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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Todos os meus anos de pregação e ensino sobre a supremacia de Deus em seu coração têm provado que essa verdade atinge muitas pessoas como um caminhão carregado de frutas desconhecidas. Se as pessoas sobreviverem ao impacto, descobrirão que é a fruta mais saborosa do planeta. 

O que estou querendo dizer é que a resposta à primeira pergunta do Catecismo de Westminster é a mesma para Deus e para o homem. Pergunta: “Qual é o fim principal do homem?” Resposta: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre”. Pergunta: “Qual é o fim principal de Deus?” Resposta: “O fim principal de Deus é glorificar-se e alegrar-se em si mesmo para sempre”.

Simplesmente, outro meio de dizer isso é: Deus é justo. O oposto da justiça é valorizar e apreciar o que não é verdadeiramente valioso ou gratificante. Eis a razão de as pessoas serem chamadas de injustas em Romanos 1.18. Elas oprimem a verdade do valor de Deus e trocam-no por coisas criadas, reduzindo-o e desacreditando a sua valia. A justiça é o oposto, o que significa o reconhecimento do verdadeiro valor pelo que ele é e o apreço e estima na proporção de sua real valia. O injusto, em 2Tessalonicenses 2.10, perece porque se recusa a amar a verdade. Os justos, entretanto, são aqueles que acolhem o amor pela verdade. A justiça reconhece, acolhe, ama e sustenta o que é verdadeiramente valioso.

Deus é justo. Isso significa que ele reconhece, acolhe, ama e sustenta com zelo e energia imensuráveis o que é infinitamente valioso, isto é, o seu próprio valor. A paixão e o deleite justos de Deus são para revelar e amparar sua glória infinitamente valiosa. Essa não é uma vaga conjectura teológica.

John Piper
Alegrem-se os povos
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Considere a apresentação típica do evangelho que se faz em nossos dias. Verá que se roga o seguinte aos pecadores: “aceite a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal”, “convide Jesus a entrar no seu coração”, “convide a Cristo para que entre em sua vida’ ’, ou “faça uma decisão por Cristo’ ’. É provável que você esteja tão habituado a ouvir tais frases que fique surpreso ao saber que nenhuma delas tem base em terminologia bíblica. Elas são o resultado de um evangelho diluído, que não é o evangelho segundo Jesus.

O evangelho que Jesus proclamava era um chamado ao discipulado, um chamado a segui-Lo em obediência submissa, e não um mero apelo a que se fizesse uma decisão ou uma oração. A mensagem de Jesus libertava as pessoas de sua escravidão do pecado, ao mesmo tempo em que confrontava e condenava a hipocrisia. Ela era uma oferta de vida eterna e perdão a pecadores arrependidos, mas também era uma censura aos religiosos de fachada, cujas vidas exibiam a verdadeira justiça. Era um alerta aos pecadores, para abandonar o pecado e abraçar a justiça de Deus. Em todos os sentidos, a sua mensagem eram boas novas. Porém, não era de modo algum uma fé fácil.

As palavras de nosso Senhor sobre a vida eterna vinham invariavelmente acompanhadas de alertas àqueles que pudessem ser tentados a encarar a salvação com leviandade. Jesus ensinava que o custo de segui-Lo é alto, que o caminho é estreito e que poucos o encontram. Disse Ele que muitos que O chamam de Senhor serão proibidos de entrar no reino dos céus (Mt 7.13-23).

O evangelicalismo moderno, de modo geral, ignora tais alertas. A visão predominante do que seja a fé salvadora continua a tornar-se mais aberta e mais superficial, enquanto que a apresentação de Cristo na pregação e no testemunho pessoal torna-se mais e mais impreciso. Qualquer um que se declare cristão poderá encontrar evangélicos dispostos a aceitar a sua profissão de fé, sem considerar se o seu comportamento demonstra ou não alguma evidência de rendição a Cristo.

John McArthur
O evangelho segundo Jesus
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Cristo nos fala que Deus odeia líderes orgulhosos que baseiam sua salvação em formalidades religiosas e boas obras. Quando Jesus andou pelas rudes colinas e tumultuadas ruas das cidades da Palestina, Ele o fez como Deus encarnado. Ele ensinou a verdade de Deus com autoridade. Cristo respondia às pessoas como Deus teria lhes respondido. Ele realizou grandes milagres por compaixão. Assim, os líderes religiosos de Israel não Lhe deram boas-vindas como nós poderíamos esperar. Ao invés disso, eles asperamente se opuseram a Ele e O odiaram. 

E isto não é surpresa, porque a mensagem que Ele trazia e a maneira como vivia, entrava em conflito direto com o que eles ensinavam e acreditavam acerca de si mesmos. Seguindo meticulosamente a interpretação da Lei de Israel e às centenas de regulamentos minuciosos que eles tinham acrescentado à ela, eles sentiam que eram bem sucedidos em ganhar a aprovação de Deus. Ainda mais: eles pensavam que isso lhes dava o direito de dizer a outros como viver. E várias pessoas em Israel ficavam impressionadas com a devoção deles. 

Mas não Jesus. Todas as coisas que Ele dizia e fazia, os expunham ao que eles realmente eram — legalistas que se auto-justificavam e que, em seus esforços para salvarem a si mesmos, eram rejeitados por Deus. E somente poucos entre eles, homens como Nicodemos, perceberam que o que Deus pensa sobre os líderes religiosos é mais importante que aquilo que eles pensavam de si mesmos. 

O que eles pensavam. Quando lemos os evangelhos, torna-se logo evidente que os líderes religiosos de Israel viam a si mesmos como povo de Deus especialmente favorecido. Os fariseus baseavam suas conclusões em fatores como estes: 
  • Sua aparência exterior. Eles limpavam "o lado exterior do copo e do prato" (Lucas 11: 39). 
  • Seu separatismo. Quando Jesus recebia publicanos e pecadores, eles murmuravam dizendo: "Este homem recebe pecadores e come com eles" (Lucas 15:2). 
  • Seu dízimo sistemático: "Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças" (Lucas 11:42). Eles davam o dízimo tão religiosamente que até dez por cento dos seus temperos eles dizimavam. 
  • Sua observância dos dias santos religiosos. Eles acrescentavam regras sobre o Sábado muito além do requerido pela Lei (veja Mateus 12:1-13). 
  • Sua veneração a líderes religiosos mortos: "Vós edificais os sepulcros dos profetas e adornais os túmulos dos justos” (Mateus 23: 29). 
  • Seu zelo em testemunhar: "Rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito" (Mateus 23: 15). 
  • Suas orações públicas impressionantes: "Eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças" (Mateus 6:5). 
Com base em declarações como estas, fica claro que esses líderes religiosos de Israel orgulhavam-se de sua atuação religiosa. Eles consideravam a si mesmos acima de repreensão — como modelos para todos aqueles que eram menos piedosos do que eles. 

