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sábado, 1 de novembro de 2008
A graça divina é o soberano e salvador favor de Deus exercido na dádiva de bênçãos a pessoas que não têm em si mérito nenhum, e pelas quais não se exige delas nenhuma compensação. Não apenas isso, é ainda mais; é o favor de Deus demonstrado a pessoas que, não só não possuem merecimentos próprios, mas são totalmente merecedoras do inferno. É completamente imerecida, não é procurada de modo nenhum e não é atraída por nada que haja nos objetos aos quais é dada, por nada que deles provenha, e tampouco pelos próprios objetos. A graça não pode ser comprada, nem obtida, nem conquistada pela criatura. Se pudesse, deixaria de ser graça. Quando dizemos que uma coisa é "de graça", queremos dizer que seu recebedor não tem direitos sobre ela, que de maneira nenhuma ela lhe era devida. Chega-lhe como pura caridade e, a princípio, não solicitada nem desejada.
A. W. Pink
In: Os atributos de Deus
Marcadores:
Soteriologia
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5 comentários:
Curiosamente existe um segredo para se obter a graça divina. Um segredo simples: Deus dá graça aos humildes, mas resiste aos soberbos.
Roger,
Seria o caso então, da graça salvadora ser condicionada à humildade? Além de fé e arrependimento previstos, será que Deus dá sua graça aqueles que ele vê que são/serão humildes?
De forma alguma. Então, como entender o que diz Tiago? Olhando o contexto imediato. Vejamos:
"Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Tg 4:5-7
A passagem deixa claro que não se trata da graça salvadora dada a pecadores humildes. E sim de crescimento na graça dada a pecadores redimidos. Veja que o versos 5 refere-se ao "Espírito que em nós habita". Se o Espírito já habita em alguém, esse é filho de Deus. Além disso, Tiago diz que Deus dá "maior graça". No original, "graça mais forte". Portanto, a promessa aos humildes é que eles experimentarão a graça de Deus com mais intensidade em suas vidas. Como Paulo, que descobriu que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza.
É o que entendo da passagem.
Em Cristo,
Clóvis
Oi mano pentecostal,
vou aqui fazer um longo comentário. Como meu próximo desafio é escrever sobre "menos graça", deixa eu amadurecer alguns conceitos antes aqui.
1) Graça Salvadora condicionada: penso que fé, arrependimento e humildade andam juntos. Não seria o próprio arrependimento um ato de humildade? E com a fé seria diferente?
2) Não vejo em nenhum momento nas escrituras Deus salvando alguém soberbo (sem antes quebrantá-lo). Não seria justamente por sentir-se frágil, em perigo e ameaça que alguns se humilham e clamam por misericórdia?
3) Esse debate teológico só teria sentido se mostrar consequências práticas em nosso viver. O que estes fatos mudam em minha ação evangelística, em minha adoração e serviço, em meu relacionamento com os irmãos e fora da igreja?
4) Não sei ao certo como você entende graça salvadora... eu acho que salvação é algo contínuo, fui, sou, estou sendo e serei salvo. Assim toda graça que Deus me dá é de certa forma salvadora. Por exemplo em Tiago é mencionada a fé que salva, 2:14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
Esta é a ênfase da carta: o papel da obras, o nosso lado da história, nossa responsabilidade moral. Ou seja tanto nós crentes como incrédulos se quizermos alguma coisa de Deus temos que nos humilhar e isso de forma prática. Aí entra a obediência, o arrependimento. E isso é a demonstração da fé. E assim Deus vai nos dando graça. E assim vamos sendo salvos.
5) Esqueci...
Acho que era isso, Clóvis,
Um grande abraço,
Roger
Roger,
Paz seja contigo e com os seus,
Oi mano pentecostal,
O irmão fala em "Graça Salvadora condicionada" e eu digo que isso é uma contradição de termos. Ou é graça ou é recompensa pelo preenchimento de alguma condição. A salvação requer fé e arrependimento e a humilhação está presente, porém tudo isso faz parte do pacote "graça". A fé é dom de Deus, que também dá o arrependimento e promove o quebrantamento característico da humilhação. "A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza", lembra?
Você acerta em cheio, quando diz que não viu "em nenhum momento nas escrituras Deus salvando alguém soberbo (sem antes quebrantá-lo)". Mas esse quebrantamento é obra da graça, da graça invencível. Nas palavras de Agostinho, que as mesmas que causaram repulsa a Pelágio: Deus nos dá o que de nós exige.
"O que estes fatos mudam em minha ação evangelística, em minha adoração e serviço, em meu relacionamento com os irmãos e fora da igreja?"
Leia minha resposta em outro post a respeito do assunto. Agora, a nossa concepção da graça muda radicalmente nossa relação com Deus, com a igreja e com o mundo. Com Deus, todo nosso culto é ação de "graça", na igreja exercitamos os "charismata" (dons da graça) e ao mundo oferecemos a graça salvadora.
"Não sei ao certo como você entende graça salvadora..."
Eu entendo que toda graça está relacionada à salvação. A nossa salvação é "causada" pela graça. E todas as bênçãos que acompanham a salvação, também são por graça. Para mim, é graça, graça, graça...
Uma pessoa salva pela graça, pode experimentar mais ou menos de outras bênçãos que acompanham a salvação pela graça. É o caso, por exemplo, dos charismata, que ter mais ou menos não implica ser mais ou menos salvo, mas com certeza impacta nossa vida cristã e nosso serviço.
"... eu acho que salvação é algo contínuo, fui, sou, estou sendo e serei salvo."
Eu creio que fomos salvos (da condenação do pecado - justificação), estamos sendo salvos (do domínio do pecado - santificação) e seremos salvos (da presença do pecado - glorificação). Mas creio também que embora nossa salvação ainda não seja completa, é certo que aqueles que foram justificados serão progressivamente santificados e completamente glorificados.
"Assim toda graça que Deus me dá é de certa forma salvadora. Por exemplo em Tiago é mencionada a fé que salva, 2:14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
Esta é a ênfase da carta: o papel da obras, o nosso lado da história, nossa responsabilidade moral. Ou seja tanto nós crentes como incrédulos se quizermos alguma coisa de Deus temos que nos humilhar e isso de forma prática. Aí entra a obediência, o arrependimento. E isso é a demonstração da fé. E assim Deus vai nos dando graça. E assim vamos sendo salvos."
Concordo interamente com você, desde que você entenda que essa passagem refere-se a crentes.
"5) Esqueci..."
Ainda bem, estava ficando sem argumento :-)
Em Cristo,
Clóvis
Valeu Clóvis pela paciência. Depois terei que procurar o Post que vc mencionou.
Acho que este tipo de diálogo só funciona assim na base da escrita. Talvez se estivéssemos em uma EBD não teríamos assim tanta graça uma para com o outro. O professor já nos teria pedido para "discutirmos" em outro locar. hehehe!
Estarei levando em conta tudo que você bem argumentou para escrever o meu "menos graça". Já vi que será uma tarefa difícil pois a graça de Deus é mesmo um presentão!
Fraternalmente,
Roger
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