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quinta-feira, 30 de julho de 2009
A propósito do post Por que o homem não se volta voluntariamente para Deus, um irmão querido disse: "A se concluir pelo que li, entendo que eu escolho a Cristo por que antes Ele me escolheu. E os que não o aceitam, não foram também escolhidos por Cristo antes?", exclamando em seguida "Aí está o livre arbítrio!". Finalmente, o irmão concluiu "acho impossível uma contestação plausível para esta análise."
Receio não ter entendido bem seu raciocínio e por isso estou sujeito a dar uma resposta não adequada. Mesmo assim, vou tratar rapidamente suas colocações, esperando que me corrija algum mal entendido. Em síntese, vou tratar das seguintes proposições: Deus escolheu um número definido de pessoas para a salvação; o homem não tem livre-arbítrio que o capacite a crer no evangelho; os que crêem é porque foram previamente escolhidos; e os que não foram escolhidos não crêem.
1. Deus escolheu um número definido de pessoas para a salvação
Esta é uma verdade cristalina da Bíblia. Paulo escreveu que "devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação" (2Ts 2:13). Vemos aí que Deus fez uma escolha pessoal de pessoas para salvá-las. Qualquer tentativa de enfraquecer essa verdade, seja alegando que se trata de eleição para uma obra ou ofício, ou que se refere à eleição de um povo e não de indivíduos ou ainda que se trata de eleição de toda a humanidade, é lutar contra a clareza e a contundência da Bíblia, não apenas nesta passagem como em tantas outras onde a eleição soberana e graciosa é ensinada.
2. O homem não tem livre-arbítrio que o capacite a crer no evangelho
Igualmente verdadeiro é o fato de ninguém tem uma capacidade intrínseca de crer em Jesus Cristo por si mesmo. O próprio Cristo afirmou que "ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6:44). É significativo que a palavra traduzida por trazer é a mesma que em outras partes da Escrituras é traduzida arrastar (Jo 21:11; At 16:19; 21:30; Tg 2:6), indicando que o homem só vai a Jesus arrastado por Deus. A fé não é uma faculdade do homem, mas algo que lhe é concedido. Por isso se diz que "a fé vem" (Rm 10:17) como um "dom de Deus" (Ef 2:8).
3. Os que crêem é porque foram previamente escolhidos
O testemunho bíblico é que apenas os que foram escolhidos na eternidade crêem em tempo oportuno. Lucas, pesquisador e historiador cuidadoso, registra que "creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13:48). Vemos aí uma ordem entre eleição e fé. Essa mesma ordem aparece nos escritos de Paulo. Aos romanos ele escreveu "aos que predestinou, a esses também chamou" (Rm 8:30). Mais tarde, ao dizer que Deus "nos salvou e nos chamou com santa vocação" deixou claro que isso se deu "conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2Tm 1:9).
4. Os que não foram escolhidos não crêem
Finalmente, a Bíblia ensina que "a fé não é de todos" (2Ts 3:2), mas os que crêem é pela "fé que é dos eleitos de Deus" (Tt 1:1). Jesus disse "mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas" (Jo 10:26). Somente quem foi escolhido por Deus recebe a capacidade de crer no evangelho, pois como já dito anteriormente, crer no evangelho e ir a Cristo não é uma habilidade natural do homem, chame-se isso livre-arbítrio ou qualquer outro nome que lhe queiram dar.
Quando se trata de verdades espirituais, não devemos nos apegar aos nossos pressupostos ou conceitos arraigados em nossa mente, mas devemos nos render ao que a Bíblia nos ensina. E, no tocante ao crer, ela ensina que o homem crê unicamente porque Deus lhe capacita a crer e não porque ele tem livre-arbítrio. E ela ensina ainda, que essa capacidade para crer é biblicamente denominada de chamada e é sempre eficaz nos eleitos do Pai.
Soli Deo Gloria
Receio não ter entendido bem seu raciocínio e por isso estou sujeito a dar uma resposta não adequada. Mesmo assim, vou tratar rapidamente suas colocações, esperando que me corrija algum mal entendido. Em síntese, vou tratar das seguintes proposições: Deus escolheu um número definido de pessoas para a salvação; o homem não tem livre-arbítrio que o capacite a crer no evangelho; os que crêem é porque foram previamente escolhidos; e os que não foram escolhidos não crêem.
1. Deus escolheu um número definido de pessoas para a salvação
Esta é uma verdade cristalina da Bíblia. Paulo escreveu que "devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação" (2Ts 2:13). Vemos aí que Deus fez uma escolha pessoal de pessoas para salvá-las. Qualquer tentativa de enfraquecer essa verdade, seja alegando que se trata de eleição para uma obra ou ofício, ou que se refere à eleição de um povo e não de indivíduos ou ainda que se trata de eleição de toda a humanidade, é lutar contra a clareza e a contundência da Bíblia, não apenas nesta passagem como em tantas outras onde a eleição soberana e graciosa é ensinada.
2. O homem não tem livre-arbítrio que o capacite a crer no evangelho
Igualmente verdadeiro é o fato de ninguém tem uma capacidade intrínseca de crer em Jesus Cristo por si mesmo. O próprio Cristo afirmou que "ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6:44). É significativo que a palavra traduzida por trazer é a mesma que em outras partes da Escrituras é traduzida arrastar (Jo 21:11; At 16:19; 21:30; Tg 2:6), indicando que o homem só vai a Jesus arrastado por Deus. A fé não é uma faculdade do homem, mas algo que lhe é concedido. Por isso se diz que "a fé vem" (Rm 10:17) como um "dom de Deus" (Ef 2:8).
3. Os que crêem é porque foram previamente escolhidos
O testemunho bíblico é que apenas os que foram escolhidos na eternidade crêem em tempo oportuno. Lucas, pesquisador e historiador cuidadoso, registra que "creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13:48). Vemos aí uma ordem entre eleição e fé. Essa mesma ordem aparece nos escritos de Paulo. Aos romanos ele escreveu "aos que predestinou, a esses também chamou" (Rm 8:30). Mais tarde, ao dizer que Deus "nos salvou e nos chamou com santa vocação" deixou claro que isso se deu "conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2Tm 1:9).
4. Os que não foram escolhidos não crêem
Finalmente, a Bíblia ensina que "a fé não é de todos" (2Ts 3:2), mas os que crêem é pela "fé que é dos eleitos de Deus" (Tt 1:1). Jesus disse "mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas" (Jo 10:26). Somente quem foi escolhido por Deus recebe a capacidade de crer no evangelho, pois como já dito anteriormente, crer no evangelho e ir a Cristo não é uma habilidade natural do homem, chame-se isso livre-arbítrio ou qualquer outro nome que lhe queiram dar.
Quando se trata de verdades espirituais, não devemos nos apegar aos nossos pressupostos ou conceitos arraigados em nossa mente, mas devemos nos render ao que a Bíblia nos ensina. E, no tocante ao crer, ela ensina que o homem crê unicamente porque Deus lhe capacita a crer e não porque ele tem livre-arbítrio. E ela ensina ainda, que essa capacidade para crer é biblicamente denominada de chamada e é sempre eficaz nos eleitos do Pai.
Soli Deo Gloria
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quarta-feira, 29 de julho de 2009
A mesma Graça livre nos concede hoje vida, respiração e tudo mais, pois não há nada que somos ou temos ou fazemos que não provenha das mãos de Deus. "Todas as nossas obras, tu, ó Deus, as fazes por nós". Assim, elas são tantas outras manifestações de livre misericórdia, e toda justiça encontrada no homem, será também dádiva de Deus. Então, como o pecador fará expiação pelo menor de seus pecados? Com suas próprias obras? Não, ainda que sejam muitas ou sejam santas, não provêm deles, mas, senão de Deus... Se, portanto, os pecadores acharem graça diante de Deus, é "graça sobre graça"... "Pela Graça então sois salvos mediante a fé". A Graça é a fonte, e a fé a condição da Salvação”.
John Wesley
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segunda-feira, 27 de julho de 2009
Um irmão realmente interessado na verdade bíblica a respeito da providência divina, escreveu o que segue:
"O meu problema é esse, sendo Deus Todo-Poderoso e infinitamente misericordioso, como poderia ele estar no controle assim de "tudo" como por exemplo se uma pessoa cai no chão por descuido, ela caiu por que Deus fez ela cair? ou simplesmente por que ele teria alguma coisa a ver com isso? Assim eu acredito fielmente que não tem como alguem perder a salvação, mas sera que necessariamente Deus teria que por exemplo: ser a causa de ladrões roubarem um banco, estuprarem uma criança, pessoas matarem outras pessoas, seria Deus a causa disso, por favor me ajudem".
A doutrina bíblica da providência divina ensina que Deus sustenta e governa todas as coisas com Sua mão, de modo que nada, do mais fortuito dos acontecimentos até o mais grandioso evento, acontece fora de seu controle providencial. Isto, de fato, levanta várias questões, algumas das quais se constituem grandes problemas, os quais nem todos são respondidos pela Bíblia, que se limita a dizer que assim é.
Um aspecto da providência divina é que as ações livres e até pecaminosas dos homens são governadas por Deus mas mesmo assim Deus não é o autor do pecado. O nosso leitor mencionou exemplos como roubos, estupros e homicídios. Há, claro, diversas outras ações e acontecimentos maus que gostaríamos de ver Deus fora de tudo isso. Mas a verdade é que a Bíblia tanto afirma a soberania de Deus como a responsabilidade do homem, de modo que o fato de Deus realizar o Seu propósito pela ação má dos homens não O torna autor do pecado, nem isenta o homem de sua responsabilidade. Vejamos alguns exemplos bíblicos.
José foi vendido por seus irmãos, que tinham inveja dele, e se tornou escravo no Egito. De escravo virou prisioneiro, de prisioneiro vice-rei do Egito. Finalmente, os irmãos precisam comprar pão e são obrigados a comparecer diante de José mais de uma vez, sendo que na segunda ele revela ser o irmão traído, quase morto e vendido como escravo por eles. Então José lhes diz: "Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento" (Gn 45:5-7). Depois da morte de seu pai, Jacó lhes diz novamente: "vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida" (Gn 50:20). Notemos que a venda de José é considerada, ao mesmo tempo um mal causado pelos seus irmãos e um bem realizado por Deus.
