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quinta-feira, 29 de março de 2012

Estimado Irmão Acir,

Recebi sua carta datada de 17 de fevereiro que levou nove dias para chegar. Mando esta resposta com uma cópia. Também vou enviar uma cópia para Júlio.

1. Muito obrigado por ter promovido meus interesses com a Editora Hagnos. Prometeram publicar a Odisseia “no segundo semestre” de 2012 que poderia ser julho – ou qualquer mês até dezembro. Mauro e Marilene, sua esposa, têm sido muito energéticos com sua Editora e as vendas da Trilogia (comentários sobre o AT e o NT e a Enciclopédia) têm sido espetáculares, felizmente.

2. Tenho uma obsessão no assunto Experiências Perto da Morte (e sob este título a Enciclopédia conta com um artigo). Também são chamadas de Experiências Quase-Morte (EQMs). Nestas histórias temos uma valiosa confirmação científica da existência da alma e sua sobrevivência da morte biológica. Muitos evangélicos as rejeitam porque o amor de Deus brilha mais fortemente do que eles pensam ser possível considerando certas Escrituras que parecem falar o oposto. Eles estão apostando na vitória do fogo. Aqui eu, alegremente, fico com a luz da ciência. Se quiser tentar promover publicação desse material, faça o que pode. Sem dúvida, neste caso, qualquer publicador quereria um número menor, talvez selecionando algumas dentre as que enviei.

3. A doutrina do fogo eterno se originou na teologia helenista dos judeus (o período entre o AT e o NT) e é um reflexo da obsessão dos judeus daquele tempo de ver o fogo de Deus destruir seus inimigos. Os primeiros textos que contém essa diabólica doutrina se encontram no livro pseudepígrafo de I Enoque (em diversos lugares). Daí no livro apócrifo que se chama II Esdras, esta ideia de um Deus destruidor aparece nos capítulos 7 e 8. Infelizmente, esta doutrina irracional e brutal entrou no NT em alguns lugares como no primeiro capitulo de II Tes e no Apocalipse. Esta incorporação fora muito infeliz e enganadora. É uma distorção de qualquer um que pára para pensar um pouco, e demonstra o uso indevido de textos prova (das Escrituras) para comprovar qualquer coisa. Não me sinto responsável por defender essa doutrina a despeito de qualquer número de textos de prova que poderiam ser encontrados. Textos como I Pedro 3.18-4.6 e Efésios 1.9,10 e 4.8-10 olham além dessa doutrina horrível.

4. Sobre a inspiração das Escrituras. Qualquer um que estudou o AT e o NT., versículo por versículo como eu, não acredita que estes documentos não contenham erros e contradições. Estou trabalhando em outro comentário, e tenho passado de novo através do AT e quase todo o NT. Estou, atualmente, na exposição de Hebreus. Em quatro meses, entro de novo no Apocalipse. Este comentário é conciso, mas além das exposições ele apresenta 3.000 ilustrações (histórias, contos). Este Comentário Conciso terá um total de 5.000 páginas sobre o AT e o NT combinado em comparação com as 40.000 páginas dos comentários versículo por versículo. Estas páginas são de computador – fonte 12, não de páginas imprimidas. Será uma publicação inédita neste mundo. E de novo visto opiniões contraditórias sobre algumas doutrinas quando comparando um escritor com outro. De fato, a maior contradição é justamente como o Novo, em pontos críticos, contradiz o AT. Salvação no AT tem uma ideia totalmente diferente. Nesta coleção, a salvação vem através da graça, pela fé. E a lei agora somente mostra claramente a natureza do pecado e, de fato, fica ao lado do pecado para nos condenar – e não tem nada a ver com salvação. Eis uma tremenda contradição e esta contradição se encontra na sua Bíblia. É interessante observar que, numericamente, a maior parte da Igreja ficou com Moisés, especialmente se alinhando com Tiago, capítulo 2, no lugar de Paulo. A Igreja Católica Romana (que tem mais do que um bilhão de membros) se alinha com Tiago (portanto com o AT).

A Reforma Protestante era, essencialmente, uma volta para Paulo. A Igreja Católica além de alinhar com Tiago, preserva, em espírito, os sacramentos e ritos do AT. No NT, existem quatro estágios do Evangelho:

1. Dos Evangelho Sinóticos e Atos
2. Os avanços no Evangelho de João
3. Outros avanços nos livros de Paulo
4. Existe uma situação de contradição em Efésios 1.9-10 e 4.8-10 onde através da missão tridimensional de Cristo (na terra, no hades e nos céus) o Evangelho é universalizado e agora aplica a todas as almas humanas, sem exceção. Tudo será unificado ao redor do Logos-Cristo. 

O fogo do inferno foi apagado; as almas no hades subiram e agora fazem parte da unificação. Todavia, os elementos da unificação são diversos e não se encontram no mesmo nível de glória. Ver ponto 8, a seguir, para explicações desta diversidade unificada. Assim, o ensino do universalismo é evitado. Existirão remidos e restaurados, categorias de glória diferentes. Ver na Enciclopédia o artigo sobre o Ministério da Vontade de Deus.

5. Vamos voltar para o assunto da inspiração das Escrituras. Acredito que todos os livros do cânon foram inspirados pelo Espírito Santo, mas certamente, algumas partes desses livro não foram inspiradas, mas se originaram das mentes dos homens e das suas tentativas de explicar diversas coisas. Mas, note bem: alguns conceitos nestes livros, às vezes, contradizem outros. Isto qualquer pessoa que estuda versículo por versículo vai ser demonstrado amplamente. Considere a contradição óbvia entre Tiago (cap. 2) quando comparado com o evangelho de Paulo. Obviamente, procurando conforto mental, as denominações evangélicas oferecem harmonias que se mostram absurdas. Há do que 20 trechos em Gênesis que refletem tempos depois da vida de Moisés, uma observação que faço só para jogar na mistura um fato curioso. Estou interessado na verdade não em conforto mental. É equisito ser confortável com seus erros. Considere este fato: A inspiração se manifesta em diversos níveis e maneiras:

1. Passagens ditadas: O Espírito controla a mente do profeta totalmente e coloca até as palavras certas na mente dele. Mas esta forma é somente um dos possíveis modos de inspiração. É um erro gigantesco declarar que todas as Escrituras foram inspiradas desta maneira. A investigação comprova que isto é equivocado. O AT, em alguns lugares, apresenta um Deus violento que promove a mais desgraçada violência que, dificilmente pode ser atribuida a Deus. Por causa deste fato, Orígenes inventou a interpretação alegórica justamente para tirar lições daquelas Escrituras violentas sem atribuí-las a Deus.

