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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Algumas declarações em João parecem refletir uma perspectiva elevada da predestinação — que somente os escolhidos por Deus são capazes de ter fé. Os discípulos de Jesus constituem um rebanho que lhe foi dado por seu Pai. "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (l6:37). "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer" (6:44; ver 6:65). "Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça" (15:16). Somente os homens que são de "Deus" é que ouvem a sua voz com fé (8:47; 18:37).

Lado a lado, de tais declarações, existem outras nas quais a descrença é atribuída à falha moral humana. O apego dos homens ao mal impede que venham para a luz (3:19). Procuram sua própria glória, e não a glória de Deus. Suas ações provam que são filhos do diabo (8:44). São cegos, em virtude de sua recusa voluntária de enxergar (9:39-41).

João não se esforça em reconciliar de modo sistemático essas declarações sobre a predestinação divina e a responsabilidade moral. Ele não acha contradição no fato de ser apresentada como uma decisão bem da vontade do homem e, ao mesmo tempo, ser o dom da graça de Deus. Fica claro, portanto, que a decisão da fé não é uma realização meritória do homem, como, por exemplo, as obras judaicas da Lei, mas simplesmente a resposta adequada à revelação de Deus dada por Jesus, a qual foi tornada possível pela graça de Deus. 

Teologia do Novo Testamento
George Eldon Ladd

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