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domingo, 31 de janeiro de 2010
As Fontes da Incredulidade e da Fé

A causa ou a responsabilidade por esta incredulidade, assim como por todos os outros pecados, não está de modo algum em Deus, mas no homem. A Fé em Jesus Cristo, entretanto, e a salvação através dele são um dom gratuito de Deus. Como dizem as Escrituras: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus (Ef 2:8). Do mesmo modo: Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo... crer nele (Fl 1:29).

Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência, Hb 4:6

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Ef 2:8

Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, Fl 1:29

Leia o primeiro artigo da série: 1. O direito de Deus de condenar todas as pessoas
Leia o artigo anterior: 4. Uma dupla resposta ao evangelho
Leia o próximo artigo da série: 6. Decreto eterno de Deus
sábado, 30 de janeiro de 2010
O pregador […] não é um profissional;
seu ministério não é uma profissão;
é uma instituição divina,
uma devoção divina. (E. M. Bounds)

Somos loucos por causa de Cristo,
mas os profissionais são sensatos;
somos fracos,
os profissionais, porém, são fortes.
Eles são sempre honrados,
mas ninguém nos respeita.
Não tentamos garantir um estilo de vida profissional;
antes, passamos fome, sede, nudez e falta de morada. (John Piper)

Nós, pastores, estamos sendo massacrados pela profissionalização do ministério pastoral. A mentalidade do profissional não é a mentalidade do profeta. Não é a mentalidade do escravo de Cristo. O profissionalismo não tem nada que ver com a essência e o cerne do ministério cristão. Quanto mais profissionais desejamos ser, mais morte espiritual deixaremos em nosso rastro. Pois não existe a versão profissional do “tornar-se como criança” (Mt 18.3); não existe compassividade profissional (Ef 4.32); não existem anseios profissionais por Deus (Sl 42.1).


No entanto, nossa primeira atividade deve ser ansiar por Deus em oração. Nossa atividade é chorar por nossos pecados (Tg 4.9). Por acaso existe choro profissional? Nossa atividade é prosseguir para o alvo para ganhar a santidade de Cristo e o prêmio do chamado soberano de Deus (Fp 3.14); esmurrar o corpo e o reduzir à escravidão para não sermos desqualificados (1Co 9.27); negarmos a nós mesmos e tomarmos a cruz ensanguentada todos os dias (Lc 9.23). Como é possível carregar uma cruz de modo profissional? Nós fomos crucificados com Cristo e vivemos pela fé naquele que nos amou e a si mesmo se deu por nós (Gl 2.20). O que seria, então, a fé profissional?

Não devemos nos encher de vinho, mas do Espírito (Ef 5.18). Nós somos os inebriados de Deus, loucos por Cristo. Como é possível se embriagar com Jesus profissionalmente? Então, maravilha das maravilhas, foi-nos concedido transportar o tesouro do evangelho em vasos de barro para que a excelência do poder seja de Deus (2Co 4.7). Existe um modo de ser um vaso de barro profissional?

De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus (profissionalmente?), para que a vida de Jesus também seja revelada (de forma profissional?) em nosso corpo (2Co 4.8-11). Porque me parece que Deus nos colocou a nós, pregadores, em último lugar no mundo. Somos loucos por causa de Cristo, mas os profissionais são sensatos; somos fracos, os profissionais, porém, são fortes. Eles são sempre honrados; mas ninguém nos respeita.

Não tentamos garantir um estilo de vida profissional; antes, passamos fome, sede, nudez e falta de morada. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos com amabilidade. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo (1Co 4.9-13). Temos mesmo?

Irmãos, nós não somos profissionais! Somos rejeitados. Somos estrangeiros e peregrinos no mundo (1Pe 2.11). A nossa cidadania está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador (Fp 3.20). Não se pode profissionalizar o amor por seu aparecimento sem matá-lo. E isso significa morrer.

Os objetivos de nosso ministério são eternos e espirituais. Eles não são compartilhados por nenhuma profissão. E é precisamente pela inabilidade de percebê-los que estamos morrendo. O pregador que concede vida é um homem de Deus, cujo coração está sempre sedento de Deus, cuja alma está sempre seguindo com afinco a Deus; cujos olhos estão fixos em Deus e em quem, pelo poder do Espírito de Deus, a carne e o mundo têm sido crucificados e seu ministério se apresenta como a corrente abundante de um rio doador de vida.

Decididamente, não fazemos parte de um grupo social com os mesmos objetivos dos outros profissionais. Os nossos alvos são um escândalo, são loucura (1Co 1.23). A profissionalização do ministério é uma constante ameaça à ofensa do evangelho. É uma ameaça à natureza profundamente espiritual do nosso trabalho. E tenho visto com frequência: que o amor do profissionalismo (em paridade com os profissionais do mundo) mata a crença do homem de ter sido enviado por Deus para salvar as pessoas do inferno e para torná-las glorificadores de Cristo, estrangeiros espirituais no mundo.

O mundo estabelece a agenda do homem profissional; Deus estabelece a agenda do homem espiritual. O vinho forte de Jesus Cristo rompe o odre do profissionalismo. Existe uma diferença infinita entre o pastor cujo coração se dedica a ser profissional e o pastor cujo coração deseja ser o aroma de Cristo, o cheiro de morte para uns e a fragrância de vida eterna para outros (2Co 2.15,16).

Ó Deus, livra-nos dos profissionalizantes! Livra-nos da mente pequena, controladora, idealizadora e do caráter manipulador em nosso meio.2 Deus, dá-nos lágrimas por nossos pecados. Perdoanos por sermos tão superficiais na oração, tão vagos na compreensão das verdades sagradas, tão insensíveis diante dos vizinhos que perecem, tão desprovidos de paixão e seriedade em nossas conversas.

Restaura-nos a alegria infantil pela nossa salvação. Dá-nos temor por meio do poder e da santidade assombrosos daquele que tem o poder de lançar corpo e alma no inferno (Mt 10.28). Ensina-nos a carregar a cruz com temor e tremor como a nossa árvore da vida cheia de esperança e ofensa. Não nos concedas nada, absolutamente nada, do que importa aos olhos do mundo. Que Cristo seja tudo em todos (Cl 3.11).