Considere este fato: O grego do evangelho de Marcos é o “grego da rua” não um grego de um estudioso. Este grego contém um grande número de erros gramaticais. As traduções escondem este fato já apresentando uma gramática correta na língua portuguesa. O “nois vai” do autor fica corrigido para “nós vamos”, só para dar um exemplo. Mas o do evangelho de Lucas já é um grego de um erudito médico. O grego das cartas de Paulo é um grego nativo embora incorpore algumas construções desajeitadas. O grego de Hebreus é um grego quase clássico, erudito e poético que Platão podia ter escrito. Mas o do Apocalipse é um grego de alguém que falou aramaico como sua linguagem nativa. O escritor ignora em muitos lugares a concordância gramatical, assim corrompendo o grego. Então imagine este cenário: O Espírito Santo inspirando o evangelho de Marcos vai para a rua emprestar a linguagem falada aí e coloca neste evangelho. Daí inspirando o evangelho de Lucas ele pára para receber sugestões do médico erudito. Inspirando Hebreus ele tem uma conferência com Platão para emprestar o grego dele para escrever este livro. Algum dia eu vou mandar para você um carta minha escrita em português sem ser revisada e você vai dizer que o Champlin estava me enganando com aquele bom português nas suas cartas que não é representante da linguagem dele. Assim você pode dizer que eu tenho perpetuado uma fraude. O meu português é mais ou menos comparável ao grego do Apocalipse. Falando tudo isto, eu não estou atacando o conteúdo destes livros. De fato, eles representam uma literatura extraordinária a despeito da linguagem utilizada. Agora fala para mim como estes livros foram ditados pelo Espírito Santo palavra por palavra, inspiração verbal e plena.

2. Ideias Gerais: O escritor recebe uma ideia inspirada que ele desenvolve de maneira melhor possível. O resultado depende de suas capacidades intelectuais e espirituais. Alguns destes desenvolvimentos demonstram as capacidades literárias dos escritores. Por exemplo, é claro que o apóstolo Paulo era um gênio e sua capacidade literária era excepecional (sic).

3. Através do Estudo: Anos de estudo dedicado produzem inspirações válidas, embora sujeitas a equívocos. Por outro lado, grandes passagens foram produzidas desta maneira. As cartas de Paulo demonstram o que um homem estudioso pode produzir.

4. Tradições: Não são inúteis e têm contribuido com alguns finos entendimentos. Existem tradições na Igreja que seguiram depois, especialmente, para interpretar as Escrituras. Mas tradições são sujeitas a exagero e equívocos. Considere Atos 7 – a defesa de Estevão que vem das tradições judaicas e não somente das Escrituras do próprio AT. De fato, sua defesa em alguns dos escritores e/ou seus raciocínios.

5. Interpretações inspiradas: A mente recebe intuições e raciocínios que ajudam o intérprete a entender melhor os assuntos espirituais. Sem dúvida, alguns trechos da Bíblia se resultaram das instituições dos escritores e/ou seus raciocínios.

6. Inspirações além do texto: Sendo um dom do Espírito Santo, como o dom do conhecimento (I Cor 12.8). O intérprete pode ser inspirado de vez em quando. Até pode, às vezes, receber inspirações separadas dos textos sagrados, como nas visões e nos sonhos espirituais. Sonhos fazem parte da tradição profética. A inspiração é uma função complexa que incorpora diversas modalidades. Nenhuma explicação isolada é adequada, mas algumas pessoas ficam somente com modalidades. As pessoas que promovem somente este meio de inspiração ou revelação são patéticas, porque agindo assim se mostram crianças intelectuais. É parte da minha missão declarar estas verdades.

Reconciliação com o fundamentalismo? Quando jovem, eu era um fundamentalista radical e insuportável e assim perdi alguns anos de minha vida em brigas e contendas. Abandonei este tipo de expressão religiosa como pernicioso. Minha filosofia me libertou.

7. Novas revelações? Temos o AT e o NT., magníficas coleções, mas dificilmente adequadas para sempre. Deus é maior do que coleções de livros. Podem existir outros testamentos, um terceiro, um quarto, um quinto, etc. Deus não está anulado por nossas noções piedosas. Considere: bibliolatria, a adoração de um livro. Esta idolatria rouba Deus de sua glória, colocando um ídolo no lugar de Deus. Todas as idolatrias perniciosas.

7. Revelações fora da Bíblia Hebraica e Cristã? Acredito na doutrina dos Logoi-spermatikoi, as sementes do Logos nas diversas religiões não cristãs; nas filosofias, nas ciências (exatas e sociais); na poesia, nas literaturas não especificamente religiosas; na história humana; nas instituições humanas como nos seus governos; nas culturas; na criação física, tão magnífica; até, de vez em quando, na política; nas visões e nos sonhos espirituais. Aleluia! O Espírito está em muitos lugares, plantando as sementes do Logos. Chega de limites falsos! Chega de pensamentos infantis! Chega de exclusivismos! Deixa a Luz brilhar sem interferências. Louvai o Logos-Christós, a fonte do nosso conhecimento espiritual que não se limita às nossas noções exclusivistas.

8. Universalismo? Esta doutrina ensina que todos os homens, afinal, serão salvos. Baseando-me em Efé cap. 1, acredito que os remidos serão salvos e participarão na natureza divina (II Pedro 1.4), através de sua transformação à imagem de Cristo (Rom 8.29). Acredito que o número deles será relativamente pequeno. Mas, todos os não remidos serão restaurados e todas as almas serão remidas ou restauradas.
A unidade ao redor do Logos-Cristo (Efé 1.9-10) não excluirá nenhuma alma. Os restaurados não participarão na natureza divina, mas terão uma glorificação secundárias, mas ainda gloriosa porque sera uma obra-prima do Logos.

Assim falando, valorizo a forte declaração da primeira parte de Efésios cap. 1 e a declaração generalizada dos vss 9-10. Na primeira parte deste capítulo, encontramos uma afirmação forte sobre a eleição. Eu uso a palavra remidos no lugar de eleitos porque esta palavra nos envolve em controvérsia pesada. Depois a missão de Cristo garante que existirá uma restauração generalizada (vss 9, 10). Portanto, vejo duas glórias, a primária e a secundária. Assim ensina o Mistério da Vontade de Deus que ultrapassa o resto do Novo Testamento: o que o amor de Deus fará em benefício de todas as almas. O hades mandará suas almas cativas e elas subirão para participar da unificação. Eis o Quarto Evangelho que toma o lugar dos Evangelhos inferiores, e é, de fato, uma contradição das velhas ideias que eram parciais, e parcialmente erradas. Este Quarto Evangelho é a universalização do Evangelho no qual o amor de Deus brilha sem obstáculos. Deixe esta luz brilhar. Valorizo e declaro o Amor Incondicional do Logos-Christós.

Abandonando as controvérsias, as discussões e as dúvidas, apresentadas acima, consideremos o valor intrínseco dos dois Testamentos (o AT e o NT). Obviamente, são grandiosas coleções e incorporam literatura imortal. Lendo e estudando não somente estes livros mas também aqueles de sistemas não cristãos, posso afirmar que estes dois Testamentos são mais impressionantes do que os outros, embora existam valiosas obras não cristãs. Considero o Novo Testamento a maior coleção de livros já escrita. Nosso problema não são “os problemas” mas nosso dedicado estudo do NT. Tenho dedicado minha vida a este estudo e também a outros caminhos de investigação que considero extremamentes importantes. Sumariando, considero o Novo Testamento o maior documento espiritual de todos os tempos. Esta coleção é rica, eloquente e poderosa. Quem estuda com determinação estes livros será transformados por eles.