A história do Faraó dos dias de Moisés também é bem conhecida. Deus havia ordenado que ele deixasse Seu povo ir. Porém, ele teimava em não libertar o povo. A cada castigo lemos que "endureceu Faraó o coração e não deixou ir o povo" (Ex 8:32). Entretanto, a Bíblia diz, igualmente, "endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. Eles assim o fizeram" (Ex 14:4). Vemos que o endurecimento do coração é relatado na Bíblia tanto como um ato de Deus como uma ação de Faraó.
Um exemplo ainda mais claro pode ser visto na morte de Jesus. Lucas relata que "levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram" (At 4:26-28). O que Herodes, Pôncio Pilatos e as autoridades judaicas fizeram foi contra o Senhor e contra o Seu Ungido e por isto eram culpados diante de Deus; no entanto ao pecar assim, fizeram tudo o que a mão e o propósito de Deus determinaram, ou seja, realizaram o que Deus havia determinado que fizessem desde a eternidade.
Outros exemplos poderiam ser citados, para demonstrar que mesmo as obras pecaminosas dos homens são feitas por determinação divina, sem que isso os isente de responsabilidade e culpa e sem que Deus seja considerado autor do pecado deles. O problema é entender como isso é possível e neste ponto temos que reconhecer que não podemos dar uma resposta cabal, mas podemos tentar esclarecer um pouco. É o que faremos.
Deus tem um propósito definido desde a eternidade e preordenou todos os eventos que irão conduzir a esse propósito. E Ele controla de modo infalível todos os eventos que resultarão exatamente no Seu propósito último, que é a Sua glória. Alguns desses eventos são bons, outros são maus e ainda outros poderiam ser considerados neutros. Mas nenhum deles fica à margem do controle divino, mesmo quando se trata de uma ato moral livre dos homens. Assim, quando para atingir ao propósito divino uma ação boa é realizada, ela é tanto divina quanto humana, pois Deus a determinou infalivelmente e o homem a realizou livremente. Porém, quando o homem realiza uma obra má, também o faz livremente e por ela é responsável, ainda que a mesma tenha sido preordenada de antemão para consecussão do plano de Deus. Assim, uma obra não é boa ou má porque Deus a determinou, mas porque o homem a fez intencionando fazer o mal ou o bem.
A venda de José foi uma obra má, pois seus irmãos a fizeram agindo por inveja. O endurecimento de Faraó também foi mau, pois sua motivação era resistir a Jeová. E a morte de Jesus também foi motivada por inveja, e portanto pecaminosa. Porém todos esses eventos, dentro do plano divino, foram bons, pois resultaram no livramento de milhares de vidas, na libertação do povo escolhido e na salvação dos homens, respectivamente. Assim, tudo o que Deus faz é bom e Ele não é culpado de pecado, e aquilo que o homem faz pode não ser bom e ele responderá por seus atos.
Soli Deo Gloria
"O meu problema é esse, sendo Deus Todo-Poderoso e infinitamente misericordioso, como poderia ele estar no controle assim de "tudo" como por exemplo se uma pessoa cai no chão por descuido, ela caiu por que Deus fez ela cair? ou simplesmente por que ele teria alguma coisa a ver com isso? Assim eu acredito fielmente que não tem como alguem perder a salvação, mas sera que necessariamente Deus teria que por exemplo: ser a causa de ladrões roubarem um banco, estuprarem uma criança, pessoas matarem outras pessoas, seria Deus a causa disso, por favor me ajudem".
A doutrina bíblica da providência divina ensina que Deus sustenta e governa todas as coisas com Sua mão, de modo que nada, do mais fortuito dos acontecimentos até o mais grandioso evento, acontece fora de seu controle providencial. Isto, de fato, levanta várias questões, algumas das quais se constituem grandes problemas, os quais nem todos são respondidos pela Bíblia, que se limita a dizer que assim é.
Um aspecto da providência divina é que as ações livres e até pecaminosas dos homens são governadas por Deus mas mesmo assim Deus não é o autor do pecado. O nosso leitor mencionou exemplos como roubos, estupros e homicídios. Há, claro, diversas outras ações e acontecimentos maus que gostaríamos de ver Deus fora de tudo isso. Mas a verdade é que a Bíblia tanto afirma a soberania de Deus como a responsabilidade do homem, de modo que o fato de Deus realizar o Seu propósito pela ação má dos homens não O torna autor do pecado, nem isenta o homem de sua responsabilidade. Vejamos alguns exemplos bíblicos.
José foi vendido por seus irmãos, que tinham inveja dele, e se tornou escravo no Egito. De escravo virou prisioneiro, de prisioneiro vice-rei do Egito. Finalmente, os irmãos precisam comprar pão e são obrigados a comparecer diante de José mais de uma vez, sendo que na segunda ele revela ser o irmão traído, quase morto e vendido como escravo por eles. Então José lhes diz: "Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento" (Gn 45:5-7). Depois da morte de seu pai, Jacó lhes diz novamente: "vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida" (Gn 50:20). Notemos que a venda de José é considerada, ao mesmo tempo um mal causado pelos seus irmãos e um bem realizado por Deus.
A história do Faraó dos dias de Moisés também é bem conhecida. Deus havia ordenado que ele deixasse Seu povo ir. Porém, ele teimava em não libertar o povo. A cada castigo lemos que "endureceu Faraó o coração e não deixou ir o povo" (Ex 8:32). Entretanto, a Bíblia diz, igualmente, "endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. Eles assim o fizeram" (Ex 14:4). Vemos que o endurecimento do coração é relatado na Bíblia tanto como um ato de Deus como uma ação de Faraó.
Um exemplo ainda mais claro pode ser visto na morte de Jesus. Lucas relata que "levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram" (At 4:26-28). O que Herodes, Pôncio Pilatos e as autoridades judaicas fizeram foi contra o Senhor e contra o Seu Ungido e por isto eram culpados diante de Deus; no entanto ao pecar assim, fizeram tudo o que a mão e o propósito de Deus determinaram, ou seja, realizaram o que Deus havia determinado que fizessem desde a eternidade.
Outros exemplos poderiam ser citados, para demonstrar que mesmo as obras pecaminosas dos homens são feitas por determinação divina, sem que isso os isente de responsabilidade e culpa e sem que Deus seja considerado autor do pecado deles. O problema é entender como isso é possível e neste ponto temos que reconhecer que não podemos dar uma resposta cabal, mas podemos tentar esclarecer um pouco. É o que faremos.
Deus tem um propósito definido desde a eternidade e preordenou todos os eventos que irão conduzir a esse propósito. E Ele controla de modo infalível todos os eventos que resultarão exatamente no Seu propósito último, que é a Sua glória. Alguns desses eventos são bons, outros são maus e ainda outros poderiam ser considerados neutros. Mas nenhum deles fica à margem do controle divino, mesmo quando se trata de uma ato moral livre dos homens. Assim, quando para atingir ao propósito divino uma ação boa é realizada, ela é tanto divina quanto humana, pois Deus a determinou infalivelmente e o homem a realizou livremente. Porém, quando o homem realiza uma obra má, também o faz livremente e por ela é responsável, ainda que a mesma tenha sido preordenada de antemão para consecussão do plano de Deus. Assim, uma obra não é boa ou má porque Deus a determinou, mas porque o homem a fez intencionando fazer o mal ou o bem.
A venda de José foi uma obra má, pois seus irmãos a fizeram agindo por inveja. O endurecimento de Faraó também foi mau, pois sua motivação era resistir a Jeová. E a morte de Jesus também foi motivada por inveja, e portanto pecaminosa. Porém todos esses eventos, dentro do plano divino, foram bons, pois resultaram no livramento de milhares de vidas, na libertação do povo escolhido e na salvação dos homens, respectivamente. Assim, tudo o que Deus faz é bom e Ele não é culpado de pecado, e aquilo que o homem faz pode não ser bom e ele responderá por seus atos.
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domingo, 26 de julho de 2009
80. Que diferença há entre a ceia do Senhor e a missa do papa?
R. A ceia do Senhor nos testemunha que temos completo perdão de todos os nossos pecados, pelo único sacrifício de Jesus Cristo, que Ele mesmo, uma única vez, realizou na cruz (1) ; e também que, pelo Espírito Santo, somos incorporados a Cristo, que agora, com seu verdadeiro corpo, não está na terra mas no céu, à direita do Pai (3) e lá quer ser adorado por nós (4). A missa, porem, ensina que Cristo deve ser sacrificado todo dia, pelos sacerdotes na missa, em favor dos vivos e dos mortos, e que estes, sem a missa, não tem perdão dos pecados pelo sofrimento de Cristo; e também, que Cristo está corporalmente presente sob a forma de pão e vinho e, por isso, neles deve ser adorado. A missa, então, no fundo, não é outra coisa senão a negação do único sacrifício e sofrimento de Cristo e uma idolatria abominável (5).
(1) Mt 26:28; Lc 22:19,20; Jo 19:30; Hb 7:26,27; Hb 9:12; Hb 9:25-28; Hb 10:10,12,14. (2) 1Co 6:17; 1Co 10:16,17. (3) Jo 20:17; Cl 3:1; Hb 1:3; Hb 8:1,2. (4) At 7:55,56; Fp 3:20; Cl 3:1; 1Ts 1:10. (5) Hb 9:26; Hb 10:12,14.
81. Quem deve vir a santa ceia?
R. Aqueles que se aborrecem de si mesmos por causa dos seus pecados, mas confiam que estes lhes foram perdoados por amor de Cristo e que, também, as demais fraquezas são cobertas por seu sofrimento e sua morte; e que desejam, cada vez mais, fortalecer a fé e corrigir-se na vida. Mas os pecadores impenitentes e os hipócritas comem e bebem para sua própria condenação (1).
(1) 1Co 10:19-22; 1Co 11:28,29.
82. Podem vir a essa ceia também aqueles que, por sua confissão e vida, se mostram incrédulos e ímpios?
R. Não, porque assim é profanada a aliança de Deus e é provocada sua ira sobre toda a congregação (1). Por isso, a igreja cristã tem a obrigação, conforme o mandamento de Cristo e de seus apóstolos, de excluir tais pessoas, pelas chaves do reino dos céus, até que demonstrem arrependimento.
(1) Sl 50:16; Is 1:11-15; Is 66:3; Jr 7:21-23; 1Co 11:20,34.