Cristo mostra-nos que, o que as pessoas pensam de si mesmas não é nem de longe tão importante quanto o que Deus pensa delas. 

Como Deus os via. O Senhor Jesus, em Sua reação a estes líderes religiosos, mostrou-nos como o caráter de Deus reage contra o externalismo e o legalismo frio. Ele os via como cheios de religião, mas desesperadamente perdidos porque sua fé era em si mesmos. Considere estas declarações: 
  • Porque Deus é onisciente, Ele via sua dureza de coração e os condenava. 
  • Porque Deus é onipotente, Ele rejeitou a autoridade que eles alegavam ter. 
  • Porque Deus é verdade, Ele ficou ofendido por sua hipocrisia e lhes falou coisas que eles não queriam ouvir. 
  • Porque Deus é justo, Ele não poderia tolerar sua ênfase em minúcias de regras enquanto os maiores elementos de verdade e sinceridade eram excluídos. 
  • Porque Deus é eterno, Ele os preveniu de que sua honra era temporária, e que seu orgulho e legalismo os levaria ao inferno. 
Confirmação: Quando Jesus revelou a indignação de Deus para com a hipocrisia dos fariseus, Ele estava expressando a verdade sobre Ele, o que já tinha dado a saber. No Antigo Testamento o Senhor repetidamente tinha condenado os israelitas por sua hipocrisia. Ele rejeitou suas tentativas de se auto-justificarem através da observância dos rituais da Lei sem uma genuína confiança nEle. Considere essas passagens: 

Ouve tu, ó terral Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras, e rejeitam a minha lei. Para que, pois, me vem o incenso de Sabá e a melhor cana aromática de terras longínquas? Os vossos holocaustos não me são aprazíveis e os vossos sacrifícios não me agradam (Jeremias 6: 19,20). 

Pois misericórdia quero, e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos (Oséias 6:6). 

A reação de Deus para com os líderes religiosos da atualidade (ou a qualquer um, no que diga respeito a isso) que tentam ganhar a aprovação de Deus por boas obras, não é diferente. Em Sua santidade, Deus ainda odeia hipocrisia, arrogância e rituais sem sinceridade.

Martin R. Haan
Cristo, a Palavra Viva
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Resolvi gastar um post para falar um pouco do Blog Cinco Solas. Dois fatos servem de pretexto para isso. O primeiro deles é que neste mês de fevereiro o Cinco Solas completa 7 anos no ar. Foi no dia 19 de fevereiro de 2006 que o seguinte post de abertura foi publicado:
Quando da Reforma Protestante, foram enfatizadas cinco verdades caracterizadas pela palavra "somente" para distinguir dos ensinos equivocados do catolicismo romano: somente a Bíblia, somente a graça, somente a fé, somente Cristo e glória somente a Deus. Estas verdades distinguem historicamente os evangélicos dos católicos romanos, que creem na Tradição (em acréscimo à Bíblia), nas obras (em acréscimo à fé e à graça), nos santos mortos (em acréscimo a Cristo) o que resulta na glória do homem (em acrécimo à glória a Deus). Este blog é um espaço para tratarmos dessas verdades evangélicas, ainda mais que neste momento parece que precisam ser reafirmadas como o foram na Reforma.
Desde de então, quase todos os dias, pela graça de Deus um artigo, uma citação, um vídeo é compartilhado neste espaço, sempre procurando cumprir o propósito de defender os Solas da Reforma, os Cinco Pontos do Calvinismo e a fé Pentecostal. Com este, são 1.488 artigos, para a glória de Deus, com mais de 15 mil comentários, vários dos quais não tão alinhados com a glória divina.

O segundo fato que me levou a este post quase passou despercebido. Neste mês, a marca de 1 milhão de visualizações foi ultrapassada. Não sei o quanto isso é significativo, nem pretendo estabelecer comparações, mas julgo que em várias dessas visualizações houve proveito ao visitante, que aqui veio para tirar uma dúvida, buscar uma palavra de conforto ou mesmo confrontar a posição afirmada e defendida por este editor. E creio que Deus tenha sido louvado algumas vezes, onde isso não ocorreu, pedimos perdão a Ele.

É praxe em aniversário haver presentes. Não me acanharei em pedir o meu. Se o Cinco Solas, em algum momento foi útil à sua vida, faça-nos saber nos comentários aqui, no facebook ou twitter. Isso nos fará louvar a Deus e nos animará a continuarmos com este projeto, pelo menos por mais um ano. Mas, o mais importante, faça críticas, dê sugestões e proponha formas de tornarmos esta ferramenta mais útil ao Corpo de Cristo.

Gostaria de poder retribuir o carinho, a ajuda e as correções que tenho recebido através do Cinco Solas e das redes sociais vinculadas. Muitos irmãos tem demonstrado genuíno amor, me repreendendo e corrigindo quando necessário e apoiado sempre. Outros tem dedicado tempo respondendo nos comentários a objeções levantadas às doutrinas da graça como entendida pelos calvinistas. Enfim, não tem me deixado sozinho.

Para os dois fatos não passarem em branco, estaremos sorteando três exemplares do livro "Fundamentos da Teologia Reformada", de Hermisten Maia. Um exemplar será sorteado entre os comentaristas deste post (apenas o primeiro comentário contará), um exemplar na fanpage do Facebook e um exemplar no twitter (veja nos comentários). Claro que você você pode concorrer das três formas, aumentando assim as suas chances, mas sempre lembrando que "A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a determinação" (Pv 16:33). O sorteio será realizado dia 10 de março e os ganhadores terão 30 dias úteis para informar o endereço para envio (somente no Brasil).

Soli Deo Gloria

domingo, 24 de fevereiro de 2013
Imagens de Deus. Visto que Deus como Espírito é, em essência, invisível e imenso, não pode, certamente, ser expresso por qualquer arte ou imagem. Por essa razão, não tememos afirmar com a Escritura que imagens de Deus não passam de mentiras. Assim, rejeitamos não somente os ídolos dos gentios mas também as imagens dos cristãos.

Imagens de Cristo. Embora Cristo tenha assumo a natureza humana, não a assumiu para fornecer modelo a escultores e pintores. Afirmou que não veio “revogar a lei ou os profetas” (Mat 5.17). E as imagens são proibidas pela lei e pelos profetas (Deut 4.15; Is 44.9). Afirmou que a sua presença corporal não seria de proveito para a Igreja, e prometeu que estaria junto de nós, para sempre, pelo seu Espírito (João 16.7). Quem, pois, haveria de crer que uma sombra ou semelhança de seu corpo traria qualquer benefício para as almas piedosas? (II Co 5.5). Se ele vive em nós pelo seu Espírito, somos já os templos de Deus (I Co 3.16). Mas, “que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?” (II Co 6.16).