No amor incondicional do Logos-Cristo,

Russell Norman Champlin
In: Russell Norman Champlin e o Fundamentalismo Teológico - Entrevista do Dr. Russell Norman Champlin concedida a Acir da Cruz Camargo. 05 de março de 2012

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PS.: Ao postar a entrevista do Dr. Champlin, de forma alguma estou endossando suas posições doutrinárias ou promovendo seu novo comentário a ser brevemente lançado. Muito pelo contrário. Meu intuito é alertar os que quiserem ser alertados para a teologia que subjaz em suas obras, que é incompatível com a sã doutrina.

Clóvis Gonçalves
quarta-feira, 28 de março de 2012
Clique na imagem para ir ao site da Editora
Ser entregue ao pecado, é a mais triste punição, o mais terrível julgamento que existe no mundo.

Esta é a pior punição que Deus impõe sobre os homens, portanto, é a maior de todas as punições. Deus normalmente age em etapas em Sua maneira de julgar. Primeiro, Ele começa com a menor. Se não der resultado, então Ele aumenta a intensidade. Ele punirá sete vezes mais, e quanto mais longe Ele for maiores serão Seus golpes.

Esta é a conclusão, o golpe final; esta é a última punição e a maior de todas elas, entregar o homem ao estado lamentável do pecado, dizendo-lhe: "Aquele que é sujo, suje-se ainda, aquele que é imundo seja imundo ainda". Ele disse isto em Ez. 24:13:"... pois te purifiquei, e tu não te purificaste; nunca mais serás purificada da tua imundícia...". Ele diz ainda aos israelitas: "Porquanto Efraim multiplicou os altares para pecar; teve altares para pecar" (Os. 8:11). Oh, não há outro julgamento mais triste no mundo do que o homem ser abandonado à corrupção do seu próprio coração! Isso traz como consequência eterna noite de trevas.

"Bom Deus, liberta-me de mim mesmo" disse Agostinho. Seria melhor você ser entregue à corrupção dos homens, à malícia e crueldade de homens sanguinários; melhor ser abandonado a extrema fúria e malícia dos nossos irlandeses rebeldes do que ser entregue à concupiscência do seu próprio coração. Uma pessoa estaria em vantagem se fosse entregue a satanás do que ser entregue a si mesma e aos seus pecados.

Segundo lemos em I Cor. 5:5, a pessoa incestuosa foi entregue a satanás, e foi restaurada novamente. Contudo, nunca lemos de alguém que fosse entregue a si mesmo e que tenha retornado, de alguém que fosse entregue à concupiscência do seu próprio coração que tenha se recuperado. Melhor então, ser entregue a satanás do que ao pecado, pois nenhum outro mal é tão grave como o pecado.

Trata-se de Deus na posição de juiz, que pode punir um pecado com outro e amaldiçoar o pecado com dureza de coração. Mas com relação a nós é um mal pecaminoso. Trazemos o escrito e a cera e Deus coloca Sua chancela sobre ela, e então somos aprisionados para sempre. E vocês estão caminhando para esse destino, vocês que andam em pecado e não querem ser corrigidos. Apesar de Deus ter operado através da doença e das aflições para recuperá-los, vocês ainda estão de caminho para este julgamento final: "Aquele que está sujo, suje-se ainda".

Samuel Bolton
In: Os puritanos e a conversão
terça-feira, 27 de março de 2012



Como a história terminou, ou continuou?

Veja Aqui
segunda-feira, 26 de março de 2012

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   045 9945-8000 (Clóvis)




O professor Leandro escreveu um texto extremamente longo para defender seus dois pontos adventistas:

1 - Toda a humanidade sem exceção está predestinada para a salvação.
2 - Todos os homens tem o livre-arbítrio e podem usá-lo para deixar de ser predestinado.


e para discordar dos Cinco Pontos Calvinistas:

1 - Todos os homens estão perdidos por causa de seus pecados e são naturalmente incapazes de ouvir, entender, desejar e aceitar o evangelho por si mesmos.
2 - Deus soberana e graciosamente escolheu na eternidade, os que seriam feitos recipientes da salvação.
3 - Jesus morreu na cruz para salvar aqueles que foram eleitos pelo Pai.
4 - O Espírito Santo chama eficazmente os que foram eleitos pelo Pai e remidos por Cristo.
5 - Todos os que foram eleitos pelo Pai, comprados por Cristo e regenerados pelo Espírito perseverarão até o fim.


No seu longo e digressivo texto ele diz mencionar 48 (eu contei 56) passagens bíblicas que supostamente apoiam a predestinação universal e anulam as doutrinas da graça. Num outro texto com as mesmas características reclamou que em resposta a ele o irmão Helder Nozima citou apenas 12 passagens bíblicas e insinuou que eu não tinha lido as passagens citadas por ele.

Não pretendo entrar numa guerra de versículos com a estratégia de seleção da amostra. Tenho para mim que a quantidade de textos-prova utilizados não decide uma questão, pois as citações podem ter sido feitas fora de seus contextos ou utilizando-se passagens irrelevantes para o tema. O melhor é analisar cada passagem para ver se servem ao uso que se pretende. Principiarei isso e não a outras passagens, exceto o contexto imediato, quando for o caso.

Para cada texto mencionado pelo professor, deve-se perguntar ao texto:

1. Ensina, nega ou não diz respeito aos dois pontos do professor?
2. Ensina, nega ou não dizem respeito aos cinco pontos dos calvinistas?
1. Gn 3:15


"E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar"

A passagem afirma a inimizade entre a mulher e a serpente e que Cristo esmagaria a cabeça de Satanás enquanto este lhe feriria o calcanhar. O texto é a primeira promessa messiânica, por isso chamada de proto-evangelho, e nada diz sobre eleição, predestinação ou livre-arbítrio. Portanto, a passagem não diz respeito aos pontos defendidos pelo professor. Embora faça referência ao ato da expiação, não permite conclusões sobre a extensão da mesma. Assim, a passagem não tem relevância no debate em curso.

Posts da Série: [Gn 3:15] [Gn 12:3
domingo, 25 de março de 2012
Quanto a este ofício de mediador, isto é, o de ser Profeta, Sacerdote e Rei da Igreja de Deus, este ofício é somente de Cristo, que nem em parte, e muito menos em sua totalidade, pode ser transferido para outra pessoa.

Artigo 13
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sexta-feira, 23 de março de 2012
1. Gnosticismo. Ainda em seus primórdios, a igreja cristã teve que refutar uma doutrina que demonstrou ser nociva para a fé evangélica: o gnosticismo. Tratava-se de uma crença que se originou antes de Cristo, e está associada aos sírios, babilônicos, egípcios e gregos. Tal ensino afirmava que a matéria era má e o espírito bom.

