Popular Posts

Blogger templates

Blogger news

Blogroll

About

Blog Archive

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Pesquisar

quinta-feira, 22 de outubro de 2009
"E estes sinais seguirão aos que crerem... falarão novas línguas" Mc 16:17

O dom de línguas é, seguramente, o mais polêmico dos chamados dons do Espírito Santo. Pentecostais tendem a exagerar sua importância, colocando-o como evidência necessária do batismo no Espírito Santo. Além disso, é comum que na prática as orientações sobre o seu exercício de forma ordeira sejam negligenciadas. Por outro lado, os cessacionistas negam sua atualidade, relegando-o ao tempo apostólico e considerando-o simplesmente como capacidade de falar em outro idioma terreno.

Então, qual a natureza do dom de falar em línguas? Seria ele meramente a capacidade de falar um idioma terreno, como o grego nos dias apostólicos ou o inglês nos dias de hoje? Creio que o texto acima fornece algum indício que ajuda a elucidar a questão.

O texto não diz simplesmente falarão em línguas, mas falarão em novas línguas. Embora se possa dizer que as línguas são novas em relação a quem fala, isso parece pouco provável. Seria mais lógico que se dissesse que falariam línguas que não aprenderam. Novas línguas parece indicar línguas desconhecidas.

Reforça essa hipótese o texto original. Na expressão "falarão novas línguas" o grego trás γλωσσαις λαλησουσιν καιναις, onde novas é tradução de kainos. O grego usa principalmente duas palavras para novo. Uma delas é νεος, neos, usada para expressar novo no aspecto de tempo, indicando aquilo que é recente, mas da mesma natureza do antigo.

kainos também indica aquilo que é novo, não porém em referência ao tempo, mas a algo que é de um tipo diferente. O léxico grego-inglês (Louw and Nida) diz que kainos refere-se a algo "não conhecido previamente, inédito, novo". Thayer diz que kainos indica "um tipo novo, sem precedentes, inédito". O Theological Dictionary of the New Testament, diz que kainos denota "o que é novo na natureza, diferente do habitual, impressionante, melhor do que o velho, superior em valor ou atração".

Percebemos melhor essa disntição entre neos e kainos em algumas passagens do Novo Testamento. Em Mateus 9:17, onde aparece ambos os termos, este tem o sentido de "ainda não utilizado", em Atos 17:21 o sentido é de "incomum" e em Mateus 13:52; Ef 2:15; 2Jo 2:5 e Hb 8:13 "novo tipo" é o sentido dado.

Assim como um novo céu e uma nova terra em Ap 21:1 e 2Pe 3:13, a nova Jerusalém em Ap 3:12 e 21:2, a canção nova em Ap 5:9 e a nova criação em Ap 21:15 referem-se a algo de uma outra e melhor natureza, novas línguas em Mc 16:17 também não são os já existentes idiomas. O fato de que o antigo e o novo não poderem ser misturados (Mc 2:21-22) acentua o elemento distintivo entre o comum e o novo.

Portanto, as novas línguas não são a mesma coisa que idiomas terrenos que os que cressem iriam passar a falar, mas sim línguas novas no sentido que são distintas e mais elevadas em natureza.

Soli Deo Gloria

17 comentários:

Anônimo disse...

Olá...esse artigo chegou em boa hora, hoje cedo eu estava conversando com um amigo da batista tradicional, ele estava falando que eu tinha que ler mais a bíblia pois ai saberia que, o falar em línguas não existe mais, que foi línguas de idiomas. Eu tentei explicar I co; 12- 13-14 para ele, só que o cara é teimoso. Eu comecei a pesquisar e acabei achando um blog calvinista cessacionistas, lá tinha 7 provas que os dons cessaram, eu li e fiquei confuso com algumas coisas. Eu creio que os Dons não cessaram, porém o Falar em línguas me deixa confuso. Sábado vai ter consagração de jovens na minha igreja, lá sempre tem um momento onde os jovens que não são batizados no Espírito Santo( não são?) vão para o altar receber batismo, e eu sempre vejo umas coisas estranhas, eu sempre fico no meu banco, na minha, só falando com Deus. O mais estranho de tudo é que, os jovens ficam fora de si, orando, chorando até falarem em línguas estranhas. Eu tenho uma duvida: Qual a evidencia do ‘revestimento’ do Espírito Santo? Os pastores da minha igreja dizem que é o falar em línguas estranhas! Eu não concordo muito com isso não, a língua estranha é um Dom, nem todos tem.

