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sábado, 9 de janeiro de 2010

Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes (1Co 12:1)

O palavra ignorante provoca reações mal humoradas, especialmente quando mal entendida. Veja, por exemplo, a experiência relatada pelo pastor Ciro Zibordi. E ignorante não deve ser coisa boa mesmo, pois Paulo escreve aos coríntios dizendo que não queria que eles fossem ignorantes. No caso, igorantes quanto aos dons espirituais.



A palavra grega traduzida ignorante é αγνοειν (agnoeín), formada pelo prefixo α (não) e νοειω (pensado, compreendido). O sentido então é de algo de que não se tomou conhecimento ou não se compreendeu por falta de informação ou de inteligência. O que Paulo faz a seguir é expor sua doutrina acerca dos dons espirituais, dos quais a igreja corintiana era beneficiária, porém com desvios quanto à maneira correta de exercitá-los. Tais erros não são incomuns também nos dias de hoje.

Deixando um pouco de lado o contexto corintiano, gostaria de chamar a atenção para a forma verbal da palavra ignorante. Ela está na voz ativa, o que significa que o sujeito realiza a ação descrita pelo verbo. Alguém pode ignorar, não tomar conhecimento dos dons espirituais, de forma deliberada. Acredito que é o que acontece com muitos que por condicionamento denominacional, não toma conhecimento da existência dos dons espirituais nos dias de hoje. Até os nega. De um jeito ou de outro, o cessacionismo é fruto da ignorância.

Seja quanto à forma correta de exercer os dons espirituais ou quanto a levá-los em conta nos dias de hoje, não convém que sejamos ignorantes.

Soli Deo Glória

6 comentários:

Ricardo Mamedes disse...

Caro Clóvis,

De fato há dois vieses nessa questão: o cessacionismo e o entendimento sobre os dons espirituais.

Convenhamos meu amigo, que a ênfase exacerbada nos dons não vem fazendo bem a muitas igrejas, especialmente no que concerne ao dom de línguas e profecias. O dom de línguas virou uma babel, pessoas intercalando palavras ininteligíveis na pregação (obreiros, missionários e pastores), como vemos sobejar por aí, em completo descompasso com a própria Palavra que "exige" intérprete (a citar o Feliciano, o Malafaia, como tantos outros). Em segundo lugar, o próprio Paulo admoestava a que tais línguas não fossem faladas a 'indoutos'. Por seu turno, as profecias de homens têm tomado o lugar das Escrituras: a experiência suplantando a Palavra da Verdade. E as profetadas então, nem se diga...

Há muito mais glossolalia por aí do que propriamente o verdadeiro dom de línguas. E essas manifestações, como bem sabemos, não vêm mesmo do Espírito Santo, pois fosse assim, não seriam comuns nos eventos católico-carismáticos, na umbanda, como também nas religiões pagãs antigas, consoante registros confiáveis (glossolalia).

Por fim, acredito nos dons espirituais ainda hoje - não com a ênfase que querem - com responsabilidade e verdade e não como estratégia de crescimento denominacional. Porém, acredito ainda mais e suficientemente na Palavra inerrante. Nesse diapasão, toda e qualquer manifestação humana ou experiência que se confrontar com ela deve ser sumariamente afastada.

Em Cristo,

Ricardo

Clóvis disse...

Ricardo,

Creio que ao mesmo tempo em que combatemos a mentira dos falsos dons, corrigimos os excessos dos ignorantes quanto ao exercício ordeiro devemos afirmar a a disponibilidade de dons genuínos para a igreja. Deixar de fazer uma dessas coisas é prejudicar a igreja.

Em Cristo,

Clóvis

Lucas Marin disse...

A Paz do Senhor.

Infelizmente, a intercalação de línguas estranhas na pregação vem sendo o menor dos males em vista das palavras em inconformidade com a Palavra de Deus, que têm sido expostas com grande clareza e persuasão. Devemos tratar melhor o primeiro mal, mas muitíssimo mais evitar a pregação do que contradiz a Palavra de Deus, palavras que "destituem" até a Cristo da sua posição de Glória.

Que o Senhor guie nossos corações.

Anônimo disse...

Oi Clovis

Obrigado por comentar no Portal Neocalvinismo. Gostei deste blogue e colocarei no meu um link para ele.

abs
Lucas

Lindemberg disse...

Oi meu amigo Clóvis, estou aqui para responder teu comentário lá (rs).

ei-lo: Olá Clóvis, Graça e Paz!

É verdade, você tem razão em questionar... eu mesmo já me perguntei se essas analogias cinematográficas não estariam diretamente condicionadas com o pensamento de quem as vê. Mas, eu penso que a análise é válida como pensamento solto e não como verdade.

De qualquer forma penso ser importante dar uma lida neste livro http://www.ultimato.com.br/image/livros/IMG_CAPAS-LIVROS_165.jpg
O Título é "Cinema e Fé Cristã" Publicado pela Ultimato, nele, o autor nos ensina a dialogar com os filmes e refletir a partir de várias cosmovisões.

Deixo a dica... agora, cá entre nós... compre teu ingresso e divirta-se!

Em Cristo,

Lindemberg

Clóvis disse...

Lucas,

Concordo contigo. Creio que um pregador, impactado pela mensagem que prega, pode ser levado a expressões de louvor, tais como "glória a Deus" e "aleluia". Não há nada, creio, que coiba línguas como expressão dessa mesma natureza. O que não pode haver, e infelizmente tem havido, são pregações em que o pregador deixando a Palavra de Deus de lado põe-se a falar em línguas e, pior, sem interpretação. Este caso deve ser corrigido, pois a Pregação no culto é superior a qualquer dom e a mensagem pregada deve ser entendida por todos.

Bem pior, como você diz, é a pregação antibíblica, em bom e claro português, mas carregada de erros doutrinários.

Em Cristo,

Clóvis