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segunda-feira, 26 de maio de 2008
“Sem dúvida você [Erasmo] está certo em conferir ao homem algum tipo de arbítrio, mas imputar-lhe um arbítrio livre nas coisas de Deus é demais”
sábado, 24 de maio de 2008
Leia as Parte 1 e Parte 2 deste artigo.

Em quarto lugar, há lições para nós no seu programa para a estabilidade da família. Não seria demais dizer que os Puritanos criaram a família cristã no mundo de língua inglesa. A ética Puritana do casamento consistia em primeiro se procurar um parceiro não por quem se fosse perdidamente apaixonado no momento, mas a quem se pudesse amar continuamente como seu melhor amigo por toda a vida e proceder com a ajuda de Deus a fazer exatamente isso. A ética Puritana de criação de filhos era treinar as crianças no caminho em que deveriam seguir, cuidar dos seus corpos e almas juntos e educá-los para a vida adulta sóbria, santa e socialmente útil. A ética Puritana da vida no lar baseava-se em manter a ordem, a cortesia e o culto em família. Boa vontade, paciência, consistência e uma atitude encorajadora eram vistas como as virtudes domésticas essenciais.

Numa era de desconfortos rotineiros, medicina rudimentar sem anestésicos, freqüentes lutos (a maioria das famílias perdia tantos filhos quantos criava), uma média de longevidade um pouco abaixo dos trinta e dificuldade econômica para quase todos, salvo príncipes mercantes e pequenos proprietários fidalgos, a vida familiar era uma escola para o caráter em todos os sentidos. A fortaleza com que os Puritanos resistiam à bem conhecida tentação de aliviar a pressão do mundo através da violência no lar e lutavam para honrar a Deus apesar de tudo, merece grande elogio. Em casa os Puritanos mostravam-se maduros, aceitando as dificuldades e decepções realisticamente como vindas de Deus e recusando-se a desanimar ou amargurar-se com qualquer uma delas. Também era em casa, em primeira instância, que o leigo Puritano praticava o evangelismo e ministério. “Ele esforçou-se para tornar sua família numa igreja”, escreveu Geree, “...lutando para que os que nascessem nela, pudessem nascer novamente em Deus.”

Numa era em que a vida em família tornou-se árida mesmo entre os cristãos, com cônjuges covardes tomando o curso da separação em vez do trabalho no seu relacionamento, e pais narcisistas estragando seus filhos materialmente enquanto os negligenciam espiritualmente, há, mais uma vez, muito o que se aprender com os caminhos bem diferentes dos Puritanos.

Em quinto lugar, há lições para se aprender com o seu senso de valor humano. Crendo num grande Deus (o Deus da Escritura, não diminuído nem domesticado), eles ganharam um vívido senso da grandeza das questões morais, da eternidade e da alma humana. O sentimento de Hamlet “Que obra é o homem!” é um sentimento muito Puritano; a maravilha da individualidade humana era algo que sentiam pungentemente. Embora, sob a influência da sua herança medieval, que lhes dizia que o erro não tem direitos, não conseguissem em todos os casos respeitar aqueles que se diferenciavam deles publicamente, sua apreciação pela dignidade humana como criatura feita para ser amiga de Deus era intensa, e também o era seu senso da beleza e nobreza da santidade humana. Atualmente, no formigueiro urbano coletivo onde vive a maioria de nós, o senso da significação eterna individual se acha muito desgastado, e o espírito Puritano é neste ponto um corretivo do qual podemos nos beneficiar imensamente.

Em sexto lugar, há lições para se aprender com o ideal de renovação da igreja com os Puritanos. Na verdade, “renovação” não era uma palavra que eles usavam; eles falavam apenas de “reformação” e “reforma”, palavras que sugerem às nossas mentes do século vinte uma preocupação que se limita ao aspecto exterior da ortodoxia, ordem, formas de culto e códigos disciplinares da igreja. Mas quando os Puritanos pregaram, publicaram e oraram pela “reformação”, tinham em mente nada menos do que isso, mas de fato muito mais. Na página de título da edição original de The Reformed Pastor (traduzido para o português sob o título “O Pastor Aprovado” — PES) de Richard Baxter, a palavra “Reformado” foi impressa com um tipo de letra bem maior do que as outras; e não se precisa ler muito para descobrir que, para Baxter, um pastor “Reformado” não era alguém que fazia campanha pelo calvinismo, mas alguém cujo ministério como pregador, professor, catequista e modelo para o seu povo demonstrasse ser ele, como se diria, “reavivado” ou “renovado”.