Imagens de santos. E desde que os espíritos bem-aventurados e os santos do céu, quando viviam aqui na terra, rejeitaram qualquer culto de si mesmos (At 3.12 ss; 14.11 ss; Apoc 14.7; 22.9) e condenaram as imagens, poderá alguém achar plausível que os santos e anjos celestiais se agradem com suas imagens, diante das quais os homens se ajoelham, descobrem as cabeças e dispensam outras honras?

Para instruir os homens na religião e relembrá-los das coisas divinas e da sua salvação, o Senhor ordenou que se pregasse o Evangelho (Mc 16.15) - e não que se pintassem quadros para ensinar os leigos. Instituiu também os sacramentos, mas em nenhum lugar estabeleceu imagens.

A escritura dos leigos. Demais, para onde quer que volvamos os olhos, vemos as criaturas de Deus, vivas e verdadeiras ao nosso olhar, as quais, se bem examinadas como convém, causam ao observador uma impressão muito mais viva do que todas as imagens ou pinturas vãs, imóveis, frágeis e mortas, feitas pelos homens, das quais com razão disse o profeta: “Têm olhos, e não vêem” (Sal 115.5).

Lactâncio, Epifânio e Jerônimo. Por isso aprovamos a opinião de Lactânio, escritor antigo, que diz: “Indubitavelmente nenhuma religião existe onde há uma imagem”. Afirmamos, também, que o bem-aventurado bispo Epifânio procedeu bem quando, ao encontrar nas portas de uma igreja um véu no qual estava pintada uma figura que se dizia ser de Cristo ou de algum santo, rasgou-o e o arrancou dali, por ver, contra a autoridade da Escritura, a figura de um homem afixada na Igreja de Cristo. Por isso, ele ordenou que dali por diante tais véus, que eram contrários à nossa religião, não fossem afixados na Igreja de Cristo, mas antes fossem removidas essas coisas duvidosas, indignas da Igreja de Cristo e dos fiéis. Além disso, aprovamos esta afirmação de Santo Agostinho sobre a verdadeira religião: “Não seja a nossa religião um culto de obras humanas: os próprios artistas que as fazem são melhores do que elas; no entanto, não devemos adorá-los” (De Vera Religione, IV, 108).
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Os lábios de Isaías tocados pelo fogo,
por 
Benjamin West
Em Março de 2007, eu preguei sobre o “amor como regulador dos dons espirituais” baseado em 1 Coríntios 13. Naquele culto havia um rapaz que ouviu toda a minha pregação com bastante atenção, mas ele estava claramente nervoso. Quando eu acabei de falar, o jovem levantou do banco da “mocidade” e foi até o púlpito onde “profetizou” a minha brevíssima morte e deu uma sentença: eu iria morar no inferno por pregar heresias!

Em nenhum momento, graças ao bom Deus, deixe-me levar pela falsa profecia. No dia seguinte, o pastor local pediu ao jovem profeta que citasse nas Escrituras as minhas “heresias”. Ele limitou-se a dizer: “Pergunte para Jesus”. Infelizmente, aquele jovem não se retratou e continuou a “profetizar” outras mortes até sair daquela congregação. 

Hoje, quando lembro desse fato, sinto pena desse rapaz, assim como de inúmeras pessoas que acreditam em falsas profecias. 

Voltando ao título e respondendo a questão levantada. Posso julgar uma profecia? Não somente pode, mas deve! Não nos esqueçamos que é uma obrigação cristã analisar todas as profecias. O apóstolo Paulo escreveu: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.” [1 Coríntios 14.29]. O apóstolo João fala que devemos “provar os espíritos”: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. [1 João 4:1]. Em apenas dois textos vemos claramente um mandamento. 

Nós, também, não podemos desprezar as profecias, mas isso não impede de examinarmos aquilo que ouvimos. Paulo ainda diz: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem” [1 Tessalonicenses 5.19-21]. Veja que mesmo quando Paulo alerta sobre o “não desprezar”, ele nos lembra sobre a necessidade de examinar. Ou seja, uma prática não extingue a outra. Portanto, receba toda profecia com respeito, mas nunca deixe de analisá-la e, também, despreze a falsa profecia.

Muitas vezes, erroneamente, se coloca na cabeça do povo que é errado analisar (provar, julgar etc.) uma profecia. O erro é justamente deixar de fazer tal análise. E qual o critério para verificar uma profecia? A Palavra de Deus! Diante de uma profecia (ou qualquer outra palavra dita em nome de Deus) sempre devemos perguntar: Isso condiz com as Sagradas Escrituras?

O critério, repito, é a Palavra de Deus. Veja que não é um “sentir” ou um “arrepio” e nem qualquer outra manifestação do sistema sensorial. Além disso, não é porque você “vai com a cara” do profeta que a profecia seja de Deus (e o contrário, também, é verdadeiro). 

Vejamos algumas profecias claramente antibíblicas:

a) Profecias de casamento. Ora, profecia não é horóscopo e nem serve para determinar decisões que devem ser tomadas pelo critério da sabedoria e discernimento. O mesmo serve para outras decisões (abertura de um negócio, por exemplo) que são terceirizadas para profetas. 

b) Profecias de morte. O apóstolo Paulo mostra que a profecia tem um triplo objetivo: “Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens.” [1 Coríntios 14.3 NVI]. Onde que uma profecia de morte “edifica, encoraja ou consola” um ouvinte?

c) Profecias de vontade própria. O pregador que manda a igreja profetizar certamente nunca entendeu a natureza da profecia. Ora, a profecia não é fruto de vontade própria. A profecia deve ser pronunciada quando recebida, mas nunca sob coerção ou incentivo. Quem manda a profecia é Deus e não a minha ou a sua vontade. Além disso, é um completo absurdo marcar hora para profecias em cultos temáticos ou programas midiáticos.

d) Profecias com meias verdades. Essas são as mais perigosas. Já diz o provérbio chinês que toda “meia verdade é sempre uma mentira inteira”. Muitas vezes Deus até deu a profecia para uma pessoa, mas em sua empolgação, o portador do dom acaba exagerando na mensagem a ser transmitida [cf. I Crônicas 7. 1-4] . É bom lembrar que Deus impulsiona a mensagem, mas não cada palavra a ser dita. Leia 2 Samuel 12 e veja, por exemplo, que o profeta Natã usa uma parábola para complementar a mensagem da profecia. A profecia não é uma espécie de psicografia. 

Sejamos, portanto, cautelosos com a profecia, pois uma falsa palavra transmitida sempre causa inúmeros prejuízos para a igreja local.