Elimina o profissionalismo de nosso meio, ó Deus, e em seu lugar dá-nos uma oração apaixonada, pobreza de espírito, fome de ti, estudo rigoroso das coisas sagradas, devoção fervorosa a Jesus Cristo, extrema indiferença diante de todo lucro material e o labor incessante para resgatar os que estão perecendo, aperfeiçoar os santos e glorificar nosso soberano Senhor.

Humilha-nos, ó Deus, sob tuas mãos poderosas, e levantanos não como profissionais, mas como testemunhas e participantes dos sofrimentos de Cristo. No maravilhoso nome dele. Amém.

John Piper
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade" 1Tm 2:4

A oração evangelística por todas as pessoas tem suas raízes no fato de que Deus deseja a salvação de todos as pessoas. Perece que Paulo está contrariando uma tendência exclusivista dos falsos mestres ou pelo menos a minimização da importância de evangelizar os gentios (junto com a ênfase sobre as leis judaicas). Esta declaração aparece de forma proeminete nas divergências teológicas sobre a extensão da expiação. Ela não pode ser entendida como sugerindo que todos serão salvos (universalismo), porque o restante da carta deixa claro que alguns não serão salvos (4:1; 5:24; 6:10 cf. Mt 25:30; 41; 46; Ap 14:9-11). Isso significa que Deus deseja algo (todas as pessoas sendo salvas) que Ele não pode cumprir? Tanto teólogos arminianos como calvinistas respondem que Deus "deseja" algo mais que a salvação universal. Arminianos defendem que o maior desejo de Deus é preservar a verdadeira liberdade humana (que é necessário para o amor verdadeiro) e, portanto, Ele deve permitir que alguns possam optar por rejeitar sua oferta de salvação. Os calvinistas defendem que o maior desejo de Deus é mostrar a gama completa de Sua glória (Rm 9:22-23), o que resulta na eleição, dependendo da liberdade de Sua misericórdia e não sobre a escolha humana (Rm 9:15-18). Não importando a forma como a pessoa compreende a extensão da expiação, esta passagem ensina claramente a oferta gratuita e universal do evangelho a todos os seres humanos; "deseja" mostra que esta oferta é uma expressão de boa-fé da vontade de Deus. "Venha ao conhecimento da verdade" destaca o aspecto cognitivo da conversão, ou seja, as pessoas devem vir a compreender as verdades fundamentais a fim de serem convertidas. "A verdade" ocorre muitas vezes nas pastorais como sinônimo para o evangelho (Cf 1Tm 3:15; 4:3; 2Tm 2:15,18,25; 3:7,8; 4:4; Tt 1:1,14).

ESV Study Bible On 1Tm 2:4
Tradução: Clóvis Gonçalves

Compare com minha posição, defendida em "Deus quer salvar a todos".
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cantar o evangelho juntos, como uma igreja integrada, forja a unidade em torno da doutrina e prática distintivamente cristãs. Nossas canções congregacionais funcionam como credos devocionais. Elas nos dão linguagem e oportunidade de encorajar uns aos outros na Palavra e convocar uns aos outros a louvar nosso único Salvador. Uma das funções mais importantes do canto congregacional é que ele ressalta a natureza corporativa da igreja e do ministério mútuo que nos edifica na unidade. Uma das razões por que nos reunimos todas as semanas é nos recordarmos que não estamos sozinhos em nossa confissão de Jesus Cristo e nossa convicção das verdades espirituais que sustentamos com tanta apreciação.


Que bênção é ouvir todos os membros da igreja cantando juntos, com todo o seu coração. Quando ouvimos os outros cantando as mesmas palavras, todos juntos, tanto há uma melodia comum como uma harmonia diversa que expressa a unidade e a diversidade do corpo da igreja local, de um modo que nos estimula a prosseguirmos juntos. Em nossa cultura excessivamente egoísta, o canto congregacional é um dos meios mais visíveis que estimulam uma ênfase especificamente corporativa em nossa adoração e vida como igreja local.

Outra função importante do canto congregacional é que ele ressalta a natureza participativa da adoração por meio da música. De um modo geral, a adoração é algo que não podemos fazer como espectadores. Romanos 12.1-2 retrata a adoração como algo ativo. Também é interessante observar que não temos nenhum exemplo de coros de igreja no Novo Testamento — a Bíblia nunca apresenta os crentes do Novo Testamento realizando uma adoração musical em que alguns crentes representavam os demais, por meio do canto realizado por uma pessoa ou um grupo. Pelo contrário, a adoração por meio da música é participativa — toda a igreja participa corporativamente da adoração a Deus, com um só coração e voz.

A Bíblia certamente nos convida a ouvir a Palavra de Deus e a responder-lhe. Mas esse tipo de ouvir é uma resposta específica a um método de comunicação ordenado por Deus — a pregação. No que diz respeito à adoração na forma de música, a Bíblia nos mostra os crentes se envolvendo, eles mesmos, em adoração — todos juntos. Isto não significa que solos e músicas especiais são necessariamente errados. Também não estamos negando que solos e músicas especiais podem comover espiritualmente aqueles que os ouvem. A questão é que tipo de adoração musical corporativa é apresentada como modelo no Novo Testamento e o que afirmamos sobre a adoração musical coletiva, se muitas de nossas canções são tocadas e cantadas por poucos, e não são todos que participam delas.

Uma dieta regular de apresentações de solistas e coros pode até causar o efeito involuntário de prejudicar a natureza participativa e corporativa de nossa música. As pessoas podem vir, gradualmente, a pensar na adoração em termos de observação passiva; e esse não é um modelo apresentado no Novo Testamento. Essa dieta pode também começar a obscurecer a linha de separação entre adoração e entretenimento, especialmente numa cultura encharcada por televisão como a nossa, na qual uma das mais insidiosas expectativas é ser entretido. É claro que esse obscurecimento não é algo proposital. Mas, no decorrer do tempo, o separar os “músicos, solistas ou coristas” do restante da congregação pode mudar sutilmente o foco de nossa atenção, de Deus para os músicos e seus talentos. E essa mudança é revelada por meio do aplaudir no final de uma apresentação. Quem é o beneficiário dos aplausos?

