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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Raquel era pastora. Mas de ovelhas.
Quando escrevi sobre o costume de chamar esposas de pastor de pastoras, perguntaram-me sobre meu posicionamento quanto à ordenação de mulheres. Não quis dar uma resposta direta, sem explicar e fundamentar meu pensamento. Farei isso agora, com a graça de Deus.

Sou contrário à ordenação de mulheres ao pastorado. Não é uma posição preconceituosa ou irrefletida, e o que segue são argumento bíblicos, teológicos e históricos em favor da exclusividade da ordenação masculina.

Há vários textos bíblicos diretos que depõe contra a consagração de mulheres ao ministério da Palavra. “A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição; pois não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem; mas que esteja em silêncio. Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva. Adão não foi seduzido, mas a mulher é que, deixando-se iludir, caiu na transgressão” (1Tm 2:11-14). Este texto limita a ponto de inviabilizar o ministério pastoral feminino. Num contexto em que a igreja está reunida, à mulher é proibido ensinar com autoridade o seu marido, mas deve ficar em silêncio nesse sentido. No entanto, “é necessário, pois, que o bispo seja... capaz de ensinar” (1Tm 3:2) e que tenha autoridade, “a fim de poder exortar na sã doutrina e convencer aos que contradizem” (Tt 1:9). À congregação é ordenado “obedecei aos que vos governam e sede-lhes sujeitos, pois eles velam pelas vossas almas como os que têm de dar conta” (Hb 13:17). Como um esposo poderia se sujeitar à autoridade de sua mulher pastora, sem que a ordem familiar estabelecida por Deus seja subvertida? Ensinar e governar a igreja são funções inerentes ao ofício ministerial ordenado e isto Paulo proíbe as mulheres de fazer.

Corrigindo confusões na igreja, Paulo escreve aos coríntios dizendo “como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas igrejas; pois não lhes é permitido falar, mas estejam em sujeição, como também diz a Lei. Se, porém, querem aprender alguma coisa, perguntem-na em casa a seus maridos; porque é vergonhoso para uma mulher o falar na igreja. Porventura saiu de vós a palavra de Deus, ou não veio ela senão para vós?” (1Co 14:33-36). Paulo não está prescrevendo o silêncio absoluto (vide 1Co 11:5). Tampouco dizendo que elas deveriam para de fofocar durante o culto. Mas sim, como na carta a Timóteo, vetando a elas o ensino autoritativo. É mais coerente com o contexto e com 1Tm 2:11-14 que se trate do ensino autoritativo. Assim, por não poderem exercer atividades que são inerentes ao ofício pastoral, as mulheres não podem ser separadas para esse ministério.

Além disso, há passagens que estabelecem requisitos que não podem ser preenchidos por mulheres. Na primeira pastoral Paulo diz que o pastor deve ser “esposo de uma só mulher” (1Tm 3:2). Exige que ele “saiba governar bem a sua casa” (1Tm 3:4). Alguns objetarão que uma mulher pode ter um só marido e governar bem a sua casa. Não se trata de capacidade, mas de atribuição. A ordem familiar estabelecida por Deus é “o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja” (Ef 5:23). Paulo não tem em mente mulheres como candidatas ao pastorado, pois escreve “se um homem não sabe governar a sua casa, como cuidará da igreja de Deus?” (1Tm 3:5). A Tito, a quem Paulo deixou em Creta “a fim de que regulasses o que ainda faltava, e que estabelecesses presbíteros em cada cidade, assim como eu te ordenei” (Tt 1:5), também foi dada a instrução de que os tais deveriam ser “marido de uma só mulher” (Tt 1:6). O mesmo padrão é observado. As condições não apenas pressupõe, mas implicam que os ministros sejam homens.

O exemplo dos apóstolos reforça a ideia da exclusividade do ministério masculino. Embora reconheçamos a distinção entre apóstolo e pastor, é notável que Jesus não tenha escolhido nenhuma mulher, das tantas que lhe serviam devotadamente, para serem apóstolas. Os doze apóstolos que se assentarão em doze trono para julgar e cujos nomes estão escritos nos fundamentos da cidade santa, são todos homens: “Em verdade vos digo que vós que me seguistes, quando na Regeneração o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, sentar-vos-eis também em doze tronos, para julgardes as doze tribos de Israel” (Mt 19:28). Quando a eternidade foi descortinada aos olhos de João e ele viu a santa cidade de Jerusalém, divisou que “o muro da cidade tinha doze fundamentos e sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21:14). Não resta base para afirmar que haverá uma equalização de todos os níveis de autoridade na igreja, entre homem e mulher, com o avançar dos séculos, pois na eternidade, assim como na história passada, Deus ordenou ao homem a liderança no lar e na igreja. E assim deve ser hoje.

No Antigo Testamento, os responsáveis pelo ensino eram os sacerdotes, todos homens. Salvo raras exceções em circunstâncias incomuns (Atália, Débora, Hulda) o modelo de liderança é sempre masculino, e essas exceções não são dadas e não servem como padrões a serem adotados. Não há, em toda a Bíblia, um só exemplo de uma mulher realizando o tipo de ensino e governo que se espera dos bispos/pastores/presbíteros nas igrejas do Novo Testamento.

Eis o porquê de eu ser contrário à ordenação de mulheres ao ministério pastoral.

Soli Deo Gloria

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