Esse dualismo entre matéria e espírito (filosofia do antigo platonismo) levou seus adeptos a negar a realidade da matéria. Já que a matéria não era real, o sofrimento também não passava de ilusão. A influência desse pensamento sobre a Igreja Primitiva pode ser percebida na crença que negava a natureza humana de Cristo. Em outras palavras, Cristo sendo bom não poderia habitar em um corpo físico que era mau. Essa forma de crer levou o apóstolo João a combatê-los veementemente (1 Jo 2.23; 4.2,3,15).

Foi a partir das crenças gnósticas que surgiram os modismos e heresias que viriam ameaçar a pureza da doutrina cristã. Entre estas ameaças está a Teologia da Prosperidade.

2. Crenças perigosas. Tais pensamentos não ficaram restritos ao passado, pois a humanidade adora especulações (Ec 7.29). Para se entender o surgimento da Teologia da Prosperidade, é preciso conhecer um pouco da história de Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), criador do chamado “Novo Pensamento”. Quimby estudou espiritismo, ocultismo, parapsicologia e hipnose e, além de panteísta e universalista, acreditava também que o homem tem parte na divindade. Por isso, defendia que o pecado e a doença existem apenas na mente. Mary Baker Eddy (1821-1910), fundadora da “Ciência Cristã”, tornou-se discípula de Quimby após ser, supostamente, curada por ele.

3. Confissão positiva. A crença que diz ser possível ao cristão viver em total saúde e prosperidade financeira é resultado da junção dessas ideias. A ponte entre as crenças do Novo Pensamento, Ciência Cristã e a fé propriamente dita, foi feita por E. W. Kenyon e posteriormente por Kenneth E. Hagin.

Kenyon foi um cristão devoto, mas contaminou-se com os ensinos da Ciência Cristã. Já Kenneth E. Hagin foi influenciado por Kenyon e deste obteve a maioria dos seus ensinamentos. Hagin fundou seu ministério passando a divulgar a Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva. Ao pregar que os cristãos não podem sofrer ou ficar doentes e que devem tornar-se ricos à custa de sua fé, esse ensino tem produzido uma geração de crentes interesseiros e materialistas.

Deus “tornou-se” refém de leis espirituais que Ele supostamente teria criado. O segredo é descobrir como usar tais leis e assim conseguir o que quiser. Uma das mais utilizadas é a do determinismo. Fórmula essa que tem a força de mandar até mesmo em Deus! Uma vez que essas distorções passaram a ser reproduzidas em todo o mundo, não tardaram a chegar aqui através dos que andam a procura de novidades, desprezando a suficiência das Escrituras (Sl 119.14,72; Mt 4.4; Jo 17.17).

Josué Gonçalves
In: Lições Bíblicas CPAD, Primeiro Trimestre 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
Escrevi a meditação “A Promessa do Pai e a Garantia do Filho” e alguns irmãos de orientação arminiana objetaram que se o termo perder (apollumi) em Jo 6:39 significa perda da salvação, então o mesmo termo utilizado por Paulo em 1Co 8:11 e Rm 14:15 implicaria que um crente pode perder a sua. O dilema é que numa passagem se afirma que o crente não perde a salvação e na outra que um crente a perderá. Alguns tem argumentado que os que foram “dados pelo Pai” não se refere aos eleitos. Porém isto é indiferente para a dificuldade. Se as duas passagens se referem a crentes verdadeiros (e eu creio que sim), e numa é afirmado que eles não perecerão e noutra que eles podem perecer, seja para um calvinista ou para um arminiano, há uma aparente contradição aqui.

O significado etimológico de apollumi

A premissa dos não calvinistas é que apollumi sempre significa “perecer”, com o sentido teológico de “perder a salvação”. Mas quando consideramos as ocorrências do termo no Novo Testamento, encontramos uma variedade de sentidos, indo de morte física (Mt 2:13; 8:25; Lc 11:51; 1Co 10:9) a um uso meramente figurado (Lc 15:17; Tg 1:11). João emprega o termo em seu evangelho referindo-se à perda da vida eterna, e mais precisamente para afirmar que um crente não a perde (Jo 3:16; 10:10, 28; 12:25; 17:12; 18:9). Em Paulo o termo é usado para significar a morte física, sem implicar perda da salvação (1Co 10:9-10; 2Co 4:9), embora também o use com o sentido de perdição eterna, tendo como referência descrentes (Rm 2:12, 1Co 1:18, 2Co 2:15, 4:3 e 2Ts 2:10). Conclui-se que apollumi não serve apenas para indicar perda da salvação, e isso deve ser levado em conta quando se lê 1Co 8:11 e Rm 14:15.

Vários especialistas atestam isto. Zodhiates (The Complete Word Study Dictionary) diz que o termo pode indicar morte física, além da perda de posse de coisas como comida, cabelo e ovelhas e de pessoas, como um filho. Kittel (TDNT), além dos termos destruir e perecer, lista como significados possíveis “perder a posse e andar perdido, como vaguear errante”. Barton (1 & 2 Corinthian) sugere que apollumi pode significar “a ruína da consciência de alguém”. Thiselton (The First Epistle to the Corinthians: A Commentary on the Greek Text), indica o significado de “arruinado, num sentido oposto ao de edificado”. Girdlestone (Synonyms of the Old Testament: Their Bearing on Christian Doctrine), afirma que a palavra pode denotar “desperdício” ou “lesão que torna o objeto inútil para a finalidade desejada” e cita como exemplo a terra, que foi “destruída” pelo Dilúvio e como tal ficou imprópria para morada do homem. Spence-Jones (The Pulpit Commentary) confere o sentido de “edificação-ruinosa” ao termo. O significado, em cada caso, deve ser determinado pelo contexto.

O contexto de imediato de 1Co 8:11 e Rm 14:15

O assunto do capítulo 8 é o comer carne sacrificada aos ídolos e como o conhecimento, a consciência e o amor fraternal se relacionam com a prática. O apóstolo declara que “o conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica” (v.1). Como “sabemos que o ídolo não significa nada no mundo e que só existe um Deus” (v.4), não somos afetados pelo que comemos, pois “não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos” (v.8). Porém, na comunidade da fé, “nem todos têm esse conhecimento” e “comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é fraca, esta fica contaminada” (v.7). Daí o alerta “tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos” (v.9) uma vez que “se alguém que tem a consciência fraca vir você que tem este conhecimento comer num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi sacrificado a ídolos?” (v.10). E faltando-lhe o conhecimento de que o ídolo nada é, “esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem” (v.11) e “você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo” (v.12). O princípio estabelecido pelo apóstolo é “se aquilo que eu como leva o meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne” (v.13). Noutras palavras: a regra que regula o conhecimento é o amor devido ao irmão de consciência fraca.

A passagem encontra um paralelo em Rm 14. Ali, o crente fraco é chamado de “fraco na fé” (v.1) e “come apenas alimentos vegetais” (v.2). Paulo deixa claro que não importa o que alguém come ou deixa de comer, “pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (v.17). Mas no que faz “cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente” (v.5), pois “aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado” (v.23). Vemos o mesmo princípio estabelecido: “façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão” (v.13), pois “se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu” (v.15). Paulo acrescenta: “não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem” (v.20). O contexto imediato não requer a perda da salvação como significado obrigatório de perecer.

