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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

No meio do povo de Deus, muitos estão ficando angustiados por causa do espírito de irreverência e superficialidade que prevalece, hoje, em certas reuniões realizadas no nome do Senhor Jesus Cristo. À custa de sermos considerados atrasados, supercríticos e desinformados quanto ao tipo de mensagem e ambiente que atrai os jovens e traz multidões para a igreja – precisamos denunciar uma atitude e uma condição que, de acordo com nossa sincera convicção, não traz honra e, sim, desonra ao Senhor. 

É evidente que a alegria é uma das marcas de quem nasceu de novo em Cristo. Um pequeno livro do Novo Testamento, a epístola aos Filipenses, emprega as palavras alegria e regozijar-se dezoito vezes. A pessoa que tem um encontro com Cristo tem o coração preenchido de alegria e segue seu caminho “cheio de júbilo”, assim como o eunuco etíope de Atos 8, após a conversão.

Entretanto, há uma grande diferença entre alegria e leviandade. E quando a Palavra de Deus e a mensagem solene da cruz são tratadas de maneira inconsequente e leviana, Deus deve ficar profundamente entristecido. Mesmo que as aparências indiquem um ministério de poder, sob tais circunstâncias há sérias dúvidas se o Espírito Santo terá condições de realizar um trabalho profundo e permanente.

Vivemos numa era enlouquecida por prazer. A febre por entretenimento e diversão alcançou seu ápice. Não é surpreendente, portanto, descobrir que as pessoas ao nosso redor geralmente são mais amantes do prazer do que de Deus. No entanto, quando membros da igreja verdadeira, o corpo de Cristo, conformam-se ao caminho do mundo, é muito trágico. E quando ministros do Evangelho acham necessário incrementar suas pregações com brincadeiras irreverentes e entreter os ouvintes como se fossem atores no palco de um teatro a fim de serem populares e atrair multidões, é fogo estranho que estão oferecendo ao Senhor.

Em outra época, num passado bem distante, um povo que professava pertencer ao Senhor estava festejando quando deveria estar lamentando e se arrependendo por causa da iminência do juízo divino. A eles, israelitas cativos em Quebar, Babilônia, Deus enviou uma mensagem por Ezequiel: Assim diz o Senhor: A espada, a espada está afiada e polida. Está afiada para matar, está polida para reluzir. Por acaso ficaremos alegres?” (Ez 21.9-10). Um dia de juízo estava chegando, e não era hora de festejar.

Sumiu das igrejas hoje o altar de lágrimas que as gerações anteriores conheciam tão de perto. Num certo sentido, talvez, seja para o bem, já que ir ao altar de arrependimento adquiriu um significado meritório, como se as pessoas fossem salvas de acordo com a qualidade ou a quantidade de lágrimas que produzissem, e não pela fé no Filho de Deus e na completa eficácia de sua obra expiatória no Calvário. Contudo, seria espiritualmente muito mais proveitoso, em nossa opinião, se houvesse menos risos e mais lágrimas entre nós.

A conversão deve trazer, em alguma medida, um espírito genuíno de humilhação e confissão de pecados. Depois de ter uma verdadeira experiência com Deus, o novo convertido sentirá júbilo do Espírito, mas somente se antes se colocou de joelhos, em contrição e arrependimento. Precisa haver um Boquim (Jz 2.1-5), um lugar de pranto, para o pecador penitente que se torna consciente de sua total pecaminosidade, da perfeita santidade de Deus e da incomparável graça de Cristo em morrer pelo pecado e pelo pecador.

Sim, podemos continuar na nossa jornada, regozijando-nos como o povo redimido por Deus. Mas que Deus nos ajude a ficarmos conscientes, também, de sua santidade e da seriedade desta hora. "Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (Sl 126.6).

Extraído de Arauto da Sua Vinda

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