A essência deste tipo de “reforma” era um enriquecimento da compreensão da verdade de Deus, um despertar das afeições dirigidas a Deus, um aumento do ardor da devoção e mais amor, alegria e firmeza de objetivo cristão no chamado e na vida de cada um. Nesta mesma linha, o ideal para a igreja era que através de clérigos “reformados” cada congregação na sua totalidade viesse a tornar-se “reformada” — trazida, sim, pela graça de Deus a um estado que chamaríamos de reavivamento sem desordem, de forma a tornar-se verdadeira e completamente convertida, teologicamente ortodoxa e saudável, espiritualmente alerta e esperançosa, em termos de caráter, sábia e madura, eticamente empreendedora e obediente, humilde mas alegremente certa de sua salvação. Este era em geral o alvo que o ministério pastoral Puritano visava, tanto em paróquias inglesas quanto nas igrejas “reunidas” do tipo congregacional que se multiplicaram em meados do século dezessete.

A preocupação dos Puritanos pelo despertamento espiritual em comunidades se nos escapa até certo ponto por seu institucionalismo. Tendemos a pensar no ardor de reavivamento como sempre impondo-se sobre a ordem estabelecida, enquanto os Puritanos visualizavam a “reforma” a nível congregacional vindo em estilo disciplinado através de pregação, catequismo e fiel trabalho espiritual da parte do pastor. O clericalismo, com sua supressão da iniciativa leiga, era sem dúvida uma limitação Puritana, que voltou-se contra eles quando o ciúme leigo finalmente veio à tona com o exército de Cromwell, no quacrismo e no vasto submundo sectarista dos tempos da Comunidade Britânica. O outro lado da moeda, porém, era a nobreza do perfil do pastor que os Puritanos desenvolveram — pregador do evangelho e professor da Bíblia, pastor e médico de almas, catequista e conselheiro, treinador e disciplinador, tudo em um só. Dos ideais e objetivos Puritanos para a vida da igreja, os quais eram inquestionável e permanentemente certos, e dos seus padrões para o clero, os quais eram desafiadora e inquisitivamente elevados, ainda há muito que os cristãos modernos podem e devem levar a sério.

Estas são apenas algumas das maneiras mais óbvias como os Puritanos nos podem ajudar nestes dias.

J. I. Packer
Extraído de RYKEN, Leland. Santos no mundo. Editora Fiel, 1992
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Respostas de Francisco Leonardo Schalkwijk, doutor em história e pastor emérito da Igreja Evangélica Reformada, por 40 anos missionário no Brasil. É autor de Confissão de Um Peregrino — para entender a eleição e o livre-arbítrio, que acaba de ser lançado pela Editora Ultimato.

Numa dessas cartas, Paulo conta que foi alcançado pela graça de Deus, embora tenha sido anteriormente blasfemo, perseguidor, insolente e o principal de todos os pecadores (1Tm 1.12-17). Se ele, o maior dos pecadores, foi salvo, por que outros iguais a ele ou menos pecadores que ele não podem ser salvos?

Quem diz que não podem ser salvos? Paulo mesmo não o diz. Ao contrário, fala até, literalmente no texto grego original, sobre a “filantropia” de Deus, que se manifestou (Tt 3.4). Sim, Jesus Cristo, em pessoa, a “fil-antropia” divina, o “amor-para-com-os-homens” encarnado para pecadores como eu. Mas quando o pecador não quer se humilhar nem viver dessa filantropia celestial, quando é orgulhoso demais para aceitar gratuitamente o perdão dos seus pecados (Tt 2.14), quando se fecha para o toque mágico do Espírito Santo renovador (Tt 3.5), ele perde inclusive o “direito” de ser justificado pela graça.
Fonte: Ultimato
terça-feira, 20 de maio de 2008
"Já foi provado além de toda controvérsia que o livre-arbítrio é uma tolice. A liberdade não pode pertencer ao arbítrio como a ponderação não pode pertencer à eletricidade. Elas são coisas completamente diferentes. Podemos crer em agente livre; porém o livre-arbítrio é simplesmente ridículo. É bem conhecido de todos que a vontade é dirigida pelo entendimento, movida por motivos, conduzida por outros componentes da alma e considerada como algo secundário.”
segunda-feira, 19 de maio de 2008

Alguém pediu:

"Gostaria de algumas orientações para estudarmos o Antigo Testamento, considerando a unicidade da Bíblia e sua relevância eterna, sem contudo atropelar regras de hermenêutica para a interpretação ideal."

Vou resistir à tentação de tratar da apropriação indébita que os desvairados da teologia da prosperidade fazem de muitas promessas do Antigo Testamento, para me deter na questão maior: qual a chave hermenêutica e quais princípios devem ser observados na interpretação do Antigo Testamento.