Gutierres Fernandes Siqueira
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
A nossa prontidão ou a nossa relutância em meditar na ira de Deus é um teste seguro de até que ponto os nossos corações reagem à Sua influência. Se não nos regozijamos verdadeiramente em Deus, pelo que Ele é em Si mesmo, e por todas as perfeições que nEle há eternamente, como poderá permanecer em nós o amor de Deus? Cada um de nós precisa vigiar o mais possível em oração contra o perigo de criar em nossa mente uma imagem de Deus segundo o modelo das nossas inclinações pecaminosas. Desde há muito o Senhor lamentou: "...pensavas que (eu) era como tu" (Sl 50:21). Se não nos alegramos "...em memória da sua santidade" (Sl 97:12), se não nos alegramos por saber que num dia que logo vem, Deus fará uma demonstração suma­mente gloriosa da Sua ira, tomando vingança em todos os que agora se opõem a Ele, é prova positiva de que os nossos corações não estão sujeitos a Ele, que ainda permanecemos em nossos pecados, rumo às chamas eternas. 

"Jubilai, ó nações (gentios), com o seu povo, porque vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários fará tornar a vingança..." (Dt 32:43). E ainda lemos: "E, depois destas coisas, ouvi no céu como "que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia; Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus; Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. E outra vez disseram: Aleluia..." (Ap 19:1 -3). Grande será o regozijo dos san­tos naquele dia em que o Senhor irá vindicar a Sua majestade, exercer o Seu domínio formidável, magnificar a Sua justiça, e derribar os orgulhosos rebeldes que ousaram desafiá-lO.

A. W. Pink
Os Atributos de Deus
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Heresias. Portanto, condenamos judeus e maometanos, e todos quantos blasfemam da Trindade santa e digna de adoração. Condenamos, também, todas as heresias e os heréticos que ensinam que o Filho e o Espírito Santo são Deus apenas de nome, e ainda que há algo criado e subserviente, ou subordinado a outro, na Trindade, e que nela há algo desigual, maior ou menor, corpóreo ou corporeamente concebido, diferente quanto aos costumes ou à vontade, confuso ou solitário, como se o Filho e o Espírito Santo fossem os sentimentos e propriedades de um Deus o Pai, como pensavam os monarquistas, os novacianos, Praxeas, os patripassianos, Sabélio, Paulo de Samosata, Êcio, Macedônio, os antropomorfitas, Ário e outros semelhantes.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Algumas declarações em João parecem refletir uma perspectiva elevada da predestinação — que somente os escolhidos por Deus são capazes de ter fé. Os discípulos de Jesus constituem um rebanho que lhe foi dado por seu Pai. "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (l6:37). "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer" (6:44; ver 6:65). "Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça" (15:16). Somente os homens que são de "Deus" é que ouvem a sua voz com fé (8:47; 18:37).

Lado a lado, de tais declarações, existem outras nas quais a descrença é atribuída à falha moral humana. O apego dos homens ao mal impede que venham para a luz (3:19). Procuram sua própria glória, e não a glória de Deus. Suas ações provam que são filhos do diabo (8:44). São cegos, em virtude de sua recusa voluntária de enxergar (9:39-41).

João não se esforça em reconciliar de modo sistemático essas declarações sobre a predestinação divina e a responsabilidade moral. Ele não acha contradição no fato de ser apresentada como uma decisão bem da vontade do homem e, ao mesmo tempo, ser o dom da graça de Deus. Fica claro, portanto, que a decisão da fé não é uma realização meritória do homem, como, por exemplo, as obras judaicas da Lei, mas simplesmente a resposta adequada à revelação de Deus dada por Jesus, a qual foi tornada possível pela graça de Deus. 

Teologia do Novo Testamento
George Eldon Ladd
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Os Pais Capadócios, os três
combatentes do apolinarianismo.

Devido a Apolinário (310-390 d.C.), que fora Bispo de Laodicéia no fim do século 4, defender uma cristologia heterodoxa, esta recebeu seu nome. Enquanto o Arianismo defendia que Cristo não era Deus, o Apolinarianismo ia contra o ensino que Cristo possui a natureza humana, alegando que Cristo era apenas Deus, indo contra a doutrina da encarnação, onde o Verbo se fez carne e habitou entre nós, que está muito evidente no capítulo 1 do Evangelho de João.

O ponto crítico desta corrente girava em torno do conceito da mente de Cristo. Segundo Apolinário, Cristo possuía mente (ou espírito) divino, o que o impossibilitaria de passar por tentações genuínas. Segundo Hebreus 2.14-17, Jesus participou de humanidade como a nossa, para que houvesse o completo efeito da expiação. Os ensinos do apolinarianismo também foram declarados heréticos, através do Concílio de Constantinopla (381), onde os teólogos Basílio – “O Grande”, Gregório – Bispo de Constantinopla, e Gregório – Bispo de Nissa, também conhecidos como Pais Capadócios, o rejeitaram de forma veemente. Apesar de Apolinário ter levantado certo grupo de discípulos, seus ensinos não permaneceram e seu movimento se desfez.

João R. Weronka
In: Apologia da divindade de Cristo
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Os milagres bíblicos, contrastados com as histórias de milagres na literatura pagã e na de outras religiões, nunca eram caprichosos ou fantásticos. Não se espalham a granel pela narrativa bíblica sem motivo nem razão de ser. Sempre havia neles ordem e propósito. Acham-se concentrados em três períodos da história bíblica: o Êxodo, o dos profetas que guiavam Israel, e a época de Cristo e da Sua Igreja primitiva. Sempre tinham o propósito de confirmar a fé por meio de autenticar a mensagem e o mensageiro, ou de demonstrar o amor de Deus no alívio do sofrimento. Nunca foram operados como um tipo de entretenimento, como o mágico que encena seus truques para os que o contrataram.

Os milagres nunca foram operados finalizando prestígio pessoal ou a obtenção de dinheiro ou de poder. O Diabo tentou nosso Senhor no deserto a empregar exatamente assim. Seu poder milagroso, mas Ele recusou sem hesitação.

Como evidência da veracidade da mensagem cristã, porém, nosso Senhor frequentemente fez uso de milagres. Respondendo ao pedido direto dos judeus, de dizer-lhes claramente se Ele era o Messias, disse, “Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome do meu Pai, testificam a meu respeito” (João 10.25). Também lhes disse, que caso tivessem qualquer hesitação em crer nas Suas reivindicações, deveriam crer por causa das próprias obras (14.11).

