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segunda-feira, 27 de junho de 2011
“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (1Jo 5:1)
Duas coisas são absolutamente necessárias à salvação: a regeneração e o ato de crer em Jesus Cristo. Quanto à primeira, Jesus disse “em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3). E sobre a segunda, Paulo assegura “se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9). Portanto, não há que discutir sobre a importância fundamental, tanto da fé quanto da regeneração. Importa-nos, então, analisar como se dá o ato de crer e o novo nascimento, bem como a relação que existe entre eles.
O que são fé e regeneração?
De acordo com a obra Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal, “fé é a atitude de nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade”. Assim, crer em Jesus é confiar plenamente em Sua pessoa e depender unicamente de Sua obra para a salvação. Nos aspectos da salvação, a fé é parte da conversão, pois “arrependimento e fé são os dois elementos essenciais da conversão” (Idem).
A mesma obra diz que “regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior”. O professor Antonio Gilberto explica que “regeneração é o ato interior da conversão, efetuada na alma pelo Espírito Santo. Conversão é mais o lado exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo Espírito Santo é também convertida” (Teologia Sistemática Pentecostal). Concluímos que nascer de novo é ser vivificado, passar da morte espiritual para a vida no Espírito.
O que vem primeiro: fé ou regeneração?
Que a regeneração precede a fé fica claro pela simples leitura atenta do verso bíblico que encabeça este artigo. O texto não diz algo semelhante a “todo aquele que crê... nasce de Deus”, mas afirma que “aquele que crê... é nascido de Deus”. O verbo nascer está no tempo perfeito, que no “grego corresponde ao perfeito na língua portuguesa, e descreve uma ação que é vista como tendo sido completada no passado, uma vez por todas, não necessitando ser repetida” (Strong). O verbo crer, por sua vez, está no presente, sendo que “o tempo presente representa uma simples declaração de um fato ou realidade, observada como algo que ocorre neste momento” (Idem).
No verso 4, novo nascimento e fé são novamente colocados nesta ordem. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5:4). Outras ocorrências de “nascido de Deus” podem ser examinadas, para mostrar que o novo nascimento precede a todas as outras virtudes e ações mencionadas (1Jo 3:9; 4:7:5:18).
E se lermos atentamente as definições dadas pelos teólogos pentecostais para regeneração e fé, a conclusão natural é que esta sucede aquela. Segundo as obras citadas, a conversão é o aspecto exterior e visível da regeneração operada pelo Espírito, e portanto a conversão segue logicamente a regeneração. E a fé, segundo os mesmos autores, é um aspecto da conversão, sendo assim, a fé tem suas raízes na regeneração, pois somente “um coração novo” (Ez 36:26 cf. Dt 30:6) pode amar e crer no Senhor.
Quem opera o novo nascimento e dá a fé?
Quando o evangelho chega aos homens, encontra-os “mortos em suas transgressões e pecados” (Ef 2:1 NVI). A já mencionada Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal declara que “os não salvos vivem na morte espiritual”. Um morto não pode crer, para isso precisaria antes voltar a viver. Mas um morto tampouco pode reviver a si mesmo. Resumindo, um morto não pode fazer nada, senão permanecer morto. Depende inteiramente de outro alguém para trazê-lo de volta à vida e dar-lhe capacidade de crer. E esse alguém é Deus.
Paulo escreve “estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo” (Ef 2:5). O agente do novo nascimento é “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança” (1Pe 1:3). Por ser uma obra soberana, não exercício da vontade humana nesse processo, pois os nascidos de novo “não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1:13). De fato, “segundo o Seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (Tg 1:18).
O homem tampouco é capaz de crer por si mesmo. Jesus disse “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer” (Jo 6:44). Com isto concorda a Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal ao dizer que “não podemos exercer a fé salvífica à parte da capacitação divina”. Isto por devido a questão bem simples: a fé não é inerente ao homem, é dom de Deus. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8). A fé é gerada pelo Espírito quando somos “regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus” (1Pe 1:23), “de sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm 10:17).
Conclusão
Do exposto podemos concluir que o homem, estando morto e incapacitado pelo pecado, não é capaz de fazer nada por si mesmo, mas o Espírito Santo abre os seus ouvidos para ouvir e renova o seu coração para crer, mediante a pregação do evangelho. Desse modo, a salvação é, toda ela, atribuída ao Senhor, único a receber glória pela redenção de todos quantos crêem.
Soli Deo Gloria
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Autoria Clóvis,
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Soberania,
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