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terça-feira, 20 de março de 2012
Esta, no entanto, não é uma era de oração; poucos se dedicam a isso. A oração é menosprezada por pregador e sacerdote. Nesses dias de correria e pressão, as pessoas não querem tirar tempo para orar. Há pregadores que “fazem orações” como uma parte do seu programa, em ocasiões regulares ou oficiais, mas “ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenha” (Is 64.7). Quem ora como Jacó – até ser coroado como príncipe e intercessor perseverante? Quem ora como Elias – até que todas as forças bloqueadas da natureza sejam abertas e a terra castigada e faminta floresça como o jardim de Deus? Quem ora como Jesus que saiu para o monte e permaneceu toda a “noite orando a Deus” (Lc 6.12)?
Os apóstolos se consagraram à oração (At 6.4). Não há nada mais difícil do que levar as pessoas e, até mesmo, os pregadores a fazerem isso. Alguns até doam seu dinheiro – alguns em abundância –, mas não querem “entregar-se” à oração. Há muitos pregadores que são capazes de dar grandes discursos, com muita eloquência, sobre a necessidade de avivamento e da expansão do Reino de Deus –, mas pouquíssimos estão dispostos a fazer aquilo sem o qual toda pregação e todo planejamento serão menos do que inúteis: ORAR. Está fora de moda, uma arte quase perdida, e o maior benfeitor que a nossa geração poderia ter seria um homem [ou um ministério] que trouxesse os pregadores e a Igreja de volta à oração.
Isto afirmamos como o nosso mais sóbrio juízo: a grande necessidade da Igreja nesta era – e em todas as épocas – é de homens de tal convicção, de tal santidade sem mancha, de tal vigor espiritual e zelo apaixonado que suas orações, sua fé, sua vida e seu ministério sejam tão radicais e agressivos que produzam revoluções espirituais, que marquem época em vidas individuais e na Igreja.
Não estamos falando de homens que produzem agitações sensacionalistas por meio de estratégias originais, nem que atraem multidões por meio de entretenimento agradável; estamos nos referindo a homens que possam trazer despertamento e produzir revoluções pela pregação da Palavra de Deus e pelo poder do Espírito Santo, revoluções que transformem toda a corrente e a direção dos acontecimentos.
Capacidade natural e vantagens de estudo ou cultura não figuram como fatores nessa questão, mas capacidade de fé, capacidade de orar, o poder da consagração total, a habilidade de diminuir ou ignorar a si mesmo, uma absoluta perda do "eu" na glória de Deus e uma constante e insaciável busca e aspiração por toda a plenitude de Deus. Homens assim podem inflamar a Igreja para Deus, não de uma maneira barulhenta e ostentosa, mas com um intenso e silencioso calor que derrete e move todas as coisas para Deus.
Deus pode operar maravilhas – se puder encontrar os homens certos. Os homens podem operar maravilhas – se puderem conhecer a Deus e ser guiados por ele. O pleno revestimento do Espírito, que transtornou o mundo no tempo da igreja primitiva, é essencial também nestes últimos dias. Homens que sejam usados por Deus para alvoroçar poderosamente o estado das coisas para Deus, que tragam revoluções espirituais para mudar todo o aspecto das coisas são a maior necessidade da Igreja em todo o mundo.
Edward McKendree Bounds (1835-1913)
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