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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Mt 16:13
Nas prateleiras de livros de qualquer livraria temos a resposta. Títulos como "Jesus, o maior líder que já existiu", "Jesus, o maior educador da história" e "Jesus, o maior psicólogo que já existiu", todos da Editora Sextante, além de "Jesus, o maior executivo que já existiu", publicado pela Editora Elsevier , e muitos outros nessa mesma linha, nos informam que Jesus é um modelo de professor, psicólogo, líder e homem de negócio. Um sábio que nos poucos anos que viveu sobre a terra deixou lições que podem ser seguidas por todos aqueles que quiserem ter êxito nas mais diversas áreas.
Os contemporâneos de Jesus tinham opiniões, por assim dizer, mais espirituais a respeito de Jesus. À pergunta de Jesus "eles disseram: uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas" (Mt 16:14). João Batista não gozava de uma boa imagem perante os religiosos da época, mas era popular entre o povo, até ser morto por Herodes. Certamente que considerar Jesus João Batista ressuscitado era uma avaliação positiva. O mesmo com relação a Elias, que o povo esperava como precursor do Messias, em cumprimento às promessas. Ser equiparado a Jeremias, o profeta que empresata o nome ao conjunto dos livros chamados proféticos, também era uma consideração e tanto. Mesmo ser tratado como "um dos profetas" do Antigo Testamento era um elogio, pois eram heróis da fé do povo.
Apesar disso, os contemporâneos de Jesus ficaram muito aquém de descrever quem Ele era realmente. E muito menos fazem aqueles que pensam estar honrando Jesus ao destacar suas habilidades como mestre, gestor de pessoas ou empreendedor. Se é que realmente estão interessado em destacar a pessoa de Jesus, não apenas vender livros. Pois o que fazem, na verdade, é encobrir o que Jesus realmente é, colocando em evidência algum aspecto de Sua humanidade.
Não satisfeito com as respostas recebidas, Jesus torna a pergunta pessoal: "e vós, quem dizeis que eu sou?" (Mt 16:15). Pedro, mais uma vez assumindo o papel de porta-voz do grupo declara: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:16). Esta, e somente esta, é a resposta que satisfaz plenamente a pergunta de Jesus, pois vai além dos aspectos aparentes de seu ministério e torna ridícula as ênfase em suas competências administrativas, pois trás à luz o fato mais importante sobre Sua pessoa: Ele é Deus!
Os homens aceitam facilmente Jesus como educador, psicólogo, líder e não fariam objeções a qualificações dele como oculista, carpinteiro, médico, guia turístico ou o que quer que seja, desde que não sejam confrontados com a verdade de que Ele é Deus. Da mesma maneira que designações como iluminado, rabi e profeta são aceitáveis, mas à alusão de que Ele é o Filho Unigênito de Deus pegam em pedras, rangem os dentes ou, na melhor das hipóteses, maneiam a cabeça de forma condenscendente com "a fé ignorante" dos que crêem assim.
Mas o fato é que Jesus é Deus e esta verdade precisa ser reafirmada, sob pena de Jesus não passar de mais um Buda ou Confúncio. A verdade bíblica é que "no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (Jo 1:1). É impossível escrever um livro que esgote a profunidade das verdades expressas nessas três simples declarações. A pré-existência, a co-existência com Deus e o fato de ser o próprio Deus tem rendido tratados e mais tratados e ainda assim muito mais poderia ser dito. No entanto, a frase de Pedro bastou para expressar toda verdade aqui contida: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:16).
Por isso o entusiasmo de Jesus ao dizer a Pedro "bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus" (Mt 16:17). E aqui temos, também, a razão porque os homens toleram que Jesus seja um líder excepcional e até um religioso exemplar, mas de maneira alguma aceitam a sua divindade: isto não pode ser aceito naturalmente, mas é necessária uma revelação sobrenatural. Inteligência não é o caso aqui. "Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos" (Mt 11:25). Reconhecer Jesus como Deus é privilégio dos que tiveram seus olhos abertos pelo Espírito Santo.
A pergunta de Jesus vai do geral ("que dizem os homens") para o pessoal ("e vós, quem dizeis"). Isto significa que não basta subscrever acriticamente um credo no qual a divindade de Jesus é afirmada, por mera formalidade para o batismo. É necessário uma convicção interna, pessoal, dada pelo Espírito Santo, que nos leve a confessar, como Tomé "Senhor meu, e Deus meu!" (Jo 20:28).
E para você, quem Jesus é?
Soli Deo Gloria
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