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segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Um irmão ex-pentecostal me enviou um conjunto de notas hermenêuticas sobre o falar em línguas, as quais deveriam ser "ser seriamente enfrentadas, aceitas ou então respondidas". Com algumas notas concordo, de outras discordo pelo menos parcialmente, e por isso comento aqui.

1. Não deseje ou procure falar em línguas. (I Coríntios 12:31,28)

O irmão foi além do que o apóstolo escreveu, ao usar o imperativo "não deseje ou procure". Ele diz "procurai com zelo os melhores dons" mas não diz ser errado desejar ou buscar o dom de línguas. Logo adiante ele diz "e eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis". Além disso, o verso 28, referenciado por você diz "a uns pôs Deus na igreja... variedades de línguas", logo se é de Deus por que não desejar e procurar?

2. Línguas não tem valor algum se você não tem o verdadeiro amor. (I Coríntios 13:1)

Amém. Mas o mesmo pode ser dito do dom de profecia, do conhecimento pleno de mistérios e de todas as ciências, da fé que transporta montanhas, da doação de bens aos pobres, do sacrifício da própria vida e de tantas outras coisas que Paulo não mencionou mas que também não tem valor algum sem o verdadeiro amor (1Co 13.1-3).

3. As línguas verdadeiras não causarão divisões na Igreja, mas melhor estabelecerão a unidade. (I Coríntios 12:25)... Não haverá nenhuma confusão causada pelas línguas, mas resultará sempre em paz. (I Coríntios 14:33)... Todas as coisas, inclusive, línguas, são para ser praticadas decentemente e com ordem. (I Coríntios 14:40)

Amém, amém e amém.

4. Nem todo o salvo será capaz de falar em línguas. (I Coríntios 12:30,10,11)

Amém. O mesmo vale para os demais dons e ministérios. 

5. Línguas são as menos valiosas e minimamente menos importantes de todos os dons (I Coríntios 12:28,30), e portanto não devem usurpar os dons mais importantes do Espírito Santo.

Concordo que relativamente aos outros dons, línguas tem importância reduzida, mas não é tão insignificante como o irmão tenta fazer parecer, pois Paulo não permitiu que fossem proibidas e queria que todos falassem línguas e ele mesmo disse falar em outras línguas.

6. Cinco palavras faladas com compreensão são mais importantes do que 10.000 palavras em uma língua desconhecida (I Coríntios 14:19), e, portanto, línguas não servirão para o ensino nem para a pregação.

Faltou o irmão mencionar que quem fala em línguas pode também receber o dom de interpretação ou outro pode interpretar, o que na prática equipara línguas ao dom de profecia (1Co 14.13, 28). Nesse caso toda igreja é edificada.

7. Línguas não são para ser utilizadas a menos que elas edificam os outros. (I Coríntios 14:26,23)

Línguas podem ser utilizadas, não para se dirigir à igreja, mas para orar a Deus, caso em que o espírito é edificado, embora a mente fique sem entendimento. Por isso Paulo diz "orarei em espírito, mas também orarei com entendimento" (1Co 14.14-15; 28)

8. Quando for para falar línguas, as verdadeiras, devem ser ao menos dois, mas não mais do que três verdadeiros falantes. (I Coríntios 14:27)

Onde diz que deve ser "ao menos dois"? Paulo está tratando de impor limites para que haja ordem no culto, que está falando de excessos e não de "pelo menos" fica claro na expressão "e por sua vez", no mesmo versículo. Penso que o irmão, no afã de diminuir o dom de línguas, está indo além do texto bíblico, e nisso faz má hermenêutica. Outro detalhe nesse versículo é que Paulo se refere a línguas para se dirigir à assembléia (note a exigência de intérprete e veja o verso seguinte) e nesse caso a regra é a mesma dos profetas: falar dois ou três, um após o outro e não no mínimo dois e no máximo três.

9. Esses dois ou três devem falar cada qual em sua vez, não podem falar as línguas verdadeiras dois ou mais simultaneamente. (I Coríntios 14:27)

Creio ser mais correto dizer que não podem dirigir-se à igreja em línguas simultaneamente e sem intérprete. Vide resposta no item anterior.

10. Tem que ter somente um intérprete - não mais, nem menos que um. (I Coríntios 14:27)

Novamente, de onde o irmão deduziu que tem que ser um, "não mais nem menos que um"? Paulo apenas diz "e haja quem interprete" (ARA), "e haja intérprete" (ARC). Paulo diz para quem tem o dom de línguas, e vários o tinham em Corínto, orar para poder interpretar. Será que apenas um deles poderia receber o dom de interprretar? Mas se o irmão estiver dizendo que seria um, "não mais nem menos que um" por vez, então é a mesma questão de ordem, dos que falam línguas e dos que profetizam, que também o façam cada um por sua vez.

11. Se não há intérprete, não há falante. (I Coríntios 14:28)

Não há falante dirigindo-se à assembléia, mas pode haver falante falando consigo mesmo e com Deus (1Co 14.13-15, 28)

12. Mulheres não são permitidas falar em línguas ou interpreta-las. (I Coríntios 14:34)

As palavras "eu quero que todos vós faleis línguas estranhas" e "porque todos podereis profetizar" foram ditas apenas aos homens? E o que dizer de "Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada." (1Co 11.5). Se as mulheres podem profetizar, um dom mais importante que línguas, porque não podem falar em línguas? Se para profetizar é preciso falar e as mulheres profetizam, porque aplicar o "estejam caladas" apenas às línguas e intepretação?

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