Em primeiro lugar, acho que não é demais enfatizar a unidade orgânica entre o Antigo e Novo Testamento. A Bíblia é uma só e os 66 livros constituem um todo coerente. Enfatizar o Novo Testamento em detrimento do Antigo é tão errado quanto aplicar o Antigo Testamento sem a luz do Novo. Ao lado da unidade de toda a Bíblia, devemos considerar que a revelação é progressiva, ou seja, no Novo Testamento temos uma revelação mais completa que a do Antigo Testamento. Porém, novamente, temos que tomar cuidado aqui, para não entendermos que o Novo Testamento tornou o Antigo ultrapassado ou obsoleto. A analogia é a da semente e da árvore. Assim como toda a árvore estava na semente, embora não estivesse totalmente revelada, assim também o Antigo Testamento contém o Novo, embora nele este não se encontrasse revelado. Descobrir o Novo Testamento no Antigo Testamento é a tarefa do intérprete bíblico.

Mas qual o princípio norteador ou chave hermenêutica para entender o Antigo Testamento? Lutero entendia que a chave para compreensão do Antigo Testamento era a pessoa de Cristo: todo o Antigo Testamento aponta para o Messias. Creio que ele estava certo, mas exagerou na dose, vendo passagens messiânicas onde nada se diz de Cristo. Calvino, embora aceitasse a centralidade de Cristo no Antigo Testamento, não foi tão extremado quanto Lutero e alguns salmos que este considerou messiânicos ele viu que eram apenas davídicos.

Eu entendo que a chave para interpretação segura do Antigo Testamento é o Novo Testamento. Mais precisamente, devemos seguir o exemplo de Jesus e dos apóstolos ao tratar de passagens vetero-testamentárias. Jesus, ao referir-se a alguma narrativa histórica, tomava-a como registro fiel do fato, além de extrair o sentido normal ao invés de fazer uma interpretação alegórica. Além disso, Jesus condenou a forma "livre" que os fariseus faziam do Antigo Testamento, colocando acréscimos interpretativos que eram tradição de homens. Portanto, Jesus interpretou o Antigo Testamento extraindo conclusões naturais do mesmo, sem forçar o sentido para inferir um sentido mais profundo ou abrangente (o tal do sensus plenior).

Consoante modo, os apóstolos aceitaram a exatidão histórica do Antigo Testamento e não interpretariam o texto de forma alegórica, exceto naqueles casos autorizados pelo contexto. Portanto, o Novo Testamento, na grande maioria das referências ao Antigo Testamento, interpretam-no de forma literal, ou seja, de acordo com as normas de interpretação de todo tipo de texto: história como história, poesia como poesia e símbolos como símbolos. Portanto, o próprio Novo Testamento estabelece o padrão de interpretação do Antigo Testamento: o método histórico-gramatical.

Isto posto, permita-me mencionar alguns princípios de interpretação aplicáveis a toda a Escritura, mas especialmente necessários para evitar interpretações corrompidas do Antigo Testamento.

Toda interpretação deve começar com a definição dos termos e uma vez definidos não devem ser mudados (interpretação gramatical). Deve-se buscar o sentido claro das palavras. Mas os termos bíblicos não devem ser interpretados fora de seus contextos, ou seja, cada palavra lida deve ser interpretada à luz das palavras que as seguem e a precedem. Considere também que a Bíblia foi escrita, em sua maioria, por judeus para judeus, portanto não devemos impor o nosso jeito de pensar, e sim o pensamento judeu dos tempos bíblicos. Portanto, as passagens devem ser lidas e entendidas sob compreensão do contexto histórico em que foram ditas e escritas (interpretação histórica). Finalmente, devemos fazer inferências lógicas, e não dar "saltos" na interpretação. Isso significa que a conclusão de um fato deve derivar de outro fato através de um raciocínio lógico consistente.

O estudo cuidadoso do Antigo Testamento à luz do Novo Testamento e seguindo regras estabelecidas e aceitas, evita consclusões esdrúxulas e é de muito proveito espiritual.

Muito mais se poderia falar sobre o assunto, inclusive sobre a igreja no Antigo Testamento (para esquentar o debate entre aliancistas e dispensacionalistas), mas nem estou com tempo para fazê-lo nem sou a pessoa mais indicada para escrever sobre isso.
sábado, 17 de maio de 2008
"O propósito aqui aparece quando o Senhor diz que a palavra fará o que lhe apraz. Há um objetivo definido. A soberania, quando afirma que ela - a palavra - prosperará naquilo para o qual a enviou. Assim, é ele quem determina e envia, não nós, sempre para cumprir algum objetivo. Deus não diz nada simplesmente por dizer e sempre age na história humana à luz dos seus soberanos propósitos."

