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domingo, 5 de julho de 2009
Em seu Manual Prático de Teologia (Central Gospel, 2004), Eduardo Joiner começa da forma como eu gosto: com definições. Apesar de obviedades do tipo "agente quer dizer um ente que age" ele apresenta uma boa definição de agente moral livre, ao escrever que "é um ente que age com relação a uma lei, obedecendo ou desobedecendo, sem ser obrigado a agir desse modo e com pleno poder de escolher o curso diametralmente oposto daquele que determinou seguir". Assim temos que liberdade moral é o pleno poder de escolha contrária.
Depois da definição acima, ele se empolga e afirma que "a doutrina da livre agência, ou do livre-arbítrio, é a única que concorda com a responsabilidade", pois "para que um agente seja responsável por qualquer ato, é necessário que tenha o poder de cometer o ato ou produzir o estado contrário". Já respondi a esse argumento na postagem "Sobre livre-arbítrio e responsabilidade", então não vou gastar espaço e o tempo de vocês repetindo tudo.
O autor exibe sua carterinha de membro do clube arminiano ao dizer que concorda com os "teólogos do livre-arbítrio, também chamados arminianos", por "apresentarem uma teoria sobre a liberdade que julgamos mais harmoniosa com a razão e com o bom senso". Bíblia para quê, se temos uma razão afiada e bom senso de sobra? Bem, a verdade é que fiados na razão consideramos loucura a mensagem da cruz e jamais algum herege sentiu falta de bom senso.
Para Joiner, a questão do livre-arbítrio se resume a "se o homem é capaz de autodeterminação ou se pode agir independentemente de Deus" e sua resposta a ela é "se o homem tem o poder de autodeterminação, então ele é um agente livre e realmente o autor de suas ações", do contrário "é somente uma mera máquina, tão incapaz como uma estátua ou uma pedra".
Ninguém pode acusar Joiner de falta de ousadia, pois afimar que ou o homem pode agir independentemente de Deus ou ele não passa de um mineral ou mera máquina é preciso coragem. Mas só ousadia não basta, é preciso não ter criatividade para recorrer ao mais patético dos argumentos dos defensores do livre-arbítrio libertário. Para quem apela à razão e ao bom senso, o argumento soa mais ridículo ainda. Vejamos como é sem sentido esse argumento (não que isso faça com que ele seja abandonado):
Eu tenho um cachorro lindo, um boxer cor de caramelo, que atende pelo nome de Tom. Pois bem, acredito que todos os arminianos concordam que ele não é uma pedra e também não é uma máquina (embora minha mulher diga que ele é uma máquina de fazer buracos). Então, se ele não é uma máquina nem uma estátua, é certo dizer que ele tem livre-arbítrio? Ele tem o poder de escolha contrária? Não, ele não tem livre-arbítrio e isto não o torna uma estátua decorativa no quintal.
O problema, porém, não é apenas que Eduardo Joiner defenda idéias que afrontam a soberania e a onisciência divina ou que apresente uma antropologia contrária ao ensino bíblico a respeito da queda e suas consequências. É também que este ensino seja promovido por uma editora evangélica expressiva e promovido na mídia televisiva.
Depois da definição acima, ele se empolga e afirma que "a doutrina da livre agência, ou do livre-arbítrio, é a única que concorda com a responsabilidade", pois "para que um agente seja responsável por qualquer ato, é necessário que tenha o poder de cometer o ato ou produzir o estado contrário". Já respondi a esse argumento na postagem "Sobre livre-arbítrio e responsabilidade", então não vou gastar espaço e o tempo de vocês repetindo tudo.
O autor exibe sua carterinha de membro do clube arminiano ao dizer que concorda com os "teólogos do livre-arbítrio, também chamados arminianos", por "apresentarem uma teoria sobre a liberdade que julgamos mais harmoniosa com a razão e com o bom senso". Bíblia para quê, se temos uma razão afiada e bom senso de sobra? Bem, a verdade é que fiados na razão consideramos loucura a mensagem da cruz e jamais algum herege sentiu falta de bom senso.
Para Joiner, a questão do livre-arbítrio se resume a "se o homem é capaz de autodeterminação ou se pode agir independentemente de Deus" e sua resposta a ela é "se o homem tem o poder de autodeterminação, então ele é um agente livre e realmente o autor de suas ações", do contrário "é somente uma mera máquina, tão incapaz como uma estátua ou uma pedra".
Ninguém pode acusar Joiner de falta de ousadia, pois afimar que ou o homem pode agir independentemente de Deus ou ele não passa de um mineral ou mera máquina é preciso coragem. Mas só ousadia não basta, é preciso não ter criatividade para recorrer ao mais patético dos argumentos dos defensores do livre-arbítrio libertário. Para quem apela à razão e ao bom senso, o argumento soa mais ridículo ainda. Vejamos como é sem sentido esse argumento (não que isso faça com que ele seja abandonado):
Eu tenho um cachorro lindo, um boxer cor de caramelo, que atende pelo nome de Tom. Pois bem, acredito que todos os arminianos concordam que ele não é uma pedra e também não é uma máquina (embora minha mulher diga que ele é uma máquina de fazer buracos). Então, se ele não é uma máquina nem uma estátua, é certo dizer que ele tem livre-arbítrio? Ele tem o poder de escolha contrária? Não, ele não tem livre-arbítrio e isto não o torna uma estátua decorativa no quintal.
O problema, porém, não é apenas que Eduardo Joiner defenda idéias que afrontam a soberania e a onisciência divina ou que apresente uma antropologia contrária ao ensino bíblico a respeito da queda e suas consequências. É também que este ensino seja promovido por uma editora evangélica expressiva e promovido na mídia televisiva.
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Autoria Clóvis,
Incapacidade humana,
Minha resposta
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12 comentários:
Olha, não tomando partido, pois ainda não parei para pensar sobre esse assunto, digo de forma simples, esse livro da Central Gospel, tem muito "argumento" e pouca base bíblica. muitos "se"! Não somente nessa questão do livre-arbitrio, em muitas outras também!
Você tem a " Teologia Sistemática Pentecostal ". da CPAD
Oi SOS Gospel,
Obrigado pela sua visita e seu comentário.
Sim, eu tenho a TS Pentecostal, da CPAD, mas ainda não tive oportunidade de ler como desejo. Apenas dei uma folheada.
Mas por ser uma obra de várias mãos, parece que falta certa "unidade" nessa questão. Mas é uma opinião baseada em umas folheadas, sujeita a revisão posterior a uma melhor leitura.
Em Cristo,
Clóvis
Caríssimo Clóvis,
Estou com uma dificuldade tremenda para mandar este comentário. Deu pau já duas vezes. Mas bem, vou resumir o que tentava te dizer.
Primeiro, o post está muito bom. Deu-me um susto no início, dando a impressão que ia para o lado errado. Mas depois tudo ficou bem! rsrsrs
Sobre o livre-arbítrio, tenho uma concepção de que ele seja possível no tempo como uma experiência real (na eternidade a liberdade é propriamente ser; na verdade, os termos perdem o significado que damos a eles). Para entender melhor, visite: Liberdade: uma breve reflexão. Na verdade, não há exatamente uma argumentação lá. É verdadeiramente uma reflexão.
Grande abraço. NEle,
Roberto
Roberto,
As vezes o logger nos prega algumas peças. Mas o importante é que você conseguiu.
Li a sua reflexão, excelente por sinal. Farei uma chamada dela num post futuro.
Deus te abençoe.
Clóvis
Lourival,
Boas palavras. Que o Senhor continue lhe abençoando.
Em Cristo,
Clóvis
Olá Clovis, tudo bem?
Acho que julgou mal Joiner.
Primeiro, porque ele não foi tão ousado assim como você diz, a ponto de dizer que o homem é capaz de agir independentemente de Deus. Na pág 308 ele escreve: "Não supomos que o homem seja absolutamente independente para agir".