Se o que fazemos aos domingos de manhã é o culto público, então faz todo sentido que devemos ter preferência deliberada pelo canto congregacional — o canto que envolve a participação ativa de toda a congregação.

Quando cantamos juntos louvores a Deus, estamos reconhecendo a natureza corporativa da vida confessional da igreja. Ou seja, estamos afirmando corporativamente que confessamos a doutrina cristã e experimentamos a vida cristã junto com a nossa comunidade da aliança. Portanto, o canto congregacional é aplicável tanto ao aspecto corporativo como ao participativo de nossa adoração coletiva regular. Ele nos mantém afastados da armadilha do entretenimento por envolver todo os cristãos no louvor ativo a Deus, respondendo vocalmente à sua bondade e graça, com louvor e ação de graças audíveis.

Mark Dever
In: Música
Traduzido por: Wellington Ferreira
Revisão: Franklin Ferreira e Tiago Santos
Copyright: © Editora FIEL 2009.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A Bíblia de Estudo Dake é, sem dúvida, repleta de comentários questionáveis. Não é o material de leitura para jovens, novos convertidos ou ministros cristãos sem discernimento. Tem verdade apenas o suficiente para fazer o seu erro parece plausível e convincente. Ele certamente tem convencido uma série de pentecostais e neopentecostais contemporâneos. Ninguém diria que ele é singularmente responsável pela confusão teológica que estas igrejas estão cheias, mas nem ele deveria ser perdoado por sua parte. Muitas vezes, quando uma figura como Dake está morto, seu ensino se torna ainda mais poderoso e aceito. Homens e mulheres piedosos devem retornar para a simples Palavra de Deus de se desprender de figuras populares para fazer sua interpretação da verdade. A Bíblia irá interpretar a si mesmo se você: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (II Timóteo 2.15).

Joseph Chambers
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Não apaguem o Espírito. Não tratem com desprezo as profecias. (1Ts 5:19-20, NVI)

Os versículos 19-22 discutem a política apostólica para com a profecia. Paulo escreve, “não tratem com desprezo as profecias”, mas ele diz aos cristãos para por “à prova todas as coisas”.

Cessacionismo é a falsa doutrina que as manifestações de concessões miraculosas tais como aquelas listadas em 1 Coríntios 12 cessaram desde os dias dos apóstolos e a finalização da Bíblia. Embora não exista nenhuma evidência bíblica para essa posição, um motivo principal para essa invenção é assegurar a suficiência da Escritura e a finalidade (completação) da Escritura. Contudo, tem sido mostrado que a continuação das manifestações miraculosas de fato não contradiz essas duas doutrinas, nem as coloca em risco.(1) Dessa forma, o cessacionismo é tanto antibíblico como desnecessário.


Mais que isso: o cessacionismo é também perverso e perigoso. Isso porque se o cessacionismo é falso, então aqueles que advogam essa doutrina estão pregando rebelião contra o Senhor.

A Bíblia ordena aos cristãos: “Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia” (1 Coríntios 14.1). Se o cessacionismo é correto, mas não sabemos isso, então ainda poderíamos obedecer com segurança essa instrução, embora não receberíamos o que desejamos. Isto é, se a profecia cessou, mas penso que ela ainda continua, então eu ainda poderia desejar o
dom de profecia de acordo com este mandamento, mas não receberei o dom de profecia. Nenhum dano é feito.(2)

Por outro lado, visto que o cessacionista ensina que a profecia cessou, então embora a Bíblia diga “busquem os dons espirituais”, ele não desejará os dons espirituais, visto que os dons espirituais não estão mais em operação, e aqueles dons que as pessoas pensam ter são necessariamente falsos. Isso também se aplica à profecia em particular.

Assim, embora Paulo diga, “não tratem com desprezo as profecias”, o cessacionista deve tratar todas as profecias com desprezo, visto que ele crê que a profecia cessou, de forma que todas as profecias hoje são falsas. Sua visão para com a profecia deve ser “rejeitar todas as coisas”, em vezes de por “à prova todas as coisas”. Mas novamente, se o cessacionismo é falso, então essa pessoa estaria pregando rebelião contra os mandamentos bíblicos de desejar e provar as manifestações espirituais.

Visto que os mandamentos “busquem os dons espirituais”, “não tratem com desprezo as profecias”, e “ponham à prova todas as coisas” são revelados por autoridade divina e infalível, o cessacionista deve apresentar um argumento infalível para torná-los inaplicáveis hoje. Se não pode fornecer isso, mas ainda advoga o cessacionismo em face desses mandamentos bíblicos explícitos, então não é óbvio que ele tem condenado a si mesmo diante de Deus, mesmo que esta pessoa esteja correta que os dons cessaram? Nenhum cristão deveria ousar seguir tal pessoa ou crer em sua doutrina. Se uma pessoa prega o cessacionismo, mas não pode prová-lo – se não pode fornecer um argumento infalível para ele (visto que o mandamento para buscar as manifestações espirituais é claro e infalível), então isso significa que ele conscientemente prega rebelião contra alguns dos mandamentos claros da Bíblia. Por que, então, ele não deveria ser removido do ministério, ou mesmo excomungado da igreja?

Visto que os argumentos para o cessacionismo são forçosos e frágeis, e visto que a doutrina apresenta um perigo tão grande, é melhor acreditar na Bíblia como ela está escrita, e obedecer aos seus mandamentos como estes estão declarados – isto é, “busquem os dons espirituais” e “ponham à prova todas as coisas”. Essa posição é fiel às declarações diretas da Escritura, mas requer resistência corajosa aos argumentos falaciosos, intimidações acadêmicas e tradições eclesiásticas.