R. A ceia do Senhor nos testemunha que temos completo perdão de todos os nossos pecados, pelo único sacrifício de Jesus Cristo, que Ele mesmo, uma única vez, realizou na cruz (1) ; e também que, pelo Espírito Santo, somos incorporados a Cristo, que agora, com seu verdadeiro corpo, não está na terra mas no céu, à direita do Pai (3) e lá quer ser adorado por nós (4). A missa, porem, ensina que Cristo deve ser sacrificado todo dia, pelos sacerdotes na missa, em favor dos vivos e dos mortos, e que estes, sem a missa, não tem perdão dos pecados pelo sofrimento de Cristo; e também, que Cristo está corporalmente presente sob a forma de pão e vinho e, por isso, neles deve ser adorado. A missa, então, no fundo, não é outra coisa senão a negação do único sacrifício e sofrimento de Cristo e uma idolatria abominável (5).
(1) Mt 26:28; Lc 22:19,20; Jo 19:30; Hb 7:26,27; Hb 9:12; Hb 9:25-28; Hb 10:10,12,14. (2) 1Co 6:17; 1Co 10:16,17. (3) Jo 20:17; Cl 3:1; Hb 1:3; Hb 8:1,2. (4) At 7:55,56; Fp 3:20; Cl 3:1; 1Ts 1:10. (5) Hb 9:26; Hb 10:12,14.
81. Quem deve vir a santa ceia?
R. Aqueles que se aborrecem de si mesmos por causa dos seus pecados, mas confiam que estes lhes foram perdoados por amor de Cristo e que, também, as demais fraquezas são cobertas por seu sofrimento e sua morte; e que desejam, cada vez mais, fortalecer a fé e corrigir-se na vida. Mas os pecadores impenitentes e os hipócritas comem e bebem para sua própria condenação (1).
(1) 1Co 10:19-22; 1Co 11:28,29.
82. Podem vir a essa ceia também aqueles que, por sua confissão e vida, se mostram incrédulos e ímpios?
R. Não, porque assim é profanada a aliança de Deus e é provocada sua ira sobre toda a congregação (1). Por isso, a igreja cristã tem a obrigação, conforme o mandamento de Cristo e de seus apóstolos, de excluir tais pessoas, pelas chaves do reino dos céus, até que demonstrem arrependimento.
(1) Sl 50:16; Is 1:11-15; Is 66:3; Jr 7:21-23; 1Co 11:20,34.
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sábado, 25 de julho de 2009
Onde encontraremos este coração disposto? Apenas onde a Graça de Deus operou. Ah, vejo então como posso encontrar beleza, também, entre os filhos dos homens! Manchada como é a nossa natureza pelo pecado, apenas o Espírito Santo pode comunicar aquela beleza da santidade, a qual permitirá que o Senhor Jesus contemple a formosura em Seus escolhidos. Contudo, existe em nossos corações uma aversão a Cristo e uma indisposição para aceitá-Lo, e ao mesmo tempo, um terrível senso de inadequação e indignidade! O Espírito de Deus implanta um amor que é de origem divina e renova o coração pela regeneração que vem do alto. E então buscamos ser um com Jesus, mas não até então. Vede, portanto, como nossa tarefa necessita do auxílio do próprio Deus.
Charles Spurgeon
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sexta-feira, 24 de julho de 2009
A conclusão é óbvia: pelo assim chamado "livre-arbítrio", o homem nunca se converterá a Cristo, porque isso é impossível para ele. Qual a saída? Por que então pessoas se convertem? A resposta é a predestinação. As pessoas não escolhem a Deus porque querem... elas escolhem a Deus porque antes foram escolhidas por Ele... porque Deus faz nascer em seus eleitos uma nova natureza que, ao ouvir o Evangelho, crê em Cristo e tem fé n'Ele.
Helder Nozima
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quarta-feira, 22 de julho de 2009
Está cada vez mais difícil distinguir a crença e as práticas evangélicas dos dogmas romanistas. Historicamente, a igreja católica romana tem feito acréscimos ao ensinamento bíblico e modernamente os protestante também tem feito acréscimos, de modo que torna-se necessário reafirmar os Solas da Reforma Protestante.
Os romanistas jamais negaram a Bíblia como Palavra de Deus. Porém a ela, e sobre ela, colocaram a autoridade da tradição e a infalibilidade papal, de modo que a autoridade da igreja é que determina a autoridade da Bíblia. Os protestantes, proclamaram o Sola Scriptura, reconhecendo a suficiência das Escrituras e subordinando a ela qualquer outra autoridade, rejeitando qualquer ensino dissonante. Mas os evangélicos de hoje, tem posto à Bíblia de lado e aceitado profecias modernas, visões de anjos, relatos de visitas ao céu e ao inferno, além de se sujeitarem acriticamente a autoridade de apóstolos, bispos e pastores inventivos. Torna-se urgente proclamar de novo: a Bíblia somente!
Os romanistas também nunca chegaram a dizer que a graça não era fundamental à salvação. Mas à ela adicionaram penitências e sacramentos e até venderam indulgências para que, por elas, o homem fosse salvo. Os reformadores por sua vez afirmaram que a salvação, toda ela, do início ao fim, é obra da graça, sendo que até mesmo o arrependimento e a fé são dons de Deus. O evangélicos modernos tem deturpado a salvação pela graça, seja fazendo a salvação depender mais do livre-arbítrio que da graça, e exigindo sacrifícios financeiros para que o homem torne-se aceitável diante de Deus. É preciso declarar: Graça somente!
Os romanistas sempre deram destaque à fé, mas lado a lado colocaram as obras, como os meios pelos quais o homem é salvo. Lutero e outros protestantes pregaram a justificação pela fé somente, rejeitando com veemência qualquer insinuação de que as obras obtém méritos para com Deus. A igreja evangélica de hoje tem se tornado tão legalista que depôs a fé e em seu lugar adotou um sistema legalista, onde o crente chega ao céu pela obediência e não pela confiança na obra de Cristo. A fé somente, deve ser nossa bandeira.
Católicos romanos não negam a suficiencia de Cristo, no entanto dão tanta importância à Maria como intercessora que na prática ela é considerada co-redentora. Os protestantes, mesmo respeitando a pessoa de Maria reafirmaram a verdade bíblica de que não há outro mediador entre Deus e o homem, além de Jesus Cristo. Porém, os evangélicos modernos tem feito a salvação depender da mediação de homens e denominações, praticamente endeusando apóstolos, bispos e levitas. Precisamos reafirmar Jesus Cristo somente!
Os romanistas não negam glória a Deus. Mas a pretexto de uma distinção artificial entre latria, dulia e hiperdulia, tem repartido a glória de Deus com um panteão de santos mortos. Os reformadores foram enfáticos em dar toda glória a Deus, reconhecendo que tudo provém dEle, por meio dEle e para Ele. Os evangélicos modernos tem seguido fórmulas, métodos e rituais prescritos por líderes mais carismáticos que íntegros, dando-lhes uma glória devida a Deus. Precisamos proclamar glória a Deus somente!
A dura realidade é que apesar de todo esforço dos reformadores, os evangélicos de hoje tem retrocedido suas práticas ao catolicismo medieval. Precisamos mais que nunca reafirmar os Cinco Solas.
Os romanistas jamais negaram a Bíblia como Palavra de Deus. Porém a ela, e sobre ela, colocaram a autoridade da tradição e a infalibilidade papal, de modo que a autoridade da igreja é que determina a autoridade da Bíblia. Os protestantes, proclamaram o Sola Scriptura, reconhecendo a suficiência das Escrituras e subordinando a ela qualquer outra autoridade, rejeitando qualquer ensino dissonante. Mas os evangélicos de hoje, tem posto à Bíblia de lado e aceitado profecias modernas, visões de anjos, relatos de visitas ao céu e ao inferno, além de se sujeitarem acriticamente a autoridade de apóstolos, bispos e pastores inventivos. Torna-se urgente proclamar de novo: a Bíblia somente!
Os romanistas também nunca chegaram a dizer que a graça não era fundamental à salvação. Mas à ela adicionaram penitências e sacramentos e até venderam indulgências para que, por elas, o homem fosse salvo. Os reformadores por sua vez afirmaram que a salvação, toda ela, do início ao fim, é obra da graça, sendo que até mesmo o arrependimento e a fé são dons de Deus. O evangélicos modernos tem deturpado a salvação pela graça, seja fazendo a salvação depender mais do livre-arbítrio que da graça, e exigindo sacrifícios financeiros para que o homem torne-se aceitável diante de Deus. É preciso declarar: Graça somente!
Os romanistas sempre deram destaque à fé, mas lado a lado colocaram as obras, como os meios pelos quais o homem é salvo. Lutero e outros protestantes pregaram a justificação pela fé somente, rejeitando com veemência qualquer insinuação de que as obras obtém méritos para com Deus. A igreja evangélica de hoje tem se tornado tão legalista que depôs a fé e em seu lugar adotou um sistema legalista, onde o crente chega ao céu pela obediência e não pela confiança na obra de Cristo. A fé somente, deve ser nossa bandeira.
Católicos romanos não negam a suficiencia de Cristo, no entanto dão tanta importância à Maria como intercessora que na prática ela é considerada co-redentora. Os protestantes, mesmo respeitando a pessoa de Maria reafirmaram a verdade bíblica de que não há outro mediador entre Deus e o homem, além de Jesus Cristo. Porém, os evangélicos modernos tem feito a salvação depender da mediação de homens e denominações, praticamente endeusando apóstolos, bispos e levitas. Precisamos reafirmar Jesus Cristo somente!
Os romanistas não negam glória a Deus. Mas a pretexto de uma distinção artificial entre latria, dulia e hiperdulia, tem repartido a glória de Deus com um panteão de santos mortos. Os reformadores foram enfáticos em dar toda glória a Deus, reconhecendo que tudo provém dEle, por meio dEle e para Ele. Os evangélicos modernos tem seguido fórmulas, métodos e rituais prescritos por líderes mais carismáticos que íntegros, dando-lhes uma glória devida a Deus. Precisamos proclamar glória a Deus somente!
A dura realidade é que apesar de todo esforço dos reformadores, os evangélicos de hoje tem retrocedido suas práticas ao catolicismo medieval. Precisamos mais que nunca reafirmar os Cinco Solas.