Para ler a íntegra deste lúcido artigo do Pr. Geremias de Couto Clique Aqui.
"Antes deste tempo, eu tinha sido muito contrário às doutrinas da eleição, à salvação particular e à perseverança da fé; de tal forma que, alguns dias depois da minha chegada a Teignmouth, rotulei a eleição como uma doutrina diabólica. Eu não acreditava que tinha me trazido para o Senhor, o que era bem claro a mim como falso; mas ainda pensava que poderia ter resistido até o fim. E, além disso, não sabia nada sobre a escolha do povo de Deus, e não acreditava que um filho de Deus, uma vez salvo, estava sempre seguro. Na minha mente eu repeti: Se eu pudesse provar que eu era um filho de Deus, poderia regressar ao mundo por um ano ou dois e, depois, voltar ao Senhor e ainda ser salvo no fim. Mas agora fui trazido a examinar essas verdades preciosas da Palavra de Deus. Fui convencido a não trazer nenhuma glória a mim mesmo na conversão de pecadores, considerando-me somente como um instrumento; e sendo mudado a receber o que as Escrituras dizem; fui para a Palavra e li o Novo Testamento do princípio, com uma referência particular para essas verdades. A minha grande surpresa foi achar passagens que afirmam decididamente a eleição e graça perseverante quase quatro vezes mais que os versículos que aparentemente vão contra essas verdades; e até mesmo esses poucos versículos, quando os tinha examinado, serviram para me certificar ainda mais das doutrinas acima citadas. Para a glória de Deus, fico envergonhado ao declarar os efeitos que minha crença teve sobre mim, mesmo sendo demasiadamente fraco e sabendo que não está morta a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida como eu gostaria e como podia ser, mas, pela graça de Deus, tenho caminhado mais junto dEle desde aquele tempo. Minha vida tem sido mais útil e posso dizer que vivo muito mais para Deus que antes. E, assim, fui fortalecido pelo Senhor, em grande medida, pela força dessas verdades. Portanto, digo que o amor de Deus na eleição em Cristo (quando pude perceber isso) tem sido freqüentemente o meio de produzir em mim santidade, em vez de me conduzir ao pecado. Agora tenho apreensão racional de tais verdades e quero tê-las no coração, ao contrário de tê-las somente na cabeça, o que é perigoso."
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Objetar ao cristão que a sua vida e a sua concepção da realidade se fundamentam em pressuposições de crença, supõe falta de rigor argumentativo: também os incrédulos, em todos os seus raciocínios partem de pressuposições de crenças. A diferença está na origem e na natureza destas pressuposições. As do cristão se fundamentam na informação e conteúdo da Revelação Divina, ou seja, na Bíblia; enquanto que para o incrédulo as pressuposições sobre as que edifica as suas elaborações e construções descansam em alguns pontos de partida que ele mesmo estabeleceu e aos que herdou - como resultado de uma fé humanística - como validade última.

A questão, assim sendo, não é se um tem e outros não possuem pressuposições de crença, já que tanto crentes como incédulos as têm, mas o que é importante e decisivo saber qual é a origem destas pressuposições e que tipo de pressuposições de crença é capaz de elaborar uma resposta verdadeira aos enigmas e questões da realidade. Para o cristão a origem de suas pressuposições de crença é o próprio Deus - o Deus que fala e se revela -; e, no pressuposicionalismo bíblico fundamentado na revelação o cristão encontra a única e genuína resposta válida para todas as questões transcedentais sobre o seu próprio ser e acerca do mundo.

Extraído de David Estrada, La Biblia: el libro prohibido?, pág. 34-35

Fonte: Traductione Reformata
segunda-feira, 12 de maio de 2008
"Não estou pregando aqui nenhuma novidade; nenhuma doutrina nova. Gosto imensamente de proclamar essas antigas e vigorosas doutrina que por certo e verdadeiramente, são a verdade de Deus, a qual nos foi revelada em Jesus Cristo. Por meio desta verdade da eleição, faço uma peregrinação ao passado, e, enquanto prossigo, contemplo pai após pai da Igreja, mártir após mártir levantarem-se e apertar minha mão. Se eu acreditasse a doutrina do livre-arbítrio humano, então eu teria de prosseguir sozinho por séculos e mais séculos em minha peregrinação ao passado. Aqui ou acolá algum herege de caráter não muito honrado, talvez se levantasse e me chamasse de irmão. Entretanto aceitando como aceito essas realidades espirituais, como padrão da minha fé, contemplo a pátria dos antigos povoada por numerosíssimos crentes; multidões que confessam as mesmas verdades que defendo, que reconhecem que essa é a religião da própria Igreja de Deus"
domingo, 11 de maio de 2008
Respostas de Francisco Leonardo Schalkwijk, doutor em história e pastor emérito da Igreja Evangélica Reformada, por 40 anos missionário no Brasil. É autor de Confissão de Um Peregrino — para entender a eleição e o livre-arbítrio, que acaba de ser lançado pela Editora Ultimato.