Paul Little
In: Você pode defender sua fé?
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O maior dos descrentes não pode negar o efeito que o Cristianismo produziu no gênero humano. O mundo antes e o mundo depois do Cristianismo são tão diferentes como a luz da escuridão, como a noite e o dia. Foi o Cristianismo que arruinou a idolatria pagã e esvaziou seus templos, que deteve os combates dos gladiadores, elevou a posição da mulher e melhorou as condições das crianças e dos pobres. Esses são fatos que com certeza podem desafiar os inimigos da fé cristã. São fatos que constituem uma dificuldade enorme para a filosofia ateísta. E o que possibilitou todas essas conquistas? Não foi - como dizem alguns - a mera difusão de um código moral elevado, uma espécie de platonismo melhorado. Não! Foi a simples história da Cruz do Calvário e do sepulcro vazio no jardim, a maravilhosa morte de Alguém "contado entre os transgressores" (Is 53.12) e o assombroso milagre da Sua ressurreição. Foi relatando fielmente como o Filho de Deus morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação que os Apóstolos mudaram a face do mundo, fundaram igrejas e transformaram um incontável número de pecadores em santos.

J. C. Ryle
In: Verdades Fundamentais
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Leandro Quadros já disse João Calvino foi um "honesto, inteligente homem usado por Deus", aliás "um dos maiores reformadores que contribuíram de maneira significativa para o pensamento cristão". Quanto aos seus ensinos, que "não há motivo para considerá-lo herético". Sobre a origem da doutrina da predestinação, diz que "quando atribuí os cinco pontos da predestinação a João Calvino, quis deixar claro que os mesmos se originam na ideia dele". Agora, porém, ele conclui que "a predestinação calvinista é em si diabólica... é demoníaca e não faz parte da Bíblia".

Sua conclusão foi resposta a uma pessoa que perguntou "como analisaremos os versículos de Efésios 1:4-5 e Romanos 8:30, sobre a eleição e a predestinação?" (video aqui, a pergunta está no tempo 50:00). Por alguma razão ele achou que ajudaria no entendimento das passagens atacar como diabólica uma doutrina atribui a um homem de Deus. Por ora, deixarei de lado a questão da origem satânica da predestinação e me limitarei a analisar a resposta que o professor deu e tentar apresentar uma resposta alternativa às duas passagens.

Tirando o ataque à "predestinação calvinista", após ler Ef 1:4-5 Leandro reconhece que "aqui fala que Deus, realmente, de antemão nos predestinou". Mas emenda: "Ele predestinou que todos, obviamente os que aceitassem a Cristo, fossem santos e repreensíveis em sua presença". Primeiro, de que parte do texto lido ele tirou "os que aceitassem a Cristo"? Ele empurrou isso para dentro do texto, não estava lá. Segundo, se Deus predestinou que somente os que aceitassem a Cristo seriam salvos, a conclusão lógica é que Ele não predestinou a todos, mas apenas a alguns. Usando suas palavras, “Deus foi com a cara” de quem Ele viu que iria aceitar a Jesus e os predestinou. E terceiro, isto contradiz o que ele afirma em outro lugar, que Deus predestinou a todas as pessoas para a salvação.

Então ele vai para Romanos 8:28-30, que ele considera “um resumo do plano de salvação”. Depois de ler o verso 29, ele diz que Deus “predestinou que os que aceitarem a Cristo sejam a imagem de Seu Filho”. Novamente, o elemento “aceitar a Cristo” é imposto ao texto, não extraído dele, pois todas as ações mencionadas ali são efetivadas por Deus. Depois, mais enfático diz que “Deus não predestina uma pessoa em si para ir para o céu ou para o inferno”. Ou seja, a passagem não tem caráter soteriológico. Mas ele não tinha dito que a passagem era “um resumo do plano de salvação”? Agora diz que tudo o que “Ele predestina é o tipo de caráter que a pessoa que vai para o céu precisa ter aqui na terra”. Diferentemente do que ele afirma, quem lê a passagem descobre não o que uma pessoa precisa fazer ou ter, mas o que Deus faz para e nas pessoas que Ele conheceu de antemão. Em resumo, a resposta do professor é confusa e inconsistente.

Respondendo ao consulente do Leandro Quadros, o que as duas passagens dizem exatamente sobre eleição e predestinação? Efésio 1:4 diz que Deus “nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”. A voz média de “nos escolheu” indica que Deus nos escolheu por e para Ele mesmo, portanto, não traz a ideia de escolher baseado em algo visto no objeto da escolha. “Para” indica o propósito para o qual fomos escolhidos, não a causa de nossa escolha. “Sermos santos” significa que Deus nos “escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio” (Dt 14.2), como a Israel outrora. E “irrepreensíveis perante ele” significa que o eleito comparecerá “isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus” (1Ts 3.13). Noutras palavras, “antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos diante dele sem culpa” (Ef 1.4, NTLH). Se isto não é eleição para a salvação, não sei mais o que seja.

Paulo continua dizendo que “em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5). Predestinar significa “decidir de antemão”, “predeterminar”, “destinar antecipadamente”. O quando é "antes da fundação do mundo", referido no verso anterior. Os objetos da predestinação não são coisas, como a fé ou o caráter, mas pessoas: “nos predestinou". "Para Ele, para a adoção de filhos” indica o propósito, quer dizer que estamos de antemão destinados a nos tornar filhos de Deus. Isto se dá “por meio de Jesus Cristo”, que é o agente da adoção, pois "Deus enviou seu Filho... a fim de que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl 4:4-5). E a predestinação para a vida foi “segundo o beneplácito de sua vontade”, ou seja, “porque assim foi do teu agrado” (Mt 11.26) e não por alguma razão em nós encontrada. Numa paráfrase moderna, “por causa do seu amor por nós, Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua vontade” (Ef 1:5, NTLH). Com isto concluímos que o ensino de Efésios é que Deus nos escolheu e nos predestinou soberanamente para a salvação. Nada indica que seja menos que salvação, nem que ela se deva a alguma coisa prevista em nós.  

Romanos 8:30 diz “e aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”. Basta que notemos, aqui, que todos os verbos tem Deus como sujeito, e não o homem. Voltando ao verso anterior, temos que “aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). Note, de início, que o que é conhecido de antemão são pessoas, e não o que essas pessoas tinham ou fariam. As mesmas pessoas conhecidas, são predestinadas, com o sentido que já demos para a palavra. "Para" indica que a predestinação é "segundo o seu propósito" (Rm 8:28) que é "serem conformes à imagem de seu Filho". Já vimos em Efésios que o propósito da predestinação é nos fazer filhos de Deus, aqui a ideia é ampliada para dizer que é nos fazer filhos de acordo com o molde, modelo ou imagem de Jesus. "A fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos", o primogênito é filho natural, os "muitos irmãos" por adoção, como explicado em Efésios.