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terça-feira, 21 de julho de 2009
A fé bíblica deixou de ser parâmetro para o ser cristão. Hoje as pessoas buscam cada vez mais ter experiências sensoriais, ainda que em total afronta às Escrituras. Bíblia? Ora, para quê Bíblia, se hoje temos profetas, bispos e apóstolos ungidos, vindo diretamente do trono de Deus, sem nenhuma chancela do Espírito Santo e de seu corpo, que é a Igreja (não confundir com “igrejas”) aqui na terra? Por que gastar tempo lendo e interpretando uma literatura em sua maior parte de origem semita, produzida há cerca de 2 mil anos, se hoje temos DVDs, CDs e outras bugigangas que trazem o alento necessário às almas ocas? Por que se importar em ser pastoreado de modo saudável, se hoje não nos importamos mais em viver um verdadeiro renascimento medieval? Se hoje se cobra um módico preço de cada incauto para que ele seja abençoado por Deus através de gente que confunde estética metrossexual com intrepidez ministerial? Em nossos tempos, não é melhor cantar “Restitui” do que “Tudo a Ti, Jesus, entrego”?
Rodrigo de Lima Ferreira
In: Ao redor da jabuticabeira
Rodrigo de Lima Ferreira
In: Ao redor da jabuticabeira
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segunda-feira, 20 de julho de 2009
Cessacionismo é a falsa doutrina de que as manifestações de dons milagrosos tais como os listados em 1 Coríntios 12 cessaram desde os dias dos apóstolos e da conclusão da Bíblia. Embora não haja provas bíblicas para esta posição, o principal motivo para esta invenção é o de garantir a suficiência da Escritura e da finalidade (conclusão) da Escritura. No entanto, foi demonstrado que a continuação das manifestações milagrosas, na realidade, não contradiz essas duas doutrinas ou as coloca em risco. Assim cessacionismo é tanto anti-bíblico como desnecessário.
Vincent Cheung
In: Cessacionismo e rebelião
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domingo, 19 de julho de 2009
78. Pão e vinho, então, se transformam no próprio corpo e sangue de Cristo?
R. Não (1). Neste ponto há igualdade entre o batismo e a ceia. A água do batismo não se transforma no sangue de Cristo, nem tira os pecados. Ela é somente um sinal divino e uma garantia disto (2). Igualmente o pão da santa ceia não se transforma no próprio corpo de Cristo (3) , mesmo que seja chamado "corpo de Cristo", conforme a natureza e o uso dos sacramentos (4).
(1) Mt 26:29. (2) Ef 5:26; Tt 3:5. (3) 1Co 10:16; 1Co 11:26. (4) Gn 17:10,11; Êx 12: 11,13; Êx 12:26,27; Êx 13:9; Êx 24:8; At 22:16; 1Co 10:1-4; 1Pe 3:21.
79. Por que, então, Cristo chama o pão "seu corpo" e o cálice "seu sangue" ou "a nova aliança em seu sangue", e por que Paulo fala sobre "a comunhão do corpo e do sangue de Cristo"?
R. É por motivo muito sério que Cristo fala assim. Ele nos quer ensinar que seu corpo crucificado e seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e bebida de nossas almas para a vida eterna, assim como pão e vinho mantêm a vida temporária (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por estes visíveis sinais e garantias,primeiro: que participamos de seu corpo e sangue, pela obra do Espírito Santo, tão realmente como recebemos com nossa própria boca estes santos sinais, em memória dEle (2) ;e segundo: que todo o seu sofrimento e obediência são nossos, tão certo, como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago por nossos pecados.
(1) Jo 6:51,53-55. (2) 1Co 10:16.
R. Não (1). Neste ponto há igualdade entre o batismo e a ceia. A água do batismo não se transforma no sangue de Cristo, nem tira os pecados. Ela é somente um sinal divino e uma garantia disto (2). Igualmente o pão da santa ceia não se transforma no próprio corpo de Cristo (3) , mesmo que seja chamado "corpo de Cristo", conforme a natureza e o uso dos sacramentos (4).
(1) Mt 26:29. (2) Ef 5:26; Tt 3:5. (3) 1Co 10:16; 1Co 11:26. (4) Gn 17:10,11; Êx 12: 11,13; Êx 12:26,27; Êx 13:9; Êx 24:8; At 22:16; 1Co 10:1-4; 1Pe 3:21.
79. Por que, então, Cristo chama o pão "seu corpo" e o cálice "seu sangue" ou "a nova aliança em seu sangue", e por que Paulo fala sobre "a comunhão do corpo e do sangue de Cristo"?
R. É por motivo muito sério que Cristo fala assim. Ele nos quer ensinar que seu corpo crucificado e seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e bebida de nossas almas para a vida eterna, assim como pão e vinho mantêm a vida temporária (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por estes visíveis sinais e garantias,primeiro: que participamos de seu corpo e sangue, pela obra do Espírito Santo, tão realmente como recebemos com nossa própria boca estes santos sinais, em memória dEle (2) ;e segundo: que todo o seu sofrimento e obediência são nossos, tão certo, como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago por nossos pecados.
(1) Jo 6:51,53-55. (2) 1Co 10:16.
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sexta-feira, 17 de julho de 2009
"Deus não é um solucionador de problemas. É um solucionador de pessoas. Deus não prometeu fazer nossa vida melhor. Prometeu nos fazer homens e mulheres melhores: semelhantes ao seu Filho. Quem espera uma vida melhor como resultado da intervenção do Deus onipotente, onipresente e onisciente, acaba se frustrando e sucumbindo em culpa e incredulidade. Quem espera ser uma pessoa melhor e andar em comunhão com Deus, numa relação de amor e liberdade, respondendo suas interpelações e desfrutando sua presença e doce companhia é capaz de enfrentar a vida, qualquer que seja ela".
Ed René Kivitz
In: Palavras para toda vida
Ed René Kivitz
In: Palavras para toda vida
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quarta-feira, 15 de julho de 2009
“Eu tento impedir o uso daquela frase tola que as pessoas costumam dizer a respeito dEle: ‘Estou pronto a aceitar Jesus como um grande e digno mestre, mas não aceito sua pretensão de ser Deus’. Não devemos dizer isso. Alguém que fosse simplesmente um homem e dissesse o tipo de coisa que Jesus disse não seria um grande e digno mestre. Seria um lunático — igual ao homem louco que afirma ser ‘Napoleão’ — ou o diabo. É preciso fazer uma escolha. Ou esse Homem era, e continua sendo, o Filho de Deus, ou era um louco ou algo pior. Você pode fazê-Lo calar, supondo ser Ele um tolo; pode cuspir nEle e matá-Lo, porque O vê como um demônio; ou você pode cair aos pés dEle e chamá-Lo de Senhor e Deus. Entretanto, não digamos tolices complacentes como, por exemplo, que Ele era somente humano e um grande mestre. Ele não nos deu liberdade para tal coisa. Ele não pretendia fazê-lo”.
C. S. Lewis
In: Para sua alegria, de John Piper
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terça-feira, 14 de julho de 2009
Está na esfera da vontade humana a capacidade de aceitar ou rejeitar o Senhor Jesus como Salvador? Visto que o evangelho é anunciado ao pecador e que o Espírito Santo o convence de sua condição de perdido, está no poder de sua própria vontade resistir ou render-se a Deus? As respostas destas perguntas definem nossa opinião a respeito da depravação do homem.
Todos os crentes concordam com o fato de que o homem é uma criatura caída. Mas, freqüentemente, é muito difícil determinar o que eles querem dizer ao utilizarem o vocábulo “caído”. A impressão geral parece ser esta: o homem não está mais na mesma condição em que saiu das mãos do Criador; ele está sujeito a enfermidades e herdou tendências perversas; mas, se empregar ao máximo as suas habilidades, o homem será, de alguma maneira, capaz de desfrutar o máximo da felicidade.
Oh! quão distante isso está da terrível verdade! Enfermidades, doenças e a morte física são apenas ninharias em comparação com os resultados morais e espirituais da Queda! Somente quando examinamos as Escrituras Sagradas, podemos obter alguma idéia correta a respeito da extensão dessa terrível calamidade. Quando dizemos que o homem é totalmente depravado, estamos afirmando que a entrada do pecado na constituição humana afetou todas as partes e todas as faculdades do homem. A depravação total significa que o homem, em seu corpo, alma e espírito, é escravo do pecado e servo de Satanás — está andando de acordo com “o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2).
Não precisamos argumentar em favor desta verdade; é um fato comum da experiência dos homens. O homem é incapaz de atingir suas próprias aspirações e concretizar seus próprios ideais. Ele não pode fazer as coisas que gostaria de fazer. Existe uma incapacidade moral que o paralisa. Esta é uma prova de que ele não é um ser livre e que, ao contrário disso, é um escravo do pecado e de Satanás. “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos” (Jo 8.44).
O pecado é muito mais do que uma atitude ou uma série de atitudes; é a constituição do próprio homem. O pecado cega o entendimento, corrompe o coração e separa o homem de Deus. E a vontade do homem não escapou dos efeitos do pecado. A vontade está sob o domínio do pecado e de Satanás. Portanto, a vontade não é livre. Em resumo, as afeições amam e a vontade escolhe de acordo com o estado do coração; e, visto que este é enganoso e desesperadamente corrupto, mais do que todas as coisas, “não há quem entenda, não há quem busque a Deus” (Rm 3.11).
A. W. Pink
Gospel Translations
Traduzido por Editora Fiel
Todos os crentes concordam com o fato de que o homem é uma criatura caída. Mas, freqüentemente, é muito difícil determinar o que eles querem dizer ao utilizarem o vocábulo “caído”. A impressão geral parece ser esta: o homem não está mais na mesma condição em que saiu das mãos do Criador; ele está sujeito a enfermidades e herdou tendências perversas; mas, se empregar ao máximo as suas habilidades, o homem será, de alguma maneira, capaz de desfrutar o máximo da felicidade.
Oh! quão distante isso está da terrível verdade! Enfermidades, doenças e a morte física são apenas ninharias em comparação com os resultados morais e espirituais da Queda! Somente quando examinamos as Escrituras Sagradas, podemos obter alguma idéia correta a respeito da extensão dessa terrível calamidade. Quando dizemos que o homem é totalmente depravado, estamos afirmando que a entrada do pecado na constituição humana afetou todas as partes e todas as faculdades do homem. A depravação total significa que o homem, em seu corpo, alma e espírito, é escravo do pecado e servo de Satanás — está andando de acordo com “o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2).
