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segunda-feira, 11 de julho de 2011
Já tive oportunidade de escrever sobre o adventismo celebrando a herança comum com o arminianismo, a propósito de um simpósio comemorativo aos 400 anos da Remonstrância. Agora, tomei conhecimento do artigo Graça, livre-arbítrio e juízo, em que o Woodrow W. Whidden enaltece a pessoa de Armínio e reconhece sua influência no desenvolvimento da soteriologia adventista.

Historicamente, o artigo é em geral preciso. Por exemplo, o artigo diz que “é interessante notar que todos os anteriores e grandes reformadores protestantes da Reforma Protestante na Europa no século XVI” criam na predestinação soberana de Deus. A única exceção, antes de Armínio, foi a dissidência de Philip Melâncton, a qual não causou grande alvoroço no meio luterano de então. Porém, há que se registrar que o autor declara que as idéias básicas do arminianismo “representavam o consenso da igreja primitiva dos primeiros quatro séculos do cristianismo”, sem contudo mencionar nenhuma fonte, como faz com outras afirmações históricas.

De quaquer modo, o arminianismo é apresentado como uma inovação teológica, uma dissidência do consenso histórico da igreja, o que de fato é. Talvez por isso o articulista tenha considerado “surpreendente, descobrir que Arminius e Arminianismo não foram sequer mencionados por Ellen White em O Grande Conflito (ou em qualquer outro lugar em seus escritos)”. E reconhece que muitos adventistas tem “confundido estes termos com os Armênios da Turquia e seu estigma de Cristianismo Ortodoxo ou com o grande herege anti-trinitariano Arius e seus ensinamentos arianos”. Enfim, parece que a exaltação do arminianismo faz parte do esforço adventista de se apresentar como uma igreja evangélica e que existe uma tal “herança protestante da teologia adventista”.

Algumas ponderações são necessárias. A primeira, é que o artigo demonstra que o arminianismo é uma dissidência do consenso histórico da igreja. A segunda é que o artigo em momento algum se preocupa com a verdade bíblica. O raciocínio seguido é que se o adventismo se alinha ao arminianismo, então ambos são bons. Mas, e aqui vai a ponderação terceira, isso não é fato. Armínio jamais concordaria que Deus predestinou a todos os homens sem exceção para a salvação, mas capacitou-os com um livre-arbítrio que possibilita que eles anulem essa predestinação, como ensina Leandro Quadros, guro teológico do adventismo popular. Além disso, o autor considera que Deus está sujeito ao questionamento do homem. Nas suas palavras: “por que deveria haver qualquer questionamento das decisões de Deus, se todas as suas decisões de salvação já foram pré-determinadas?”, que só poderia encontrar uma resposta na Bíblia: “Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus?” (Rm 9:20).

Mas o principal problema que vejo no artigo é que segundo o autor, sem as idéias de Armínio, “não haveria a doutrina adventista do Juízo (especialmente a doutrina do juízo investigativo pré-advento) se não houvesse a doutrina da graça gratuita e o livre arbítrio”. Ou seja, se o autor estiver com a razão, o arminianismo é culpado por um dos principais erros adventista, a doutrina do juízo investigativo. Por isso, não considero a homenagem tão honrosa à pessoa do Armínio e estou quase certo que ele declinaria o papel de precursor do adventismo.

Soli Deo Gloria

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