Pelo que entendi da frase "se o homem é capaz de autodeterminação ou se não (vc esqueceu do 'não' no seu post) pode agir independentemente de Deus", ele está querendo dizer que, ou agimos segundo uma autodeterminação ou somos determinados por Deus. Não precisa ousadia para afirmar uma coisa dessa. Ele certamente não estava querendo dizer que temos vida própria ou que nossas ações não são, de alguma forma, controladas por Deus, ou algo parecido.
Segundo, não sei se foi justo acusando seu argumento (de Joiner) de "o mais patético dos argumentos dos defensores do livre-arbítrio libertário". O argumento dele é forte, e sua resposta, apelando para o seu lindo cachorro Tom, nem esbarrou no argumento do Joiner.
O argumento do Joiner era que se o homem (não um cachorro) não tem o poder de autodeterminação, ele seria uma mera máquina.
Um cachorro não tem livre-arbítrio mas tem instinto. Então não dá pra dizer que um cachorro, não tendo livre-arbítrio, agiria como uma máquina. Ele ainda assim agiria por instinto. Mas se o cachorro não tivesse instinto, como ele se comportaria?
Já o homem, sem autodeterminação e sem instinto, como agiria? Bingo! Como uma mera máquina, como diz Joiner. Suas ações seriam meras reações de alguma causa externa.
O argumento de Joiner não é nem um pouco patético nem ridículo e ele continua de pé.
Mas foi bom você falar de cachorros. Cachorros não têm livre-arbítrio. Em compensação, não podem ser responsabilizados.
Mas animais são sim responsabilizados na Bíblia.
"Se algum boi chifrar homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado, e não lhe comerão a carne; mas o dono do boi será absolvido" (Ex 21:28)
Se é como você diz, "pca", então os animais não têm livre arbítrio, mas são responsabilizados por Deus.
Afinal, se eles só têm instinto, e não podem ser "responsabilizados", o boi escorneador não deveria ser morto...ele só estava seguindo o instinto...
Helder Nozima,
Responsabilidade é a obrigação de responder por suas ações. Como um animal pode responder por suas ações? Onde na Bíblia vemos que os animais participarão de algo parecido com o Juízo Final? Em lugar nenhum, obviamente. Os animais não são responsáveis.
Esse boi escorneador devia ser morto, não porque era responsável por suas ações, mas para o bem da comunidade no qual estava inserido. Não é nada agradável conviver com bois que nos chifram pelas ruas.
pca,
Responder pos suas ações não é só Juízo Final. Aliás, é temerário...tanto da sua parte...como do Clóvis...construir argumentos em cima do comportamento animal.
As últimas pesquisas indicam que animais sentem e não são só instinto. O comportamento de primatas e cães, por exemplo, é bem mais complexo do que a maioria pensa.
Sobre o boi, a idéia não foi mostrar que animais e homens têm a mesma responsabilidade. Mas sim, de mostrar que não é tão simples usar esse tipo de argumento.
Você está correto, Helder. Deixemos os animais pra lá. Não faremos muito progresso se insistirmos nesse ponto.
gostaria de dizer a todos que o homem tem livre arbitrio, portanto ele escolhe se quer ser salvo por Jesus ou não isso só depende dele e essa liberdade de escolha chama-se livre arbitrio ou não? e alem do mais a biblia diz que todos nós vamos comparecer diante do tribunal de cristo para dar-mos conta de nossas obras ou boas ou más. fiquem com Deus.
Eder,
Paz seja contigo. Seja bem vindo ao blog e esteja à vontade para comentar.
Infelizmente, precisaremos mais do que suas palavras para estabelecermos que todos os homens tem livre-arbítrio no sentido que só depende dele escolher ou não a salvação. Este permanece um pressupoto não provado.
E se a salvação de quem quer que seja depender da apresentação de obras boas ou más, então todos estamos perdidos.
Em Cristo,
Clóvis
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