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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. Jo 1:14


Todo ano, nesta época, um debate toma conta dos evangélicos: é certo comemorar o Natal? Possivelmente alguns de vocês sejam contra o Natal. Outros podem estar esperando o culto terminar para correr para uma ceia, revelar amigos secretos e trocar presentes. E os que não vieram possivelmente já estejam fazendo isso.

Os que são contrários ao Natal apresentam uma lista de práticas pagãs associadas com a festividade. Os que são favoráveis dizem que é uma excelente oportunidade para evangelizar e reunir os familiares à volta da mesa. Em janeiro o tema cai no esquecimento, até dezembro chegar e então começa tudo de novo.

Para não fugir ao "espírito natalino", falaremos sobre o assunto, abordando as mentiras e a verdade do natal.

As mentiras do natal

Mesmo os que comemoram o Natal reconhecem que há muitas mentiras associadas a essa festividade. Por exemplo:

É mentira que Jesus nasceu em 25 de dezembro. Dezembro é inverno e  época de chuvas na palestina, e o relato bíblico do nascimento de Jesus registra que haviam pastores no campo, magos seguiam estrelas e o imperador realizava um recenseamento com grande deslocamento de pessoas,  tudo o que não se faria no inverno. Na verdade, a data foi escolhida por marcar o solstício de inverno e o início da saturnália, festividade em homenagem ao deus Saturno. Nesse também se comemorava o nascimento do deus persa Mitra e de outras divindades ligadas ao Sol. A própria enciclopédia católica reconhece que a data tem a ver com esses deuses e não com o nascimento de Jesus.

É mentira que os símbolos natalinos tenham significado cristão. Papai Noel é uma mentira elaborada e que desvia das crianças a idéia de um Papai do Céu providente que abençoa graciosamente e não por méritos.  Sua finalidade é alavancar as vendas. Árvores de natal não tem nada a ver com o relato bíblico do nascimento de Jesus e muito provavelmente remontam aos rituais primitivos em que eram cultuadas como representações das divindades. Outros símbolos como azevinhos, guirlandas e viscos também são destituídos de significado bíblico.

É mentira que os cristãos devam celebrar o nascimento de Jesus. Por ser promovido em igrejas, com cultos festivos, apresentação de corais e cantatas, muitos acreditam e outros impõem a comemoração do Natal como um dever cristão. Quem não celebra a data corre o risco de ser visto como inimigo da fé. Porém Jesus não ordenou, nem os discípulos celebraram o dia do nascimento de Jesus. Por outro lado, Jesus ordenou que Sua morte fosse celebrada como memorial e esta os seus primeiros discípulos relembravam na Ceia do Senhor.

É mentira que Jesus seja honrado com excessos consumistas e exageros à mesa. Se o natal devesse ser celebrado, deveria ser de forma totalmente diferente da que é feito hoje. O que tem a ver o consumismo, a glutonaria e a embriaguez com Jesus Cristo? Será que o Senhor é honrado nas comemorações natalinas? Não foi sem razão que os antigos puritanos decretaram a data como dia de penitência. 

A verdade do natal

Apesar da data ser mentirosa, dos símbolos utilizados serem de origem pagã e da forma mundana que é comemorado há uma verdade no fato do Natal: Deus se fez carne e habitou entre nós. Este fato tão importante deve ser celebrado não apenas nesta data, mas todos os dias do ano. João nos lembra disso quando escreve:

O Verbo se fez carne

Nós nunca compreenderemos a profundidade deste mistério. Como é que Deus, sem deixar de ser Deus, revestiu Sua glória de carne e tornou-se um de nós? Quem pode compreender isso? Só podemos adorar e agradecer! Se o Verbo não tivesse se tornado em carne, eu e você estaríamos condenados para sempre, pois não haveria perdão para nossos pecados. Só um Deus poderia oferecer um sacrifício de valor infinito, capaz de satisfazer a justiça divina. E só um homem poderia oferecer o pagamento pelo pegado do homem. Por isso  o Verbo se fez carne.

e habitou entre nós

Jesus nasceu e viveu como um de nós e entre nós. Ele não apenas viveu como nós, mas viveu por nós. A vida perfeita que Deus exigia de nós e que ninguém conseguia cumprir, Ele cumpriu perfeitamente. Ele não apenas viveu uma vida santa por si mesmo, mas a viveu em nosso favor, de sorte que quando somos justificados pela fé é a justiça de Sua retidão perfeita que nos é imputada. Isto significa que quando Deus olha para o crente não leva em consideração a multidão de seus pecados, mas a retidão perfeita de Seu Filho.

cheio de graça e de verdade

A vida de Jesus pode ser resumida na expressão "cheio de graça e verdade". Verdade porque na Sua vida nenhum erro, nenhuma falsidade, nenhuma mentira pôde ser encontrada. Ele cumpriu perfeitamente a perfeita vontade do Pai. E cheio de graça porque tudo o que Jesus fez e viveu reverte-se em meu favor, sem nenhum merecimento de minha parte. Até mesmo a fé, que é necessária à apropriação de Sua justiça, nos é suprida como um presente.

vimos a sua glória glória como do Unigênito do Pai

É através dessa graça que podemos ver a glória de Jesus. Sabemos que a glória velada pela carne é a glória de Deus, a qual foi exposta pela maneira como ele viveu. A maneira exemplar como ele viveu, as palavras de vida que falou, os milagres que realizou e a forma obediente como morreu revelaram a glória de Deus. A ponto dEle poder dizer "quem vê a mim, vê o Pai". Sua glória não é a de um menino, filho de Maria e José. É a glória do Unigênito, o Filho de Deus. 

Conclusão

O seu desafio nesta noite é: como adorar e agradecer a Deus em espírito e em verdade em meio a tantas mentiras? E a resposta é: deixe de lado as mentiras e as invencionices dos homens e concentre-se no  significado do Natal. Para compreender esse significado, preste atenção no desenho animado a seguir.

Soli Deo Gloria

Sermão entregue dia 24/12/09 na Igreja O Brasil Para Cristo em Medianeira

4 comentários:

Ricardo Mamedes disse...

Concordo plenamente, de fato a data tem sido mistificada em benefício do mercantilismo. e até onde sei, a Bíblia não declara tal data como o nascimento de Jesus.

Se for para comemorar algo, que seja efetivamente o Cristo Crucificado pelos nossos pecados, ressurreto após três dias. Esse sim, o fato mais importante que já houve sobre a terra, capaz de nos tornar aceitáveis para o Criador e nos reconciliando com Ele.

Quanto a este blog, que tem propagado diligentemente as verdades do Evangelho de Cristo, que se mantenha firme neste propósito no novo ano que se aproxima.

Um abraço Clóvis, felicidades nessa caminhada e que o Excelso Deus te ilumine sempre!

NEle,

Ricardo

Phillipe Garcia disse...

Maravilhoso esclarecimento, no qual eu não sabia, Que Deus abençoe todos vcs do blog Cinco Solas, que tenho acompanhado e tenho aprendido muito.
Soli Deo Gloria

Clóvis disse...

Ricardo,

É possível, a partir dos turnos dos sacerdotes, uma aproximação razoável da data do nascimento de Jesus.

Retribuo os votos de felicidades a você e sua família, sempre no Senhor.

Em Cristo,

Clóvis

Clóvis disse...

Phillipe,

Fico feliz que o texto lhe tenha sido útil.

Desejo-lhe um 2010 abençoado!

Em Cristo,

Clóvis