Graças a Deus achei esse artigo!

Com muitas duvidas, (hehehe)


Sérgio pessôa!

Helder Nozima disse...

Clóvis,

Discordo de sua visão de kainós e neós. Néos é novo no tempo, mas no sentido de vir à existência algo que não existia antes:

"The difference in meaning between kainos and neos, is, in the main, that kainos denotes new in respect of quality, "the new as set over against that which has seen service, the outworn, the effete, or marred through age"; neos, "new (in respect of time), that which has recently come into existence," e.g. kainon mnemeion, the "new tomb" in which Jesus was laid, was not one recently made, but one in which no other dead had ever lain; the "new covenant," the "new man," etc., may be contemplated under both aspects of quality and of time (Trench, Synonyms of the New Testament, 209 f)." Link: http://net.bible.org/dictionary.php?word=Man

Acho que você supervalorizou o "kainós" aí. Nem sempre uma palavra é usada em sua, digamos, plenitude de sentido. Esse é um erro comum de hermenêutica. Uma palavra têm vários sentidos, algumas vezes todos cabem, em outros, é preciso saber qual sentido é o melhor. E, muitas vezes, é um sentido comum, como acho que é neste caso.

Línguas melhores, em natureza...seria o quê? Línguas de anjos? Mas será que as tais "línguas de anjos" não seriam apenas um exagero de Paulo, uma figura de linguagem para reforçar o ponto dele sobre o amor em 1 Co 13?

Fato é que o único caso prático de glossolalia na Bíblia é o de pessoas falando, sobrenaturalmente, em outros idiomas, desconhecidos de quem falava. Nada, a não ser as tais "línguas de anjos" sugerem que o dom de línguas é orar em uma língua superior às humanas.

Ricardo Mamedes disse...

Olá Helder,

Acho difícil acreditar que essas "outras línguas" a que se referiu Paulo fossem línguas celestiais. Isto porque o contexto que se extrai das passagens seguintes nos leva a entender que são idiomas terrenos, pois ele (Paulo) insta os crentes a não falarem nessas línguas quando houver "indoutos" na igreja - a menos que haja intérprete. Entenda-se indoutos commo pessoas de pouca instrução que não conheçam essas "outras línguas". Me parece que o termo no original se refira, nessas passagens, a 'glossa' e não glossolalia. Em uma única vez que parece ser glossolalia, tem sentido de glossa, no contexto.
Ademais, no episódio de pentecostes (Atos 2:4), o texto deixa claro que eram outros idiomas humanos.

Em Cristo.

Saulo R. do Amaral disse...

Clóvis,

sem entrar no mérito da Carta de Paulo aos Corintios, mas não seria um pouco precipitado excluir os idiomas como parte do dom de línguas? Porque em Atos 2 claramente se vê que as línguas em idiomas, "línguas maternas". Mesmo que se depreenda de Corintios que outras línguas podem ser línguas desconhecidas, acho que isso não invalida o episódio de Atos.

Um amigo meu passou por um episódio interessante. Estava em um culto quando o pastor começou a falar em línguas diferentes. Após o culto, descobriu-se que um dos visitantes da congregação era um árabe e que o pastor havia falado, sobrenaturalmente, no idioma dele. Ele havia pregado o evangelho em árabe. Sei que experiências não servem de base doutrinária alguma, mas, dentro do contexto de Atos, isso parece plausível.

Abraço!

Jair Kunzler disse...

Se o dom de línguas se refere apenas a línguas celestiais, o que aconteceu no pentecostes? Entendo que em outras passagens da Bíblia, esse dom é atribuido à linguas de homens, faladas por diferente povos, como vemos em atos 2, por exemplo, mas a partir de um texto, não podemos excluir o restante. Podem ser línguas celestiais? Talvez (acho muito remota essa possibilidade)mas a base bíblica para línguas terrenas é mais ampla. Porém, fico com o pensamente de Paulo:
"Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua." (I Cor. 14:19)

Helder Nozima disse...