O que expus sobre o que as duas passagens ensinam sobre eleição e predestinação é o que se pode chamar de "doutrina da predestinação calvinista". Claro que se for conveniente a alguém, ele pode caricaturizar à vontade essa doutrina, é a tal falácia do espantalho. Mas essencialmente, ela ensina que Deus nos escolheu para a salvação e que preordenou todos os meios que nos conduziriam à fé e nos preservaria até à glória. Segundo o professor Leandro, tal interpretação é "bem diferente da predestinação bíblica", mais que isso, é "diabólica e demoníaca". A despeito disso, é a interpretação que leva em conta o significado verdadeiro dos termos utilizados, que atenta para as construções sintáticas e que trabalha com o que encontra no texto, sem fazer inserções de conceitos humanos tais como "aceitar a Jesus".

Esta doutrina, posto que bíblica, é inaceitável ao homem natural. Até mesmo o nascido de novo, acostumado com o discurso humanista que coloca o homem como o ponto para o qual tudo converge, tem dificuldade em se ver como mero objeto da escolha divina, cuja existência é ser utilizado para glória Dele, sem participação decisiva nesse processo. A imagem do barro a mercê do Oleiro lhe é incômoda. Porém, é necessário afirmar o que o texto afirma, como afirma, sem artifícios que o tornem menos áspero a paladares delicados. Também para isso precisamos da graça de Deus. “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tg 1.5).

Soli Deo Gloria
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Deus é uno. Cremos e ensinamos que Deus é um em essência ou natureza, subsistindo por si mesmo, todo suficiente em si mesmo, invisível, incorpóreo, imenso, eterno, criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, o supremo-bem, vivo, vivificador e preservador de todas as coisas, onipotente e supremamente sábio, clemente ou misericordioso, justo e verdadeiro. Abominamos a pluralidade de deuses, porque está claramente escrito: “O Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Deut 6.4). “Eu sou o Senhor teu Deus. Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.2-3). “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus. Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45.5.21). “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade” (Êx 34.6).

Deus é trino. Entretanto, cremos e ensinamos que o mesmo Deus imenso, uno e indiviso é inseparavelmente e sem confusão, distinto em pessoas - Pai, Filho e Espírito Santo - e, assim como o Pai gerou o Filho desde a eternidade, o Filho foi gerado por inefável geração, e o Espírito Santo verdadeiramente procede de um e outro, desde a eternidade e deve ser com ambos adorado.

Assim, não há três deuses, mas três pessoas, consubstanciais, co-eternas e co-iguais, distintas quanto às hipóstases e quanto à ordem, tendo uma precedência sobre a outra, mas sem qualquer desigualdade. Segundo a natureza ou essência, acham-se tão unidas que são um Deus, e a essência divina é comum ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

A Escritura ensina-nos manifesta distinção de pessoas, quando o anjo diz, entre outras coisas, à bem-aventurada Virgem; “Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Luc 1.35). E, igualmente, no batismo de Cristo, ouve-se uma voz do céu a seu respeito, dizendo: “Este é o meu Filho amado” (Mat 3.17). O Espírito Santo também apareceu em forma de pomba (João 1.32). E, quando o Senhor mesmo mandou os apóstolos batizar, mandou-os batizar “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mat 28.19). Em outra parte do Evangelho, diz ele: “O Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome” (João 14.26). E noutro lugar: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”, etc. (João 15.26). Em resumo, recebemos o Credo dos Apóstolos, porque ele nos comunica a verdadeira fé.
sábado, 9 de fevereiro de 2013

Cristo, Senhor da  Igreja, está no trono celeste, à destra do Pai; posição que lhe possibilita governar o seu povo tanto na terra, a Igreja militante, como no céu, a triunfante. A  humilhação e a exaltação colocaram-no, pelo menos do ponto de vista da nossa lógica, e com absoluta autoridade governamental, no trono divino, ao lado do Pai, e no governo do mundo, o "kaiser" ou "kyrios" magno de todos as nações. 

De modo especial, porém, reina sobre sua Igreja composta de peregrinos padecentes e de irmãos glorificados, embora ainda sem o privilégio da corporalidade. O crente, que verdadeiramente tem o testemunho interno do Espírito, vive seguro e feliz em todas as circunstâncias da existência presente; não abandona a comunidade dos redimidos da qual é membro por vontade de Deus; e ainda se firma na inabalável convicção de que é filho da promessa, faz parte do Reino de Cristo, a Igreja, e nela persevera, sustentado pelas mãos do Salvador. 

Os inimigos dos servos de Deus são muitos, na ordem social e no universo espiritual, mas o nosso Rei sobre todos domina e  livra a nossa alma da corrupção, da queda, da destruição. Cristo no céu, e o fato de estarem com ele os salvos que  partiram antes de nós, garante-nos que lá certamente estaremos, cessando o nosso ministério na terra. Esta esperança, certeza absoluta, mantém os salvos no caminho de seu êxodo. E mais, os dons celestes lhe são derramados abundantemente pelo Espírito Santo, que o Rei exaltado nos outorgou.

Autor desconhecido
Comentário ao Catecismo de Heidelberg
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Por maiores e mais profundos que sejam os nossos conhecimentos, há alguém que deve falar antes de nós. Se formos sábios, ouviremos esse alguém com a reverência que merecem as coisas santas.

Deixemos que a Bíblia fale e revele não só a metade da sabedoria, da riqueza e da graça, mas que nos transporte ao reino da revelação e da inspiração, onde todas as virtudes e os dons da graça desfilam ante a nossa perplexidade.

Talvez não tenhamos conhecido, até agora, nem a metade da excelcitude da sabedoria divina retida nas páginas da Bíblia à espera que nos disponhamos a sentir desejo de ouvir a música celeste das promessas de Deus. Se assim é, porque não proceder como a rainha de Sabá, que foi pessoalmente certificar-se da riqueza e da sabedoria de Salomão?

Vamos nós também penetrar no estudo das páginas da Bíblia com o desejo de ver nelas refletida a voz do Senhor. Não importa a série de problemas e embaraços ali espelhados que não sabemos resolver. Não somos nós que devemos resolvê-los; a nós compete somente ouvir a Bíblia falar, isto é, ouvir a ordem de Deus, e sentir que é a nós que ele fala.

Se ouvirmos o que a Palavra ordena, também veremos o resplendor, a riqueza e o poder que iluminam, enriquecem e movem todas as coisas, em obediência à ordem de Deus, e sentiremos que é a nós que ele fala.

Para ouvir a Bíblia falar é necessário lê-la com o propósito de ouvir o próprio Deus.

Emílio Conde
Estudos da Palavra
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Hoje precisamos tomar cuidado, muito cuidado com algumas Bíblias de Estudo que negam:

- o nascimento virginal de Jesus
- a ressurreição do Filho de Deus
- a existência do céu.
- a existência do inferno.