Em suas cartas pastorais, Paulo diz que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (1 Tm 2.4) e que “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). Ao mesmo tempo, ele se apresenta como servo e apóstolo de Jesus Cristo “para promover a fé que é dos eleitos de Deus” (Tt 1.1). Afinal, todos os homens têm direito à salvação, caso se arrependam e creiam no sacrifício vicário de Jesus, ou só os eleitos?

Nunca uso a palavra “direito” nesse contexto. Como criaturas, quais seriam os nossos “direitos” diante do Todo-poderoso? E, como pecadores, que “direitos” teriam sobrado para nós em vista de tantas transgressões? Prefiro a palavra “privilégio”, porque sempre, inclusive em Tito 2.11, as Escrituras apontam enfaticamente para a graça. E receber a “graça salvadora não é “direito”, e sim privilégio imerecido.

Mesmo assim, esse privilégio seria “só para os eleitos”? Não é isso que se percebe quando Ele chama: “Adão, onde estás?” (Gn 3.9). Sempre me impressiono com a profunda compaixão e sinceridade com que Deus estende seu convite de salvação a todos (Jo 3.16). “Convertei-vos, convertei-vos... por que haveis de morrer?” (Ez 33.11). O Senhor chama: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e Eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Sim, esta é a vontade de “Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). É a voz do Espírito Santo dizendo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3.7, 8). Diante de tanto amor é mais difícil se perder do que se salvar...
Fonte: Ultimato
sábado, 10 de maio de 2008
CIDADE DO VATICANO, 28 ABR (ANSA) - A Bíblia, apesar de ser o livro mais difundido e traduzido no mundo, com versões em 2.454 idiomas, continua sendo quase desconhecida em muitos países que se dizem católicos, segundo pesquisa encomendada pela Federação Bíblica Católica apresentada segunda-feira (28) no Vaticano.

Participaram da pesquisa 13 mil pessoas de nove países: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, França, Alemanha, Itália, Espanha, Polônia e Rússia. Somente 14% dos italianos entrevistados deram respostas corretas a perguntas básicas de conhecimento sobre a Bíblia, como "Os evangelhos são parte da Bíblia?", "Jesus escreveu livros da Bíblia?" e "Quem, entre Moisés e Paulo, era um personagem do Antigo Testamento?".

Os resultados não foram muito melhores nos outros países: somente 17% souberam as respostas nos Estados Unidos e na Inglaterra, 15% na Alemanha, 11% na França e 8% na Espanha. Os mais bem classificados foram os poloneses, com 20% de respostas corretas, e os piores foram os russos, com 7% de acertos.

Apesar disso, 75% dos norte-americanos afirmaram ter lido passagens da Bíblia nos últimos 12 meses, sendo que somente 27% dos italianos disseram o mesmo. França e Espanha tiveram respectivamente 21% e 20% de leitores da Bíblia.

Quanto a freqüentar a igreja, 32% dos italianos disseram fazê-lo, contra 55% dos poloneses e 45% dos norte-americanos. Entre os católicos ortodoxos russos, somente 6% vai a missa a cada domingo.

A maioria dos entrevistados afirmou ter a sensação de contar com a proteção de Deus: 86% de norte-americanos, 79% de poloneses e italianos, 78% de russos e 65% de espanhóis, sendo que a França registrou o menor número com somente 47%.

Para 34% dos poloneses, 27% dos norte-americanos, 23% dos italianos e 21% dos russos, os textos bíblicos devem ser considerados a "palavra de Deus" e, portanto, ser interpretados ao pé da letra e não de maneira crítica.

A Bíblia tem versões traduzidas para 2.454 idiomas, mas a tradução completa (incluindo o Antigo e o Novo Testamento) está disponível apenas em 438 idiomas. O Novo Testamento foi traduzido para 1.168 línguas e 848 outros idiomas têm pelo menos um livro bíblico.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
25 de dezembro de 2005

Em épocas natalinas é comum ouvir a expressão "Paz na terra aos homens de boa vontade!". A mim, essa expressão parece um tanto destoante do restante da Bíblia, onde os homens da terra são apresentados como tendo sempre uma má vontade para com Deus e suas ofertas. A bem da verdade, a doutrina da incapacidade do homem é incompatível com a idéia de homens com boa vontade para com Deus, muito embora tal expressão favoreça a teoria do livre arbítrio. Assim, resolvi dar uma pesquisada nas traduções de Lucas 2:14 em português (dei uma olhada nas versões inglesas e em espanhol, mas não as inclui nesta análise). Não é uma pesquisa exaustiva, pois a muitas traduções e versões não tenho acesso. Mas parece-me que é representativa, em se considerando o universo evangélico (não incluí traduções e versões católicos romanas e "livres").

