Popular Posts
-
Um pastor chamado Tupirani Lores escreveu um artigo chamado Predestinação II (Livre-Arbítrio) , no qual, além da doutrina, ataca a pessoa de...
-
O programa "Na Mira da Verdade" tem uma proposta e formato interessantes. A proposta é responder os questionamentos enviados atra...
-
Num dos grupos que participo, alguém postou parte de um artigo do Pr. Ciro Sanches Zibordi em defesa do livre-arbítrio. O que segue é meu c...
-
Eleição Eleição [ou escolha] é o imutável propósito de Deus pelo qual ele fez o seguinte: Antes da fundação do mundo, por pura graça, segund...
-
"Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração" At 8:36-37 Antes de mais na...
-
Um irmão pediu que eu analisasse o texto "A verdade sobre a predestinação" , atribuído ao professor Azenilto Brito, adventista bas...
-
É um fato que o arminianismo não é a posição histórica da igreja. Os reformadores, começando por Lutero combatiam o livre-arbítrio defendend...
-
Peguei-me pensando sobre o que escrever para o dia 31 de outubro, "dia santo" dos reformados. Poderia falar de Lutero, Calvino, Zw...
-
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" Jo 8:32 Arminianos são pródigos em produzir frases cheias de efeito e vazias...
-
Já escrevi sobre a Bíblia eletrônica The Word e como instalar módulos . É um software excelente. Infelizmente, são poucos os módulos dispon...
Blogger templates
Blogger news
Blogroll
About
Blog Archive
- setembro (3)
- agosto (8)
- julho (7)
- junho (6)
- maio (12)
- abril (10)
- março (14)
- fevereiro (10)
- janeiro (24)
- dezembro (12)
- novembro (6)
- outubro (9)
- setembro (13)
- agosto (8)
- julho (14)
- junho (13)
- maio (13)
- abril (18)
- março (22)
- fevereiro (23)
- janeiro (22)
- dezembro (20)
- novembro (22)
- outubro (22)
- setembro (24)
- agosto (24)
- julho (24)
- junho (24)
- maio (21)
- abril (23)
- março (19)
- fevereiro (24)
- janeiro (28)
- dezembro (31)
- novembro (32)
- outubro (28)
- setembro (29)
- agosto (31)
- julho (29)
- junho (22)
- maio (15)
- abril (25)
- março (28)
- fevereiro (23)
- janeiro (27)
- dezembro (27)
- novembro (21)
- outubro (22)
- setembro (23)
- agosto (24)
- julho (31)
- junho (24)
- maio (30)
- abril (31)
- março (29)
- fevereiro (29)
- janeiro (36)
- dezembro (32)
- novembro (30)
- outubro (31)
- setembro (32)
- agosto (31)
- julho (27)
- junho (29)
- maio (22)
- abril (27)
- março (26)
- fevereiro (23)
- janeiro (23)
- dezembro (30)
- novembro (28)
- outubro (14)
- setembro (11)
- agosto (13)
- julho (20)
- junho (15)
- maio (14)
- abril (2)
- março (4)
- fevereiro (2)
- janeiro (8)
- dezembro (6)
- novembro (2)
- outubro (1)
- setembro (3)
- agosto (6)
- julho (2)
- junho (2)
- maio (2)
- abril (5)
- março (1)
- fevereiro (1)
- janeiro (5)
Tecnologia do Blogger.