Francamente, se eu não creio na inspiração global da Bíblia, se eu não creio no nascimento virginal do Senhor Jesus Cristo, se não creio na operação sobrenatural do Espírito Santo; não creio na ressurreição do Senhor Jesus, não creio no céu e no inferno como está na Palavra de Deus, eu iria até trabalhar como servente de pedreiro, rachar lenha, cavar o solo como faziam os escravos africanos, mas não seria responsável por vidas desencaminhadas que marcham para o inferno.

Alguns pastores portadores de diplomas fornecidos por famosos Seminários, parece que se sentem superiores àqueles que aceitam a Bíblia no seu todo como a Palavra de Deus. John Stott e Billy Graham foram homens portadores de notáveis títulos e com uma folha de serviços prestados ao Reino de Deus, eu me orgulho deles e me considero seus discípulos, porque somos um na crença da autoridade suprema das Escrituras Sagradas.

Enéias Tognini
In: Você está cheio do Espírito Santo?
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Abandonar a pregação da cruz é abandonar a bênção sobre a nossa pregação; abandonar a pregação da cruz é ficar estéril pelo resto da vida, pois não teremos aquela “matéria-prima” para colocar nas mãos do Espírito Santo a fim de que Ele retire o peixe para fora da água. 

Muitos têm grandes números em suas igrejas e as dores de cabeça para dar conta deles. Muitos só falam em números em detrimento da Palavra e temos conhecimento de escândalos e mais escândalos existentes no meio deles. Estão sempre “enfiando os mortos por debaixo do tapete” até que o tapete esteja na altura dos seus ombros e baste mover aqueles corpos para que o odor pútrido logo exale. 

Não siga este padrão, seja um pregador da cruz sempre seguro de que as pessoas que se achegam pela fé em Cristo, como Paulo diz, têm uma fé que não repousa em nós, não em nossa eloquência, mas na cruz de Cristo. Assim, estaremos desenvolvendo um corpo de pessoas que realmente amarão a Jesus e que serão dEle; amarão o Cristo que morreu por eles na cruz; pessoas que sempre anelarão estar perto da cruz, onde sempre experimentaram o sangue purificador do Filho de Deus; será sempre, para estas pessoas, um regozijo cantar ao Cordeiro de Deus que morreu sobre a cruz. 

Se elas forem para igrejas onde qualquer coisa é oferecida, menos a cruz de Cristo, voltarão para casa tão famintas como entraram. Nunca serão adoradores de heróis seguindo personalidades por todo lugar, mas estarão presos a Jesus Cristo cantando eternamente: “na cruz sempre me glorio até que minha alma carregada de pecado ache descanso além do rio”. Esta será a canção!

Nós chegaremos àquele dia glorioso onde veremos os que chegaram a Cristo por este meio, com seus olhos fitos no trono onde o Salvador reina, ouvindo a voz renovada cantando: “Digno é o Cordeiro que foi morto”. Ajuntaremo-nos a eles neste cântico, agradecendo a Deus o fato de estarmos fielmente apontados para Ele. 

Preguemos a cruz de Cristo com fé na ação do Espírito Santo.

Conrad Mbewe
In: Vida aos mortos
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Já foi dito por alguém que "o estudo exato da natureza humana é o próprio homem". Não me oponho a essa ideia  mas creio ser igualmente verdadeiro que o estudo correto dos eleitos de Deus é o próprio Deus; o estudo correto para o cristão é a Deidade. 

A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que pode prender a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a Pessoa, a obra, as ações e a existência do grande Deus, a quem ele chama Pai. Nada é melhor para o desenvolvimento da mente do que a contemplação da Deidade. É um assunto tão vasto que todos os nossos pensamentos se desvanecem na sua imensidão, tão profundo que nosso orgulho desaparece na sua infinitude. 

Podemos compreender e aprender muitos outros temas, sentindo por eles uma certa satisfação pessoal e enquanto seguimos nosso caminho pensando de nós mesmos: "Olhe, sou um sábio". Mas, quando chegamos a esta ciência superior, descobrindo que nosso fio de prumo não consegue sondar sua profundidade e os nossos olhos de águia não podem ver sua altura, nos afastamos deste pensamento, que o homem vaidoso pode ser sábio, porém na verdade não passa de um jumento selvagem; exclamando solenemente: "Nasci ontem e nada sei".

Nenhum tema contemplativo tende a humilhar mais a mente do que os pensamentos sobre Deus. Seremos obrigados a sentir:

"Grande Deus, quão infinito és Tu, Quão desprezíveis vermes somos nós!"

Charles Spurgeon
In: Deus não muda. Editora PES
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Tradições de homens. Rejeitamos, igualmente, as tradições humanas, mesmo que venham adornadas de títulos atraentes, como se fossem divinas e apostólicas, entregues à Igreja de viva voz pelos apóstolos e, como pelas mãos de varões apostólicos, aos bispos que os sucederam, as quais, quando comparadas com as Escrituras delas discrepam, e por essa discrepância revelam que, de modo nenhum, são apostólicas. Como os apóstolos não se contradisseram entre si quanto à doutrina, assim os varões apostólicos não ensinaram nada contrário aos apóstolos. Ao contrário, seria ímpio afirmar que os apóstolos, de viva voz, tivessem ensinado coisas contrárias aos seus escritos. São Paulo afirma claramente que ele ensinava as mesmas coisas em todas as igrejas (I Co 4.17). E mais: “Porque nenhuma outra cousa vos escrevemos, além das que ledes e bem compreendeis” (II Co 1.13). Também, em outra passagem, testifica que ele e seus discípulos - a saber, os varões apostólicos - andavam do mesmo modo e, ligados pelo mesmo Espírito, faziam todas as coisas (II Co 12.18). Os judeus também tiveram, no passado, as tradições dos seus anciãos, mas essas tradições foram severamente repetidas pelo Senhor, que mostrou que a sua observância põe entraves à lei de Deus, e que por meio delas Deus é em vão adorado (Mat. 15.1 ss; Mc 7.1 ss)
sábado, 2 de fevereiro de 2013
C. S. Lewis
Pois bem, então o ateísmo é simplista. E vou lhes falar de outro ponto de vista igualmente simplista que chamo de "cristianismo água-com-açúcar". De acordo com ele, existe um bom Deus no Céu e tudo o mais vai muito bem, obrigado - o que deixa completamente de lado as doutrinas difíceis e terríveis a respeito do pecado, do inferno, do diabo e da redenção. 

Os dois pontos de vista são filosofias pueris. Não convém exigir uma religião simples. Afinal de contas, as coisas no mundo real são complexas. Parecem simples, mas não são. A mesa à qual estou sentado parece simples, mas peça a um cientista que diga do que ela é realmente feita: você ouvirá uma longa história a respeito dos átomos e de como as ondas luminosas refletem-se neles e chegam ao nervo óptico, provocando um efeito no cérebro. Assim, o que chamamos de "enxergar a mesa" nos leva a mistérios e complicações aparentemente inesgotáveis. Uma criança que faz uma oração infantil é algo singelo. Se você estiver disposto a parar por aí, ótimo. Mas, se você não se contentar com isso (coisa que acontece bastante no mundo moderno) e quiser levar avante o questionamento sobre o que realmente acontece, tem de estar preparado para enfrentar dificuldades. Se exigimos algo que vá além da simplicidade, é tolice nos queixarmos de que esse algo a mais não é simples. 

