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domingo, 9 de novembro de 2008
O pastor Cleber Cabral Siedschlag, da Comunidade Vida Melhor, com a colaboração de Sérgio Siegrist e Christian Schulze escreveu um texto contra o calvinismo, com o objetivo de abrir os olhos das pessoas. No texto intitulado "Resposta firme ao calvinismo", ele faz diversas afirmações sobre a eleição, com algumas concordo integralmente, outras pedem esclarecimentos e outras uma resposta bíblica. Vou tentar responder os argumentos apresentados por ele.
Afirmações com as quais concordo
Concordo com o articulista quando ele afirma que "Deus não nos escolheu com base em nossas obras", o que me alegra muito, pois isso o mantém afastado da heresia pelagiana. Também é digno de nota a expressão "sem uma ação do Espírito Santo ninguém pode buscar a Deus" e o arremate "sem a ação do Espírito Santo ninguém conseguiria crer". Discordaremos sobre o quanto essa ação é decisiva, mas é um bom começo saber que concordamos que a eleição não se baseia em obras e que a fé é gerada pelo Espírito Santo. Finalmente, é importante que concordamos que "todo versículo bíblico deve ser interpretado de forma harmoniosa com o restante das Escrituras".
Afirmações com as quais não concordo
Nossa primeira discordância é quanto ao objetivo de Deus na salvação. O autor afirma que "Deus, em Sua Soberania, escolheu que daria a cada homem a chance de ser salvo". Na verdade, o que Deus escolheu foi salvar de fato, não meramente tornar possível a salvação. É isso que fica claro quando lemos a Bíblia. Por exemplo, sobre Jesus foi prometido que "ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mt 1:21). Quando se manifestou em carne, Jesus disse que "o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido" (Mt 18:11) e Paulo confirma que "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores" (1Tm 1:15). Deus não é o promotor, mas "o Autor da salvação eterna" (Hb 5:9) pois "suscitou plena e poderosa salvação" (Lc 1:69). Em nenhum lugar na Escritura é dito que Deus dá chance do homem ser salvo, mas ela é recheada de declarações de que Deus efetivamente salva o homem. A palavra chance sequer aparece na Bíblia e oportunidade não é associada à salvação em nenhuma passagem bíblica.
Outro ponto em que discordamos é sobre a doutrina da eleição. Primeiro ele diz que "nenhum arminiano nega a doutrina da eleição". Porém há arminiano que diga que "a crença na eleição, não é simplesmente blasfêmia, mas é a superfetação da blasfêmia" (Samuel Taylor Coleridge). Mas isso importa pouco, vamos à doutrina em si. Ele diz que "fomos eleitos com base na presciência de Deus", citando a parte da carta de Pedro em que ele diz que fomos "eleitos segundo a presciência de Deus" (1Pe 1:2). Porém ser eleito "segundo a presciência" é diferente de ser eleito "com base na presciência". Vejamos.
A palavra traduzida como segundo significa de "acordo com" e não "por causa de" ou "com base em". A presciência não é causativa, pois repousa no decreto divino (At 2:23; Rm 8:28-29). Além disso, a presciência divina nunca diz respeito a fatos e eventos, mas sempre a pessoas. Por uma razão muito simples: todos os que são objetos da presciência de Deus também o são de Seu amor. Deus conhece de antemão aqueles que Ele ama com "amor eterno" (Jr 31:3) e designa "desde o princípio para a salvação" (2Ts 2:13), não por descobrir neles algo digno de Seu amor e afeição, mas porque os escolheu para serem recipientes de Seus favores graciosos. Pedro apenas confirma que a escolha dos salvos se dá em harmonia com a presciência divina e que esta decorre de Seu decreto amoroso. Ir além disso é afirmar que Deus foi atraído por algo de bom e amável naqueles que elegeu, e nisso a eleição deixaria de ser graciosa.
Ainda sobre a eleição, o autor do artigo diz que "Deus não nos escolheu com base em nossas obras. Mas mediante a fé (Ef 2.8,9) que Ele já sabia que teríamos". Novamente, precisamos nos deter um pouco sobre as passagens citadas e os termos utilizados. Como vimos acima, a presciência não diz respeito a fatos ou eventos, portanto o que Deus anteviu não foi a fé nem o ato de crer, mas as pessoas que Ele "predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1:5). A passagem de Pedro sequer menciona fé ou arrependimento. E a passagem de Efésios não está tratando da eleição e sim da chamada, como o contexto bem indica.