Labels
Angeologia
Antropologia
Aperitivo literário
Apologética
Arminianismo
Atualidades
Autoria Clóvis
Avivamento
Bem-dito
Bibliologia
Biografia
Calvinismo
Cartões de Visita
Chamada eficaz
Confissão de Fé
Criação
Cristologia
Culto
Eleição
Embalagens
Escatologia
Ética
Evangelismo
Exegese
Graça comum
Heresias
História
Homilética
Humor
Igreja
Incapacidade humana
Logomarcas
Minha resposta
Ministério
Música
Off-topic
Paracletologia
Pentecostalismo
Perguntas e Respostas
Preservação dos santos
Promoções
Providência
Redenção particular
Soberania
Soteriologia
Teologia própria
Textos "arminianos"
Textos arminianos
Vida Cristã
Videos
Seguidores
Quem sou eu
Pesquisar
sábado, 24 de novembro de 2007
"Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração" Tg 4:8
Uma amada irmã em Cristo, baseando-se nessa passagem, afirmou que o pecador se achega primeiro a Deus e que só depois disso Deus se chega ao homem. Ao afirmar isso, ela faz do homem morto em pecado o iniciador de sua nova relação com Deus, cabendo ao Senhor apenas vir encontrá-lo. A questão que se apresenta é: é esse o ensinamento da Bíblia sobre a salvação? E se não for, como conciliar o ensino geral das escrituras com essa afirmação de Tiago? Se Deus der graça, trataremos disso a seguir.
I. A CONDIÇÃO DO HOMEM CAÍDO
O intelecto e a vontade do homem não passaram incólumes pela Queda. Alguns crentes tendem a diminuir ou até desconsiderar os efeitos devastadores do pecado na natureza do homem, mas o testemunho bíblico é exatamente o contrário. A Bíblia apresenta o pecador como absolutamente incapaz de voltar-se por si mesmo a Deus ou mesmo de preparar-se para a obra da graça.
1. Não quer
Os defensores do livre-arbítrio afirmam que basta o pecador querer para entrar num relacionamento espiritual com Deus e desfrutar das bênçãos da salvação. Esquecem, contudo, que a vontade do homem não é livre, no sentido que pode se inclinar igualmente para as coisas de Deus ou as coisas do mundo. Jesus disse "não quereis vir a mim para terdes vida" (Jo 5:40). Isso se aplica não apenas a quem Jesus se dirigia, mas a todos os homens, pois o Senhor afirma em outro lugar que "a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más" (Jo 3:19). Na parábola das bodas, o Senhor "enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir" (Mt 22:3). Em seu tratado teológico mais profundo, Paulo diz que "não há quem entenda, não há quem busque a Deus" (Rm 3:11). Portanto, a vontade do homem, arruinada pelo pecado, não pode levá-lo a achegar-se a Deus. Por isso Jesus diz que "ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer" (Jo 6:44). Trazer, no original é arrastar.
2. Não pode
O último versículo citado afirma que ninguém pode ir por si mesmo a Cristo, não importa o quanto o arminianos contem em verso e prosa os poderes do livre-arbítrio, a verdade é que somente o Pai pode fazer os homens voltarem-se para Si. Jesus confirma que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Jesus deixa claro que há pessoas que são "incapazes de ouvir a minha palavra" (Jo 8:43), por isso Isaías clama "Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?" (Jo 12:38). Somente aqueles a quem se manifesta o braço do Senhor dão crédito à Palavra do Senhor. A Bíblia diz que os homens estão "mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1). Não meio mortos, ou como que mortos, mas mortos em pecados. Um pecador não pode ir a Cristo mais que um morto pode levantar-se para pegar um copo dágua.
II. A INICIATIVA DIVINA
A Bíblia é tão enfática para demonstrar a incapacidade humana quanto para afirmar que a salvação, do início ao fim, é obra de Deus. É o Senhor que inicia em nós sua obra salvífica, quem mantém segura nossa salvação e que completará a obra no dia de Sua vinda.
1. Na eternidade
A Escritura nos informa que "de longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). O caso de amor de Deus conosco é antigo, mais precisamente, é tão antigo quanto o próprio Deus. Não houve um momento em que Ele não nos amasse. Por isso "em amor nos predestinou para Ele" (Ef 1:4-5). A eleição eterna, soberana e graciosa decorre desse amor pelos Seus. João também reconhece a antigüidade do amor de Deus, ao escrever "nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4:19). Quando fomos amados e escolhidos por Deus, fomos dados a Cristo, conforme Ele mesmo diz em João 17:24: "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo". A nossa salvação, realizada na história e consumada na vinda de Jesus, teve seu início na eternidade. É o que testemunha o apóstolo, dizendo que Deus "nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2Tm 1:9). É absurdo pensar que a iniciativa de voltar-se para Deus seja do homem, quando a Bíblia declara que antes da Criação Deus já havia provido o meio de salvar os seus escolhidos.
2. Na história
Através de Jeremias o Senhor declara o seu amor por nós e conclui dizendo "por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). As cordas que nos puxaram para Deus foram atadas, nas duas pontas, pelo próprio Senhor. O Salvador diz que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Se o Pai se limitasse a enviar Seu Filho para morrer na cruz e pregadores para anunciar o evangelho, deixando por conta do homem o voltar-se para Ele, então nenhuma pessoa sequer se salvaria. Mas como "pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2Pe 1:3), então muitos tem sido levados a Cristo. A Bíblia afirma que é necessário fé para ser salvo, então esta "é dom de Deus" (Ef 2:8), pois nos "foi concedida a graça... de crerdes nele" (Fp 1:29). O arrependimento é um requisito para herdar a vida eterna? Então podemos estar certos que haverá arrependidos, pois por Deus é "concedido o arrependimento para vida" (At 11:18). Até o exato momento em que Deus nos salva, estávamos mortos, pois aos crentes em Éfeso foi dito que "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1) e reafirmado "estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos" (Ef 2:5). Um defunto não é capaz de dar o primeiro passo para Deus. Veja a experiência de Lázaro. Ele ficou morto até o momento que foi ressuscitado por Cristo. Ele era incapaz de dar uma passo para o Senhor, até ouvir a ordem "Lázaro, vem para fora!" (Jo 11:43).
III. E TIAGO, COMO FICA?
Se o ensino geral das escrituras é de que o pecador é incapaz de achegar-se a Deus e que é de Deus o início, meio e fim da salvação, então, como fica a passagem de Tiago? A verdade é que a Bíblia não se contradiz, então é certo que se examinarmos atentamente a passagem em questão ela se revelará em perfeita harmonia com o restante da Palavra de Deus.
1. A quem ele se dirigia
A carta de Tiago é endereçada "às doze tribos que se encontram na Dispersão" (Tg 1:1), ou seja, judeus crentes. Aparentemente, eles haviam entendido de forma errada os ensinamentos de Paulo a respeito da justificação pela fé, entendendo que a mesma não dava lugar para expressão prática da fé, através das obras. Tiago então lhes escreve estabelecendo a relação entre fé e provações (Cap 1), fé e sociabilidade (Cap 2), fé e obras (Cap 2), fé e o domínio da língua (Cap 3), fé e sabedoria (Cap 3), fé e contendas (Cap 4) e fé e oração (Cap 5). Pelos destinatários e pelo assunto, nota-se que Tiago escrevia a crentes.
No capítulo 4, ele diz "de onde procedem guerras e contendas que há entre vós?" (4:1) o que significa que a referência era aos crentes que contendiam na igreja. O verso seguinte confirma que se trata de crentes ao dizer "Nada tendes, porque não pedis" (4:2). Finalmente, o verso que antecede o oitavo declara "sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (4:7), o que seria absurdo se se tratasse de pessoas não crentes. Portanto, as pessoas que devem se achegar a Deus na certeza que Ele se chegará a elas não são pecadores inconversos, mas crentes que estão guerreando entre si, possivelmente por questões doutrinárias ou de liderança. Daí que a seção é concluída com "humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (4:10).
2. Os termos utilizados
Tiago utiliza o mesmo termo eggizo tanto para os homens (achegai-vos) como para Deus (se chegará). O termo significa "aproximar, juntar uma coisa à outra". Porém, há uma diferença fundamental no modo verbal utilizado nas duas declarações. A primeira afirmação, referente ao homem, está no modo imperativo. O Léxico Grego de Strong diz que "o modo imperativo expressa uma ordem ao ouvinte para realizar uma determinada ação por comando e autoridade daquele que a emite". Assim, "não é um "convite", mas uma ordem absoluta que requer completa obediência da parte de todos os ouvintes". Já a segunda afirmação está no modo indicativo que, segundo Strong "é uma simples afirmação de fato". O que temos nesse versículo é uma ordem seguida de um resultado certo se a ordem for cumprida. Tiago não afirma a capacidade dos pecadores chegarem-se a Deus sem o concurso da graça.
Prova disso é que no próprio versículos há mais duas ordens que utilizam a mesma construção verbal da que estamos analisando: "purificai as mãos, pecadores" e "limpai o coração". Se entendermos que a ordem "achegai-vos a Deus" pode ser cumprida pelo pecador, então de igual modo o homem caído pode purificar suas mãos e limpar seu coração, sem a operação sobrenatural do Espírito Santo. Não creio que os defensores do livre-arbítrio queiram chegar a tanto.
3. O contexto
Já nos referimos acima que o contexto se refere a contenda entre irmãos. Não há elementos textuais para se afirmar que se trata de um apelo evangelístico. Portanto, tomar o versículo 8 de forma isolada e afirmar com base nele que o pecador pode e deve dar o primeiro passo para Deus para que este então se volte para ele é desconsiderar o contexto imediato, o próprio livro de Tiago e o ensino geral das Escrituras.
CONCLUSÃO
Considerando o exposto acima, a começar pela incapacidade humana e pela operação infalível de Deus, vemos que Tiago 4:8 não pode ensinar que cabe ao homem o iniciar a sua salvação. E quando olhamos para o texto em seu contexto e observando a construção no original, confirmamos que de fato o versículo não ensina o que os defensores do livre-arbítrio do homem pretendem. Mais uma vez trata-se de uma conclusão controlada por pressupostos não provados, que os leva a sempre ver uma capacidade que a Bíblia não reconhece no pecador.
O ensino pura e simples de Tiago é que os crentes devem se aproximar de Deus com humildade ao invés de contender, e que ao fazerem isso Deus se aproximará deles e os exaltará.
Soli Deo Gloria
I. A CONDIÇÃO DO HOMEM CAÍDO
O intelecto e a vontade do homem não passaram incólumes pela Queda. Alguns crentes tendem a diminuir ou até desconsiderar os efeitos devastadores do pecado na natureza do homem, mas o testemunho bíblico é exatamente o contrário. A Bíblia apresenta o pecador como absolutamente incapaz de voltar-se por si mesmo a Deus ou mesmo de preparar-se para a obra da graça.
1. Não quer
Os defensores do livre-arbítrio afirmam que basta o pecador querer para entrar num relacionamento espiritual com Deus e desfrutar das bênçãos da salvação. Esquecem, contudo, que a vontade do homem não é livre, no sentido que pode se inclinar igualmente para as coisas de Deus ou as coisas do mundo. Jesus disse "não quereis vir a mim para terdes vida" (Jo 5:40). Isso se aplica não apenas a quem Jesus se dirigia, mas a todos os homens, pois o Senhor afirma em outro lugar que "a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más" (Jo 3:19). Na parábola das bodas, o Senhor "enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir" (Mt 22:3). Em seu tratado teológico mais profundo, Paulo diz que "não há quem entenda, não há quem busque a Deus" (Rm 3:11). Portanto, a vontade do homem, arruinada pelo pecado, não pode levá-lo a achegar-se a Deus. Por isso Jesus diz que "ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer" (Jo 6:44). Trazer, no original é arrastar.
2. Não pode
O último versículo citado afirma que ninguém pode ir por si mesmo a Cristo, não importa o quanto o arminianos contem em verso e prosa os poderes do livre-arbítrio, a verdade é que somente o Pai pode fazer os homens voltarem-se para Si. Jesus confirma que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Jesus deixa claro que há pessoas que são "incapazes de ouvir a minha palavra" (Jo 8:43), por isso Isaías clama "Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?" (Jo 12:38). Somente aqueles a quem se manifesta o braço do Senhor dão crédito à Palavra do Senhor. A Bíblia diz que os homens estão "mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1). Não meio mortos, ou como que mortos, mas mortos em pecados. Um pecador não pode ir a Cristo mais que um morto pode levantar-se para pegar um copo dágua.
II. A INICIATIVA DIVINA
A Bíblia é tão enfática para demonstrar a incapacidade humana quanto para afirmar que a salvação, do início ao fim, é obra de Deus. É o Senhor que inicia em nós sua obra salvífica, quem mantém segura nossa salvação e que completará a obra no dia de Sua vinda.
1. Na eternidade
A Escritura nos informa que "de longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). O caso de amor de Deus conosco é antigo, mais precisamente, é tão antigo quanto o próprio Deus. Não houve um momento em que Ele não nos amasse. Por isso "em amor nos predestinou para Ele" (Ef 1:4-5). A eleição eterna, soberana e graciosa decorre desse amor pelos Seus. João também reconhece a antigüidade do amor de Deus, ao escrever "nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4:19). Quando fomos amados e escolhidos por Deus, fomos dados a Cristo, conforme Ele mesmo diz em João 17:24: "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo". A nossa salvação, realizada na história e consumada na vinda de Jesus, teve seu início na eternidade. É o que testemunha o apóstolo, dizendo que Deus "nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2Tm 1:9). É absurdo pensar que a iniciativa de voltar-se para Deus seja do homem, quando a Bíblia declara que antes da Criação Deus já havia provido o meio de salvar os seus escolhidos.
2. Na história
Através de Jeremias o Senhor declara o seu amor por nós e conclui dizendo "por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). As cordas que nos puxaram para Deus foram atadas, nas duas pontas, pelo próprio Senhor. O Salvador diz que "ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6:65). Se o Pai se limitasse a enviar Seu Filho para morrer na cruz e pregadores para anunciar o evangelho, deixando por conta do homem o voltar-se para Ele, então nenhuma pessoa sequer se salvaria. Mas como "pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2Pe 1:3), então muitos tem sido levados a Cristo. A Bíblia afirma que é necessário fé para ser salvo, então esta "é dom de Deus" (Ef 2:8), pois nos "foi concedida a graça... de crerdes nele" (Fp 1:29). O arrependimento é um requisito para herdar a vida eterna? Então podemos estar certos que haverá arrependidos, pois por Deus é "concedido o arrependimento para vida" (At 11:18). Até o exato momento em que Deus nos salva, estávamos mortos, pois aos crentes em Éfeso foi dito que "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1) e reafirmado "estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos" (Ef 2:5). Um defunto não é capaz de dar o primeiro passo para Deus. Veja a experiência de Lázaro. Ele ficou morto até o momento que foi ressuscitado por Cristo. Ele era incapaz de dar uma passo para o Senhor, até ouvir a ordem "Lázaro, vem para fora!" (Jo 11:43).
III. E TIAGO, COMO FICA?
Se o ensino geral das escrituras é de que o pecador é incapaz de achegar-se a Deus e que é de Deus o início, meio e fim da salvação, então, como fica a passagem de Tiago? A verdade é que a Bíblia não se contradiz, então é certo que se examinarmos atentamente a passagem em questão ela se revelará em perfeita harmonia com o restante da Palavra de Deus.
1. A quem ele se dirigia
A carta de Tiago é endereçada "às doze tribos que se encontram na Dispersão" (Tg 1:1), ou seja, judeus crentes. Aparentemente, eles haviam entendido de forma errada os ensinamentos de Paulo a respeito da justificação pela fé, entendendo que a mesma não dava lugar para expressão prática da fé, através das obras. Tiago então lhes escreve estabelecendo a relação entre fé e provações (Cap 1), fé e sociabilidade (Cap 2), fé e obras (Cap 2), fé e o domínio da língua (Cap 3), fé e sabedoria (Cap 3), fé e contendas (Cap 4) e fé e oração (Cap 5). Pelos destinatários e pelo assunto, nota-se que Tiago escrevia a crentes.
No capítulo 4, ele diz "de onde procedem guerras e contendas que há entre vós?" (4:1) o que significa que a referência era aos crentes que contendiam na igreja. O verso seguinte confirma que se trata de crentes ao dizer "Nada tendes, porque não pedis" (4:2). Finalmente, o verso que antecede o oitavo declara "sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (4:7), o que seria absurdo se se tratasse de pessoas não crentes. Portanto, as pessoas que devem se achegar a Deus na certeza que Ele se chegará a elas não são pecadores inconversos, mas crentes que estão guerreando entre si, possivelmente por questões doutrinárias ou de liderança. Daí que a seção é concluída com "humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (4:10).
2. Os termos utilizados
Tiago utiliza o mesmo termo eggizo tanto para os homens (achegai-vos) como para Deus (se chegará). O termo significa "aproximar, juntar uma coisa à outra". Porém, há uma diferença fundamental no modo verbal utilizado nas duas declarações. A primeira afirmação, referente ao homem, está no modo imperativo. O Léxico Grego de Strong diz que "o modo imperativo expressa uma ordem ao ouvinte para realizar uma determinada ação por comando e autoridade daquele que a emite". Assim, "não é um "convite", mas uma ordem absoluta que requer completa obediência da parte de todos os ouvintes". Já a segunda afirmação está no modo indicativo que, segundo Strong "é uma simples afirmação de fato". O que temos nesse versículo é uma ordem seguida de um resultado certo se a ordem for cumprida. Tiago não afirma a capacidade dos pecadores chegarem-se a Deus sem o concurso da graça.
Prova disso é que no próprio versículos há mais duas ordens que utilizam a mesma construção verbal da que estamos analisando: "purificai as mãos, pecadores" e "limpai o coração". Se entendermos que a ordem "achegai-vos a Deus" pode ser cumprida pelo pecador, então de igual modo o homem caído pode purificar suas mãos e limpar seu coração, sem a operação sobrenatural do Espírito Santo. Não creio que os defensores do livre-arbítrio queiram chegar a tanto.
3. O contexto
Já nos referimos acima que o contexto se refere a contenda entre irmãos. Não há elementos textuais para se afirmar que se trata de um apelo evangelístico. Portanto, tomar o versículo 8 de forma isolada e afirmar com base nele que o pecador pode e deve dar o primeiro passo para Deus para que este então se volte para ele é desconsiderar o contexto imediato, o próprio livro de Tiago e o ensino geral das Escrituras.
CONCLUSÃO
Considerando o exposto acima, a começar pela incapacidade humana e pela operação infalível de Deus, vemos que Tiago 4:8 não pode ensinar que cabe ao homem o iniciar a sua salvação. E quando olhamos para o texto em seu contexto e observando a construção no original, confirmamos que de fato o versículo não ensina o que os defensores do livre-arbítrio do homem pretendem. Mais uma vez trata-se de uma conclusão controlada por pressupostos não provados, que os leva a sempre ver uma capacidade que a Bíblia não reconhece no pecador.
O ensino pura e simples de Tiago é que os crentes devem se aproximar de Deus com humildade ao invés de contender, e que ao fazerem isso Deus se aproximará deles e os exaltará.
Soli Deo Gloria
Marcadores:
Autoria Clóvis,
Calvinismo,
Eleição,
Incapacidade humana,
Minha resposta,
Soteriologia,
Textos "arminianos"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Paz Clóvis,
Gostei da exposição, o uso dessa passagem pelos arminianos é um verdadeiro "estupro".
O "sujeitai-vos" (v.7), o "chegai-vos" (v.8), e o "humilhai-vos" (v.10), tem ligação com o porquê do "pedi e não recebeis" (v.3). Não há no "chegai-vos" nenhuma alusão ao livre-arbítrio, fazê-lo, é impor ao texto um significado que não tem.
Tiago com estes três imperativos, está dizendo simplesmente "ao agir assim vós estais sendo independentes, portanto "sujeitai-vos", estais distantes de Deus, portanto "chegai-vos a Ele", estais sendo orgulhosos, portanto "humilhais-vos". Nada além disso.
A idéia de Tiago ao escrever chegai-vos é a de que na atual situação, Deus não os rejeitaria, caso eles se aproximassem dEle com um espírito sujeito e humilde. Deus se mantêm no seu trono, é uma certeza que temos, Deus sempre estará no mesmo lugar quando precisar-mos dele.
Em Cristo,
Ednaldo.
Ednaldo,
Perfeita sua análise das palavras de Tiago.
Em Cristo,
Clóvis
Postar um comentário