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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Um dia comecei a ler sobre Pelágio, o herege dos séculos IV e V, que fora tão combatido por Agostinho e por fim condenado pelo Concilio de Éfeso. Pelágio não só ficou conhecido por negar o pecado original, mas especialmente pelas suas idéias do livre-arbítrio fundamental do homem, que o faz capaz de querer e fazer (até mesmo o bem espiritual). Pelágio pensava a respeito da graça como sendo apenas uma ajuda externa de Deus, do Espírito Santo, para a alma humana; um tipo de ação que persuade o homem pela razão e o faz usar seu livre-arbítrio, sua capacidade de obedecer ou não a lei de Moisés e os ensinos de Jesus. Para Pelágio, a predestinação divina é algo que opera apenas de acordo com as qualidades das pessoas, as quais Deus prevê que terão. É algo baseado no mérito das pessoas. Dessa forma a fé não é um dom, e sim, uma obra meritória para levá-las à salvação. Assim, o homem pode tomar uma decisão por Cristo na dependência apenas de sua própria vontade, independente de Deus. Ou seja, tudo depende do homem.
Quando tomei conhecimento de tudo isso, comecei aperceber que muita da nossa evangelização é calcada em cima desses princípios, com apenas algumas mudanças (semipelagianismo), como o reconhecimento do pecado original do homem, sua enfermidade moral. Entretanto, continua defendendo que o homem é que dá o primeiro passo em direção a Deus, com suas próprias forças e, que por isso, Deus o recompensará. Todo o sistema de apelo por decisões está baseado nestes princípios, e não foi sem razão que Finney (pelagiano declarado) tenha sido o iniciador desse sistema de convidar pessoas a virem à frente, usando o livre-arbítrio, como demonstração de fé e conversão. Falar contra estas coisas hoje é provocar a ira de muitos. Os grande pregadores e missionários batistas, congregacionais e presbiterianos do passado sempre condenaram estes princípios não bíblicos, e a Igreja foi tremendamente abençoada por serem defensores das antigas doutrinas da graça, defensores de um evangelho centralizado na soberania de Deus, um evangelho que diz ser Deus o iniciador e consumador da nossa fé e da nossa salvação.
Manoel Canuto
In: A tocha dos puritanos
Quando tomei conhecimento de tudo isso, comecei aperceber que muita da nossa evangelização é calcada em cima desses princípios, com apenas algumas mudanças (semipelagianismo), como o reconhecimento do pecado original do homem, sua enfermidade moral. Entretanto, continua defendendo que o homem é que dá o primeiro passo em direção a Deus, com suas próprias forças e, que por isso, Deus o recompensará. Todo o sistema de apelo por decisões está baseado nestes princípios, e não foi sem razão que Finney (pelagiano declarado) tenha sido o iniciador desse sistema de convidar pessoas a virem à frente, usando o livre-arbítrio, como demonstração de fé e conversão. Falar contra estas coisas hoje é provocar a ira de muitos. Os grande pregadores e missionários batistas, congregacionais e presbiterianos do passado sempre condenaram estes princípios não bíblicos, e a Igreja foi tremendamente abençoada por serem defensores das antigas doutrinas da graça, defensores de um evangelho centralizado na soberania de Deus, um evangelho que diz ser Deus o iniciador e consumador da nossa fé e da nossa salvação.
Manoel Canuto
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