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domingo, 2 de novembro de 2008
Um pastor querido escreveu que "o Calvinismo erra nos "5 pontos" ao super-enfatizar a soberania de Deus tranformando-o num ditador". Acredito que sua preocupação com uma imagem políticamente correta de Deus seja legítima. Afinal, numa época em que a democracia é tida se não como o melhor pelo menos como o menos pior dos regimes de governo, um Ditador Divino é algo um tanto quanto indesejável. O fato porém é que Deus não nomeou ninguém seu personal stylist para melhorar a sua imagem, tornando-o mais aceitável ao mundo. O Deus que deve ser apresentado ao mundo moderno, é o mesmo que foi apresentado nos tempos bíblicos.

O que vem a ser soberania? A soberania "é um poder (faculdade de impor aos outros um comando a que eles ficam a dever obediência) perpétuo (não pode ser limitado no tempo) e absoluto (não está sujeito a condições ou encargos postos por outrém, não recebe ordens ou instruções de ninguém e não é responsável perante nenhum outro poder)". Tem como características ser "una e indivisível, própria e não delegada, irrevogável, suprema". Essa conceituação refere-se à soberania de um homem ou de um Estado. E se assim é uma soberania terrena, como seria a soberania de um Deus?

Falando em termos teológicos, a soberania de Deus é o exercício de Sua supremacia. Deus tem o poder e exerce o domínio sobre toda a Sua Criação. Nada escapa ao Seu controle e tudo Ele controla para a Sua glória. Será então que a soberania de Deus pode ser super-enfatizada? Não creio que alguém consiga dar uma ênfase maior à soberania divina que àquela que a própria Bíblia dá.

Por exemplo, Judas exclama "ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!" (Jd 1:24). Deus é um imperador soberano! A palavra traduzida por império (kratos) é traduzida como poder, força e domínio em outras passagens. A palavra soberania (exousia), por sua vez, significa "liberdade de ação com poder irrefreável". Temos então que Deus exerce um poder imperial soberano ilimitado. Com essa, acho que Judas terá que se explicar pelo seu "erro calvinista".

Mas Judas pode alegar que não estava sozinho nisso. A igreja primitiva cometia o mesmo erro calvinista. Eles confessavam em oração "ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há" (At 4:24). Aqui a palavra soberano é seguida do termo Senhor e sobre este último que vamos nos deter um pouco.

Geralmente, Senhor é traduzido da palavra "kurios" e significa "aquele a quem uma pessoa ou coisas pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão" e "o soberano, príncipe, chefe, o imperador". A palavra já denota um grande poder de controle, porém, como Strong ressalta, "tem um sentido mais amplo, aplicável a várias posições e relações de vida e não sugestivo de propriedade ou tirania". Porém, a palavra Senhor às vezes é tradução de "despotes", de onde vem também a nossa palavra déspota, que os dicionários definem como "indivíduo que governa com poder absoluto", dito de outra forma, "déspota é o mesmo que ditador"!

Ora, acontece que quando a igreja primitiva orou a Deus, dirigiu-se a Ele chamando-o de déspota! O mesmo Strong explica que despotes "usa-se unicamente em relação a um escravo e denota direito exclusivo de posse e poder sem controle". Ou seja, goste-se ou não, Deus é chamado em oração de Déspota e ao invés de repreender a igreja, respondeu imediatamente à oração deles.

Seria esse um caso isolado, marca de uma igreja ainda não firme no conhecimento da pessoa de Deus? Não é o que parece. Pedro, também se refere a Jesus como "o Soberano Senhor" (2Pe 2:1), no que é acompanhado por Paulo que se refere ao Senhor como déspota (2Tm 2:21). Até no céu Deus é chamado de "Soberano Senhor" com o uso do termo déspota (Ap 6:10).

Portanto, não são os calvinistas que erram por super-enfatizar a soberania divina ou por transformá-lo em ditador. A soberania de Deus jamais será exagerada. São os arminianos que erram ao sacrificar a soberania de Deus no altar humanista do livre-arbítrio.

9 comentários:

Roger disse...

Do jeito que as coisas andam aqui em baixo, na terra, me levam a crer que Deus é um ditador bem democrático. hehehe

Clóvis disse...

Roger,

Democrático não, longânimo...

Em Cristo,

Clóvis

(-V-) disse...

Piper em seu "sétimo ponto" do Calvinismo (só o Piper para inventar algo assim mesmo rsrs) diz:
"Este é o melhor mundo de todos. O mundo que dará maior glória a Deus."

Achos que as pessoas acham difícil de aceitar isso.

Clóvis disse...

Vini,

Não sei de onde o Piper tirou isso. Mas creio que é conseqüência lógica das perfeições de Deus. Pois um Deus infinitamente sábio, poderoso e bom, de todos as possibilidades possíveis, escolheria aquela que mais lhe glorificaria.

Em Cristo,

Clóvis

(-V-) disse...

O Piper "inventou".
Tem este artigo no Monergismo

Cleber disse...

Mano,
publiquei um post sobre a questáo da soberania.
http://confraria-pentecostal.blogspot.com/

Daniel Grubba disse...

Louvemos a Deus pela sua Soberania. Afinal, se Deus é um ditador (dependendo do que entendemos quanto a este termo) é um ditador amoroso, bondoso, benigno, compassivo...Resumindo, para quem conhece os atributos divinos, reconhecer a Soberania Divina é um conforto, um convite a adoração mais sincera...Agora, se a soberania deste mundo estivesse na mão de Satanaz, ai sim, teriamos muito a perder.

Clóvis disse...

Cleber,

Paz seja contigo.

Eu li o seu post e se você não considerar provocação, gostaria de comentá-lo.

Farei isso assim que der.

Em Cristo,

Clóvis

Clóvis disse...

Daniel,

Em seu livro "A soberania de Deus", Pink pergunta: quem está no controle do mundo, Deus ou o Diabo?

Ao rejeitar o absoluto domínio de um, concedemos pelo menos um domínio parcial ao outro. Porém, como está escrito no meu post, soberania não se compartilha.

Então, há que se escolher: quem está reinando no mundo?

Para nós que conhecemos a Deus, é um consolo saber que o Senhor reina os céus e na terra.

Em Cristo,

Clóvis