Eis como algumas traduções trazem a expressão:


Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem . (Almeida Revista e Atualizada, 1993)


Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! (Almeida Revista e Corrigida)


Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens. (Edição Contemporânea de Almeida)


Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. (Almeida Corrigida e Revisada Fiel)


Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem. (Tradução Brasileira)


Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)


Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor. (Nova Versão Internacional)


Glória ao Senhor, no mais alto dos céus, paz na Terra aos homens a quem Deus quer bem. (O Livro, IBS 2000)


Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade. (João Ferreira de Almeida Atualizada)


Vemos que com exceção da última citação (Almeida Atualizada), nenhuma das outras traz a expressão homens de boa vontade. Enquanto que em todas as demais é Deus quem tem boa vontade para com os homens. Entretanto, o Comentário Adventista diz que a evidência textual favorece a tradução "homens de boa vontade" referindo-se aos "que tenham boa disposição para com Deus". Embora citem em reforço dessa posição Mq 6:8 e Mt 22:36-40, homens naturais de boa disposição para com Deus é uma idéia estranha à Bíblia. Já o Novo Comentário Bíblico diz que "a frase "homens de boa vontade" é um hebraísmo e significa homens que são os objetos da boa vontade de Deus" . Isto me parece bem mais coerente com a preponderância das traduções que falam de boa disposição divina em favor dos homens.


Em seu sermão "O primeiro coral de natal", pregado em 20 de dezembro de 1857, Charles Spurgeon assume que o texto trata de boa vontade divina, pois testemunha "eu não tenho somente ouvido de milhares, senão que os conheço, que são completamente certos que Deus tem uma boa vontade para com os homens; e se você perguntar sua razão, eles darão uma completa e perfeita resposta. Eles dizem: Ele tem uma boa vontade para com os homens porque Ele deu Seu Filho. Não se pode dar maior prova da bondade entre o Criador e Suas criaturas do que quando o Criador deu Seu Filho Unigênito e bem amado Filho para morrer."


Em vista do exposto acima, eu creio que Deus tem uma boa vontade para com os homens e não estes tem uma boa vontade para com Deus.


Soli Deo Gloria!

terça-feira, 6 de maio de 2008
Por concordar e me identificar com o que escreveu meu irmão André Aloísio, posto o que segue:

Muitos irmãos em Cristo devem ter percebido que me identifico sempre como um "cristão reformado", apesar de, logicamente, ser um evangélico. Talvez alguns já indagaram a si próprios sobre o que significa essa expressão, porém nunca tiveram coragem de perguntar. Escrevo este artigo com o objetivo de satisfazer a curiosidade de todos aqueles que ficam com um nó na cabeça sempre que ouvem ou lêem essa expressão de minha parte.

Para ler a íntegra, clique Aqui.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Deus salvar-nos é um acidente ou um ato proposital? A salvação de Deus é como as duas moedas que um homem dá a um mendigo ao cruzar com ele na rua? ou Deus está propositadamente procurando um homem a quem Ele possa dar dinheiro? A salvação de Deus é um acidente ou ela está de acordo com um plano determinado? Os que não entendem a salvação podem pensar que a salvação de Deus é acidental. Mas os que compreendem a Bíblia e conhecem Deus percebem que a salvação de Deus não é acidental. Pelo contrário, foi planejada há muito tempo com um plano definido.

Romanos 8:29 diz: "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho". O versículo 30, uma palavra explicativa, diz: "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". A salvação sobre a qual estamos falando envolve todas as coisas mencionadas nos versículos 29 e 30. A história da nossa salvação começou com a justificação, no versículo 30. Fomos salvos quando fomos justificados. Sabemos apenas que cremos em Jesus e que fomos salvos e justificados. Pensamos que a justificação é nosso primeiro encontro com Deus. Pensamos que a primeira vez que tocamos Deus em nossa vida foi quando fomos justificados. Mas a Bíblia diz que Deus nos tocou há muito tempo. Ele conheceu-nos há muito tempo. Nossa justificação veio mais tarde. Deus conheceu-nos primeiro.

Alguns têm dito que Romanos 8:29-30 é a única corrente em toda a Bíblia. É uma corrente de elos diversos. Essa é a corrente mais preciosa e completa. O primeiro elo dessa corrente é o conhecimento prévio de Deus no tocante ao homem. O segundo é nossa predestinação para sermos conformados à imagem de Seu Filho. O terceiro elo é o chamamento dos que foram predestinados. A justificação dos que foram chamados é o quarto elo. O quinto é a glorificação dos que foram justificados. É uma série de interligações. Nós pensamos que conhecemos Deus à época em que fomos salvos e justificados. Mas a Bíblia diz que antes de sermos salvos e justificados, Deus já nos conhecia. Aqueles que Deus conheceu há muito tempo, Ele marcou. Ser marcado significa ter em nosso nome uma marca de identificação, indicando que Ele nos reivindica para Si. Para que propósito fomos marcados? Para que venhamos a ser como Seu único Filho, Jesus Cristo. Ele não quer apenas um Filho, Jesus Cristo; Ele veio marcar-nos para que fôssemos idênticos ao Seu Filho. Assim, os que foram marcados foram chamados. Os que foram chamados são os conhecidos por Ele; são também os que foram marcados por Ele. Então, Ele chamou os que conheceu e marcou-os. Após chamá-los, Ele os justificou.