Com muita freqüência, entretanto, esse procedimento tolo é adotado por pessoas que não têm nada de tolas, mas que, consciente ou inconscientemente, querem destruir o cristianismo. Essas pessoas apresentam uma versão da religião cristã própria para crianças de seis anos e fazem dela o objeto de seu ataque. Quando tentamos explicar a doutrina cristã tal como é entendida por um adulto instruído, elas se queixam de que estamos dando um nó na cabeça delas, de que tudo o que dizemos é complicado demais e de que, se Deus realmente existisse, teria feiro a "religião" simples, pois a simplicidade é bela, etc. Esteja sempre em guarda contra este tipo de gente, sujeitos que trocam de argumento a cada minuto e só nos fazem perder tempo. 

Note o absurdo da ideia de um Deus que "faz uma religião simples": como se a "religião" fosse algo inventado por Deus, e não a sua afirmação de certos fatos inalteráveis a respeito de sua própria natureza. A experiência me diz que a realidade, além de complicada, é quase sempre estranha. Não é precisa, nem óbvia, nem previsível. Por exemplo, quando você descobre que a Terra e os outros planetas giram em torno do Sol, pensa naturalmente que todos os planetas devem se comportar da mesma maneira, que são separados por distâncias iguais ou distâncias que aumentam proporcionalmente, ou que devem aumentar ou diminuir de tamanho à medida que se afastam do Sol. No entanto, não encontramos nem métrica nem método (que possamos compreender) nos tamanhos ou nas distâncias. Além disso, alguns planetas possuem uma lua; outros, quatro; alguns, nenhuma; e um planeta tem um anel. 

A realidade, com efeito, é algo que ninguém poderia adivinhar. Este é um dos motivos pelo qual acredito no cristianismo. E uma religião que ninguém poderia adivinhar. Se ela nos oferecesse o tipo de universo que esperaríamos encontrar, eu acharia que ela havia sido inventada pelo homem. Porém, a religião cristã não é nada daquilo que esperávamos; apresenta todas as mudanças inesperadas que as coisas reais possuem.

Deixemos de lado, portanto, todas as filosofias pueris e suas respostas simplistas. O problema não é nada simples, e a resposta tampouco. E qual é o problema? E um universo cheio de coisas evidentemente más e aparentemente sem sentido, mas que ao mesmo tempo contém criaturas como nós, que têm a consciência dessa maldade e desse absurdo. Existem só dois pontos de vista que conseguem contemplar todos esses fatos. Um deles é o cristianismo, segundo o qual estamos num mundo bom que se perdeu, mas que ainda assim conserva a memória de como deveria ser. O outro ponto de vista chama-se dualismo. 

Dualismo é a crença de que, na raiz de todas as coisas, há duas forças iguais e independentes, uma delas boa, a outra má. O universo é o campo de batalha no qual travam uma guerra sem fim. Creio que, ao lado do cristianismo, o dualismo é a crença mais viril e sensata existente no mercado. Porém, traz em si uma armadilha. Os dois poderes, ou espíritos, ou deuses - o bom e o mal - são tidos como independentes um do outro. Ambos existem eternamente. Nenhum deles gerou o outro, nenhum deles tem mais direito que o outro de chamar a si mesmo de "Deus". Cada um deles, presumivelmente, considera a si mesmo o Bem, e ao outro, o Mal. Um deles aprecia o ódio e a crueldade; o outro, o amor e a misericórdia; e cada qual sustenta sua própria visão das coisas. 

No entanto, o que temos em mente quando chamamos um deles de Poder Benigno, e o outro, de Poder Maligno? Talvez queiramos dizer simplesmente que preferimos um ao outro — como alguém pode preferir uma cerveja a um vinho doce; ou então queiramos dizer que o que quer que cada um deles pense a seu respeito, e independentemente de nossas preferências humanas imediatas, um deles está efetivamente errado, enganado ao se considerar benigno. Ora, se tudo o que queremos dizer é que preferimos o primeiro poder, temos de desistir definitivamente dessa conversa de Bem e de Mal, pois o Bem é aquilo que devemos preferir quaisquer que sejam os nossos sentimentos momentâneos. Se "ser bom" significasse apenas aderir ao lado que por acaso nos agrada, o Bem não mereceria ser chamado assim. Logo, o que queremos dizer é que um dos poderes está errado, enquanto o outro está certo. 

Mas no momento em que dizemos isto, insere-se no universo um terceiro fator, distinto dos outros dois poderes: uma lei, ou padrão, ou regra geral do Bem à qual o primeiro poder se submete, e o outro, não. Se os dois poderes são julgados por esse padrão, então o próprio padrão ou o Ser que o criou está além e acima de qualquer um dos poderes. E ele o Deus verdadeiro. Na realidade, quando dizemos que um poder é bom e o outro é mau, entendemos que um está em relação harmoniosa com o Deus verdadeiro e supremo, e o outro, não.

C. S. Lewis
Cristianismo puro e simples
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Contentamento traz felicidade, alegria interior e paz. Não outra coisa. “Grande fonte de lucro,” Paulo escreveu a Timóteo, “é a piedade com o contentamento” (lTm 6.6). Paulo não escreveu, “Grande fonte de lucro com piedade é o contentamento.”

Provavelmente a melhor literatura a respeito de contentamento seja a carta de Paulo aos Filipenses, onde ele escreveu que “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação... Tanto de fartura... como de escassez” (Fp 4.11, 12). Em outras palavras, quando algo vai mal, não tenho que estar deprimido, e quando tudo vai bem, não preciso ficar soberbo, porque sei que tudo na vida, bom ou mal, é temporário.

“Aprendi a viver contente,” aprendi, porque viver contente não está nos nossos genes. Quando você nasce, chora mostrando seu descontentamento. E você chora muito mais até aprender a ficar contente. E mesmo após aprender provavelmente ainda vai chorar de vez em quando. 

“Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação,” Paulo escreveu, “tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez,” tanto vivendo o sonho americano, como vivendo numa cabana de papelão em Tijuana com o sonho americano somente do outro lado da cerca além do fosso.

“Tudo posso,” Paulo conclui, “naquele que me fortalece” (v. 13). Deus não dará tudo que quero, mas posso viver com o que tenho, porque Jesus me fortalece.

Gary Kinnaman
Crendices de crentes