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domingo, 18 de dezembro de 2011
Por meio da excomunhão se afasta da companhia dos fiéis, segundo o mandado de Deus, àqueles que são abertamente libertinos, adúlteros, glutões, bêbados, sediciosos ou dilapidadores, se não se corrigirem depois de terem sido admoestados.
Ao excomungá-los, não pretende a Igreja lançá-los numa ruína irremediável nem no desespero, senão que condena sua vida e seus costumes, e os adverte que certamente serão condenados se não se corrigir.
Esta disciplina é indispensável entre os fiéis, pois a Igreja é o Corpo de Cristo e não deve ser maculada e contaminada por estes membros fedorentos e podres que desonram a seu Chefe. O contato freqüente com estes malvados não deve corromper e estragar os santos, como acontece às vezes. Do resto, o castigo de sua maldade aproveita os mesmos malvados, enquanto que a tolerância os tornaria mais obstinados. Ao sentir-se confundidos por esta vergonha, aprendem a corrigir-se.
Se os maus se emendam, a Igreja os recebe de novo com doçura em sua comunhão e na participação desta unidade da qual tinham sido excluídos.
Para que ninguém menospreze obstinadamente o juízo da Igreja, nem se mostre indiferente, à condenação ditada pela sentença dos fiéis, o Senhor testemunha que o juízo dos fiéis não é senão a manifestação de sua própria sentença, e que o que eles pronunciam na terra é ratificado nos céus. É a palavra de Deus que dá o poder de condenar os perversos, do mesmo modo que dá o de receber em graça os que se corrigem.
João Calvino
In: Breve Instrução Cristã
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