Qual a relação entre fé e eleição? Qual precede e qual se sucede à outra? A lógica indica que se a eleição se dá na eternidade e a fé é recebida na história, é claro que não pode ser a fé a causa da eleição. Mas não precisamos apelar para a lógica, pois temos as Escrituras que nos dizem "creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13:48). Pergunte ao texto "quem creu?" e ele responderá "os que haviam sido destinados para a vida eterna". Para complicar, o pastor Cleber diz que "a minha fé é dom de Deus". Mas, se por um lado Deus escolhe aqueles que terão fé e por outro é Ele mesmo quem dá essa fé que torna a pessoa elegível, porque então Ele não dá a fé a todos e assim todos são escolhidos? O pastor torna a coisa toda confusa quando diz que o "Espírito Santo trabalha em todas as pessoas" para que tenham fé. Porém, "aceitar esse chamado (ter fé, crer) é decisão da pessoa". Afinal, a fé é um dom de Deus ou é uma decisão pessoal?
Para fugir de passagens difíceis sobre a eleição, o pastor disse que a "Bíblia fala de 2 tipos de escolhas", sendo uma delas "para a salvação" e outra "para um ministério". A primeira ele chama de eleição e a segunda de vocação. Até aí tudo bem, o problema surge quando se confunde uma e outra para adequá-las aos nossos pressupostos. A eleição ocorre na eternidade, a palavra utilizada para defini-la é ekloge, derivada do verbo eklegomai que significa "escolher para si mesmo". Vocação sempre ocorre na história, é traduzida do substantivo klesis que significa "convocação, convite". Das dez ocorrências da palavra klesis, em nove delas refere-se à chamada para a salvação e não há nenhum motivo para pensarmos que "os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm 11:29) se refiram à "chamada para um ministério", conforme diz o Pr. Cleber.
Por exemplo, o autor diz que Romanos 9:14-16 está "falando sobre a Vocação de Jacó e não Eleição". Ele até identifica essa vocação como sendo a tarefa de "receber a bênção da primogenitura e dar origem ao povo escolhido por Deus". Não vou levar em conta que Jacó não deu origem ao povo de Deus, vou me concentrar no que diz a passagem. Alguns versos antes, falando de Jacó e Esaú, Paulo diz "e ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)" (Rm 9:11). A palavra traduzida eleição é ekloge e não klesis. Portanto, está falando da escolha feita na eternidade e não da vocação feita na história. Além disso, o contexto está falando de escolha e não de chamada, de salvação e não de serviço. Reforça essa conclusão o fato de que na seqüência de sua argumentação o apóstolo fala dos "vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão" (Rm 9:23) e conclui seu raciocínio dizendo que "ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo" (Rm 9:27). Portanto, a escolha não é para serviço, mas para a salvação.
O Pr. Cleber apresenta ainda uma outra objeção à eleição incondicional, na pergunta "se Deus ama todas as pessoas porque escolheria apenas algumas para morarem com Ele?". Mas quem disse que Deus ama todas as pessoas? Deus diz "Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú" (Rm 9:13). Não se pode dizer que Deus amou igualmente a Jacó e a Esaú. Alguns arminianos até admitem a diferença, e dizem que "me aborreci de Esaú" significa "amei menos". Porém, a palavra traduzida aborrecer é miseo, que significa "odiar, detestar, perseguir com ódio". É a mesma palavra que Jesus usa para dizer que seremos odiados pelo mundo e que Ele odeia as obras dos nicolaítas, por exemplo. Outra tentativa de atenuar essa verdade é a que diz que não se trata da pessoa de Esaú, mas da nação Edomita. Ora, isso não resolve o problema, apenas aumenta o número de pessoas incluídas entre as que Deus não ama!
Além dessa passagem, a Palavra diz em Hebreus que "o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe" (Hb 12:6). Esse versículo não teria sentido se todas as pessoas fossem igualmente amadas por Deus. Jesus também disse "eu repreendo e disciplino a quantos amo" (Ap 3:19). Sabemos que o mundo não está sob a disciplina amorosa do Senhor, mas sob Sua ira. Logo, não podemos afirmar que o Senhor ama igualmente a todas as pessoas.
O Pr. cleber também lançou algumas perguntas, que responderei oportunamente, se Deus quiser.
Soli Deo Gloria
Afirmações com as quais concordo
Concordo com o articulista quando ele afirma que "Deus não nos escolheu com base em nossas obras", o que me alegra muito, pois isso o mantém afastado da heresia pelagiana. Também é digno de nota a expressão "sem uma ação do Espírito Santo ninguém pode buscar a Deus" e o arremate "sem a ação do Espírito Santo ninguém conseguiria crer". Discordaremos sobre o quanto essa ação é decisiva, mas é um bom começo saber que concordamos que a eleição não se baseia em obras e que a fé é gerada pelo Espírito Santo. Finalmente, é importante que concordamos que "todo versículo bíblico deve ser interpretado de forma harmoniosa com o restante das Escrituras".
Afirmações com as quais não concordo
Nossa primeira discordância é quanto ao objetivo de Deus na salvação. O autor afirma que "Deus, em Sua Soberania, escolheu que daria a cada homem a chance de ser salvo". Na verdade, o que Deus escolheu foi salvar de fato, não meramente tornar possível a salvação. É isso que fica claro quando lemos a Bíblia. Por exemplo, sobre Jesus foi prometido que "ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mt 1:21). Quando se manifestou em carne, Jesus disse que "o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido" (Mt 18:11) e Paulo confirma que "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores" (1Tm 1:15). Deus não é o promotor, mas "o Autor da salvação eterna" (Hb 5:9) pois "suscitou plena e poderosa salvação" (Lc 1:69). Em nenhum lugar na Escritura é dito que Deus dá chance do homem ser salvo, mas ela é recheada de declarações de que Deus efetivamente salva o homem. A palavra chance sequer aparece na Bíblia e oportunidade não é associada à salvação em nenhuma passagem bíblica.
Outro ponto em que discordamos é sobre a doutrina da eleição. Primeiro ele diz que "nenhum arminiano nega a doutrina da eleição". Porém há arminiano que diga que "a crença na eleição, não é simplesmente blasfêmia, mas é a superfetação da blasfêmia" (Samuel Taylor Coleridge). Mas isso importa pouco, vamos à doutrina em si. Ele diz que "fomos eleitos com base na presciência de Deus", citando a parte da carta de Pedro em que ele diz que fomos "eleitos segundo a presciência de Deus" (1Pe 1:2). Porém ser eleito "segundo a presciência" é diferente de ser eleito "com base na presciência". Vejamos.
A palavra traduzida como segundo significa de "acordo com" e não "por causa de" ou "com base em". A presciência não é causativa, pois repousa no decreto divino (At 2:23; Rm 8:28-29). Além disso, a presciência divina nunca diz respeito a fatos e eventos, mas sempre a pessoas. Por uma razão muito simples: todos os que são objetos da presciência de Deus também o são de Seu amor. Deus conhece de antemão aqueles que Ele ama com "amor eterno" (Jr 31:3) e designa "desde o princípio para a salvação" (2Ts 2:13), não por descobrir neles algo digno de Seu amor e afeição, mas porque os escolheu para serem recipientes de Seus favores graciosos. Pedro apenas confirma que a escolha dos salvos se dá em harmonia com a presciência divina e que esta decorre de Seu decreto amoroso. Ir além disso é afirmar que Deus foi atraído por algo de bom e amável naqueles que elegeu, e nisso a eleição deixaria de ser graciosa.
Ainda sobre a eleição, o autor do artigo diz que "Deus não nos escolheu com base em nossas obras. Mas mediante a fé (Ef 2.8,9) que Ele já sabia que teríamos". Novamente, precisamos nos deter um pouco sobre as passagens citadas e os termos utilizados. Como vimos acima, a presciência não diz respeito a fatos ou eventos, portanto o que Deus anteviu não foi a fé nem o ato de crer, mas as pessoas que Ele "predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1:5). A passagem de Pedro sequer menciona fé ou arrependimento. E a passagem de Efésios não está tratando da eleição e sim da chamada, como o contexto bem indica.
Qual a relação entre fé e eleição? Qual precede e qual se sucede à outra? A lógica indica que se a eleição se dá na eternidade e a fé é recebida na história, é claro que não pode ser a fé a causa da eleição. Mas não precisamos apelar para a lógica, pois temos as Escrituras que nos dizem "creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13:48). Pergunte ao texto "quem creu?" e ele responderá "os que haviam sido destinados para a vida eterna". Para complicar, o pastor Cleber diz que "a minha fé é dom de Deus". Mas, se por um lado Deus escolhe aqueles que terão fé e por outro é Ele mesmo quem dá essa fé que torna a pessoa elegível, porque então Ele não dá a fé a todos e assim todos são escolhidos? O pastor torna a coisa toda confusa quando diz que o "Espírito Santo trabalha em todas as pessoas" para que tenham fé. Porém, "aceitar esse chamado (ter fé, crer) é decisão da pessoa". Afinal, a fé é um dom de Deus ou é uma decisão pessoal?
Para fugir de passagens difíceis sobre a eleição, o pastor disse que a "Bíblia fala de 2 tipos de escolhas", sendo uma delas "para a salvação" e outra "para um ministério". A primeira ele chama de eleição e a segunda de vocação. Até aí tudo bem, o problema surge quando se confunde uma e outra para adequá-las aos nossos pressupostos. A eleição ocorre na eternidade, a palavra utilizada para defini-la é ekloge, derivada do verbo eklegomai que significa "escolher para si mesmo". Vocação sempre ocorre na história, é traduzida do substantivo klesis que significa "convocação, convite". Das dez ocorrências da palavra klesis, em nove delas refere-se à chamada para a salvação e não há nenhum motivo para pensarmos que "os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm 11:29) se refiram à "chamada para um ministério", conforme diz o Pr. Cleber.
Por exemplo, o autor diz que Romanos 9:14-16 está "falando sobre a Vocação de Jacó e não Eleição". Ele até identifica essa vocação como sendo a tarefa de "receber a bênção da primogenitura e dar origem ao povo escolhido por Deus". Não vou levar em conta que Jacó não deu origem ao povo de Deus, vou me concentrar no que diz a passagem. Alguns versos antes, falando de Jacó e Esaú, Paulo diz "e ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)" (Rm 9:11). A palavra traduzida eleição é ekloge e não klesis. Portanto, está falando da escolha feita na eternidade e não da vocação feita na história. Além disso, o contexto está falando de escolha e não de chamada, de salvação e não de serviço. Reforça essa conclusão o fato de que na seqüência de sua argumentação o apóstolo fala dos "vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão" (Rm 9:23) e conclui seu raciocínio dizendo que "ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo" (Rm 9:27). Portanto, a escolha não é para serviço, mas para a salvação.
O Pr. Cleber apresenta ainda uma outra objeção à eleição incondicional, na pergunta "se Deus ama todas as pessoas porque escolheria apenas algumas para morarem com Ele?". Mas quem disse que Deus ama todas as pessoas? Deus diz "Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú" (Rm 9:13). Não se pode dizer que Deus amou igualmente a Jacó e a Esaú. Alguns arminianos até admitem a diferença, e dizem que "me aborreci de Esaú" significa "amei menos". Porém, a palavra traduzida aborrecer é miseo, que significa "odiar, detestar, perseguir com ódio". É a mesma palavra que Jesus usa para dizer que seremos odiados pelo mundo e que Ele odeia as obras dos nicolaítas, por exemplo. Outra tentativa de atenuar essa verdade é a que diz que não se trata da pessoa de Esaú, mas da nação Edomita. Ora, isso não resolve o problema, apenas aumenta o número de pessoas incluídas entre as que Deus não ama!
Além dessa passagem, a Palavra diz em Hebreus que "o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe" (Hb 12:6). Esse versículo não teria sentido se todas as pessoas fossem igualmente amadas por Deus. Jesus também disse "eu repreendo e disciplino a quantos amo" (Ap 3:19). Sabemos que o mundo não está sob a disciplina amorosa do Senhor, mas sob Sua ira. Logo, não podemos afirmar que o Senhor ama igualmente a todas as pessoas.
O Pr. cleber também lançou algumas perguntas, que responderei oportunamente, se Deus quiser.
Soli Deo Gloria
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Autoria Clóvis,
Eleição,
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14 comentários:
Clovis,
Hoje ja fui muuuito abencoado, so por este desto discorrido; ainda acho que um dia esses caras que vao entender que nada deve ser para glorificar o homem e tudo deve glorificar e Deus!!! Parabens, A DORO SEU BLOG E TODO DIA SOU MUITO ABENCOADO PELO SEU TALENTO E HUMILDADE EM CRISTO!!! ABRACOS!!
Toda gloria seja dada ao nosso Soberano Senhor.
Um texto explicativo, cordato, educado, sem ataques pessoais...Parabéns. Acho que este é o caminho para o diálogo teológico.
Paz Clovis,
Muito boa tua resposta, gostaria que Deus me concedesse o equilibrio que te concedeu.
Em Cristo,
Ednaldo.
Paz Clovis,
Muito boa tua resposta, gostaria que Deus me concedesse a sabedoria que te concedeu. ^^
Em Cristo,
Vini.
cara ....
essa foi pra entortar qualquer arminiano..
Ricardo (Tapado ponto com),
Soli Deo gloria!
Fico feliz que tenha sido abençoado. Este é o segundo propósito deste blog. O primeiro é glorificar a Deus.
Em Cristo,
Daniel,
Obrigado pela sua visita e comentário.
Quando o que se busca é estabelecer a verdade e não ganhar uma disputa teológica, não há porque atacar pessoas ou faltar com a educação.
Louvo a Deus porque arminianos e calvinistas podem, num espírito de amor, aparar as arestas de sua fé comum.
Em Cristo,
Clóvis
Ednaldo,
Soli Deo Gloria!
Acredite, você tem equilíbrio de sobra. É verdade que ás vezes a vontade que temos é de dar uma resposta á altura (ou baixura, rs), então é sempre bom usar a técnica do "post no dia seguinte".
Em Cristo,
Clóvis
Vini,
Já tive a oportunidade de lhe dizer: queria ter sido como você quando tinha a sua idade. E se o tempo ajuda a sermos melhores, louvo a Deus por antecipação pelo que Ele fará em e através de você.
Em Cristo,
Clóvis
Querido Cleber,
Obrigado por considerar a minha resposta ao seu artigo. Não pretendo transformar os comentários num debate infindo, assim, vou me ater aos pontos que estavam em seu artigo inicial, à minha resposta e à sua réplica a ela.
1) Embora tenha reafirmado que "Deus deu a cada um a chance de ser salvo", o irmão não presentou provas dessa sua afirmativa. Apresentou apenas um argumento non sequitur de 1Tm 2:4. E não respondeu aos argumentos bíblicos por mim apresentados.
2) O irmão perguntou "de onde você tirou essa definição?". Minha definição foi tirada do nas Escrituras do termo proginosko. A presciência é um aspecto particular da onisciência divina.
3) O irmão reafirma "Minha fé é um dom de Deus", esclarecendo que isso significa que "sem ação do Espírito Santo eu jamais conseguiria crer em Jesus". Porém, o irmão diminui a força de sua declaração pelo uso da conjunção adversativa "mas", ao completar "mas Ele me convenceu do pecado, justiça e juízo e por essa razão abracei a fé". Embora reconheça a importância da "participação" do Espírito Santo, destaca que ela não é decisiva, pois a decisão de "abraçar a fé" (expressão que designa adesão, assentimento e não transformação) é sempre sua. Nisto discordamos, quando a Bíblia fala em "dom de Deus", exclui qualquer idéia de reprocidade, retribuição ou recompensa, pois trata-se de um "presente de soberano".
4) Sobre "ekloge" e "klesis" o irmão diz que "ambas as palavras podem ter os 2 sentidos", ou sejam, são intercambiáveis. Porém não é verdade: "klesis" nunca é utilizada com o sentido de escolha e sempre se refere à salvação, jamais a serviço.
5) O povo de Deus teve sua origem em Abraão e não em Jacó (Leia Mt 1:1-2; Lc 1:55,73; Jo 8:39,56; At 3:25; Rm 4:16; 2Co 11:22; Hb 7:4; Tg 2:21; 1Pe 3:6). A genealogia de Israel como povo retrocede até a Abraão, não finda em Jacó. Portanto, Jacó faz parte da ascendência israelita, mas não é a sua origem.
6) Você disse: "E quando diz que Deus amou Jacó e odiou Esaú isso não foi antes de ele nascer. Isso foi mais tarde e teve um motivo: Heb:12:16: E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura". Ué, você não tinha dito que não se tratava de Esaú e sim dos Edomitas? Foram os Edomitas ou foi Esaú o profano?
7) O irmão precisa se decidir. Jo 3:16 ágape pelo mundo. Hb 12:6 ágape apenas pelos filhos de Deus. Ap 3:19 phileo apenas pelos filhos de Deus. Se quiser classificar o amor de Deus, terá que adotar algum critério melhor que apenas a conveniência. Pois basta Tt 3:4 para derrubar esse seu esquema. Sem contar que o amor-ágape por Jacó excluiu Esaú.
Em cristo,
Clóvis
O cerco está se fechando...
Amado irmão Clóvis, sou um Assembleiano ,que por muito tempo não lia um texto tão claro e esplicativo como esse.Meu nome é Carlos,sou de Campinas,membro da Assembléia de Deus desde 1992.A pouco tempo é que tive ascesso a doutrina Reformada.FELICITO-O pelo texto acima e por seu Blogspot.
Carlos,
Obrigado por sua visita e suas palavras. Geralmente vou a Campinas uma ou duas vezes ao ano. Quem sabe não nos encontramos num dias desses? Conheço alguns irmãos pentecostais reformados na Região de Campinas.
Em Cristo,
Clovis
Caro Clóvis,
Meu filho mora em Campinas também. Quem sabe poderíamos ter um encontro com mais irmãos pentecostais reformados e trocarmos experiências
Soli Deo Glória
Lourival Nascimento
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