Não precisamos argumentar em favor desta verdade; é um fato comum da experiência dos homens. O homem é incapaz de atingir suas próprias aspirações e concretizar seus próprios ideais. Ele não pode fazer as coisas que gostaria de fazer. Existe uma incapacidade moral que o paralisa. Esta é uma prova de que ele não é um ser livre e que, ao contrário disso, é um escravo do pecado e de Satanás. “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos” (Jo 8.44).
O pecado é muito mais do que uma atitude ou uma série de atitudes; é a constituição do próprio homem. O pecado cega o entendimento, corrompe o coração e separa o homem de Deus. E a vontade do homem não escapou dos efeitos do pecado. A vontade está sob o domínio do pecado e de Satanás. Portanto, a vontade não é livre. Em resumo, as afeições amam e a vontade escolhe de acordo com o estado do coração; e, visto que este é enganoso e desesperadamente corrupto, mais do que todas as coisas, “não há quem entenda, não há quem busque a Deus” (Rm 3.11).
A. W. Pink
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segunda-feira, 13 de julho de 2009
A doutrina da predestinação é, sem sombra de dúvida, uma das mais complexas e difíceis de aceitar. Uma que ela tira todo chance de nos gloriarmos por alguma coisa em nossa salvação. Outra que ela parece comprometer o que pensamos ser a justiça divina. E, finalmente, porque Deus não revelou totalmente o mistério que envolve a eleição e a predestinação, e temos dificuldades em aceitar o que não compreendemos completamente.
O presbítero Solano Portela reconhece que a doutrina da predestinação não é um estudo fácil. Mas apresenta algumas sugestões que ajudam a superarmos essas dificuldades. Diz ele:
Em Cristo,
Clóvis
O presbítero Solano Portela reconhece que a doutrina da predestinação não é um estudo fácil. Mas apresenta algumas sugestões que ajudam a superarmos essas dificuldades. Diz ele:
"Quando estudarmos a predestinação teremos, portanto, de estar cientes das dificuldades do estudo mas, se tivermos seriedade e humildade para aprender o que Deus nos revelar em sua palavra, devemos ter a disposição de considerar:Se você ainda não fez, recomendo que leia e considere com atenção o "Estudo Sobre Predestinação", disponível no site Solano Portela Net.
1. Os dados bíblicos – examinarmos o maior número possível de passagens.
2. A necessidade de não rejeitar os conceitos bíblicos simplesmente porque estes podem fugir à nossa compreensão, ou experiência, mas deixá-los permanecer em toda a sua objetividade e lógica transcendental, gradativamente, pela ação do Espírito, penetrando em nossas convicções.
3. O testemunho histórico da Igreja – ele não determina doutrina, mas o seu estudo é relevante para vermos como Deus tem guiado a sua igreja, e para discernirmos a diferença entre inovações – ventos de doutrina e as doutrinas verdadeiras provadas no cadinho do tempo e da história eclesiástica.
4. O fato de que, quanto mais aprendermos e exaltarmos a pessoa de Deus, mais cresceremos espiritualmente e mais chegaremos perto de nossa finalidade que é a de glorificarmos a ele, em todas as nossas ações.
Em Cristo,
Clóvis
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domingo, 12 de julho de 2009
75. Como a santa ceia ensina e garante que você tem parte no único sacrifício de Cristo na cruz e em todos os seus benefícios?
R. Da seguinte maneira: Cristo me mandou, assim como a todos os fiéis, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória. E Ele acrescentou esta promessa: Primeiro, que, por mim, seu corpo foi sacrificado na cruz e que, por mim, seu sangue foi derramado, tão certo como vejo com meus olhos que o pão do Senhor é partido para mim e o cálice me é dado. Segundo, que Ele mesmo alimenta e sacia minha alma para a vida eterna com seu corpo crucificado e seu sangue derramado, tão certo como recebo da mão do ministro e tomo com minha boca o pão e o cálice do Senhor. Eles são sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo (1).
(1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22:19,20; 1Co 10:16,17; 1Co 11:23-25.
76. 0 que significa comer o corpo crucificado de Cristo e beber seu sangue derramado?
R. Significa aceitar com verdadeira fé todo o sofrimento e morte de Cristo e assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna (1). Significa também ser unido cada vez mais ao santo corpo de Cristo (2) , pelo Espírito Santo que habita tanto nEle como em nós. Assim somos carne de sua carne e osso de seus ossos (3) mesmo que Cristo esteja no céu (4) e nós na terra; e vivemos eternamente e somos governados por um só Espírito, como os membros do nosso corpo o são por uma só alma (5).
(1) Jo 6:35,40,47-54. (2) Jo 6:55,56. (3) Jo 14:23; 1Co 6:15,17,19; Ef 3:16,17; Ef 5:29,30; 1Jo 3:24; 1Jo 4:13. (4) At 1:9,11; At 3:21; 1Co 11:26; Cl 3:1. (5) Jo 6:57; Jo 15:1-6; Ef 4:15,16.
77, Onde Cristo prometeu alimentar e saciar os fieis com seu corpo e seu sangue, tão certo como eles comem do pão partido e bebem do cálice?
R. Nas palavras da instituição da ceia, que são :"O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1Coríntios 11:23-2 (6). O apóstolo Paulo já se tinha referido a esta promessa, dizendo: "Porventura o cálice da bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão" (1Coríntios 10:16,1) (7).
(1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22-19,20.
R. Da seguinte maneira: Cristo me mandou, assim como a todos os fiéis, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória. E Ele acrescentou esta promessa: Primeiro, que, por mim, seu corpo foi sacrificado na cruz e que, por mim, seu sangue foi derramado, tão certo como vejo com meus olhos que o pão do Senhor é partido para mim e o cálice me é dado. Segundo, que Ele mesmo alimenta e sacia minha alma para a vida eterna com seu corpo crucificado e seu sangue derramado, tão certo como recebo da mão do ministro e tomo com minha boca o pão e o cálice do Senhor. Eles são sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo (1).
(1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22:19,20; 1Co 10:16,17; 1Co 11:23-25.
76. 0 que significa comer o corpo crucificado de Cristo e beber seu sangue derramado?
R. Significa aceitar com verdadeira fé todo o sofrimento e morte de Cristo e assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna (1). Significa também ser unido cada vez mais ao santo corpo de Cristo (2) , pelo Espírito Santo que habita tanto nEle como em nós. Assim somos carne de sua carne e osso de seus ossos (3) mesmo que Cristo esteja no céu (4) e nós na terra; e vivemos eternamente e somos governados por um só Espírito, como os membros do nosso corpo o são por uma só alma (5).
(1) Jo 6:35,40,47-54. (2) Jo 6:55,56. (3) Jo 14:23; 1Co 6:15,17,19; Ef 3:16,17; Ef 5:29,30; 1Jo 3:24; 1Jo 4:13. (4) At 1:9,11; At 3:21; 1Co 11:26; Cl 3:1. (5) Jo 6:57; Jo 15:1-6; Ef 4:15,16.
77, Onde Cristo prometeu alimentar e saciar os fieis com seu corpo e seu sangue, tão certo como eles comem do pão partido e bebem do cálice?
R. Nas palavras da instituição da ceia, que são :"O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1Coríntios 11:23-2 (6). O apóstolo Paulo já se tinha referido a esta promessa, dizendo: "Porventura o cálice da bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão" (1Coríntios 10:16,1) (7).
(1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22-19,20.
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sexta-feira, 10 de julho de 2009
Hoje, dia 10 de julho, comemora-se 500 anos do nascimento de João Calvino. Se você ouviu falar dele, talvez não tenha sido coisa boa. Possivelmente, associaram o nome dele a doutrinas difíceis de aceitar. Pensando nisso, resolvemos entrevistar o próprio e quem sabe lendo a entrevista a seguir, se desfaça essa má impressão sobre sua pessoa e ensino.
Cinco Solas: Comecemos pelo começo, como foi a sua conversão?
João Calvino: Inicialmente, visto eu me achar tão obstinadamente devotado às superstições do papado, para que pudesse desvencilhar-me com facilidade de tão profundo abismo de lama, Deus, por um ato súbito de conversão, subjugou e trouxe minha mente a uma disposição susceptível, a qual era mais empedernida em tais matérias do que se poderia esperar de mim naquele primeiro período de minha vida.
CS: Quer dizer então que sua aceitação do evangelho dos reformadores não foi imediata?
JC: Contrariado com a novidade, eu ouvia com muita má vontade e, no início, confesso, resisti com energia e irritação; porque foi com a maior dificuldade que fui induzido a confessar que, por toda minha vida, eu estivera na ignorância e no erro.
CS: Podemos dizer então que o senhor foi convencido pelos protestantes?
JC: É o Espírito Santo quem nos regenera e nos transforma em novas criaturas. A regeneração é o ato criador do Espírito Santo, implantando na alma um novo princípio de vida espiritual. A conversão é o primeiro exercício de desse novo princípio gracioso, voltando-se o pecador renascido espontaneamente para Deus.
CS: O senhor é acusado de incentivar a licenciosidade, por defender a doutrina conhecida como "uma vez salvo, salvo para sempre". O que tem a dizer a respeito?
JC: A herança da vida eterna já nos está garantida, visto, porém, que esta vida se assemelha a uma pista de corrida, temos que nos esforçar para alcançar a meta final. Aqueles que não perseveram são semelhantes ao indolente agricultor que só ara e semeia e então deixa o trabalho inacabado, quando aplainar é indispensável para evitar que a semente seja comida pelas aves ou crestada pelo sol ou destrída pela geada. Felizes porém são aqueles que abraçam o evangelho e permanecem nele!
CS: Isso significa, então, que um nascido de novo pode perder a salvação?
JC: Os eleitos acham-se fora do perigo da apostasia final, porquanto o Pai que lhes deu Cristo, seu Filho, para que sejam por Ele preservados, é maior do que todos, e Cristo promete (Jo 17:12) que cuidará de todos eles, a fim que nenhum deles venha a perecer. E Deus não frustra a esperança que Ele mesmo produz em nossas mentes através de Sua Palavra e não costuma ser mais liberal em prometer do que em ser fiel na concretização do que prometeu.
CS: Mas, permita-me insistir neste ponto, a doutrina da justificação pregada pelo senhor e pelos outros reformadores não desestimula a santidade?
JC: É certamente verdade que somos justificados em Cristo tão-somente pela misericórdia divina, mas é igualmente verdade e correto que todos quantos são justificados são chamados pelo Senhor para que vivam uma vida digna de sua vocação. Portanto, que os crentes aprendam a abraçá-lo, não somente para a justificação, mas também para a santificação, assim como Ele se nos deu para ambos os propósitos, para que não venham mutilá-lo com uma fé igualmente mutilada. O serviço do Senhor não só implica uma autêntica obediência, como também a vontade de por de lado seus desejos pecaminosos e submeter-se completamente à direção do Espírito Santo.
CS: O senhor também não é muito popular por causa da doutrina da predestinação...
JC: Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e governado pela secreta providência de Deus, uma multidão de homens presunçosos se ergue contra mim alegando que apresento Deus como sendo o autor do pecado. Outros tudo fazem para destruir o eterno propósito divino da predestinação, pelo qual Deus distingue os réprobos e os eleitos.
CS: Mas o senhor concorda que essa doutrina é de fato polêmica, não concorda?
JC: A predestinação divina se constitui realmente num labirinto do qual a mente humana é completamente incapaz de desembaraçar-se. Mas a curiosidade humana é tão insistente que, quanto mais perigoso é um assunto, tanto mais ousadamente ela se precipita para ele. Daí, quando a predestinação acha-se em discussão, visto que o indivíduo não pode conter-se dentro de determinados limites, imediatamente, pois, mergulha nas profundezas do oceano de sua impetuosidade. Tenhamos, pois, em mente que será uma loucura querer conhecer todas as coisas relacionadas com a predestinação, exceto o que nos é dado na Palavra de Deus.
CS: Apesar dessa dificuldade, o senhor defende a doutrina da predestinação...
JC: O fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita, pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. Assim, a nossa vocação e a nossa justificação outra coisa não são que testemunhas da eleição divina, sendo que o Senhor introduziu na comunhão de sua Igreja aqueles que Ele havia preordenado antes de eles nascerem.
CS: Mas se Deus já escolheu a quem irá salvar, que sentido faz orar ou pregar o evangelho?
JC: A pregação é um instrumento para consecução da salvação dos crentes. A pregação é o instrumento da fé, por isso o Espírito Santo torna a pregação eficaz. Elimine-se o evangelho e todos permaneceremos malditos e mortos à vista de Deus. Esta mesma Palavra, por meio da qual somos gerados, passa a ser leite para nos criar, bem como alimento sólido para nossa nutrição contínua. E para incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, ele promete que, o que propusera fazer movido pelo seu próprio beneplácito, ele concederia em resposta aos seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência entre estas duas verdades, a saber: que Deus preserva a igreja no exercício de sua soberana mercê, e que ele a preserva em resposta às orações de seu povo. Pois, visto que sua orações se acham conectadas às promessas graciosas, o efeito daquelas depende inteiramente destas. Aquele que confia na providência divina, deve fugir para Deus com orações e forte clamor.
CS: O senhor escreveu uma teologia sistemática e comentários para quase todos os livros da Bíblia. O que diria àqueles que estão pensando em ler algum livro seu?
JC: A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso de modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem da Escritura, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentando a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. Nunca escrevi nada com ódio a ninguém, mas sempre coloquei fielmente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus.
CS: Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores?
JC: O evangelho não é uma doutrina da fala, mas de vida. Não se pode assimilá-lo por meio da razão ou da memória, única e exclusivamente, pois só se chega a compreendê-lo totalmente quando ele possui toda a alma e penetra no mais profundo do coração. Os cristãos deveriam detestar aqueles que tem o evangelho nos lábios, porém não em seus corações.
Nota: As frases de João Calvino foram todas extraídas do livro Calvino de A a Z, de Hermisten Costa, publicado pela editora Vida.
Cinco Solas: Comecemos pelo começo, como foi a sua conversão?
João Calvino: Inicialmente, visto eu me achar tão obstinadamente devotado às superstições do papado, para que pudesse desvencilhar-me com facilidade de tão profundo abismo de lama, Deus, por um ato súbito de conversão, subjugou e trouxe minha mente a uma disposição susceptível, a qual era mais empedernida em tais matérias do que se poderia esperar de mim naquele primeiro período de minha vida.
CS: Quer dizer então que sua aceitação do evangelho dos reformadores não foi imediata?
JC: Contrariado com a novidade, eu ouvia com muita má vontade e, no início, confesso, resisti com energia e irritação; porque foi com a maior dificuldade que fui induzido a confessar que, por toda minha vida, eu estivera na ignorância e no erro.
CS: Podemos dizer então que o senhor foi convencido pelos protestantes?
JC: É o Espírito Santo quem nos regenera e nos transforma em novas criaturas. A regeneração é o ato criador do Espírito Santo, implantando na alma um novo princípio de vida espiritual. A conversão é o primeiro exercício de desse novo princípio gracioso, voltando-se o pecador renascido espontaneamente para Deus.
CS: O senhor é acusado de incentivar a licenciosidade, por defender a doutrina conhecida como "uma vez salvo, salvo para sempre". O que tem a dizer a respeito?
JC: A herança da vida eterna já nos está garantida, visto, porém, que esta vida se assemelha a uma pista de corrida, temos que nos esforçar para alcançar a meta final. Aqueles que não perseveram são semelhantes ao indolente agricultor que só ara e semeia e então deixa o trabalho inacabado, quando aplainar é indispensável para evitar que a semente seja comida pelas aves ou crestada pelo sol ou destrída pela geada. Felizes porém são aqueles que abraçam o evangelho e permanecem nele!
CS: Isso significa, então, que um nascido de novo pode perder a salvação?
JC: Os eleitos acham-se fora do perigo da apostasia final, porquanto o Pai que lhes deu Cristo, seu Filho, para que sejam por Ele preservados, é maior do que todos, e Cristo promete (Jo 17:12) que cuidará de todos eles, a fim que nenhum deles venha a perecer. E Deus não frustra a esperança que Ele mesmo produz em nossas mentes através de Sua Palavra e não costuma ser mais liberal em prometer do que em ser fiel na concretização do que prometeu.
CS: Mas, permita-me insistir neste ponto, a doutrina da justificação pregada pelo senhor e pelos outros reformadores não desestimula a santidade?
JC: É certamente verdade que somos justificados em Cristo tão-somente pela misericórdia divina, mas é igualmente verdade e correto que todos quantos são justificados são chamados pelo Senhor para que vivam uma vida digna de sua vocação. Portanto, que os crentes aprendam a abraçá-lo, não somente para a justificação, mas também para a santificação, assim como Ele se nos deu para ambos os propósitos, para que não venham mutilá-lo com uma fé igualmente mutilada. O serviço do Senhor não só implica uma autêntica obediência, como também a vontade de por de lado seus desejos pecaminosos e submeter-se completamente à direção do Espírito Santo.
CS: O senhor também não é muito popular por causa da doutrina da predestinação...
JC: Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e governado pela secreta providência de Deus, uma multidão de homens presunçosos se ergue contra mim alegando que apresento Deus como sendo o autor do pecado. Outros tudo fazem para destruir o eterno propósito divino da predestinação, pelo qual Deus distingue os réprobos e os eleitos.
CS: Mas o senhor concorda que essa doutrina é de fato polêmica, não concorda?
JC: A predestinação divina se constitui realmente num labirinto do qual a mente humana é completamente incapaz de desembaraçar-se. Mas a curiosidade humana é tão insistente que, quanto mais perigoso é um assunto, tanto mais ousadamente ela se precipita para ele. Daí, quando a predestinação acha-se em discussão, visto que o indivíduo não pode conter-se dentro de determinados limites, imediatamente, pois, mergulha nas profundezas do oceano de sua impetuosidade. Tenhamos, pois, em mente que será uma loucura querer conhecer todas as coisas relacionadas com a predestinação, exceto o que nos é dado na Palavra de Deus.
CS: Apesar dessa dificuldade, o senhor defende a doutrina da predestinação...
JC: O fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita, pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. Assim, a nossa vocação e a nossa justificação outra coisa não são que testemunhas da eleição divina, sendo que o Senhor introduziu na comunhão de sua Igreja aqueles que Ele havia preordenado antes de eles nascerem.
CS: Mas se Deus já escolheu a quem irá salvar, que sentido faz orar ou pregar o evangelho?
JC: A pregação é um instrumento para consecução da salvação dos crentes. A pregação é o instrumento da fé, por isso o Espírito Santo torna a pregação eficaz. Elimine-se o evangelho e todos permaneceremos malditos e mortos à vista de Deus. Esta mesma Palavra, por meio da qual somos gerados, passa a ser leite para nos criar, bem como alimento sólido para nossa nutrição contínua. E para incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, ele promete que, o que propusera fazer movido pelo seu próprio beneplácito, ele concederia em resposta aos seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência entre estas duas verdades, a saber: que Deus preserva a igreja no exercício de sua soberana mercê, e que ele a preserva em resposta às orações de seu povo. Pois, visto que sua orações se acham conectadas às promessas graciosas, o efeito daquelas depende inteiramente destas. Aquele que confia na providência divina, deve fugir para Deus com orações e forte clamor.
CS: O senhor escreveu uma teologia sistemática e comentários para quase todos os livros da Bíblia. O que diria àqueles que estão pensando em ler algum livro seu?
JC: A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso de modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem da Escritura, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentando a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. Nunca escrevi nada com ódio a ninguém, mas sempre coloquei fielmente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus.
CS: Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores?
JC: O evangelho não é uma doutrina da fala, mas de vida. Não se pode assimilá-lo por meio da razão ou da memória, única e exclusivamente, pois só se chega a compreendê-lo totalmente quando ele possui toda a alma e penetra no mais profundo do coração. Os cristãos deveriam detestar aqueles que tem o evangelho nos lábios, porém não em seus corações.
Nota: As frases de João Calvino foram todas extraídas do livro Calvino de A a Z, de Hermisten Costa, publicado pela editora Vida.
