a que decorre da fé" (Rm 9:30).
O apóstolo apresenta Abraão como exemplo da justificação pela fé somente. "Se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus" (Rm 4:2), contudo "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça" (Rm 4:3), a conclusão é que "ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça" (Rm 4:5). A aceitação de Abraão por Deus se deu antes de sua circuncisão, portanto, esta não lhe serviu de base para justificação, da mesma forma que as obras que os crentes realizam não é a base pela qual Deus os declara justos diante Dele. "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Rm 3:28).
Voltando ao texto que encabeça esta série de artigos, pergunto, quem é justificado? Justificados são os que são chamados de forma eficaz. Nessa chamada está incluso o dom da fé, necessária para a justificação. Ocorre, contudo, que somente são chamados de forma eficaz aqueles que foram anteriormente conhecidos e predestinados. Em resumo, apenas "os eleitos de Deus" (Rm 8:33) chegam a ser justificados.
Sendo a justificação forense, não pensemos que ela não tem implicações práticas ou que existe apenas para teologizarmos sobre. Romanos diz que "veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida" (Rm 5:18). A justificação declara que somos reconciliados com Deus "justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5:1) e por isso "sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rm 5:9). Há uma íntima relação entre a doutrina da justificação e a segurança eterna do crente. Não importa se nesta vida ou no juízo, "quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rm 8:33). Tendo sido justificados quando cremos em Jesus "agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1). Todos os nossos pecados passados, os atuais e até mesmos os futuros, foram punidos em Jesus e todos eles foram levados em conta quando Deus nos declarou justos diante Dele. Aleluia!
Soli Deo Gloria

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