Inerente nesta abordagem bíblica está a proteção contra os fanáticos neo-pentecostais e os milagres falsos. A Bíblia nos instrui a por “à prova todas as coisas”, e visto que isso é suficiente, ela é capaz de expor os milagres falsificados e as profecias falsas. A resposta não é afirmar que os dons cessaram, mas seguir as instruções que a Bíblia já deu sobre o assunto. Essa posição, que deveríamos seguir o que a Escritura diz, nos ofereceria proteção perfeita, mesmo que o cessacionismo fosse correto. Se a profecia de fato cessou, então qualquer profecia hoje é falsa. Visto que a Bíblia é uma revelação suficiente, a informação nela nos capacitará a por “à prova todas as coisas”, de forma que qualquer suposta profecia hoje ou será testada, e encontrando-se falsa, será condenada, ou se o conteúdo é tal que a torna intestável, será ignorada.

O cessacionismo nos ensina a abandonar alguns mandamentos divinos sem garantia divina, e dessa forma prega rebelião, mas a posição que deveríamos obedecer tanto “busquem os dons espirituais” como “ponham à prova todas as coisas” prega obediência ao Senhor, e é ao mesmo tempo capaz de se proteger contra todo engano. Não existe nenhum perigo em desejar dons espirituais, conquanto também testemos todas as coisas – se todas as manifestações espirituais são falsas, então exporemos todas elas como falsas quando as testarmos, e assim consideraremos todas elas como falsas. Uma pessoa que faz isso não está em perigo de incorrer em julgamento.

(1) Veja Don Codling, Sola Scriptura and the Revelatory Gifts (Sentinel Press, 2005).
(2) Se a profecia cessou, mas penso que continua, eu desejarei a mesma e falharei em receber, e então é possível que eu pense que a tenha recebido (e isso é possível porque eu falsamente penso que ela continua) e passe a profetizar. Isso seria uma falsa profecia. Há de fato dano nisso, mas o problema não está em pensar que a profecia continua, mas em pensar que eu tenho o dom quando não o tenho. Assim, essa é uma questão relacionada, mas separada, e é abordada pela instrução de Paulo, isto é, testando-se a suposta profecia, e não imposto a doutrina antibíblica do cessacionismo.

Vincent Cheung
PO Box 15662, Boston, MA 02215, USA
http://www.vincentcheung.com

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto (Março/2009)
www.monergismo.com
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

- Um caminhão de medicamentos foi entregue na terça-feira (19) pelo presidente da Visão Mundial Estados Unidos, Richard Stearns, no Hospital de l’Espoir, ou Hospital Hope. Entre os donativos estavam ataduras, vacinas anti tétano e materiais para o tratamento de ossos quebrados. Segundo Stearns, o hospital tinha uma aparência chocante. “Eu realmente senti que poderíamos estar em uma zona de guerra. Lá havia pacientes em pátios nos corredores e em salas de espera. Obviamente, pessoas machucadas com ataduras ensangüentadas, tipóias e etc”, disse.

- A Visão Mundial já está trabalhando no Haiti há 30 anos e já ajudou mais de 300.000 pessoas.

- Cerca de 18 mil kg em donativos já distribuídos pela Visão Mundial. Entre eles estavam telas impermeáveis para a construção de abrigos provisórios, cobertores, artigos de higiene, utensílios de cozinha, kits de água e roupa. Os artigos chegaram ao local em um avião.

- 51 dos 355 colaboradores da Visão Mundial na República Dominicana foram disponibilizados para se dedicar 100% à ação de resposta à emergência no Haiti. Além deles, colaboradores da própria Visão Mundial Haiti e de outros países no mundo estão trabalhando na ação.


Foto: funcionários do hospital oram agradecendo a chegada de donativos.
Fonte: http://www.visaomundial.org.br

Para ajudar a Visão Mundial ajudar os haitianos:

Bradesco (Ag.: 3206-9 / CC: 461666-9)
e
Banco do Brasil (Ag.: 0007-8 / CC: 16423-2)
CNPJ: 18732628/0001-47

Importante: após fazer sua doação por depósito, ligue para 0800 70 70 374 e informe os dados do depósito, para conferência e para receber relatório das ações da Visão Mundial.



Gianna Jessen não pode ficar calada e desistir não é uma opção para ela. Ela tem o "dom" da paralisia cerebral (palavras dela). Ela pesava menos de um quilo quando nasceu e os médicos disseram que ela nunca poderia sustentar a cabeça, engatinhar e muito menos andar. Ela começou a andar com três anos, com a ajuda de muletas e um andador... e hoje corre maratonas! Ela manca ligeiramente ao andar, às vezes cai, mas já completou duas maratonas e pretende correr outras em várias lugares. Nada mal para quem jamais andaria!


Gianna foi entregue a uma orfanato, uma casa de caridade de uma mulher chamada Penny no começo de sua vida. Penny foi mãe de mais de 56 crianças em sua vida. Mais tarde a filha de Penny adotou Gianna. Segundo ela, Penny salvou a sua vida.


Gianna é cristã. Reconhece que sua vida lhe foi dada pela graça de Deus. Pois se ela não podia andar, o mais milagroso ainda é que ela não poderia estar viva. Sua mãe biológica tinha 17 anos quando fez um aborto salino no terceiro trimestre. Após ser queimada viva por aproximadamente 18 horas no útero por uma solução salina, Gianna saiu viva de uma clínica de aborto do condado de Los Angeles. Seu registro médico atesta "nascida durante uma aborto salino"... esta é a causa de sua paralisia cerebral.


Nos videos abaixo, que tomei conhecimento através do blog do pastor Ciro Zibordi, ela na Autrália, durante o debate sobre a legalização do aborto no Estado de Victoria. Se você não acredita na providência divina na vida de seus filhos, mudará de idéia ao ouvir o testemunho dela.


Primeira parte





Segunda parte





Site da Gianna Jessen, onde poderá ouvi-la cantando.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Uma Dupla Resposta ao Evangelho

A ira de Deus permanece sobre aqueles que não crêem no Evangelho. Mas aqueles que o aceitam e abraçam a Jesus, o Salvador, com uma fé viva e verdadeira, [estes] são libertos através dele da ira de Deus e da destruição, e recebem o dom da vida eterna.

Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece. Jo 3:36

Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. Mc 16:16

Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós, Rm 10:9

Leia o primeiro artigo da série: 1. O direito de Deus de condenar todas as pessoas
Leia o artigo anterior: 3. A pregação do evangelho
Leia o próximo artigo da série: 4. As fontes da incredulidade e da fé
sábado, 23 de janeiro de 2010

“Pastor, por favor, envie um pedido a todas as igrejas do Brasil. Nossas casas, igrejas, hospitais e escolas estão todos destruídos. Não temos internet, água, eletricidade, comida, roupas e medicamentos. Nossas famílias estão passando por dificuldades. Nossos pastores, nossos amigos, nossos irmãos, por favor, nos ajudem” (Jonathan Joseph, pastor haitiano, através de mensagem de celular - a JMM tem como encaminhar ajuda).

Mais uma vez volto a tocar no assunto da ajuda ao Haiti. Quero e vou ser repetitivo. Nossas discussões teológicas sobre se Deus decretou ou apenas sabia do terremoto; se queria ou podia evitá-lo, podem ficar para depois. Agora é preciso ajudar as vítimas do desastre. Agora e por muito tempo, pois não será fácil reconstruir o que já estava destruído antes do terremoto.

Li que Angelina Jolie e Brad Pitt doaram um milhão de dólares para uma organização que está prestando ajuda aos haitianos. É fácil agora pensar que eles tem dinheiro saindo pelo ladrão e podem aparecer fazendo grandes doações. Mas é bom lembrar que tem pastores por aí comprando jatos sem nenhum constrangimento, gastando mais de 10 vezes este valor. E nós, que não podemos doar nada parecido com a oferta do casal hollyoodiano, menos ainda economizar o dinheiro de um jatinho para dar suporte às organizações que estão trabalhando no país, podemos fazer um pouco. Quem sabe se cada um ajudar um pouquinho somamos mais um milhão, ou quem sabe, doze?

A maioria de nós, mesmo se quisesse, não poderia estar lá. Mas outros estão. Compatriotas nossos morreram ajudando o Haiti. Podemos pelo menos, ajudar quem está ajudando o Haiti. Segue uma lista de organizações que estão trabalhando no Haiti, ou estão arrecandando recursos para ajudar. Escolha a que mais se alinha à sua filosofia, religião, teologia, enfim, por falta de organização humanitária é que você não ficará sem ajudar.



Unicef


JMM


Apaggão evangelico


24 fatos notaveis de Spurgeonl



Confisão fe


Christian Metal Freak


Rescue


Medical Corps


Médicos sem Fronteiras


Mercy Corps


Oxfam


Parner in Health


Samaritan's Purse


Save the Children


Unicef



(Post atualizado em 24/01/2010 às 17:40h)
(Quer reproduzir esta postagem em seu blog? Pegue o arquivo html Aqui)

Não vamos consumir todas as nossas energias discutindo sobre a Palavra de Deus. Em vez disso, vamos começar a usá-la. Ela comprovará sua origem divina por meio do poder divino. Vamos proclamá-la no mundo! Quem dera todos os missionários cristãos e evangelistas proclamassem o evangelho bíblico com fi delidade e sensibilidade e cada pregador cristão fosse um expositor fi el da Palavra de Deus! Então Deus demonstraria seu poder salvador.

Sem a Bíblia, a evangelização do mundo é impossível, pois sem ela não temos nenhum evangelho para levar às nações, nenhuma garantia para oferecer, nenhuma ideia de como fazer a tarefa e nenhuma esperança de sucesso. É a Bíblia que nos dá o mandato, a mensagem, o modelo e o poder de que precisamos para a evangelização do mundo.

Portanto, vamos nos apoderar dela outra vez, por intermédio do estudo e da meditação diligentes. Vamos dar atenção aos seus mandamentos, captar sua mensagem, seguir sua orientação e confi ar em seu poder. Vamos levantar nossa voz e tornar a Palavra conhecida.

John R. W. Stott
In: Perspectivas no movimento cristão mundial, Vida Nova
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ato eterno e insondável de Deus, pelo qual, em sua soberana vontade, ele escolheu:

uma família

Tu és o Senhor, o Deus, que elegeste a Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão, Ne 9:7
uma nação



Agora, pois, pergunta aos tempos passados, que te precederam desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, desde uma extremidade do céu até à outra, se sucedeu jamais coisa tão grande como esta, ou se jamais se ouviu coisa como esta? Ou se algum povo ouviu a voz de Deus falando do meio do fogo, como tu a ouviste, e ficou vivo? Ou se Deus intentou ir tomar para si um povo do meio de outro povo com provas, com sinais, e com milagres, e com peleja, e com mão forte, e com braço estendido, e com grandes espantos, conforme a tudo quanto o SENHOR vosso Deus vos fez no Egito aos vossos olhos? A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há senão ele. Desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo. E, porquanto amou teus pais, e escolheu a sua descendência depois deles, te tirou do Egito diante de si, com a sua grande força. Para lançar fora de diante de ti nações maiores e mais poderosas do que tu, para te introduzir e te dar a sua terra por herança, como neste dia se vê. Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o SENHOR é Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há. E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno hoje para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, e para que prolongues os dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá para todo o sempre, Dt 4.32-40
ou um indivíduo

Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus, 1Ts 1.4
sem nenhum merecimento por parte deles

Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Rm 9.11
para, por meio de Jesus Cristo

Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, Ef 1.4
receberem a graça da salvação

Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra, Rm 11.5-6
e realizarem a sua vontade neste mundo

Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo, Is 41.8

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, Cl 3.12

Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas, 1Pe 1.2

Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis, 2Pe 1.10
Dicionário Bíblico de Almeida
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Ó Tu, Fonte de Amor! Tu, de fato, pareces tão ciumento da salvação que comprastes, que, realmente, preferes o pecador ao justo! O pobre pecador contempla a si mesmo, miserável e vil, de tal forma que é constrangido a detestar a si mesmo, e considerar seu estado tão horrível, que se lança em desespero para os braços de seu Salvador e mergulha para dentro da fonte da cura, saindo "branco como a lã". Então, perplexo, revendo o seu estado desordenado, transborda de amor por Ele que, sendo o único que tem o poder, teve também a compaixão de salvá-lo – o excesso do seu amor é proporcional à enormidade dos seus crimes e a plenitude da sua gratidão, à extensão do débito cancelado.