Oi, Ricardo,

Pois é...os dons de línguas são sim sobre idiomas humanos. Acho que o Clóvis deu uma viajada dessa vez, por superestimar, nesse caso, a diferença entre kainós e neos.

Não sou cessacionista, mas não vejo sentido em falar que as línguas de que fala o texto sejam superiores ou de natureza diferente às humanas, como é proposto aqui.

Saulo R. do Amaral disse...

Bem colocado André. E mais uma coisa: é comum haver línguas e depois uma intepretação do tipo "Deus está dizendo isso e aquilo...". No entanto, as línguas, na Bíblia, até onde sei, são manifestações que fluem do homem para Deus, e não o contrário. Como, então, essas pessoas alegam ter passado uma mensagem de Deus? Acho estranho isso.

Helder Nozima disse...

Saulo,

É pq, em 1 Coríntios, Paulo coloca as línguas com interpretação no mesmo nível da profecia.

Saulo R. do Amaral disse...

Helder,

é verdade, mas colocar no nível não significa que são a mesma coisa. Pelo que sei, a profecia vem de Deus para o homem e as línguas, do homem para Deus.

Elizeu Rodrigues dos Santos disse...

Você chegou num ponto importante, Saulo. Paulo, com relação a dom de línguas e profecias, dá mais valor ao segundo dom, e gostaria que todos profetizassem. No fim, o dom de língua hoje virou produto de escárnio popular. Todos "podeis falar em línguas", é o que se ouve.

E com relação a idioma humano, em 91, quando orava com 3 amigos na enfermaria do quartel 20 BIB (pois fui enfermeiro), um deles falou num francês tão lindo que assustou até o tenente oficial de dia.

RIPALABALA é que idioma?

No mesmo amor de Deus,

Elizeu

Heitor Alves disse...

O grande problema de se defender a continuidade dos dons revelacionais, é que esses dons ficam em pé de igualdade das Sagradas Escrituras.

A conclusão lógica é que além da Bíblia, Deus ainda pode falar através de outros métodos, quando, na verdade, a Bíblia é a única regra infalível de fé e prática; único e exclusivo manual de conduta cristã.

2 Timóteo 3.16: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra."

Ora, se a Palavra de Deus escrita é útil para ensinar, repreender, corrigir e educar o homem e torná-lo habilitado para cumprir com a vontade de Deus e exercer boas obras, então não há razão para buscar a vontade de Deus utilizando métodos ineficazes e vazios de sentido e de propósitos!!!

Jair Kunzler disse...

Certo, mas é a própria Bíblia que fala dos dons. E são usados para a edificação da igreja e pessoal. Devo negligenciá-los?

Thiago Mattos disse...

Querido irmão,
Apreciei muito sua mini-exegêse do texto. O termo em grego kainos é bastante claro, ainda que seja controverso para alguns. A grande questão para mim é que, apesar de você citar outros textos em que se utiliza o kainos, nenhum deles se refere a "novas" línguas. Sempre se refere a outras coisas. No caso do texto de Atos, inclusive, o kainos é utilizado para referenciar as boas novas (novidades - Evangelho). Tanto que Paulo, logo em seguida, passa a pregar o Evangelho no Aerópago. Será que, quando Jesus, em Marcos 16:17, falou a respeito das novas (kainos) línguas, Ele não se referia ao Evangelho, que, aliás, era uma linguagem totalmente nova para aquele povo. Além disso, como você sabe, nenhuma doutrina pode se basear em apenas um versículo. Ainda mais quando se trata de um versículo em que todos os comentaristas (inclusive os que você cita) e exegetas entendem como sendo de origem duvidosa.
Um grande abraço. Parabéns pela coragem e pelo Blog.
Em Cristo,

Saulo R. do Amaral disse...

"não há razão para buscar a vontade de Deus utilizando métodos ineficazes e vazios de sentido e de propósitos!!!"

Heitor, o dom de línguas (independente de acharmos ou não que são apenas idiomas) não é um dom revelacional.

