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segunda-feira, 24 de maio de 2010
image Uma querida e perplexa irmã comentou "a minha maior dificuldade com o calvinismo é entender por que eles não fazem nada, não se privam de nada, e criticam todos aqueles que estão 'correndo atrás' da salvação por crerem que tal é tomada por esforço. Bem, entendo melhor o calvinismo, mas me sinto mal, pois sempre acho que fiz pouco...". O que mais poderia responder a ela, além do que se segue?
A sua dificuldade, amada, não é com o calvinismo, mas com a graça. Sua rejeição ao calvinismo se deve à sua rejeição à graça como o modo de Deus salvar pecadores perdidos. Se você entendesse e aceitasse a doutrina da graça, como ensinada nas Escrituras, as dificuldades com o calvinismo se evaporariam.
Veja bem, você (permita-me a intimidade) disse que não entende por que os calvinistas não fazem nada, nem se privam de nada para obterem à salvação. À luz da graça, há duas razões para isso. A primeira, é que é desnecessário. Tudo o que era preciso ser feito para nos salvar, Deus já o fez. Uma vida de perfeita obediência era necessária? Jesus a viveu por nós. Uma morte que apresentasse pela satisfação à justiça de Deus precisava acontecer? Jesus a morreu por nós. Uma ressurreição vitoriosa que assegurasse nossa própria ressurreição era preciso? Jesus levantou-se dentre os mortos - e nós com Ele.
O segundo motivo por que os calvinistas desistiram de qualquer esforço para granjear a salvação (pois na verdade, muitos deles se esforçaram à exaustão antes de entregarem os pontos) é que todo esforço é inútil. Ninguém consegue obter o favor de Deus impressionando-o com boas obras, com ascetismo, legalismo ou qualquer outra coisa feita a título de "correr atrás". O evangelho diz "não depende de quem corre, mas de Deus usar misericórdia".
Anulado todo esforço humano, só resta a graça, de modo que se alguém não for salvo absolutamente de graça, não o será de nenhuma outra forma. E graça e esforço próprio são auto-excludentes. Paulo diz que "àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida". Ou seja, você não pode "correr atrás" e ser salvo pela graça ao mesmo tempo. É uma coisa ou outra, mas só uma delas funciona.
Então é perfeitamente compreensível que você "corra tanto atrás", "se prive" de tantas coisas, "se esforce" ao máximo e mesmo assim "se sinta mal" por fazer tão pouco. Pois nunca será o bastante. Você jamais conseguirá reunir crédito suficiente para dar uma espiadela no céu, muito menos para por um pé lá. Ou você se deixa levar pela graça de Deus, desistindo de seu esforço próprio, ou este esforço te arremeterá com mais força no inferno.
Não confunda, porém, graça com libertinagem. "Pecaremos para que a graça abunde?", perguntaram ao apóstolo da graça. Sua resposta é um grito "de jeito nenhum! nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?". As obras do crente, são obras de gratidão. Não para alcançar a salvação, mas por te-la alcançado. Não por medo de perde-la, mas por amor ao que a garante. Não para evitar o inferno, mas porque estamos a caminho do céu.
Que o Senhor possa levá-la a descansar na Sua graça!
Soli Deo Gloria

Ouça a narração deste texto:

To those who do not understand the Calvinists
A dear sister and perplexed said "my biggest difficulty with Calvinism is to understand why they do nothing, do not deprive themselves of nothing, and criticize those who are 'chasing' of salvation by believing that such an effort is made by. Well, better understand Calvinism, but I feel bad because I always think little ...". What else could answer it, beyond what's next?
Its difficulty, beloved, is not with Calvinism but with grace. His rejection of Calvinism is due to their rejection of grace as God's way of saving lost sinners. If you understand and accept the doctrine of grace, as taught in Scripture, the problems with Calvinism would evaporate.
Look, you (allow me to intimacy) said he did not understand why Calvinists do nothing, nor deprive themselves of anything to gain for salvation. In the light of grace, there are two reasons for this. The first is that it is unnecessary. Everything had to be done to save us, God has already done. A life of perfect obedience was required? Jesus lived for us. A death to submit to satisfy the justice of God had to happen? Jesus died for us. A victorious resurrection that would ensure our own resurrection was necessary? Jesus rose from the dead - and we with Him
The second reason why Calvinists gave up any effort to earn salvation (for in truth, many of them have worked to exhaustion before submitting the points) is that every effort is futile. Nobody can win the favor of God impressing him with good works, asceticism, legalism or anything done by way of "chasing". The gospel says, "does not depend on who runs, but of God to be merciful."
Void any human endeavor, there is only grace, so that if someone is not saved absolutely free, will not be any other way. And grace and their own efforts are self-exclusive. Paul says that "one who does any work not ascribed to the reward according to grace, but of debt." That is, you can "chase" and be saved by grace at the same time. It's one thing or another, but only one works.
So it's perfectly understandable that you "run far behind," be deprived "of many things," strive "to the max and still" feel bad "for doing so little. It will never be enough. You will never be able to gather enough credit to take a peep at the sky, let alone for a walk there. Or if you get carried away by the grace of God, giving up their own effort or that effort you swoop harder in hell.
Do not mistake, however, free with debauchery. "Shall we sin that grace may abound?" Asked the apostle of grace. His answer is a cry of "No way! We are dead to sin, live any longer therein?". The works of the believer, are works of gratitude. Not to achieve salvation, but you achieved it. Not for fear of losing her, but for the sake of the guarantor. Not to avoid Hell, but because we are the way to heaven.
May the Lord take her to rest in His grace!

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