O justo aos próprios olhos, confiando nas muitas obras que ele imagina ter realizado, parece possuir a salvação em suas próprias mãos, considerando os Céus como uma justa recompensa aos seus méritos. No amargor do seu zelo, exclama contra todos os pecadores e representa os portões da misericórdia como trancados contra eles, e o Céu como um lugar ao qual eles não podem ter nenhum direito. Que necessidade tem o justo aos próprios olhos de um Salvador? Eles já estão encarregados com o fardo dos próprios méritos. Ó, quanto tempo eles carregam a carga da lisonja, enquanto os pecadores, despojados de tudo, voam rapidamente com as asas da fé e amor para os braços do seu Salvador, que graciosamente outorga sobre eles aquilo que gratuitamente prometeu!"

Madame Jeanne Guyon
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


Era quase meia-noite de terça-feira quando Lucimeri Regina Pereira ligou do Haiti para a mãe que mora no Paranaguamirim, em Joinville. Dona Noemi levou um susto. A filha explicava que havia acontecido um terremoto, mas o local onde estava não tinha sido atingido.

A joinvilense Lucimeri é missionária da Igreja Evangélica Assembleia de Deus e está há 10 anos no Haiti. Os familiares de Lucimeri em Joinville passaram o dia atrá de informações. Evangélicos de Santa Catarina acompanham o trabalho da missionária há uma década, desde que ela saiu da cidade, em 2000, para trabalhar em um projeto de alfabetização de crianças haitianas.



O vice-diretor do Departamento de Missões Siloé, ligado à Assembléia de Deus, Rangel Elias, diz que há oito anos o departamento ajuda Lucimeri no seu projeto, que é estruturar escolas dentro de igrejas evangélicas.

— De dia é escola e à noite é Igreja. São 40 escolas em oito estados. Lucimeri coordena todo esse projeto — diz.

Nesta terça, a mãe da missionária estava preocupada. Passou o dia fazendo orações pela filha. Quando ela ligou do Haiti, as pernas de Noemi começaram a tremer. Ela não sabia do terremoto e nem tinha ligado a televisão.

— Ela disse que só sentiu um tremor, mas na área onde estava não houve estragos — conta a mãe.

Lucimeri mora na cidade de Cabo Haitiano, uma região que fica na região Norte do País. A família ainda tem poucas informações. A comunicação no Haiti é difícil, principalmente depois dos estragos provocados na capital Porto Príncipe.

Na página de Lucimeri no Orkut amigos mandam mensagens, mas nenhuma foi respondida.

Marcos Aurélio Braga
"Nesta definição de Providência Divina, eu de forma alguma a privo de qualquer partícula daquelas propriedades que concordam ou pertencem a ela; mas eu declaro que ela preserva, regula, governa e dirige todas as coisas e que nada no mundo acontece acidentalmente ou por acaso. Além disto, eu coloco em sujeição à Providência Divina tanto o livre-arbítrio quanto até mesmo as ações de uma criatura racional, de modo que nada pode ser feito sem a vontade de Deus, nem mesmo as que são feitas em oposição a ela , somente devemos observar uma distinção entre as boas e as más ações, ao dizer, que "Deus tanto deseja e executa boas ações," quanto que "Ele apenas livremente permite as que são más." Além disto ainda, eu muito prontamente admito, que até mesmo todas as ações, sejam quais forem, relativas ao mal, que possam possivelmente ser imaginadas ou criadas, podem ser atribuídas ao Emprego da Divina Providência, tendo apenas um cuidado, "não concluir deste reconhecimento que Deus seja a causa do pecado."

Quem disse as palavras acima foi:

(   ) Agostinho
(   ) João Calvino
(   ) Jacó Armínio
(   ) John Wesley

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


"Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração" At 8:36-37

Antes de mais nada, o que é um credobatista? É uma pessoa que crê que o batismo deve se realizado apenas em pessoas crentes, em termos práticos, que fizeram confissão de fé. Difere do batismo de adulto por não estabelecer uma idade mínima para realização do batismo e  do pedobatismo por entender que uma criança não exerce fé pessoal, que é um pré-requisito para o batismo. As razões que me fazem um credobatista são bíblicas, teológicas e históricas.

Argumentos bíblicos



1. As prescrições do batismo

A Bíblia traz várias orientações sobre o batismo, as quais acabam por requerer que o candidato ao mesmo tenha primeiramente crido. Na Grande Comissão Jesus garantiu que "quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" (Mc 16:16). A ênfase recai sobre o ato de crer, sendo o batismo conseqüência natural. Tanto que na oração seguinte, sequer se fala do batismo, que é irrelevante se alguém não tem fé. Na inauguração da igreja Pedro instou com o povo dizendo "arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo" (At 2:38). Vemos em seguida que "foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra" (At 2:41). Crer, arrepender-se e receber de bom grado a Palavra são coisas que antecedem o batismo.

Na repreensão de João Batista vemos o mesmo princípio. Ele diz "à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento" (Lc 3:7-8). O precursor de Jesus exigia conversão de todos quantos quisessem descer às águas do batismo. O batismo cristão segue o mesmo princípio. Quando o eunuco perguntou o "que impede que eu seja batizado?" Filipe respondeu "É lícito, se crês de todo o coração" e somente quando o eunuco confessou "creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus" é que "desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou" (At 8:36-38). Portanto, o crer em Cristo é condição sine qua non para o batismo.

2. Os exemplos bíblicos

Os exemplos de batismos registrados na Bíblia corroboram o credobatismo. Os que eram batizados por João Batista o eram "
confessando os seus pecados" (Mt 3:6; Mc 1:5) e "justificaram a Deus" (Lc 7:29). Atos registra que "como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres" (At 8:12). Continua o historiador dizendo que "creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe" (At 8:13) e que "os coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados" (At 18:8). Não há um só registro positivo de batismo de não crentes sendo batizados.

