Popular Posts

Blogger templates

Blogger news

Blogroll

About

Blog Archive

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Pesquisar

sábado, 23 de outubro de 2010
image Ángel Manuel Rodríguez é nada menos que Diretor do Biblical Research Institute. Para quem não sabe, o BRI é o órgão oficial adventista que tem a finalidade de “promover o estudo e a prática da teologia e do estilo de vida adventista como entendida pela igreja mundial”. Segundo a descrição do site oficial, o BRI “provê recursos teológicos para a Administração e departamento da Conferência Geral e para a igreja mundial”. Portanto, não se trata de um órgão qualquer, mas de um grupo de “teólogos adventistas do sétimo dia trabalhando no quartel general da Igreja Adventista do Sétimo Dia”.
Entre outras atividades, o BRI responde a perguntas de interesse dos adventistas. O que segue é a íntegra da tradução que fiz de uma pergunta formulada por membro da IASD e da resposta dada pelo Diretor do BRI:
Alguns citam Efésios 1:4 para intentar demonstrar que todos os seres humanos foram escolhidos para a salvação em Cristo antes da criação do mundo. O que quer dizer este texto?
Deixe-me citar o texto: "assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor".
Antes de comentar sobre o tema bíblico da eleição, vou fazer um esclarecimento: os adventistas que crêem que todo ser humano foi escolhido por Deus para a salvação também sustentam que todos foram realmente salvos na cruz. Rejeitam corretamente a idéia de que Deus elegeu a alguns para a salvação e a outros para a perdição (dupla predestinação). Mas vêem só duas possibilidades: que Deus elege e salva a todos (algo que eles sustentam) ou que existe dupla predestinação.  Esta não são as duas únicas opções.
1. Revisar o contexto: Antes de concluir que Efesios 1:4 descreve a eleição de toda a raça humana para a salvação, deveríamos examinar o contexto. No contexto, há uma linguagem universal como, por exemplo, “todos”, “o mundo”? Paulo está discutindo a eleição de alguns e a rejeição de outros? Note a terminologia que utiliza: ele escreve “aos santos e fiéis” (v.1). Está se referindo aos crentes. Quando diz “assim como nos escolheu nele [Cristo]” está descrevendo a experiência dos crentes que já estão em Cristo, não aos pecadores do mundo. O evento do retorno de Cristo ao mundo terá um impacto universal, porque por meio dele Deus se propõe reunir “todas as coisas […] assim as que estão nos céus como as que estão na terra” (v.10). Embora isso ainda não se havia feito realidade, uma evidência clara era a união de judeus e gentios na igreja (3:6)
2. Escolhidos de: Na Bíblia, escolher é um ato da eleição dentre um grupo. Por exemplo, Deus escolheu a Israel dentre todas as nações da terra (Dt 7:6,7); a Cristo para ser nosso Salvador (Lc 9:35); a Paulo para ser missionário aos gentios (At 9:15); e Jesus escolheu a doze discípulos (Jo 6:70). Em Sua vontade soberana, deus escolhe alguns indivíduos para realizar alguma tarefe em particular (Rm 9:14-24).
Quando o termo escolher é utilizado teologicamente no Novo Testamento, sempre se refere a quem coloca sua fé em Cristo, escolhido por Deus para um propósito especial. Pode designar um crente individual (At 1:24) ou à igreja coletivamente (Tt 1:1; Pe 1:1); mas nunca ao mundo em geral independentemente de uma relação com Deus. É universal somente no sentido de que, por meio da pregação do evangelho e da obra do Espírito Santo, Deus está escolhendo os judeus tanto como aos gentios (1Ts 1:4). Jesus disse: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22:14). Os escolhidos são os que aceitam ao chamado. Deus está fazendo todo o possível para que todos aceitem ao chamado e sejam salvos (1Tm 2:4).
3. Eleição prétemporal em Cristo: Paulo diz que Deus “nos escolheu nele antes da fundação do mundo” (Ef 1:4). Esta passagem indica, primeiro, que a eleição está fundada em Deus mesmo, sem nossa intervenção. Esta decisão se deu antes de que existíssemos; a decisão de eleger-nos ocorreu antes da criação do mundo.
Segundo, a certeza de nossa eleição está expressa através do uso do pretérito do verbo (“escolheu”). A intenção de Deus com relação a nós não é ambivalente, mas firme.
Terceiro, no propósito e soberania de Deus, ele predeterminou que nossa eleição se dará unicamente “em Cristo”. Quer dizer, nossa eleição é uma realidade por meio de Cristo e unidos a ele. Ele é a Pessoa, a esfera dentro da qual esta eleição ocorre; e esta eleição é o mistério da obra de Deus em nosso favor em Seu Filho.
Quarto, a eleição não é um evento abstrato ou a-histórico. Se dá no Encarnado, em Cristo, e se manifesta em uma vida “santa e sem mancha”; de fato, a eleição não é simplesmente para a salvação, mas também para uma vida santa. Uma não pode separar-se de outra sem privar a eleição de seu significado e conteúdo.
Quinto, nada no texto se refere à dupla predestinação ou à eleição prétemporal de toda a raça humana. Paulo está assegurando aos crentes que sua eleição está arraigada no propósito inesfrutável de Deus para eles em Cristo. A conexão entre o livre-arbítrio e a eleição não se examina aqui. Está ressaltando a ação prévia de Deus em nosso favor.
Eu ia acrescentar meus próprios comentários, fazendo ligeiros reparos, mas resolvi deixar apenas o texto, na íntegra. Ele por si só serve ao propósito de mostrar que visão de Leandro Quadros sobre a predestinação é absurda até mesmo para adventistas mais gabaritados.
Soli Deo Gloria

0 comentários: