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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Chegou-me ao conhecimento uma resposta dada pelo Leandro Quadros no programa Na Mira da Verdade sobre o dom de línguas. Tendo meus meus comentários sistematicamente bloqueados no blog do programa, mesmo tendo Leandro e sua equipe me garantido que os mesmos seriam liberados (e repetido a mentira desde 2010), desisti de analisar o que ele diz. Porém, ouvir o simpático Tito dizer "eu queria deixar aqui aberto o espaço para que você manifestasse a sua opinião... acesse o nosso blog... se você quiser contestar alguma coisa que nós falamos aqui, estamos de portas abertas e teremos o maior prazer em atender ao seu questionamento", me animei a uma resposta, mesmo já tendo abordado o assunto no artigo Leandro Quadros e o dom de línguas

Na resposta do Leandro é claro que não poderia faltar uma descrição bizarra do dom de línguas. Admitindo acreditar que o dom de línguas na Bíblia era uma capacidade sobrenatural (34:50), ele porém o descreve como "pessoas que se jogam no chão e até espumam pela boca" (36:20). E cita passagens com exemplos de pessoas possuídas por demônios. É claro que o dom de línguas não tem nada a ver com pessoas caindo no chão e espumando pela boca. Isso não merece resposta.

E seguindo o costume de selecionar passagens pela conveniência, o professor escolheu uma única passagem para fundamentar sua resposta, muito embora o seu assistente Tito tivesse lembrado que há passagens que parecem falar "de línguas estranhas" (sic) e até "língua de anjos". O texto lido pelo professor foi o seguinte:

"Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua" (At 2.5–6). 

Ele simplesmente concluiu que "a capacitação para falar em línguas é dada pelo Espírito para comunicar o evangelho, não para confundir a cabeça das pessoas" e demonstra espanto que uma "pessoa que leia Atos 2 possa afirmar essas coisas que essas pessoas afirmaram", ou seja, que o dom de línguas não é mero idioma humano. Vejamos alguns motivos porque o professor está errado em sua emotiva resposta.

Em primeiro lugar, o dom de línguas na ocasião era desnecessário para comunicar o evangelho. O texto diz que as pessoas presentes eram "judeus". Pedro os chama de "homens de Judá" (At 2:14), "israelitas" (At 2:22) e "Israel" (At 2:36). Será que um judeu precisaria da capacidade de falar outros idiomas para evangelizar judeus? Ah sim, mais adiante é dito que eram “tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios" (At 2.11). Mesmo que os prosélitos não entendessem o aramaico dos galileus, entendiam grego, que estes falavam.

Em segundo lugar, o dom de línguas não foi utilizado para evangelizar na ocasião. Quando “todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.4) eles estavam apenas entre crentes, haja vista que o Espírito “encheu toda a casa onde estavam assentados” (At 2.2). Não havia necessidade de evangelização em língua estrangeira, pois eram todos judeus crentes naquela casa.

Em terceiro lugar, Pedro não evangelizou em línguas. É dito que “se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras” (At 2.14). O pedido de atenção de Pedro sugere que só ele falou e falou numa língua inteligível a todos, provavelmente o grego. Se o dom de línguas fosse idioma estrangeiro com finalidade evangelísticas, os 120 continuariam falando, mas não foi o que houve.

Há outras razões neste texto e nas demais referências neotestamentárias ao falar em outras línguas que deixam claro que esse dom não visava a evangelização, aliás, lidas sob essa perspectiva, algumas passagens tornam-se mais estranhas que as próprias línguas. Concluímos que a resposta do professor Leandro foi superficial e controlada pelos seus pressupostos e portanto o conselho dado por ele serve primariamente a si mesmo.

Soli Deo Gloria

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