O contexto mediato de 1Co 8:11 e Rm 14:15

A perdição eterna do irmão fraco causada indiretamente pelo irmão com conhecimento, conflitaria com o ensino de Paulo sobre a certeza da salvação expressa nas duas cartas (Romanos e 1Coríntios). Paulo declara “agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1) pois a cadeia “aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou” (Rm 8:30) não admite ruptura, pelo que Paulo estava “convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38-39). Ele cria que “os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (Rm 11:29). 

E aos crente de Corinto assegura que “Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Co 1:8-9). Mesmo que as obras não sejam perfeitas, a salvação é garantida, pois “se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do fogo” (1Co 3:15). Assim, afirmar que o fraco na fé perecerá finalmente contraria o que ele afirma categoricamente em outras passagens dessas duas cartas.

O sentido de “perecer”

Então, qual o significado de perecer nessas duas passagens? À luz do que foi dito acima, creio que podemos arriscar um significado para o termo apollumi usado por Paulo em Rm 14:15 e 1Co 8:11. Não devemos tomá-lo com o sentido de perda da salvação eterna, pelo seguinte. Em Rm 14:4 a salvação do crente fraco é garantida: “quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está de pé ou cai. E ficará de pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar”. É uma afirmação positiva da preservação do crente. A destruição referida no verso 15 é previamente descrita como tristeza: “o seu irmão se entristece devido ao que você come... não destrua o seu irmão”. Destruir tem o seu oposto em edificar, mencionada no verso 19: “esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua”.

O mesmo contraste é observado em 1Co 8:10-11, embora não seja tão evidente. Já vimos que um possível significado para apollumi é arruinar, no sentido oposto de edificar. No verso anterior, induzir é oikodomeo e ocorre diversas vezes com o significado dado por Strong de “construir uma casa, erigir uma construção, edificar” e metaforicamente “promover crescimento em sabedoria cristã, afeição, graça, virtude, santidade, bem-aventurança” (Cf. Rm 15:20; 1Co 8:1; 10:23; 14:4,17; Gl 2:18; 1Ts 5:11). Note que a edificação é o resultado do amor que regula o conhecimento: “o conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica” (1Co 8:1). Portanto, ao prescrever o amor acima do conhecimento o apóstolo espera ter como resultado a edificação, e quando falta o amor, o conhecimento arruína o irmão fraco e o objetivo é frustrado.

A interpretação de Rm 14:15 e 1Co 8:11 como não significando a destruição escatológica, mas a ruína do crescimento espiritual do irmão fraco na fé é apoiada por diversos estudiosos. Radmache (The Nelson study Bible) diz que “se o irmão e a irmã fracos veem outros crentes comendo alimentos sacrificados aos ídolos, eles também podem comer, violando suas próprias consciências”. O já citado Thiselton diz que a tradução “perecem” é inadequada porque muda a imagem apresentada no verso anterior (edificar) e que a melhor tradução é “arruinar”. Pfeiffe (The Wycliffe Bible Commentary) diz que perecer “não significa morte eterna”, mas “violação da própria consciência”. Vine (Collected Writings of W.E. Vine) afirma que o verbo apollumi, “às vezes traduzido destruir, denota perda do bem estar, aqui o bem estar de fazer aquilo que a consciência testifica. A idéia de ruína implicada em perecer é colocada em contraste com a verdadeira edificação... Cristo morreu não apenas para salvá-lo da perdição, mas de tudo o que pode roubar sua comunhão e todos os eventos que temporariamente podem prejudicar sua vida espiritual”. Pentecost (Designed to be like Him) declara que “a palavra perecer não significa que o irmão fraco perde a sua salvação... [mas que] contamina sua consciência e então não pode haver desenvolvimento, progresso e edificação na doutrina da graça”. Davidson (Novo Comentário da Bíblia) interpreta perecer como a situação em que “sua vida e seu testemunho cristãos se arruinariam”. Mayer (Comentário Bíblico do Antigo e Novo Testamento) diz que por “perecer” o irmão foi “prejudicado em sua vida cristã”

O que Jesus tem a dizer

A controvérsia começou com as palavras de Jesus de que os que lhe foram dados pelo Pai não se perderiam. Então daremos a Ele a última palavra. Considere que o objeto da destruição em Rm 14:15 e 1Co 8:11 é o irmão fraco, por quem Cristo morreu. Isso o coloca na categoria dos pequeninos de Jesus, sobre quem o Senhor falou “o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca" (Mt 18:14). Se assumirmos que ele finalmente perderá a sua salvação, temos que admitir que a vontade do Pai e a morte de Cristo não lhe foram de serventia para protegê-lo. Que o Senhor nos livre de tal disparate.

Soli Deo Gloria
terça-feira, 20 de março de 2012
Esta, no entanto, não é uma era de oração; poucos se dedicam a isso. A oração é menosprezada por pregador e sacerdote. Nesses dias de correria e pressão, as pessoas não querem tirar tempo para orar. Há pregadores que “fazem orações” como uma parte do seu programa, em ocasiões regulares ou oficiais, mas “ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenha” (Is 64.7). Quem ora como Jacó – até ser coroado como príncipe e intercessor perseverante? Quem ora como Elias – até que todas as forças bloqueadas da natureza sejam abertas e a terra castigada e faminta floresça como o jardim de Deus? Quem ora como Jesus que saiu para o monte e permaneceu toda a “noite orando a Deus” (Lc 6.12)? 

Os apóstolos se consagraram à oração (At 6.4). Não há nada mais difícil do que levar as pessoas e, até mesmo, os pregadores a fazerem isso. Alguns até doam seu dinheiro – alguns em abundância –, mas não querem “entregar-se” à oração. Há muitos pregadores que são capazes de dar grandes discursos, com muita eloquência, sobre a necessidade de avivamento e da expansão do Reino de Deus –, mas pouquíssimos estão dispostos a fazer aquilo sem o qual toda pregação e todo planejamento serão menos do que inúteis: ORAR. Está fora de moda, uma arte quase perdida, e o maior benfeitor que a nossa geração poderia ter seria um homem [ou um ministério] que trouxesse os pregadores e a Igreja de volta à oração.

Isto afirmamos como o nosso mais sóbrio juízo: a grande necessidade da Igreja nesta era – e em todas as épocas – é de homens de tal convicção, de tal santidade sem mancha, de tal vigor espiritual e zelo apaixonado que suas orações, sua fé, sua vida e seu ministério sejam tão radicais e agressivos que produzam revoluções espirituais, que marquem época em vidas individuais e na Igreja.

Não estamos falando de homens que produzem agitações sensacionalistas por meio de estratégias originais, nem que atraem multidões por meio de entretenimento agradável; estamos nos referindo a homens que possam trazer despertamento e produzir revoluções pela pregação da Palavra de Deus e pelo poder do Espírito Santo, revoluções que transformem toda a corrente e a direção dos acontecimentos.