Se a justificação é o primeiro passo no relacionamento de um cristão com Deus, então não há mais motivo para que sejamos justificados novamente no futuro. Se apanho duas moedas hoje e as atiro no fogo amanhã, isso não é uma grande perda para mim. Não ser justificado é, sem dúvida, uma perda para o homem. Porém Deus não sofre perdas. No entanto, temos de saber que a história de nosso relacionamento com Deus não começa na justificação e salvação. Antes, ela começa na presciência de Deus. A presciência de Deus é o princípio de todas as coisas. Ser predestinado é o segundo passo. Então, ser chamado é o terceiro passo. Somente após o terceiro passo é que temos a justificação. Se perdêssemos nossa justificação e nos tornássemos pecadores novamente, deveríamos questionar a onisciência de Deus. Uma vez que Deus nos conheceu de antemão e nos predestinou, como podemos ainda perecer após sermos salvos? Uma pessoa predestinada por Deus nunca pode ser lançada no inferno e queimada como se fosse um pedaço de madeira.

Para nós, tomar uma decisão é uma coisa simples porque mudamos mui facilmente. Num minuto podemos estar no céu e no minuto seguinte, no inferno. É possível que mudemos uma vez por dia nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Mas como Deus é Deus, Sua presciência e predestinação não podem ser abaladas. O Deus que conhecemos e a quem adoramos não pode mudar coisa alguma que Ele tenha decidido. Por Ele ter a presciência, a predestinação e o chamamento, nossa justificação é eterna. Para nós, é uma coisa pequena perder nossa justificação. No entanto, para Deus é uma grande coisa perder Sua presciência. Para nós, perder nossa justificação não significa muito. No entanto, para Deus seria algo sério cometer um erro em nos conhecer antecipadamente, nos chamar e não nos justificar. Deus não pode anular a justificação sem afetar Sua presciência, predestinação e chamamento. Se retirarmos um elo, os outros três elos não permanecerão. Se perdêssemos nossa salvação, a presciência, a predestinação e o chamamento de Deus seriam todos anulados.

Complementando, há outro item. O Senhor diz: "E aos que justificou, a esses também glorificou" (v. 30). A não ser que Deus introduza na glória os que Ele justificou, Sua obra não está completa. Se não pudermos entrar no novo céu e na nova terra e se não pudermos entrar na glória eterna, a obra de Deus não é completa. O último elo da obra de Deus é a glória. Até estarmos na glória, a obra de Deus não é completa. Essa é a Palavra de Deus. Que você está fazendo com ela? Não podemos colocá-la de lado. Deus diz que os que Ele justificou entrarão na glória incondicionalmente. Ele não diz que os que foram justificados entrarão na glória se praticarem boas obras. Ele não diz que aqueles cujas obras são aprovadas podem entrar na glória. Nem diz que os que Ele justificou devem ser considerados salvos pelo homem antes que possam entrar na glória. Não há tais condições. Todas as coisas que são mencionadas aqui estão
relacionadas com Deus. Foi Deus quem nos conheceu de antemão. Foi Deus quem nos predestinou. Foi Deus quem nos destinou para sermos como Seu Filho e conformados à imagem do Filho. Foi Deus quem nos chamou e nos justificou. É Deus também quem nos introduzirá, os justificados, na glória. Novamente, é Deus quem nos introduzirá no novo céu e na nova terra para herdarmos a glória eterna.

Qual dos elos é o maior na Bíblia? Alguns dizem que a glória é o maior. Outros dizem que é a presciência. Na verdade, não há diferença entre eles; todos são iguais. Não podemos dizer que um é maior que os outros. Todos os que Deus conheceu de antemão foram predestinados. Todos os predestinados foram chamados. Todos os chamados foram justificados. Todos os justificados entrarão na glória. Aleluia! Pode Deus conhecer de antemão uma centena, mas predestinar apenas noventa, chamar apenas oitenta, justificar cinqüenta e introduzir apenas dez na glória? Deus não pode mudar. É impossível predestinar muitos e chamar poucos. Por favor, lembrem-se que as palavras "aos que" nesses versículos transmitem este significado: "Aos que" Ele de antemão conheceu, a "estes" também predestinou; "aos que" predestinou, a "estes" Ele também chamou; "aos que" Ele chamou, a "estes" também justificou; "aos que" Ele justificou, a "estes" também glorificou. Esses "aos que" unem os cinco elos. Na língua original, a palavra "estes" significa "estas pessoas". Assim, aos que Ele de antemão conheceu, a "estas pessoas" Ele também predestinou. Aos que predestinou, a "estas pessoas" Ele também chamou. Aos que chamou, a "estas pessoas" Ele também justificou. Aos que justificou, a "estas pessoas" Ele também glorificou. Não podemos ignorar nem um só item. São todos obras de Deus. Se fossem nossas obras, poderíamos salvar alguns por engano, porque não saberíamos quais deveriam ser salvos. Mas se são obras de Deus, não pode haver erro. Se não conhecemos Deus e Suas obras, ainda
podemos pensar que há a possibilidade de alguém se perder. Mas se conhecermos Deus e Suas obras, perceberemos que ninguém pode ser subtraído ou acrescentado.