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quinta-feira, 9 de julho de 2009
Deus, a ti clamo de manhã bem cedo ajuda-me a orar e concentrar meus pensamentos; não consigo fazer isso sozinho.
Dietrich Bonhoeffer
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quarta-feira, 8 de julho de 2009
O ensinamento que afirma que todos os homens serão salvos pela misericórdia de Deus se chama “universalismo”. De modo crescente, o universalismo se insinua por declarações da Igreja Católica Romana, bem como alguns grupos e igrejas protestantes de linha mais liberal. Esta doutrina se mantém e se propaga pela força de dois tipos de argumentação. O primeiro, sendo teológico, apela para a razão e emoções humanas, enquanto o segundo se fundamenta em interpretações duvidosas de alguns trechos da Bíblia.
O nacionalismo judaico que dominava na época de Jesus abriu uma brecha extremamente estreita para prosélitos que renunciavam suas origens gentílicas e ingressavam dentro do povo de Deus por meio de batismo, circuncisão, sacrifício e compromisso com a Lei. Assim alcançariam o supremo benefício de ingressar no povo de Deus chamado Israel, mas não a garantia da salvação.
Os profetas do Antigo Testamento previam um tempo futuro em que o Messias viria, não apenas para trazer a salvação ao povo escolhido (Is 42.6; 49.6), mas também aos gentios. Não seria justamente a bênção que Deus deu a Abraão que se estenderia a todas as nações da terra por meio do seu descendente (Gn 12.3; Gl 3.16)? A Nova Aliança efetuada pela pessoa e obra de Jesus na cruz criou uma “raça eleita, sacerdócio real, nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus”, composta de judeus e gentios convertidos (1Pe 2.9).
De acordo com o Novo Testamento, a salvação de qualquer pessoa, judeu ou gentio, dependia da confissão que Jesus é Senhor (normalmente no batismo que marcava a morte e ressurreição com Cristo) e crer na ressurreição de Jesus (Rm 10.9). Todos que se arrependiam e criam eram incluídos nos salvos. A Grande Comissão que Jesus deu aos seus seguidores foi de fazer discípulos de todas as nações, batizando e ensinando-os a obedecer tudo que Jesus ensinou (Mt 28.19,20). Desta maneira, o universalismo dos profetas, no qual as nações subiriam ao monte do Senhor (Is 2.3), se cumpria no convite do Evangelho universal a todos que foram comprados para Deus pelo sangue de Jesus, os que procedem de toda tribo, língua e nação (Ap 5.9).
A doutrina ortodoxa enraizada no Novo Testamento que oferece a garantia da salvação a todos que se arrependem e crêem no Senhor Jesus não é o universalismo que ensina que todos os seres humanos serão aceitos por Deus e gozarão do benefício da morte de Jesus. O universalismo neste sentido foi condenado no Concílio de Constantinopla como uma heresia em 543 d.C. Reapareceu entre os mais extremados anabatistas, alguns Morávios e outros poucos grupos não ortodoxos. Schleiermacher, conhecido pai do liberalismo, abraçou esta posição, seguido por teólogos mais radicais como John A.T. Robinson, Paul Tillich, Rudolph Bultmann. Até o mais destacado teólogo do século 20, Karl Barth, não se posicionou contra esta esperança, mesmo sem se declarar abertamente a seu favor. Os evangélicos, porém, se opõem contundentemente a essa doutrina. Eles reconhecem no universalismo uma forma moderna da mentira de Satanás no jardim: “Certamente, não morrerás”.
“Atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12.32). “Por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm 5.18). João diz que “Jesus Cristo é a luz que ilumina a todo homem” (Jo 1.9). Paulo afirma: “Porque assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22). “A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tito 2.11).
Mesmo que pareça convincente o argumento exegético, quem examinar mais profundamente encontrará boas razões para rejeitar a salvação universal. Considerar estes textos dentro do seu contexto mais amplo convencerá o intérprete não preconceituoso que os autores bíblicos não estão declarando a possibilidade de salvação sem fé no Senhor Jesus Cristo. Considere Hebreus 11.6 que diz que “sem fé é impossível agradar a Deus”.
O dualismo que divide toda a humanidade aparece em todo o Novo Testamento. O juiz tem sua pá na mão, limpará completamente a sua eira; “recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível” (Mt 3.11,12). Sem nascer de novo não há esperança de ver o Reino de Deus. Achar que o amor de Deus é tão extenso que ninguém pode cair fora dele, é uma crença muito conveniente para os que rejeitam o teor de todo o ensino da Bíblia. Não convém se arriscar em tão fraca esperança.
Pr. Russel Shedd
In: Revista Enfoque
Russell Shedd é PhD em Teologia do Novo Testamento e doutor em Divindade.
O nacionalismo judaico que dominava na época de Jesus abriu uma brecha extremamente estreita para prosélitos que renunciavam suas origens gentílicas e ingressavam dentro do povo de Deus por meio de batismo, circuncisão, sacrifício e compromisso com a Lei. Assim alcançariam o supremo benefício de ingressar no povo de Deus chamado Israel, mas não a garantia da salvação.
Os profetas do Antigo Testamento previam um tempo futuro em que o Messias viria, não apenas para trazer a salvação ao povo escolhido (Is 42.6; 49.6), mas também aos gentios. Não seria justamente a bênção que Deus deu a Abraão que se estenderia a todas as nações da terra por meio do seu descendente (Gn 12.3; Gl 3.16)? A Nova Aliança efetuada pela pessoa e obra de Jesus na cruz criou uma “raça eleita, sacerdócio real, nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus”, composta de judeus e gentios convertidos (1Pe 2.9).
De acordo com o Novo Testamento, a salvação de qualquer pessoa, judeu ou gentio, dependia da confissão que Jesus é Senhor (normalmente no batismo que marcava a morte e ressurreição com Cristo) e crer na ressurreição de Jesus (Rm 10.9). Todos que se arrependiam e criam eram incluídos nos salvos. A Grande Comissão que Jesus deu aos seus seguidores foi de fazer discípulos de todas as nações, batizando e ensinando-os a obedecer tudo que Jesus ensinou (Mt 28.19,20). Desta maneira, o universalismo dos profetas, no qual as nações subiriam ao monte do Senhor (Is 2.3), se cumpria no convite do Evangelho universal a todos que foram comprados para Deus pelo sangue de Jesus, os que procedem de toda tribo, língua e nação (Ap 5.9).
A doutrina ortodoxa enraizada no Novo Testamento que oferece a garantia da salvação a todos que se arrependem e crêem no Senhor Jesus não é o universalismo que ensina que todos os seres humanos serão aceitos por Deus e gozarão do benefício da morte de Jesus. O universalismo neste sentido foi condenado no Concílio de Constantinopla como uma heresia em 543 d.C. Reapareceu entre os mais extremados anabatistas, alguns Morávios e outros poucos grupos não ortodoxos. Schleiermacher, conhecido pai do liberalismo, abraçou esta posição, seguido por teólogos mais radicais como John A.T. Robinson, Paul Tillich, Rudolph Bultmann. Até o mais destacado teólogo do século 20, Karl Barth, não se posicionou contra esta esperança, mesmo sem se declarar abertamente a seu favor. Os evangélicos, porém, se opõem contundentemente a essa doutrina. Eles reconhecem no universalismo uma forma moderna da mentira de Satanás no jardim: “Certamente, não morrerás”.
“Atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12.32). “Por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm 5.18). João diz que “Jesus Cristo é a luz que ilumina a todo homem” (Jo 1.9). Paulo afirma: “Porque assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22). “A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tito 2.11).
Mesmo que pareça convincente o argumento exegético, quem examinar mais profundamente encontrará boas razões para rejeitar a salvação universal. Considerar estes textos dentro do seu contexto mais amplo convencerá o intérprete não preconceituoso que os autores bíblicos não estão declarando a possibilidade de salvação sem fé no Senhor Jesus Cristo. Considere Hebreus 11.6 que diz que “sem fé é impossível agradar a Deus”.
O dualismo que divide toda a humanidade aparece em todo o Novo Testamento. O juiz tem sua pá na mão, limpará completamente a sua eira; “recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível” (Mt 3.11,12). Sem nascer de novo não há esperança de ver o Reino de Deus. Achar que o amor de Deus é tão extenso que ninguém pode cair fora dele, é uma crença muito conveniente para os que rejeitam o teor de todo o ensino da Bíblia. Não convém se arriscar em tão fraca esperança.
Pr. Russel Shedd
In: Revista Enfoque
Russell Shedd é PhD em Teologia do Novo Testamento e doutor em Divindade.
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segunda-feira, 6 de julho de 2009
O calvinista é o homem que vê Deus por trás de todo fenômeno, e, em tudo o que sucede reconhece a mão de Deus operando a sua vontade; o calvinista, em todas as atividades de sua vida adota uma atitude permenente de oração; o calvinista se entrega completamente à graça de Deus e, exclui qualquer traço de autosuficiência em toda a obra da salvação.
B.B. Warfield
Traduzido por Ewerton B. Tokashiki
In: Traductione Reformata
B.B. Warfield
Traduzido por Ewerton B. Tokashiki
In: Traductione Reformata
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domingo, 5 de julho de 2009
72. Então, a própria água do batismo é a purificação dos pecados?
R. Não (1) , pois somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todos os pecados (2).
(1) Mt 3:11; Ef 5:26; 1Pe 3:21. (2) 1Co 6:11; 1Jo 1:7.
73. Por que, então, o Espírito Santo chama o batismo "lavagem da regeneração" e "purificação dos pecados"?
R. É por motivo muito sério que Deus fala assim. Ele nos quer ensinar que nossos pecados são tirados pelo sangue e Espírito de Cristo assim como a sujeira do corpo é tirada por água (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por este divino sinal e garantia que somos lavados espiritualmente dos nossos pecados tão realmente como nosso corpo fica limpo com água (2).
(1) 1Co 6:11; Ap 1:5; Ap 7:14. (2) Mt 16:16; Gl 3:27.
74. As crianças pequenas devem ser batizadas?
R. Devem, sim, porque tanto as crianças como os adultos pertencem à aliança de Deus e à sua igreja (1). Também a elas como aos adultos são prometidos, no sangue de Cristo, a salvação do pecado e o Espírito Santo que produz a fé (2).