Capacidade natural e vantagens de estudo ou cultura não figuram como fatores nessa questão, mas capacidade de fé, capacidade de orar, o poder da consagração total, a habilidade de diminuir ou ignorar a si mesmo, uma absoluta perda do "eu" na glória de Deus e uma constante e insaciável busca e aspiração por toda a plenitude de Deus. Homens assim podem inflamar a Igreja para Deus, não de uma maneira barulhenta e ostentosa, mas com um intenso e silencioso calor que derrete e move todas as coisas para Deus.

Deus pode operar maravilhas – se puder encontrar os homens certos. Os homens podem operar maravilhas – se puderem conhecer a Deus e ser guiados por ele. O pleno revestimento do Espírito, que transtornou o mundo no tempo da igreja primitiva, é essencial também nestes últimos dias. Homens que sejam usados por Deus para alvoroçar poderosamente o estado das coisas para Deus, que tragam revoluções espirituais para mudar todo o aspecto das coisas são a maior necessidade da Igreja em todo o mundo.

Edward McKendree Bounds (1835-1913)
domingo, 18 de março de 2012
Quanto a seu ofício como Mediador, a Escritura nos mostra o chamado de Cristo para este ofício; porque ninguém toma esta honra para si mesmo. Ele foi chamado por Deus, como foi Arão, sendo este chamado uma ação de Deus, pela qual uma promessa especial foi feita, onde Ele ordenou seu filho para este ofício. E esta promessa é que Cristo deveria fazer um sacrifício pelo pecado; que Ele veria sua semente e prolongaria seus dias, e a vontade do Senhor prosperaria em sua mão; tudo isto sendo da graça absoluta e livre de Deus para os eleitos, e sem nenhuma condição prevista neles para que pudessem consegui-la.

Artigo 12
Primeira Confissão Londrina, 1642/44




terça-feira, 13 de março de 2012

O Novo Testamento fala frequentemente do valor da morte de Cristo, com qual Ele pode comprar e obter certas coisas. Exemplo: é dito que a redenção eterna é obtida “por seu próprio sangue” (Hebreus 9:12); é dito que a Igreja de Deus foi resgatada “com seu próprio sangue” (Atos 20:28); os cristãos são chamados “povo adquirido” (1 Pedro 2:9). 

Cristo por Sua morte, então, comprou para todos aqueles por quem Ele morreu, todas aquelas coisas que a Bíblia saliente como resultado de Sua morte. O valor de Sua morte comprou a libertação do poder do pecado e da ira de Deus, da morte e do poder do diabo, da maldição da lei e da culpa do pecado.

O valor de Sua morte obteve reconciliação com Deus, paz e redenção eterna. Essas coisas são agora dons gratuitos de Deus, porque Cristo as comprou. Se Cristo morreu por todos os homens, porque então todos os homens não tem essas coisas? Será que o valor de sua morte não é o suficiente? Será que Deus não é injusto por não dar a todos aquilo que Cristo comprou? Tem que ser óbvio que Cristo não pode ter morrido para adquirir todas essas coisas para todos os homens, e sim somente para aqueles que realmente desfrutam delas.

Há frases que são frequentemente empregadas para se fazer referencia à morte de Cristo, tais como: morrendo por nós, suportando nossos pecados, sendo nossa segurança. O significado evidente de tais frases é que Cristo, nem Sua morte, foi um substituto de outros para que eles pudessem ser livres.

Se, em Sua morte, Cristo foi substituto de outros, como podem eles mesmos morrerem também, carregando ainda seus próprios pecados? Assim sendo, Cristo não pode ter sido um substituto através deles. Daí, fica claro que Ele não pode ter morrido por todos os homens.

De fato, dizer que Cristo morreu por todos os homens é uma maneira rápida de provar que Ele não morreu por ninguém. Porque se ele morreu em lugar de todos, e, contudo, nem todos são salvos, então Ele falhou em Seu propósito.

John Owen
In: Por quem Cristo morreu?
segunda-feira, 12 de março de 2012
“E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” Jo 6:39
O nascido de novo está eternamente seguro nas mãos do Pai.
Deus tem uma vontade expressa a respeito dos eleitos: "que nenhum... eu perca". Claro está que a referência é à salvação, sendo perder-se o contrário de entrar na vida eterna, pois "quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna" (Jo 12:25). Estes não nascem "da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1:13). Essa manifesta vontade do Pai não pode ser frustrada, pois o mesmo Jesus que afirmou "a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna" (Jo 6:40) também disse "a minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra" (Jo 4:34).

Que os objetos dessa vontade são os eleitos e não a humanidade fica claro pela especificação "aqueles que me deu" (Jo 6:39). Jesus distingue entre os que lhe foram dados pelo Pai e o mundo, ao orar "manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste" (Jo 17:6). Essa distinção fica ainda mais clara quando mais adiante continua dizendo "Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste" (Jo 17:9). Jesus também asseverou que "todo o que o Pai me dá virá a mim" (Jo 6:37) e é óbvio que nem todos os homens vão. Logo, a vontade do Pai é que dos que confiou ao Filho a nenhum Ele extravie.

Para que nenhum dos eleitos se perca, Deus enviou Seu Filho ao mundo, conferindo-lhe "poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste" (Jo 17:2). E o Filho completou a obra que recebeu do Pai para fazer: "Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer" (Jo 17:4). Tendo exclamado "Está consumado" (Jo 19:30) proveu eterna salvação e firme segurança para os eleitos. E pôde declarar, mesmo antes do fim da História: "dos que me deste nenhum deles perdi" (Jo 18:9).

Hoje, quando lemos "eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6:39) podemos confiar que esta palavra é certa e se aplica a para nós, os que cremos. Não há nenhuma possibilidade que um sequer daqueles que o Pai deu a Jesus e por quem Jesus realizou Sua obra falte no glorioso dia da ressurreição. Jesus nos afiança: "Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai" (Jo 10:29). Aleluia!

Soli Deo Gloria
domingo, 11 de março de 2012
Ele [Jesus] foi designado por Deus desde a eternidade para este ofício; e quanto a sua humanidade, desde o útero foi chamado, separado e investido com todos os dons necessários, havendo Deus dispensado sem medida o seu Espírito.

Artigo 11
Primeira Confissão Londrina, 1642/44
sexta-feira, 9 de março de 2012

Que diferente é hoje. A realidade permanece a mesma, mas a interpretação mudou completamente. As pessoas não mais pensam no mundo como sendo um campo de batalha, mas como um lugar de lazer. Não estaríamos aqui para lutar; estaríamos aqui para brincar. Não estaríamos num país estrangeiro; estaríamos em casa. Não estaríamos preparando-nos para a vida, mas já estaríamos vivendo a nossa vida, e o melhor que poderíamos fazer é livrarmo-nos de nossas inibições e de nossas frustrações para viver esta vida o máximo que pudéssemos. Isto, cremos, é um correto resumo da filosofia religiosa do homem moderno, abertamente professada por milhões e tacitamente aceita por muito mais pessoas ainda, que vivem de acordo com essa filosofia, mesmo que não a admitam por meio de palavras.