A Bíblia diz que Deus é eterno; Ele nunca é como nós, tendo um começo sem um fim. Deus diz que Ele é o princípio e o fim, o Alfa e o Ômega (Ap 22:13). Ele diz que é o princípio e o fim. Nós, às vezes, temos um princípio sem um fim. Outras vezes, temos um bom fim, mas não sabemos como ter um bom início. Mas Deus é tanto o princípio como o fim. A obra de Deus não pode parar na metade do caminho. Se a salvação for somente o resultado de nossa obra, então fracassar com respeito à questão da salvação significa somente que paramos na metade do caminho. Contudo, sabemos que a salvação é obra de Deus. Foi Deus quem nos salvou. Assim, se não podemos ser salvos de maneira completa, isso não significa que paramos na metade do caminho — significa que Deus parou na metade do caminho. Certamente nunca podemos imaginar que Deus possa
parar na metade do caminho.

Filipenses 1:6 diz que foi Deus que começou a boa obra em nós. Uma vez que Deus a começou e Ele mesmo nos deu a salvação, Ele deve completar essa obra até o dia de Cristo Jesus. Devemos lembrar-nos de que a obra de Deus nunca pára no meio do caminho. Ele completará essa obra até o dia de Cristo Jesus, isto é, até Deus glorificar-nos. Podemos ver o âmbito que a Palavra de Deus alcança, quão vasta é essa extensão, quão longa é sua duração e quão profundas são as suas raízes. O versículo 6 diz: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós
há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus".

Ou Deus não começa ou Ele terá de completar o que começou. Se Deus não nos quisesse salvar, isso seria o fim da história. Mas se Deus quer muito salvar-nos, não haverá maneira de não sermos salvos. Portanto, podemos dizer: "Deus, agradecemos e louvamos-Te porque nossa salvação está eternamente segura". Se depender de nós para continuar, falharemos. A obra de continuar foi cumprida por Ele; a obra de preservação também foi cumprida por Ele. Nós nunca podemos continuar o que Ele começou.

Quando estava na escola, tive de praticar caligrafia chinesa. Muitas vezes estava com tanta preguiça que pedia a alguns colegas, que eram bons nisso, para fazer para mim. Naturalmente, mais tarde confessei esse pecado. Toda semana tínhamos de nos sujeitar a fazer cinco páginas de caligrafia. Todas elas eram feitas por meus colegas de classe. Em uma ocasião, após um colega meu ter terminado uma linha do exercício de caligrafia, ele teve de ir embora. Ele me disse que estava ocupado e que eu deveria terminar o que ele começou. Quando peguei o pincel, percebi que nunca poderia continuar o que ele havia começado. Sua caligrafia era tão excelente que a minha maneira de escrever simplesmente não poderia equiparar-se à dele. Do mesmo modo, a obra de salvação foi iniciada por Deus. Ele deve ser o único a concluí-la. Se tivéssemos de concluí-la, nunca o faríamos. Se a obra da salvação tivesse de começar com Deus e ser continuada por nós, nenhum de nós estaria qualificado para ser salvo; todos os que querem continuá-la, não conhecem Deus e não conhecem a si mesmos. Se O conhecermos, perceberemos que não há maneira de acabarmos o que Ele começou. E se realmente nos conhecermos, perceberemos que simplesmente não podemos dar-lhe continuidade. Toda a obra de salvação foi cumprida por Ele. Foi Ele quem nos deu salvação. É Ele quem nos salvará totalmente. Nada podemos fazer para preservar nossa salvação.

Assim, vemos duas coisas aqui: Primeira, porquanto a natureza da salvação é graça, é impossível que nós a percamos; segunda, desde que foi Deus quem começou a obra, quem nos conheceu de antemão e nos predestinou, quem nos chamou e nos justificou, quem nos salvou e quem nos introduzirá na glória, se perdermos nossa salvação poremos em dúvida os atributos de Deus.

Watchman Nee