Por isso, as crianças, pelo batismo como sinal da aliança, devem ser incorporadas à igreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos (3). Na época do Antigo Testamento se fazia isto pela circuncisão (4). No Novo Testamento foi instituído o batismo, no lugar da circuncisão (5).
(1) Gn 17:7. (2) Sl 22:10; Is 44:1-3; Mt 19:14; At 2:39. (3) At 10:47. (4) Gn 17:14. (5) Cl 2:11,12.
Nota do Editor: Humildemente discordamos do Catecismo de Heidelberg na questão 74. Nosso entendimento é de que o batismo deve ser ministrado a quem faz confissão de fé, o que obviamente uma criança não pode fazer. Contudo, cremos que as crianças fazem parte da aliança de Deus.
R. Não (1) , pois somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todos os pecados (2).
(1) Mt 3:11; Ef 5:26; 1Pe 3:21. (2) 1Co 6:11; 1Jo 1:7.
73. Por que, então, o Espírito Santo chama o batismo "lavagem da regeneração" e "purificação dos pecados"?
R. É por motivo muito sério que Deus fala assim. Ele nos quer ensinar que nossos pecados são tirados pelo sangue e Espírito de Cristo assim como a sujeira do corpo é tirada por água (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por este divino sinal e garantia que somos lavados espiritualmente dos nossos pecados tão realmente como nosso corpo fica limpo com água (2).
(1) 1Co 6:11; Ap 1:5; Ap 7:14. (2) Mt 16:16; Gl 3:27.
74. As crianças pequenas devem ser batizadas?
R. Devem, sim, porque tanto as crianças como os adultos pertencem à aliança de Deus e à sua igreja (1). Também a elas como aos adultos são prometidos, no sangue de Cristo, a salvação do pecado e o Espírito Santo que produz a fé (2).
Por isso, as crianças, pelo batismo como sinal da aliança, devem ser incorporadas à igreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos (3). Na época do Antigo Testamento se fazia isto pela circuncisão (4). No Novo Testamento foi instituído o batismo, no lugar da circuncisão (5).
(1) Gn 17:7. (2) Sl 22:10; Is 44:1-3; Mt 19:14; At 2:39. (3) At 10:47. (4) Gn 17:14. (5) Cl 2:11,12.
Nota do Editor: Humildemente discordamos do Catecismo de Heidelberg na questão 74. Nosso entendimento é de que o batismo deve ser ministrado a quem faz confissão de fé, o que obviamente uma criança não pode fazer. Contudo, cremos que as crianças fazem parte da aliança de Deus.
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Em seu Manual Prático de Teologia (Central Gospel, 2004), Eduardo Joiner começa da forma como eu gosto: com definições. Apesar de obviedades do tipo "agente quer dizer um ente que age" ele apresenta uma boa definição de agente moral livre, ao escrever que "é um ente que age com relação a uma lei, obedecendo ou desobedecendo, sem ser obrigado a agir desse modo e com pleno poder de escolher o curso diametralmente oposto daquele que determinou seguir". Assim temos que liberdade moral é o pleno poder de escolha contrária.
Depois da definição acima, ele se empolga e afirma que "a doutrina da livre agência, ou do livre-arbítrio, é a única que concorda com a responsabilidade", pois "para que um agente seja responsável por qualquer ato, é necessário que tenha o poder de cometer o ato ou produzir o estado contrário". Já respondi a esse argumento na postagem "Sobre livre-arbítrio e responsabilidade", então não vou gastar espaço e o tempo de vocês repetindo tudo.
O autor exibe sua carterinha de membro do clube arminiano ao dizer que concorda com os "teólogos do livre-arbítrio, também chamados arminianos", por "apresentarem uma teoria sobre a liberdade que julgamos mais harmoniosa com a razão e com o bom senso". Bíblia para quê, se temos uma razão afiada e bom senso de sobra? Bem, a verdade é que fiados na razão consideramos loucura a mensagem da cruz e jamais algum herege sentiu falta de bom senso.
Para Joiner, a questão do livre-arbítrio se resume a "se o homem é capaz de autodeterminação ou se pode agir independentemente de Deus" e sua resposta a ela é "se o homem tem o poder de autodeterminação, então ele é um agente livre e realmente o autor de suas ações", do contrário "é somente uma mera máquina, tão incapaz como uma estátua ou uma pedra".
Ninguém pode acusar Joiner de falta de ousadia, pois afimar que ou o homem pode agir independentemente de Deus ou ele não passa de um mineral ou mera máquina é preciso coragem. Mas só ousadia não basta, é preciso não ter criatividade para recorrer ao mais patético dos argumentos dos defensores do livre-arbítrio libertário. Para quem apela à razão e ao bom senso, o argumento soa mais ridículo ainda. Vejamos como é sem sentido esse argumento (não que isso faça com que ele seja abandonado):
Eu tenho um cachorro lindo, um boxer cor de caramelo, que atende pelo nome de Tom. Pois bem, acredito que todos os arminianos concordam que ele não é uma pedra e também não é uma máquina (embora minha mulher diga que ele é uma máquina de fazer buracos). Então, se ele não é uma máquina nem uma estátua, é certo dizer que ele tem livre-arbítrio? Ele tem o poder de escolha contrária? Não, ele não tem livre-arbítrio e isto não o torna uma estátua decorativa no quintal.
O problema, porém, não é apenas que Eduardo Joiner defenda idéias que afrontam a soberania e a onisciência divina ou que apresente uma antropologia contrária ao ensino bíblico a respeito da queda e suas consequências. É também que este ensino seja promovido por uma editora evangélica expressiva e promovido na mídia televisiva.
Depois da definição acima, ele se empolga e afirma que "a doutrina da livre agência, ou do livre-arbítrio, é a única que concorda com a responsabilidade", pois "para que um agente seja responsável por qualquer ato, é necessário que tenha o poder de cometer o ato ou produzir o estado contrário". Já respondi a esse argumento na postagem "Sobre livre-arbítrio e responsabilidade", então não vou gastar espaço e o tempo de vocês repetindo tudo.
O autor exibe sua carterinha de membro do clube arminiano ao dizer que concorda com os "teólogos do livre-arbítrio, também chamados arminianos", por "apresentarem uma teoria sobre a liberdade que julgamos mais harmoniosa com a razão e com o bom senso". Bíblia para quê, se temos uma razão afiada e bom senso de sobra? Bem, a verdade é que fiados na razão consideramos loucura a mensagem da cruz e jamais algum herege sentiu falta de bom senso.
Para Joiner, a questão do livre-arbítrio se resume a "se o homem é capaz de autodeterminação ou se pode agir independentemente de Deus" e sua resposta a ela é "se o homem tem o poder de autodeterminação, então ele é um agente livre e realmente o autor de suas ações", do contrário "é somente uma mera máquina, tão incapaz como uma estátua ou uma pedra".
Ninguém pode acusar Joiner de falta de ousadia, pois afimar que ou o homem pode agir independentemente de Deus ou ele não passa de um mineral ou mera máquina é preciso coragem. Mas só ousadia não basta, é preciso não ter criatividade para recorrer ao mais patético dos argumentos dos defensores do livre-arbítrio libertário. Para quem apela à razão e ao bom senso, o argumento soa mais ridículo ainda. Vejamos como é sem sentido esse argumento (não que isso faça com que ele seja abandonado):
Eu tenho um cachorro lindo, um boxer cor de caramelo, que atende pelo nome de Tom. Pois bem, acredito que todos os arminianos concordam que ele não é uma pedra e também não é uma máquina (embora minha mulher diga que ele é uma máquina de fazer buracos). Então, se ele não é uma máquina nem uma estátua, é certo dizer que ele tem livre-arbítrio? Ele tem o poder de escolha contrária? Não, ele não tem livre-arbítrio e isto não o torna uma estátua decorativa no quintal.
O problema, porém, não é apenas que Eduardo Joiner defenda idéias que afrontam a soberania e a onisciência divina ou que apresente uma antropologia contrária ao ensino bíblico a respeito da queda e suas consequências. É também que este ensino seja promovido por uma editora evangélica expressiva e promovido na mídia televisiva.
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sexta-feira, 3 de julho de 2009
Portanto, o conhecimento de Deus que na Escritura nos é proposto não visa a outro escopo que aquele que refulge gravado nas criaturas, isto é, nos convida, em primeiro lugar, ao temor de Deus; em seguida, à confiança nele, para que, na verdade, aprendamos a cultuá-lo não só com perfeita inocência de vida, mas ainda com obediência não fingida, e então a dependermos totalmente de sua bondade.
João Calvino
In: Institutas da Religião Cristã
João Calvino
In: Institutas da Religião Cristã
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quinta-feira, 2 de julho de 2009
Longe de mim qualquer tipo de farisaísmo religioso. Bloqueio todo e qualquer tipo de justificação por obras ou comportamento exemplar em minha vida para salvação. Que a cruz de Cristo seja o meu único fardo pesado, e que a Sua graça seja o motivo do meu bom comportamento. Que o juízo inquisitor humano não encontre frestas em meu frágil coração. Que meus lábios possam nunca ufanar de minha própria vida. Que eu continue a ser um pecador que fora alcançado pela misericórdia do Senhor. Que como pecador que sou, seja eu todos os dias justificado pelo sacrifício de Cristo - Que eu, pecador, e não os meus pecados.
Vitor Hugo da Silva
In: A amizade com o mundo
Vitor Hugo da Silva
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quarta-feira, 1 de julho de 2009
Queremos magnificar a graça salvadora de Deus, bem como o poder salvador de Cristo. E assim declaramos que o amor remidor de Deus abarca todos os homens, e que Cristo morreu para salvar todo homem, e proclamamos que a glória da misericórdia divina deve ser medida através desses fatos. Mas então, a fim de evitarmos o universalismo, somos forçados a depreciar tudo aquilo quanto vínhamos exaltando, passando a explicar que, afinal de contas, nada daquilo que Deus e Cristo fizeram pode salvar-nos, a menos que acrescentemos algo — o fator decisivo que realmente nos salva é o nosso próprio ato de crer. O que dizemos, portanto, resume-se nisto: Cristo salva-nos com a nossa ajuda. E o que isso significa, depois de passar pelo crivo de nosso raciocínio, é o seguinte: salvamo-nos a nós mesmos, com a ajuda de Cristo.
J. I. Packer
In: O Antigo Evangelho
J. I. Packer
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