Esta mudança de atitude em relação ao mundo tem tido e está tendo uma influência sobre os cristãos, até mesmo sobre os cristãos evangélicos que professam a fé na Bíblia. Por um curioso malabarismo de figuras, fazem uma soma de forma errada e ainda assim dizem obter a resposta correta. Isso parece fantástico, mas é verdade.

A ideia quanto a este mundo ser um lugar de lazer em vez de um campo de batalha tem sido acatada praticamente pela grande maioria dos cristãos fundamentalistas. Eles podem respondei" com evasivas quando diretamente questionados quanto à sua posição, mas a conduta deles os denuncia. Eles estão querendo percorrer dois caminhos, desfrutar Cristo e o mundo, e com muita alegria dizem a todos que receber Jesus não requer que renunciem ao seu divertimento - o Cristianismo seria apenas a coisa mais divertida que se possa imaginar. O "culto" decorrente de tal visão da vida acha-se tão deslocado de seu centro como a própria visão em si mesma um tipo de casa de diversões noturna santificada, sem a champanhe e sem os bêbados de colarinho.

Tudo isso chegou a um ponto que se tornou algo muito sério, de forma que agora todos os cristãos têm a obrigação de reexaminar a sua filosofia de vida à luz da Bíblia. Com a descoberta do caminho que é bíblico, devem ir por ele, mesmo que, para isso, tenham de se desligar de muitas coisas que tinham aceitado como verdadeiras, mas que agora, à luz da verdade, tenham se mostrado serem falsas.

Uma visão correta de Deus e do mundo futuro requer que tenhamos uma visão certa do mundo em que vivemos e do nosso relacionamento em relação a ele. São tantas coisas que dependem disso que não podemos nos descuidar a esse respeito.

A. W. Tozer
In: Este mundo: lugar de lazer ou campo de batalha?
quinta-feira, 8 de março de 2012
Quando eu digo a palavra “teologia” qual imagem assustadora percorre a sua mente? Um homem magro com uma longa barba branca e uma voz monótona falando repetidamente palavras que você não entende? Ou um grupo de pessoas discutindo, aparentemente, sobre nada além de semântica? Ou um livro que você sabe que provavelmente deveria ler, mas cada tentativa resulta em narcolepsia*?

Deixe-me pintar uma diferente imagem para você: uma mulher sentada aos pés de seu Salvador, descobrindo o maior amor da vida dela; o que Ele gosta e o que não gosta; aprofundando-se em quem Ele é; deleitando-se em cada aspecto de Seu bonito e impressionante caráter. Isso, minhas irmãs, é o que a teologia é. A teologia contempla Deus, descobre o Deus com quem você se comprometeu. Como mulheres, nós estudamos e queremos conhecimento íntimo sobre aqueles que amamos, sobre aqueles com quem temos um relacionamento. Por que fugimos ou esnobamos o conhecimento sobre Aquele que nos conhece plenamente?

A teologia contempla Deus. Por que fugimos ou esnobamos o conhecimento sobre Aquele que nos conhece plenamente? 
Teologia não é apenas uma palavra assustadora. Teologia, conhecer Deus, é o que vai te manter firme quando as provações chegarem. Se você tem uma ideia falsa sobre Deus, você não será capaz de entender porque Ele permitiu que sofrimento e dor invadissem sua vida.

Aqui está um exemplo de quando fui sustentada pela teologia que eu já tinha aprendido: quando meu filho mais velho tinha sete anos, ele foi internado no Hospital Infantil por estar com uma febre muito alta e um caroço estranho no pescoço. Parecia que ele tinha empurrado uma laranja pela orelha e ela tinha ficado alojada na sua garganta. Passamos noites e noites com os médicos fazendo milhões de exames e tentando descobrir o que tinha acontecido com o meu querido bebê. A única esperança que eu tinha durante aquele tempo de incerteza era que conhecia o meu Deus. Eu sabia que Ele era amoroso, poderoso e soberano. Eu sabia que Ele não iria permitir que algo acontecesse na minha vida se não fosse para o bem da minha família e para a Sua glória. Eu não sabia como que se desenvolveriam as circunstâncias, não sabia se meu filho ficaria bem, mas estava absolutamente confiante a cerca do caráter de Deus.

Teologia não é chato ou irrelevante. Ela é completa, rica e linda. Quanto mais você conhece Deus e estuda sobre Ele, mais profundamente seu amor por Ele irá crescer. Quanto mais você O conhece, mais você ficará grata pelo que Ele fez por você. Nosso imenso, onisciente e onipresente Deus escolheu amar você. Ele deu Seu filho para morrer por você. Ele nos deu o Espírito Santo para nos ajudar a entendê-Lo melhor.

Quanto mais você conhece Deus e estuda sobre Ele, mais profundamente seu amor por Ele irá crescer. 
Uma doutrina teológica trará riqueza para o seu relacionamento com seu Pai Celeste. Ter certeza sobre o que você crê e no porque que você crê irá cultivar afeição por seu Salvador. Orar pedindo para ser capaz de compreender as riquezas da plenitude de Sua graça fará seu cristianismo vibrante, inatacável nos momentos de provação.

A verdade da questão é que mesmo que você diga que teologia não importa e que você não quer se preocupar com isso, você está fazendo uma afirmação sobre Deus. A afirmação é: “O caráter dELe não é digno do meu tempo ou da minha energia”.

Irmãs, deixem o leite de lado, peguem suas facas e garfos e mergulhem na refeição do Criador. Não tenha medo da teologia, não deixem apenas os homens fazerem esse trabalho. Estude sobre quem Ele é, o que Ele revelou sobre Ele na bíblia. Estude o que Ele diz sobre você. Fique deslumbrada pela maravilha do Seu imenso amor e veja como aquele conhecimento irá revolucionar tudo na sua vida.

“Grandes são as obras do SENHOR, consideradas por todos os que nelas se comprazem” (Sl. 111.2)

*Narcolepsia: necessidade passageira, porém, irresistível, de dormir. 

Jessica Thompson
Traduzido por Fernanda Vilela

A propósito do tema, leia também Mulher e Teologia: uma mistura graciosa.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Refletindo o pensamento básico dos reformadores, o evangelicalismo afirma a ideia da substituição penal para explicar o significado da morte de Cristo. Declara que Cristo suportou em nosso lugar a total penalidade que deveríamos pagar. Ou seja, sua morte foi vicária, totalmente em favor dos outros. Significa que Ele sofreu, não meramente para nosso benefício ou vantagem, mas em nosso lugar (gr. anti - "ao invés de", como em Mc 10.45 e 2 Co 5.14).

