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sexta-feira, 29 de outubro de 2010
"Não há uma polegada quadrada em todo o domínio da nossa existência humana, sobre a qual Cristo, que é Soberano sobre tudo, não brade: ‘Meu!’Abraham Kuyper (1837-1920)
Nascido na cidade ribeirinha de Classluis em 1837, Abraham Kuyper era o filho de um ministro da igreja do estado em Heiddelburg, a capital e principal porto do distrito de Zeeland. Educado primeiramente por seus pais em casa, Abraham mais tarde freqüentou a escola intermediária na cidade de Leiden e em seguida passou oito anos na Universidade daquela cidade, até 1861, quando o título de Doutor em Teologia lhe foi conferido, em parte pela contribuição ao estudo de John a Lasco.
Foi durante um breve pastorado no povoado de Beesd que Kuyper converteu-se ao Cristianismo Bíblico. Racionalista e liberal em sua teologia através da influência de seu mestre, o Dr. J. H. Scholten, Abraham Kuyper foi, não obstante, poderosamente afetado por um grupo de santos fortemente ortodoxos nos arredores de Beesd. Um deles, uma mulher de meia idade com o nome de Pietronella Baltus, impressionou Kuyper de maneira muito forte, com a sua fé inflexível nas verdades eternas da graça soberana e com sua leitura consistente do mundo. A própria honestidade de Kuyper sobre as suas convicções pessoais o guiaram através de longas discussões e debates com estes Calvinistas sólidos de uma geração anterior, a uma ortodoxia firme e completa, à medida em que ele progressivamente desistiu da teologia vacilante e dependente à qual ele havia sido levado durante os seus dias de estudante.
Enquanto era um Pastor em Utrecht, Kuyper desenvolveu mais completamente as suas convicções com relação a uma total independência da Igreja (do Estado). Em 1869, ele tornou-se um editor associado do “The Herald”, um semanário religioso e político cuja orientação era para com o “Antirevolutionary Voter’s Club”, o qual havia sido inspirado e dirigido por Groen van Prinsterer. No ano seguinte ele tornou-se Pastor da igreja estatal em Amsterdam e portanto principal dirigente de um complexo urbano de dez igrejas locais com vinte e oito ministros, com demais anciãos e diáconos. Ficou claro para ele que uma reforma completa da igreja estatal haveria de proceder de Amsterdam, e assim ele engajou-se num programa educacional extensivo, para suportar tal reforma. Seu plano de ação para resolver esta questão incomodante da relação entre o Estado e a Igreja foi delineada num pequeno livro publicado em 1873 intitulado “Confidencialidade”, que era em parte apologético e em parte como um testemunho pessoal. Durante o ano seguinte ele teve assento na Segunda Câmara do Parlamento. Neste ínterim, o “The Herald” tornando-se um jornal de circulação diária chamado “The Standard”, no qual o semanário religioso original aparecia como um suplemento aos Sábados. Kuyper era o editor de amos e delineou o programa jornalístico que capacitou-o a engajar muitos dos seus compatriotas no Partido Anti-Revolucionário. Até a sua morte, em 1920, ele produziu milhares de colunas editoriais, artigos principais e meditações para aquelas publicações, muitas das quais correram em séries; e quando impressas em separado formaram volumes de tamanho considerável. Muitos artigos individuais foram rapidamente re-impressos como panfletos políticos e foram largamente distribuídos em momentos críticos tais como os que precedem eleições importantes. Foi num desses editoriais que Kuyper desenvolveu sua escala completa de visão Calvinista do mundo, incluindo uma re-interpretação Cristã de política, arte, indústria, criticismo literário e ciências. Era compromisso pessoal seu capturar todas essas áreas da cultura, para Cristo como Senhor. Para Kuyper, isto nada mais era que o resultado inevitável da aceitação da total e completa soberania de Deus, e da real (se não reconhecida) dependência do homem para com Deus para um significado durante o fluxo e o desenrolar da História.
Como um membro do Parlamento, logo Kuyper tornou-se líder do Partido Anti-Revolucionário. Através de hábil suporte de outros partidos em momentos importantes, ele foi capaz de transformar muita legislação em lei. Legislação esta que, de forma especial, adiantou oportunidades para escolas não estatais operarem realisticamente, pelo menos para a educação das crianças cujos pais desejassem livrá-los das filosofias seculares do sistema escolar estatal. O sonho de Kuyper de uma Universidade Cristã começou a tornar-se realidade através de legislação que primeiro tornou possível a fundação de universidades independentes; e depois aceitou as assim fundadas como em bases iguais às instituições controladas pelo estado. Em 1880, foi inaugurada a Universidade Livre de Amsterdam, com Kuyper como seu principal catedrático em Teologia. Em 20 de Outubro de 1881, ele passou sua posição para o Dr. F. L. Rutgers e proferiu um discurso cujo tema era “O Criticismo Bíblico Atual no seu Impacto Destrutivo contra a Igreja do Deus Vivo”, discurso que indica sua oposição aberta e destemida contra os pontos de vista críticos, então populares, de Abraham Kuernen.
As palestras de Kuyper publicadas em 1888 sobre Calvinismo e Arte dão uma idéia de como suas palestras sobre Estética devem ter sido, e uma série de editoriais publicados originalmente no “The Herald” foram em 1889 arranjados em forma de livro, sobre “A Obra do Espírito Santo”.
Em 1886, Dr. Kuyper foi o líder numa tentativa para reformar a igreja estatal, no que tangia à aceitação de ministros liberais em condições iguais com aqueles que continuavam a crer nos padrões doutrinários da igreja. Kuyper queria um desligamento completo; mas o resultado foi somente a formação de uma Igreja Reformada, livre e independente.
Os anos de 1893 e 1894 testemunharam a produção da monumental Enciclopédia de Teologia Sacra, o fruto de palestras em universidades, sobre a estrutura da ciência teológica. A década de 1890 também acompanhou o crescimento e a influência da Universidade Livre de Amsterdam e a determinação de Kuyper em provar que a Apologética Cristã deveria ser uma força agressiva em cada área de empreitadas culturais e intelectuais. Levantar a bandeira de um Deus soberano era desafiar as bases de tudo o que o homem natural poderia obter, em sua presumida independência de Deus.
O gênio de Kuyper como mestre do cristão regular em meio ao mundo cotidiano é provado por seu comentário de quatro volumes sobre o Catecismo de Heidelberg, publicado entre 1892 até 1895; e pelos volumes de meditações devocionais colecionadas, que apareciam nos jornais dos quais ele era editor.
Depois de servir ao seu país como Primeiro Ministro, entre 1901 e 1905, Abraham Kuyper tornou-se um “estadista ancião” e continuou a liderar o Partido Anti Revolucionário até pouco antes de sua morte, em 1920.
Fonte: Sovereign Grace Publishers
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