Argumentos teológicos

1. O significado do batismo


O batismo é o primeiro das duas ordenança de Cristo à Igreja. O significado teológico do batismo varia conforme a tradição evangélica. Para os credobatistas, o batismo é principalmente um sinal e um testemunho externo da obra de Deus realizada na regeneração. Como a Ceia do Senhor representa a obra de Cristo na cruz, o batismo representa a obra do Espírito Santo no coração do crente. Temos então que o batismo é um símbolo exterior que representa uma realidade interior, sendo a fé o vínculo entre o símbolo e a coisa significada. Sem  fé, o batismo não é um sacramento. Não é de se estranhar, portanto, que todos os batismos registrados na Bíblia sejam de crentes.

2. Depoimentos teólogos

Mesmo autores não credobatistas tem que reconhecer que o batismo de não crentes, especialmente o de recém-nascidos, não tem amparo bíblico direto. Creio que pela palavra de três pedobatistas este fato fica confirmado.  O Dr. A. Plummer (Igreja da Inglaterra) diz que "dos que recebem o batismo cristão é requerido que se arrependam e creiam" (Dictionary of the Bible). M. W. Jacobus (Congregacional) reconhece que "nós não temos nenhum registro no Novo Testamento do batismo de infantes" (Standard Bible Dictionary). E o presbiteriano Scott McKnight afirma que "o Novo Testamento não contém referência explícita ao batismo de infantes ou de criancinhas" (Dictionary of de the Bible).

Argumentos históricos


1. O Didaquê

O Didaquê ou Ensinamento dos Doze Apóstolos, escrito entre os anos 145-150 dC, traz a seguinte orientação: "Quanto ao batismo, batize assim: tendo primeiro ensinado todas essas coisas, batize em água corrente, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (VII, 1). A expressão "tendo primeiro ensinado" deixa claro que o batismo é precedido de ensinamento. A prescrição seguinte também pressupõe pessoas crentes sendo doutrinadas "antes de batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem como aqueles que puderem, devem observar o jejum. Você deve ordenar ao batizando um jejum de um ou dois dias" (VII, 4). Portanto, no segundo século, o costume da igreja era batizar crentes professantes.

2. Pais da Igreja



Dictionary of Christianity in America diz que algum tempo depois do segundo século é que o batismo de infantes foi introduzido na igreja, mas que a prática do batismo de crentes continuou como de uso geral até a Idade Média. Não ignoro as referências de Orígenes (185-253), Tertuliano (160-240), Ireneu (125-190) e Justino Mártir (c. 138) ao batismo infantil. Mas elas estão invariavelmente ligadas ao erro da regeração batismal ou são incertas. Orígenes diz que crianças são batizadas para perdão dos pecados. Tertuliano reprovava o batismo infantil, por considerar que o batismo lava os pecados passados, então aconselhava postergar o ato. Ireneu até mesmo usa o termo regeneração como significando batismo. E Justino diz que "muitas pessoas, de ambos os sexos, algumas com seis ou sete anos de idade, foram feitas discípulos de Cristo desde sua infância". Porém não há referência ao batismo aqui e a expressão "foram feitas discípulos" parece apontar para a conversão e o ensino.


Conclusão

O fato é que a Bíblia exige fé e arrependimento de quem se apresenta para o batismo e não registra nenhum caso de não crente ou infante sendo batizado. A história revela que a prática do batismo infantil não remonta aos apóstolos e que se iniciou com uma visão distorcida de seu significado teológico. Por estas razões, sou credobatista. E por outras não sou pedobatista. Mas isto é assunto para outro artigo.
domingo, 17 de janeiro de 2010

O presbítero Solano Portela, no artigo Chorando pelo Haiti e por nossas tragédias domésticas, indicou uma nova forma de ajudar as vítimas do terremoto. Trata-se da organização Visão Mundial. Eis os dados


Visão Mundial 
CNPJ: 18.732.628/0001-47

Bradesco
Ag 3206-9
CC 461666-9
ou
Banco do Brasil
Agência 0007-8
CC 16423-2 

A propósito: leia o artigo, vale a pena.

A Pregação do Evangelho


Para que as pessoas possam ser trazidas à fé, Deus misericordiosamente envia proclamadores desta jubilosa mensagem às pessoas que ele quer e no momento em que ele quer. E por meio deste ministério as pessoas são chamadas ao arrependimento e à fé no Cristo crucificado. Por que como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? (Rm.10:14-15).

Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina! Is 52:7

Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. 1Co 1:23-24

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Rm 10:14-15

Leia o primeiro artigo da série: 1. O direito de Deus de condenar todas as pessoas
Leia o artigo anterior: 2. A manifestação do amor de Deus
Leia o próximo artigo da série: 4. Uma dupla resposta ao evangelho
sábado, 16 de janeiro de 2010

 Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observâcia, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. (Declaração Universal dos Direitos Humanos)

Hoje os americanos comemoram o dia da liberdade religiosa (Religious Freedom Day), 224 anos desde que Thomas Jefferson publicou o Estatuto da Liberdade Religiosa da Virgínia. Desde 1993 os presidentes dos Estados Unidos declaram o dia 16 de janeiro como dia da liberdade religiosa e convocam todos os americanos para observar o dia através de eventos apropriados e atividades em suas casas, escolas e lugares de adoração.



Com o estatuto, foram suspensas as taxas que eram cobradas do povo para sustento do clero e assegurado o direito civil de pessoas que espressarem sua fé sem discriminação. Um resultado direto desse ato é o O Guia Sobre a Proteção Constitucional da Oração em Escolas Públicas Elementares e Secundárias, publicado em 2003, que declara:

1. Os estudantes podem orar e ler a Bíblia, ou outro livro religioso, e falar sobre sua fé na escola em horário de aula.

2. Os estudantes podem organizar grupos de oração e clubes religiosos e anunciar seus encontros.

3. Os estudantes podem expressar sua fé em trabalhos da escola e deveres de casa.

4. Professores podem organizar grupos de oração e de estudos bíblicos.

5. Os estudantes podem deixar o campus escolar para participar de um grupo de estudo bíblico durante o horário de aula.

6. Os estudantes podem expressar sua fé em eventos escolares.

7. os estudantes podem expressar sua fé em cerimônias de graduação.

Vale notar que a data não para promover a religião, e sim o direito civil de expressar sua fé. Muito países, inclusive o Brasil, caminham para uma coibição de qualquer expressão religiosa associada com eventos e lugares públicos. Em nome de uma pretensa não-discriminação, suprimem um direito fundamental.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Inicio uma série de postagens sobre a tragédia do Haiti, com ênfase em formas de ajudar. Encorajo você a fazer o mesmo, podendo copiar livremente (sempre pôde) e reproduzir em seu blog os posts daqui. Começo com uma informação importante: a abertura de uma conta onde você pode depositar sua ajuda aos haitianos.

O Banco do Brasil e a Embaixada do Haiti no Brasil abriram uma conta corrente para receber doações para as vítimas do terremoto nas proximidades de Porto Príncipe, no Haiti. O dinheiro recebido na conta será administrado diretamente pela diplomacia do país da América Central. Depósitos de qualquer valor podem ser feitos em nome de SOS Haiti, agência 1606-3, conta corrente 91.000-7. Os depósitos podem ser feitos de qualquer parte do Brasil nas agências e caixas eletrônicos do BB.

A propósito de doações, tome muito cuidado. O FBI já advertiu sobre fraudes em pedidos de doação. Sugiro que você investigue cuidadosamente e faça sua doação através de organizações conhecidas, e mesmo assim fique atento para sites piratas que copiam a aparência de sites oficiais.

Link da página do Banco do Brasil dedicada a ajuda ao Haiti.

Consideremos agora a necessidade de arrependimento. Por que o arrependimento é necessário? O versículo citado no início deste artigo mostra claramente a necessidade de arrependimento. As palavras de nosso Senhor Jesus Cristo são claras, enfáticas e distintas: "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis". Todos, todos, sem exceção, necessitam de arrependimento para com Deus. O arrependimento não é necessário somente para bêbados, ladrões, assassinos, adúlteros, fornicadores e encarcerados. Não. Todos os nascidos da descendência de Adão - todos, sem exceção - precisam de arrependimento para com Deus. A rainha no trono, o pobre que trabalha em seu ofício, o rico em sua sala de visitas, a empregada na cozinha, o professor de ciências na universidade, o jovem pobre e ignorante que trabalha no arado - todos precisam, por natureza, de arrependimento. Todos são nascidos em pecado; todos necessitam arrepender-se e converter-se, se desejam ser salvos. Todos precisam ter seu coração mudado quanto ao pecado. Todos têm de se arrepender e crer no evangelho. "Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mt 18.3). "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."

J. C. Ryle
Copyright© Editora FIEL 2009
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

“Não queremos que este reine sobre nós” Lc 19:14

A doutrina da Providência afirma que Deus reina soberanamente sobre toda Sua criação. Isto significa que o Senhor sustenta e preserva a natureza, dirige a história e domina sobre os seres morais de forma que absolutamente nada acontece à parte de Sua vontade. Assim, a providência é a realização na história do que Deus decretou na eternidade, e este decreto é todo abrangente, incluindo tudo o que acontece, até o destino eterno dos seres morais (homens e anjos).

É necessário dizer que esta doutrina, ainda que menos conhecida que a da Predestinação, é alvo da mesma resistência por parte dos não-calvinistas que a conhecem. O motivo declarado é que ela faria Deus autor do pecado e culpado de todo mal existente no universo. Mas as raízes da rejeição à doutrina da providência são mais profundas do que é piedosamente externado.



Jesus contou uma parábola em que “certo homem nobre partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois” (Lc 19:12). Incumbindo servos de seus negócios, até seu retorno, partiu. Tendo partido, as pessoas daquele lugar enviaram atrás dele embaixadores, com a clara mensagem de que seu reino, vale dizer, o seu domínio sobre eles não era bem vindo. Tendo tomado posse do reino, voltou e pediu contas aos encarregados de seus negócios e em seguida ordenou “quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim” (Lc 19:27).

A vontade do homem é contrária à ideia da providência. Nenhum motivo, além da própria vontade, é apresentado para recusar o reinado divino. Não se coloca em dúvida as bases de Seu reino, a justiça do Soberano ou as vantagens de um tal reinado. Dizem simplesmente não queremos!”. Em última análise, é a vontade caída e escrava do pecado que se revolta contra o senhorio de Deus e de Seu Cristo.

Mas, por que a vontade humana é contrária ao domínio de Deus? Porque este domínio é exercido “sobre nós”. Desde o Éden o homem acalenta a ilusão de ser como Deus, após dar ouvidos à mentira de Satanás “sereis como Deus” (Gn 3:5). No âmago da rebelião está a egolatria, os homens não querem ceder o lugar no trono de suas vidas ao Regente do universo. Acalentam o diabólico anseio de autonomia pensando “eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono” (Is 14:13). Que o Senhor reine nos céus é algo que o homem tolera, que reine sobre as forças da natureza é suportável, mas reinar sobre eles próprios? Não, isto é inaceitável! Que Deus controla os pensamentos e os corações, inclinando-os para fazer através deles a Sua vontade é algo que o orgulho humano não consegue engolir, embora seja isso mesmo que a Bíblia ensine. Lutam com unhas e dentes para manter a aparente autonomia que desfrutam.

Mas a verdade é que queiram ou não os homens, Deus reina. E reina absolutamente, não abrindo mão das prerrogativas de Sua soberania em favor de ninguém, pois em todo o Seu domínio Ele “faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade” (Ef 1:11). Embora pareça que sua vontade está sendo contrariada, a própria rebelião dos que rejeitam seu domínio serve aos Seus propósitos eternos. E, ao final, todos os que não se submeteram voluntariamente ao Seu domínio sofrerão o dano da segunda morte.

Soli Deo Gloria

Publicado originalmente em 5 Calvinistas.