O Novo Testamento jamais emprega a expressão "substituição penal", mas de todas as teorias esta parece representar mais adequadamente os ensinos da Bíblia. Leva a sério a Bíblia, que retrata a santidade e a justiça de Deus expressa na sua ira judicial. Considera plenamente o que a Bíblia diz a respeito de nossa depravação e a consequente incapacidade de nos salvarmos. Aceita literalmente as declarações que dizem tipologicamente (no sistema sacrificial), profeticamente (nas predições diretas) e historicamente (no registro do Novo Testamento) que Cristo "tomou o nosso lugar".

Devemos expressar com cuidado esta opinião, porque nem todos concordam com a teoria da substituição penal. Podemos responder a algumas objeções, como as seguintes:

1. Sendo que o pecado não é externo, pode ser transferido de uma pessoa para outra? Fazer assim seria, na realidade, imoral. Entenda-se, porém, que não se trata de uma transferência mecânica de pecados, mas da identificação (a raça pecaminosa) que Cristo assumiu conosco, e diminuir-se-á a intensidade da objeção. Cristo tornou-se igual a nós, mas sem pecado. Seria possível, então, dizer também que é imoral a transferência da justiça de Cristo a nós? Precisamos compreender que Deus é o sacrifício. Em Jesus, Deus assumiu a culpa e suportou a penalidade.

2. A teoria da substituição penal subentende um conflito na Deidade: Cristo, Salvador amoroso, precisa arrancar o perdão do punho cerrado de um Pai irado, cuja justiça está acima do seu amor. A verdade, porém, é que as Escrituras claramente excluem essa dupla objeção. O Pai amou tanto ao mundo que enviou o Filho. João diz: "Nisto está a caridade: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados" (1 Jo 4.10). João 3.36 diz: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece". O amor e a ira aparecem juntos com relação ao envio de Jesus a Terra. Nenhuma dessas qualidades aparece acima da outra.

3. A teoria da substituição minimiza a livre graça de Deus ao sugerir que Ele não perdoaria, e realmente não poderia perdoar, a não ser que fosse aplacado por um sacrifício. Embora haja nesta objeção alguma verdade, é falha por não reconhecer que a obra expiadora de Cristo é o próprio perdão de Deus, onde Ele demonstra que é perdoador e que realmente perdoa. Os que levantam objeções à teoria da substituição penal precisam reconhecer as implicações de semelhante decisão. Quem realmente suporta a penalidade pelo pecado: Cristo ou nós? Precisamos decidir entre os dois caminhos da redenção. O Cristianismo é uma religião de redenção? Se não for, onde está a nossa esperança? Caso afirmativo, fica implícita a substituição.

Daniel B. Pecota
In: Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal
terça-feira, 6 de março de 2012
Atualmente, as nações do Ocidente estão quebradas, quebradas financeira, moral e espiritualmente. Se tivéssemos a metade da espiritualidade que achamos que temos, iríamos à casa de Deus em pano de saco com um punhado de cinzas para ungir nossas cabeças indignas. 

Porém, preferimos brincar de igreja. Ainda temos prazer em pregações rasas e oferecemos orações mais rasas ainda. Nosso pano de saco e cinzas seriam menos notáveis do que quando Isaías andou despido e descalço (como escravo) por três anos como sinal. 

Jeremias lamentou o pecado do povo. Sua recriminação da iniquidade deles lhe custou um tempo na prisão, no tronco e no fundo de um poço de lama. Mas ele sabia que não valia a pena dizer “paz, paz”, quando não haveria paz. Só ele sabia como seria o iminente juízo de Deus sobre a nação. Precisou permanecer sozinho por causa da ira de Deus (Jr 15.17). 

Que Deus nos dê homens que esperem no Senhor, que ouçam sua voz, que recebam um batismo de poder do alto e a autoridade de entregar a mensagem divina a uma igreja doente e um mundo moribundo. 

Temos batalhado na carne por tempo demais. Temos interpretado o sucesso em termos de ganho material – prédios maiores para nossas igrejas, multidões maiores para nos ouvir, ofertas maiores como provas do favor divino. Há muito, temos pregadores fracos – que Deus nos dê gigantes! Tivemos muitos promotores de vendas; que o Senhor nos dê avivalistas. Temos feito o evangelismo com centenas de truques: que Deus nos dê, nesta hora escura da História humana, alguns João Batistas para arder e brilhar, alguns homens como Knox que digam: “Dá-me Escócia, ou Inglaterra, ou Brasil, senão eu morro!”

Leonard Ravenhill, 1907-1994
domingo, 4 de março de 2012
Jesus Cristo foi feito o Mediador de um pacto novo e perpétuo da Graça, entre Deus e o homem, sendo para sempre, de maneira perfeita e plena, o Profeta, Sacerdote e Rei da Igreja de Deus.


Artigo 10
Primeira Confissão Londrina, 1642/44

quinta-feira, 1 de março de 2012

Na década de 1980, o Brasil passou a ser chamado de “celeiro de missões” por estudiosos que percebiam o potencial do país. Juntamente com outras nações emergentes, foi chamado de NPE (Novo País Enviador) juntamente com países como Coreia do Sul, Cingapura e Filipinas. De acordo com Todd Johnson, diretor do Centro para o Estudo do Cristianismo Global do Seminário Teológico Gordon-Conwell, que estuda o avanço do cristianismo, o Brasil já se tornou o segundo país que mais envia missionários para o exterior. Dos 400.000 missionários globais enviados para países estrangeiros em 2010, o Brasil enviou 34.000. Ficou apenas atrás dos Estados Unidos, que enviou 127.000. As estatísticas foram apresentadas por Todd Johnson este mês. Curiosamente, apesar de os Estados Unidos serem o país que mais envia missionários ao exterior, também é o país que mais recebe missionários estrangeiros. Cerca de 32.400 obreiros cristãos foram enviados para lá e a maioria veio justamente do Brasil.

O crescimento no envolvimento missionário do Brasil está relacionado com a “explosão” dos evangélicos nos últimos 30 anos. O país tem a segunda maior população protestante do mundo. Também abriga um grande número de organizações missionárias. A maior atualmente é a JOCUM (Jovens Com Uma Missão) que tem 16.000 missionários trabalhando em cerca de 150 países. A história missionária moderna começou na Inglaterra, em 1972, quando William Carrey foi para a Índia. Duas décadas depois, Adoniram Judson e sua esposa Ann Hasseltine Judson chegaram a Mianmar (antiga Birmânia). No Brasil, os primeiros missionários enviados para o exterior foram para Portugal, cerca de 100 anos atrás.

De acordo com Dana Robert, autor do livro “Missão cristã: Como o cristianismo se tornou uma religião mundial”, até o ano 2000 cerca de dois terços dos cristãos eram originários de países onde os missionários ocidentais trabalharam um século antes. Robert acrescentou que nas últimas décadas houve uma explosão de interesse no trabalho missionário entre os cristãos da Ásia, África e América Latina. O autor acredita que o trabalho voluntário missionário aumentou devido à globalização das comunicações e transportes, e através do que agora pode ser feito pela Internet. “Hoje, alguém sentado em casa com um computador e conexão à Internet pode praticamente se definir como missionário”, disse Robert.

Fonte: Com informações Christian Post