E ninguém falou em buscar a vontade de Deus fora da Bíblia. Mesmo o dom de profecias se destina a outra finalidade, e não à busca de diretrizes para a tomada de decisões.

O que acontece é que há inúmeras distorções hoje em dia. O "eu profetizo" virou um mero clichê. Você tem toda a razão de condenar as "línguas" e as "profecias" na maioria das igrejas hoje, mas não tem razão para ignorar as manifestações legítimas e bíblicas.

César Aquino Bezerra disse...

Eu acredito que existem dois tipos de línguas: os idiomas da Terra, quer sejam línguas faladas hoje, ou faladas no passado, mortas; e idiomas estranhos à Terra, celestiais.

Heitror Alves disse...

Jair Kunzler,

Os dons precisam ser usados na igreja visando a edificação do Corpo (1Co 12.4-7). Todos os diversos dons capacitam os membros do corpo de Cristo a ministrar uns aos outros. Se Deus nos deu um dom, esse dom precisa ser usado na igreja visando a edificação de todos, e não para uso particular e privativo, visando a própria edificação.

Precisamos negligenciar as línguas pois hoje o que edifica a igreja é a palavra de Cristo (Hb 1.1). Hoje, Deus só tem falado por meio de Cristo, ficando pra trás as várias maneiras de Deus falar.


Saulo R. do Amaral,

As línguas eram um sinal da parte de Deus concernente ao cumprimento de profecias particulares com relação às operações de Deus no mundo. Era usado para preparar e entender o que Deus está pra fazer.

Afirmo que as línguas eram um dom revelacional por que era usado para revelar um mistério que outrora era oculto (Rm 16.25,26). Cristo mesmo declarou que os mistério do reino dos céus agora podem ser conhecidas (Mt 13.11).

O mistério era revelado na alocução daquele que falava em línguas. por meio deste dom, um mistério era revelado ao povo de Deus.

O cristianismo não é uma religião de mistérios. O cristianismo manifesta publicamente a verdade de Deus no mundo.

Um abraço.

Anônimo disse...

Marcos 16:15 pra frente ali, fala algumas coisas que são importantes, e os sinais seguiriam os que crerem.
Eu creio em Jesus, Ele me salvou, me regenerou e continua a me regenerar. Eu oro em línguas, mas só quando estou sozinho(e tem sido edificante).
Já orei por alguns parentes, pessoas, etc e Jesus operou a cura, pedi que Jesus as curasse e Ele as curou.
Eu creio nisso, e isso tem um propósito, glorificar a Deus.
Paulo e os apóstolos sempre foram não em sabedoria de palavras somente, mas no poder de Deus e isso não muda pra hoje não.
Pq Cristo veio pra libertar os cativos (endemoninhados), dar vista aos cegos (enfermos), pregar aos quebrantados de coração.
É uma ordem de Jesus Cristo IDEEEE, vamos, vamos pregar o evangelho firmado na palavra e não isso que temos visto, igrejas estão mortas pelo conhecimento, não evangelizam, só querem se encher de conhecimento e sabedoria, sabe o que Deus diz pra nós quanto a isso: Isso é lixo, e seus corações estão longe de mim. Conhecem minha lei, mas não a vive. Outros do meio pentecostal não estão firmados na palavra como deveriam, e acabam entrando em heresia e envergonhando a Cristo.
Vamos orar, vamos ler palavra. Vamos nos focar em Jesus Cristo, chega de homens, olhe pra Cristo, é isso que você vai fazer pela eternidade, contemplar Sua Majestade(se isso é chato pra você, 1º Você conhece a Cristo só no conceito, não vive 2º O céu não e seu lugar "aproveite" a vida, acaba com ela mesmo ou 3º Se arrependa, é isso que Cristo e os apóstolos gritavam, se arrependam, e Cristo conforme Seu querer brilhará em vossos corações)
Meditemos em 1 Coríntios 1 inteiro e oremos. Pra que possamos ter o mesmo parecer e estar em Jesus Cristo, não calvino, não sei quem, etc.
Aquele se glória, glorie-se no Senhor.
A Ele toda honra e glória.
Chega de homens, chega.
Lucas de Lima.